essa história é curtinha, mas é apenas uma forma de eu expressar o meu amor pelo Loki :3 a versão de Loki desse conto vem de O Evangelho de Loki, um livro com ponto de vista do Loki, sendo narrado por ele, e eu o recomendo MUITO <3 além de divertido, rende boas risadas e é apaixonante :3 eu demorei muito pra terminar de ler porque eu sabia como acabaria e não queria encerrar a aventura, mas enfim. o título e o subtítulo dessa oneshot remetem aos livros dentro do livro (Livro 1, Lição 1, e assim por diante; cada livro tem uma quantidade de lições, e o último livro tem seis). enfim, eu estou escrevendo muita metafiction... tá na hora de eu parar
edit: fiz umas correções.
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Se tinha uma coisa que eu não aguentava mais nessa vida, era ver o Loki morrer.
Os filmes já haviam me traumatizado o suficiente, mas o pior era saber que a morte dele era mitologicamente canônica. Eu ia fazer o que contra aquilo? Nada.
Nada?
Hm, não. Eu estava de saco cheio de ver o meu deus favorito ser sapecado pelas porradas que a vida dava e não poder fazer nada por ele.
Eu sabia que ele estava fadado à destruição, mas qual é o sentido de ter poder e não usá-lo como eu bem quisesse? Ah, não, agora que eu entendia o meu poder, eu o usaria e salvaria o meu amorzinho daquela destruição toda.
Ele iria me trair? Sim.
Iria mentir pra mim? Mas é claro, é da natureza dele.
Eu deixaria ele morrer de novo? Não.
Era chegada a hora de finalizar a Lição 6 precocemente. ‘‘Acertando As Contas II’’ teria um desfecho diferente, ou eu não seria eu.
Reuni toda a coragem que eu não tinha e a determinação que faiscava moribunda em meu peito e abri o Evangelho. Tudo que um escritor precisava para se enfiar em outro universo era lê-lo e foi o que eu fiz.
Quando eu entrei, estava na Floresta de Metal. Odin e Thor já estavam mortos, conforme o Oráculo profetizara, e os Vanir e os Aesir lutavam de dentro das muralhas de Asgard enquanto o exército de Loki e Heidi os atacava com tudo o que tinham, cruzando a Ponte e desamarrando as runas das quais eram feitas as muralhas de Asgard.
Loki estava no meio daquela confusão, enquanto sua tropa de fogo esperava para cruzar a Bifrost. Ele estava desnorteado em seu navio e decidiu assumir sua forma de Incêndio, correndo pelo campo de batalha ensanguentado.
Aquela era a minha chance e eu precisava fazer uma entrada de arrasar, ou ele não me daria atenção, e ele era um mulherengo que gostava de mulheres grandes.
Bem, eu era grande, mas não do jeito que gostaria, então assumi uma forma grande o suficiente para ser considerada alta, mas não um dos Gigantes. Trajando armadura, com uma espada em uma bainha em minhas costas, meus cabelos roxos agora eram longos até a minha cintura. Se aquilo não chamasse a atenção dele, eu não sei o que iria!
Abri caminho no campo de batalha, empurrando tudo e todos que estavam à minha frente, até chegar nele.
Eu o segurei pelo pescoço, surpreendendo-o pelo fato de conseguir segurá-lo mesmo em sua forma de incêndio, e então nos teleportei para bem longe dali.
Escolhi uma caverna no meio do nada, escondida entre montanhas cobertas de neve, onde um frio de doer os ossos se fazia presente. Somente a forma de incêndio que ele tinha iluminava o lugar para que pudéssemos enxergar onde estávamos.
– Quem é você?! – ele perguntou já cabreiro.
Eu só podia suspirar.
– Não era bem assim que eu gostaria que tivéssemos nos conhecido. Meu nome é...
Que nome dizer a ele? Meu verdadeiro nome ou um dos meus milhares? Uma coisa nomeada é uma coisa dominada. E se ele tentasse me passar a perna usando informações verdadeiras, eu estaria perdida.
Eu não podia deixar que meu amor por ele me emburrecesse. Pigarreei e comecei de novo.
– Meu nome é Aleksis. Estou aqui para ajudá-lo.
– Quem te enviou? Heidi? Hel?
– Ninguém me enviou.
– De que lado está?
– Do seu lado.
O Incêndio personificado gargalhou ruidosamente.
– Conveniente que uma aliada surja do nada no meio da minha última e gloriosa batalha. O que quer, afinal?
– Tirá-lo daqui, mudar o seu destino.
– Meu destino é morrer.
– Não precisa ser!
Talvez eu tivesse deixado angústia demais transparecer naquela frase, mas era quase impossível lidar com aquela situação com a frieza necessária.
Não era o mesmo Loki ao qual eu estava acostumada, de cabelos longos e negros, de olhos verdes e sorriso fácil, sempre com uma resposta na ponta da língua, mas quando a forma de Incêndio se apagou e ele centralizou as chamas em uma de suas mãos, revelou um Loki de cabelos vermelhos cor de fogo, tão pálido quanto a outra versão, de olhos negros e sombrios. Um Loki ao qual eu ainda era familiar.
O Loki mitológico não era feito para alimentar as fantasias adolescentes de leitoras ao redor do mundo. O Loki mitológico era difícil de lidar, difícil de amar. Ou se amava ou se odiava, não existia meio-termo para lidar com aquele ali.
Aquele era o mesmo Loki que havia deixado Sigyn para trás, deixado-a para morrer sozinha e na dor do luto de perder seus dois filhos, que foram assassinados a mando de Odin, em retaliação ao sumiço dele.
Mas aquele também era o mesmo Loki que por diversas vezes salvara a pele dos Aesir, que, convenhamos, não eram santos e heroicos conforme a idealização feita na mídia. Aquele era o mesmo Loki que sacrificara a própria dignidade pelo bem deles.
Os deuses...
Os deuses são cruéis e tolos somos nós de pensar que podemos mudá-los. Somos feitos à imagem deles, não o contrário.
Vendo-o parado à minha frente, me observando como um predador observa sua presa, eu sabia que não havia lógica nenhuma em amá-lo. Amar o caos é brigar com a razão e eu tinha certeza de que, se ela estivesse viva, Sigyn concordaria comigo.
– Eu sei como as coisas acabam nessa história, Loki. Você é muito mais do que o desordeiro, o causador de caos e desavenças. Há outros mundos onde pode viver em paz, longe deles, e recomeçar, fazer diferente, alçar maiores voos.
– E se eu não quiser isso?
– Bem... É um direito seu não querer nada disso – dei de ombros. – No meu mundo, eu vi você morrer mais vezes do que sou capaz de suportar. Você não precisa fazer o que estou dizendo, mas ao menos me diga o que quer. Qualquer coisa que quiser, eu lhe darei.
Ele não parecia impressionado, é claro. Era a desconfiança em pessoa, porque ele mesmo não era alguém em quem se podia confiar. Eu sabia o que ele queria, eu sabia como aquele livro acabava, mas, indo contra tudo o que eu pensava que ele diria ou faria, ele se ateve apenas a dizer:
– Prefiro eu mesmo conquistar o que eu quero.
Eu assenti em silêncio, eu não brigaria com ele. Seria perda de tempo.
– Mas... No seu mundo... Como são os deuses?
Senti meu peito se acender com esperança.
– Os nossos deuses são mortais, mas capazes de criar maravilhas sem fim.
– Deuses mortais... – ele desviou o olhar. – No seu mundo, nós não morremos?
– Alguns sim, apenas para renascer.
– E eu?
– Você sabe a resposta – franzi o cenho.
– Eu sei uma resposta.
– Há muitas versões de você – esclareci. – E uma delas... Bem... Teve um final terrível.
– E quantos de mim possuem finais terríveis, Aleksis?
Uma cilada.
– Todas.
– E o que te faz pensar que é capaz de mudar o meu destino?
– O fato de eu estar aqui, falando com você. Eu posso mudar tudo se eu assim desejar.
– O que você é? – perguntou assustado.
Eu sorri confiante.
– Lição Número 7 – o surpreendi. – ‘‘Nunca confie em ninguém, a menos que seja uma fanfiqueira’’.
– Eu não escrevi esse capítulo da minha história – franziu o cenho, confuso.
– Não ainda – estendi minha mão. – Não acha que é hora de deixar esses tolos se matarem sozinhos e viver sua própria vida?
Eu sabia que ele eventualmente me trairia. Eu sabia que ele mentiria para mim. Eu sabia que ele partiria meu coração em mil pedaços e eu sofreria por ele, e por causa dele.
Mas esse é o preço por se amar o caos: sofrer eternamente por lutar contra a racionalidade.
E quando ele segurou minha mão, eu tive certeza de que estava perdida.
Merci pour la lecture!
Nunca Confie Em Ninguém, A Menos Que Seja Uma Fanfiqueira
Lição número 7 é uma self-inserction incrível do início ao fim. Através dela percebemos que não existe impossibilidades para fanfiqueiras e que é possível, sim, dar um final digno aos personagens que amamos. Não à toa a história recebeu menção no desafio #cheirodelivro. Vale muito a pena conferir!
Nunca Confie Em Ninguém, A Menos Que Seja Uma Fanfiqueira
Um conto simplesmente fascinante, que desperta o desejo de todo fã de Loki que a história se torne verídica. Impossível não se apaixonar pelas ideias loucas que a personagem trás, e desejar de todo coração, do começo ao fim que dê tudo certo. Um conto que todo fã precisa conhecer. Super recomendo!
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