Minhas preocupações me fazem ficar sem atenção para atender neste escritório onde trabalho de Recepcionista.
— Boa tarde, gostaria de falar com o Senhor Orlando.
— Tem hora marcada?
— Sim tenho.
Retiro do meu bolso o relógio do meu avô, e penso novamente que preciso sair mais cedo. Olho para a agenda e encontro o nome daquela Senhora, parecia muito formal, com um vestido feito todo de um tecido caro que não recordo o nome. Moro em Londres e não conheço nomes de tecidos!
Ela foi e entrou no escritório, parecia longa a conversa. Quando vi que não dava mais pra esperar, bato de leve a porta, e entro, a senhora parecia estar sendo examinada na nuca. Coisa estranha, deixei minhas neuras e pedi o que precisava.
— Senhor Orlando, desculpe a intromissão, preciso visitar o Harry.
Estava bastante abatida, meu marido encontrava se com uma misteriosa doença, e a cura parecia cada vez mais longe de se concretizar.
Naquela semana, passei no hospital, meu marido tão jovem e belo estava passando por espasmos de dor, seus olhos azuis eram um reflexo de sofrimento.
O Senhor Orlando, sempre por perto me ajudando nestes momentos.
Mas o pior aconteceu. Era inevitável, mesmo com toda as ervas medicinais e a medicina envolvida, parecia algo sem controle. O médico, sempre frio, tentava apaziguar a situação.
Não sei se é meu momento, mas vejo as pessoas com um ar tão centrado, deve de ser estes tempos que estou vivendo...
Vestidos, sempre foram o meu fraco, terei que correr às pressas para comprar um vestido preto afim de receber os familiares, algo tão real e imaginário ao mesmo tempo. A despedida do meu marido, estou em cacos. Como será isto?
O médico escreveu no prontuário o horário da morte, e fechou a porta, deixando me com ele.
Não gosto nem de imaginar no modo decomposto que terei de entregar o corpo do meu amado Harry. O que fazer? Nem sei por onde começar.
Ao abrir a porta para ir fazer as coisas práticas da vida.
Sou surpreendido com o Senhor Orlando.
Ele me abraçou, parecia frio, a pele dele sei lá, mas aceitei comovida com a sua atitude, pois ele sempre foi respeitoso comigo. Nem sei bem o ramo de negócio, sei que é uma tecnologia experimental, o escritório cujo qual trabalho.
— Lara preciso te contar algo.
Eu não queria saber de nada, eu só queria chorar e despedir-me do meu marido era inevitável o que estava acontecendo, era um pesadelo e estava eu inserido nele.
— Posso ajudar o seu marido...
Me desvencilhei daquele oportuno abraço e agora estava totalmente transtornada com a situação.
— Pode? Você não compreende? Meu marido acabou de morrer...
E mais uma leva de choro, estava acabada.
— Você precisa confiar em mim. Não conte a ninguém da morte do seu marido.
— O quê? Como não contar a ninguém?
Logo que ele terminou, surgiram duas pessoas de preto atrás dele e perguntaram assim:
— Pronto?
— Ainda não...
O meu patrão Orlando me levou a uma sala ao lado. Parecia sem ação, mas o que ele começou a me contar deixou-me totalmente sem chão e transtornada.
Meu mundo caiu naquele momento, como assim Robô?
— Não é bem um Robô Lara, será o seu marido...
— Meu marido está morto e eu preciso fazer as coisas necessárias para despedir me dele.
Orlando olhava me com aquele ar de superioridade, que somente os chefes sabem demonstrar.
— Harry, Harry, pobre Harry, tão jovem eu posso trazê-lo de volta. Mas você tem que decidir isto e rápido, as atividades cerebrais dele devem ser preservadas para fazermos a passagem.
Parecia me num conto de terror. O certo é que o ar que meu marido respirava e pulsava-lhe os pulmões já não era observável.
Neste momento, entrou uma moça na sala.
— Precisamos ser rápidos Senhor Orlando.
— Traga-o aqui... Disse O Senhor Orlando para aquele elegante mulher.
Eu retruquei a afirmação.
— Deixe o meu marido onde está! Respeitem a minha dor, isto está me parecendo uma brincadeira de mal gosto!
— Calma, você já entenderá...
Entrou uma maca, coberta com um lençol. Não era o meu marido, mas parecia muito com ele.
Ele foi me explicando cada passo daquela estranha criatura.
Abriu uma espécie de compartimento, que demonstrava um emaranhado de cilindros pareciam tubulações tudo perfeitamente encaixado em algo que eu não compreendia.
— Seu marido terá veias de vapor se assim o permitir.
E continuou mostrando e explicando o que era um ciclo contínuo.
— Neste lugar... – dizia ele.
Será o aquecimento (era uma espécie de serpentina) aqui que acontece a mágica. O alimento do seu marido será somente água.
Sentei, era muita informação.
— Você não compreende! Disse enfurecida, eu não quero um Robô com a cara do meu marido eu quero o meu marido de volta!
E ele retirou o lençol do rosto daquele boneco tecnológico.
— Tomei a liberdade de deixá-lo idêntico ao seu marido. Lara, você sempre foi uma funcionária exemplar, merece este presente.
Eu levantei. Queria sair daquela sala.
— Eu quero o meu marido de volta.
— Eu quero o meu marido de volta-a-a!
Estava fora de mim. Orlando veio e me contou que as transmissões cerebrais precisavam ser feitas o quanto antes para que surtisse efeito e a réplica seria idêntica seria como se o meu Harry ressuscitasse.
— Você precisa tomar a decisão e agora.
Veio a moça elegante novamente.
— Precisamos fazer a passagem urgentemente senão perderemos as condições cerebrais....
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