izzy02 Izzy Hagamenon

No Brasil, o governo arma para a população não querer tirá-los do poder, proíbe psicólogos e psiquiatras de exercerem suas profissões enquanto começam a distribuir remédios ineficazes contras as doenças psicológicas da população e que chegam a viciar. Marcus, que é um psiquiatra, não aguenta mais viver em um país assim e decide fazer algo para resistir.


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Resistência

Mais um dia se passa comigo sozinho no consultório, seria algo para se comemorar se isso significasse que todos os pacientes estão curados, mas não é por isso. Todos nós, psicólogos e psiquiatras, estamos proibidos de exercer a nossa profissão. Enquanto isso, na TV mais uma notícia sobre o número de pessoas com crise de ansiedade, depressão e várias outras doenças em seus estados mais graves aumentar aqui no Brasil. Principalmente aqui no estado do Rio.

Tudo isso acontecendo graças ao governo querer distribuir remédios e tratamentos sem eficácia para a população que precisa de acompanhamento psicológico. Como se quisessem que eles continuem doentes, afinal, é muito mais fácil controlar pessoas que precisam de você.

Não aguento mais olhar para isso, pois a TV faz parecer que é um caso bem menor do que realmente está acontecendo. Em qualquer lugar é possível presenciar pessoas conversando sozinhas, brigas que começaram por uma das pessoas ter a ilusão de que a outra queria machucá-la, e até assaltos e vandalismo de pessoas achando que isso iria aliviar o estresse ou qualquer outra coisa que esteja sentindo. Tem até alguns se banhando no chafariz da praça São Salvador.

Eu tento fazer o que posso para manter os que são próximos de mim saudáveis, mas isso não parece ser o suficiente. Quis apenas esperar as próximas eleições ou algo assim para ver se a situação melhora, mas sei que isso não vai acontecer. Estamos proibidos de trabalhar porque não queríamos utilizar as medicações que o governo nos deu, comprovamos que eles tinham substâncias viciantes, além de serem ineficazes. Após negarmos, eles nos proibiram de trabalhar e começaram a distribuição da medicação. Assim, mesmo se tentarmos tirá-los do poder, a população que já está viciada não vai querer. Eles podem até mesmo tentar ficar no poder para sempre.

Volto para casa e encontro minha irmã Vanessa encolhida no quarto, chorando e tremendo. Corro para ajudá-la, sento do seu lado e tiro a almofada que ela estava segurando e a abraço.

— O que aconteceu? Alguém brigou com você?

Pergunto preocupado, seus ataques de pânico estão ficando mais frequentes. Ela tenta me responder, mas está hiperventilando e por isso não consegue falar. Passo as mãos em suas costas para tentar acalmá-la. Finalmente sua respiração fica normal e ela me responde:

— Tive que ir sozinha lá no banco, estava muito nervosa, quando cheguei em casa nossa tia começou a me perguntar várias coisas e eu não sabia responder. Estava tão nervosa que não fiz pergunta nenhuma a moça, quando disse isso ela começou a falar que eu sou muito burra, que não sei fazer nada. Era a minha primeira vez fazendo isso, como iria saber?

— Calma, você vai acabar ficando mal de novo. Vou pegar um pouco de água para você.

Vou na cozinha e coloco a água para ela, ponho um pouco de calmante também. Após beber ela dorme.

Não posso deixar as coisas continuarem assim, não posso fechar os meus olhos e fingir que tudo está bem aqui em Campos. A cidade está um caos e eu sou só um, o que posso fazer sozinho?

Tenho uma ideia, mas preciso de mais pessoas. Ligo, imediatamente, para o meu amigo e colega de profissão:

— Oi Matheus, aqui é o Marcus. Eu estava precisando falar com você, pode vir aqui em casa?

— Claro! Estamos com muito tempo livre mesmo, né?

Depois de 20 minutos ele aparece.

— Sua irmã está dormindo?

— Sim, ela precisa descansar. Queria poder jogar conversa fora, mas quero te contar logo a ideia que tive.

— Que ideia é essa? Se você for falar que está muito entediado e por isso decidiu que quer assaltar um banco, já digo que estou fora.

— Não é nada disso, é uma ideia sobre o que fazer nessa situação atual do país.

— Ok, você realmente quer ser preso e me levar junto.

— Não é bem assim. Olha como está a nossa cidade, veja as notícias. Nós temos um jeito de ajudar essas pessoas, porque não podemos tentar? Pense nos seus antigos pacientes e em como eles devem estar agora, essas pessoas precisam de nós.

Ele fica com um rosto sério, mas parece estar pensando no assunto. Sei que ele não quer correr riscos, não por ele, mas pela família dele e eu entendo isso. Eu, como psiquiatra, fui estritamente proibido de medicar alguém e ele como psicólogo não pode consultar também. Se formos pegos fazendo algo do tipo, podemos ser presos, ou até mortos se quem nos pegar estiver de mau humor.

— Tudo que eu quero fazer é reunir mais alguns profissionais para tentar ajudar essas pessoas. Quem sabe se o movimento crescer nós possamos conseguir nos livrar dessa silenciosa ditadura que estamos vivendo?

— Eu quero ajudar, mas tenho medo disso envolver a minha família. Minha mulher e meus filhos são tudo que eu tenho. Assim como a sua irmã é tudo que você tem. Não posso arriscar a segurança deles.

— Eu sei. E é por isso que eu quero tentar me colocar na reta se algo acontecer. Eu vou colocar a minha irmã para morar com o pai dela por um tempo enquanto fazemos isso, se te pegarem você pode me culpar, falar que eu te forcei. Eu aceitarei toda a culpa de bom grado, apenas me ajude!

— Você sempre quer aparecer, né?

Ele parece mais aliviado, então tento fazer uma piada.

— Eu sempre quis dar uma de príncipe encantado mesmo.

Conto o que pensei em fazer enquanto ele me olha como se eu fosse louco.

— Marcus, eu sempre soube que você era estranho, mas não sabia que era tanto.

— Eu sei. Agora chega de jogar conversa fora e me ajuda a ligar para todos os colegas de profissão que você conhece. Temos que juntar o máximo de pessoas possíveis.

E foi assim que passamos o resto da semana, ligamos para todos os consultórios que já não funcionam mais e marcamos uma reunião sem mencionar para que, exatamente, era a reunião. Dois dias antes da reunião eu coloquei a minha irmã no ônibus de viagem para ir para a casa do pai dela. Acabo prometendo a ela que estaria aqui sorrindo para ela quando ela voltasse, mesmo que na verdade eu não tenha certeza do que pode acontecer comigo. Só não queria que ela ficasse mal enquanto estivesse lá.

Finalmente chega o dia da reunião e estou muito nervoso, tão nervoso que começo a me questionar se eles vão ficar do meu lado, se vão tentar me entregar, se vão achar que sou louco. No meio do meu devaneio acabo não percebendo o Matheus se aproximando de mim.

— Você está com uma cara péssima, não conseguiu dormir?

— Não consegui, fiquei muito preocupado com essa reunião.

— Você já conseguiu me convencer de fazer isso, acho que consegue convencê-los também.

— Torço por isso.

À medida que os convidados vão chegando, eu vou ficando mais nervoso. Matheus colocou a mão no meu ombro e sussurrou um: "Vai ficar tudo bem." para mim. Todos se acomodam na minha sala e assim que começo a falar sobre o motivo da reunião todos começam a fazer cara de horror e tem aqueles que mal começaram a me ouvir e já estavam levantando para saírem como se estivesse com medo de sequer escutar a proposta. Quando terminei de falar a proposta, uma psiquiatra que parecia ser mais velha que eu se levantou e se aproximou de mim. Eu não sabia seu nome, então devia ser uma das conhecidas de Matheus.

— Olha garoto, aprecio que queira ajudar a população, mas isso não é uma brincadeira de criança. As nossas vidas estarão em jogo assim que concordarmos com você, não só as nossas como a das nossas famílias.

— Sei que não é uma brincadeira e sei que nossas vidas estarão em jogo, mas alguém tem que fazer alguma coisa. Não podemos simplesmente fechar os olhos e fingir que nada está acontecendo.

Ela me olha de cima a baixo e simplesmente diz com uma voz calma

— E você acha que nunca tentamos? Eu tenho uma filha que sofre de esquizofrenia e por isso não poderia ficar sem as medicações e tratamentos, quando tudo fechou eu tentei arranjar pelo menos os medicamentos para ela. Sabe o que aconteceu? Os policiais descobriram e me espancaram, fiquei 2 meses no hospital para me recuperar, tive sorte de sair com vida. E agora tenho que escutar um cara que nunca sofreu com algo do tipo querendo me colocar nessa de novo.

Quase fico sem palavras para ela, quase. Não é porque eu nunca sofri com isso que eu não posso tentar ajudar. Se o que ela, e os outros na sala têm é medo de serem pegos, então farei o mesmo acordo que fiz com Matheus.

— Sei que cada um aqui deve ter um motivo para não querer tentar, que tem medo de serem pegos, então eu quero fazer um acordo com vocês. Se qualquer um aqui for pego, coloca a culpa em mim. Podem falar que eu ameacei vocês e os obriguei a me ajudarem, não me importo se o ódio deles vier só para mim, posso levar toda a culpa sozinho.

Todos os presentes me olham chocados, parecem muito surpresos por eu querer me entregar a causa a esse ponto. Eu acho apenas normal, esse não é o país que eu quero que minha irmãzinha viva. Se eu puder fazer deste um lugar melhor para ela, então é isso que farei.

Após pensarem de novo sobre o assunto, eles aceitaram. Não tinha porquê recusar, poderiam fazer o que queriam e se fossem pegos poderiam colocar a culpa em outra pessoa. Às vezes esqueço como nós, seres humanos, precisamos ter certeza que não seremos punidos para mostrarmos quem somos de verdade.

A partir daí as coisas se desenrolaram rápido. Começamos um esquema de "contrabando" de medicamentos, entramos em contato com nossos antigos pacientes para podermos dar tratamento adequado a eles e, é lógico, cuidarmos do vício que eles desenvolveram graças ao remédio do governo.

Meses depois, os nossos pacientes já apresentavam uma grande melhora e começaram a nos trazer outras pessoas que precisavam de ajuda especializada. Tivemos que abrir um consultório clandestino para cuidar de todos, a palavra se espalhou e quando percebi, várias pessoas tinham se juntado à causa. E isso serviu apenas para eu perceber que tudo seria em vão se continuássemos a fazer tudo escondido. Precisávamos tirar as pessoas do poder e colocar outras que fossem a favor da causa, só assim conseguiremos tratamento para todos e a total expulsão das pessoas que colocaram esse plano em prática. Teríamos que começar uma rebelião.

Minha irmã começou a insistir em voltar, nem que fosse por um tempo. Ela dizia que já fazia tanto tempo que não nos víamos que ela poderia esquecer de mim. Acabei aceitando tê-la por aqui no final de semana. É bom tê-la aqui, faz eu me lembrar que é para protegê-la e proteger as pessoas que amo que estou fazendo isso.

Estamos sentados na sala lendo livros, um ao lado do outro, quando ela me diz:

— Marcus, você acha que alguém pode nos ajudar?

— Sobre o que você está falando, Vanessa?

— Pessoas tipo super heróis que fariam as pessoas pararem de sofrer pelas ruas.

— Talvez pessoas assim existam!

Ela fecha o livro e começa a me encarar.

— Até quando vai esconder isso de mim?

— Isso o quê?

— Quando você saiu com os seus amigos eu fui no seu quarto para pegar um casaco seu para usar, seus casacos são melhores que os meus, e vi várias caixas de remédios e diagnósticos lá. Sem contar que eu sei que você adora parecer um herói, como os que aparecem em livros.

Tenho que encontrar um esconderijo melhor para aquilo.

— E você vai falar para eu parar?

— Não! Apesar de eu achar isso muito perigoso, sei que o nosso país precisa de alguém que faça isso. Mas antes de eu dar o meu completo aval eu preciso que você me prometa uma coisa.

— E o que seria, ó doce e gentil irmã?

Faço essa graça enquanto ela se levanta para ficar na minha frente e apontar o dedo para mim.

— Que você vai sair inteiro dessa, você está proibido de ser pego e de morrer.

Ela tenta fazer uma cara séria enquanto olha para mim. Eu acabo concordando, apesar de saber que sair impune disso é quase impossível, mas esse é o único jeito dela conseguir dormir direito hoje sem se preocupar comigo.

O final de semana se vai, levando consigo a minha irmã. Com sua partida eu começo a fazer planos mais radicais para a resistência. Apesar de não ser algo que eu normalmente aprovaria, teremos que fazer um ataque à prefeitura.

Vamos tomar o controle da cidade.

No mês seguinte as armas e máscaras que compramos já estavam prontas para usarmos, compramos também algumas bombas de gás. Na hora combinada estávamos dentro de uma van na frente da prefeitura, tudo aconteceu muito rápido. Nós descemos da van e corremos em direção a portaria rendendo os seguranças no processo, começamos a jogar as bombas de fumaça dentro da prefeitura. Quase tudo lá dentro estava coberto por uma cortina de fumaça, graças a isso uma situação inesperada aconteceu, um dos funcionários conseguiu usar a neblina a seu favor e fugiu, enquanto corria, ligava para a polícia federal. Corri para avisar aos outros que a polícia federal estaria a caminho e que teríamos que fugir, eles já estavam quase na porta do escritório do prefeito, mas tiveram que me escutar, pois não teríamos tempo para fugir depois.

Tarde demais, já dava para escutar os carros chegando. O ataque não foi bem sucedido e graças a isso e tivemos que fugir por nossas vidas.

Estávamos usando máscaras que cobriam todo o nosso rosto, isso tornaria difícil para a polícia federal nos identificar. A van estava em alta velocidade e tivemos que entrar em várias ruas diferentes para despistá-los. Somente quando chegamos no nosso consultório clandestino que paramos, descemos da van e entramos no consultório e começamos a olhar em volta para ver se todos estávamos bem e foi só aí que percebi que estava faltando alguém.

Matheus não estava no consultório, no meio da correria ele não conseguiu chegar na van, foi pego e nem percebemos. Com isso eu já sabia o que poderia acontecer, eu prometi que ele poderia jogar a culpa para mim, parece que agora estava na hora de cumprir a promessa. Eu pareço ser o único a notar, então mandei todos embora. Para a minha surpresa a Marcela, a mulher que me confrontou na nossa primeira reunião tentou me consolar.

— Eu sei que deu errado, mas não podemos desistir agora. Olha até onde conseguimos chegar, tenho certeza que conseguiremos na próxima.

Ela pensa que estou chateado com a falha do plano, aproveito que ela pensa assim e uso essa desculpa.

— Tem razão, vamos conseguir da próxima. Mas eu estou um pouco mal agora, então quero ficar sozinho.

— Tudo bem garoto, nós estamos indo. Não se preocupe, teremos cuidado no caminho.

— Marcela, posso te perguntar algo antes de você ir?

— Fala garoto.

— Se algo acontecesse comigo, vocês continuariam com essa resistência?

Ela dá uma risada baixa.

— Já me envolvi demais e provei o gosto de poder ajudar os outros. É viciante, não acho que sequer conseguiria parar.

Então falo a única coisa que está martelando na minha cabeça.

— Se algo acontecer comigo, você poderia cuidar da minha irmã no meu lugar?

— Poderia sim, cuidaria como se fosse a minha filha. Adeus Marcus!

Ela dá um sorriso triste que não chega aos olhos, parece que ela percebeu o que vai acontecer.

— Adeus Marcela, foi bom ter sido seu amigo!

A partir do momento que fico sozinho se passa dez minutos quando ouço barulho de vários carros parando na frente do consultório. Se ele me entregou, significa que deve ter conseguido sair vivo pelo menos. Fico feliz de saber que pelo menos a promessa que fiz com ele eu poderei cumprir, Vanessa ficará triste quando souber que quebrei a nossa promessa.

Consigo ouvir vários passos vindos do lado de fora, homens armados da cabeça aos pés derrubam a porta enquanto eu me coloco de joelhos esperando eles me renderem.

Sei que eles farão muitas coisas ruins comigo até finalmente chegar a hora da minha morte, tudo isso para mostrar a força deles e que não se pode ir contra o sistema. Mas passarei por tudo isso com um sorriso no rosto por saber que mesmo que eu morra, o movimento não vai parar. Isso se tornou muito maior do que eu e fico feliz de ter feito parte disso.

Pelo menos irei morrer por uma causa, morrerei por um país onde possamos viver livres dos assombros de nossas mentes e do mundo real.









8 Février 2021 05:42 25 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

Izzy Hagamenon Apenas uma jovem mulher que gosta de colocar seus sentimentos no papel, uma que tenta transmitir seu ponto de vista sobre o que acontece no mundo.

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Anne Claksa Anne Claksa
Olá! É um conto intenso e profundo. Eu consegui perceber a tensão do ambiente, a cada linha. Marcus foi corajoso em enfrentar um sistema, ele cansou de ver pessoas sendo controladas, por medicamentos e palavras sem sentido, cansou de ver seus colegas perderem os empregos e estarem sempre ameaçados de serem presos. Não queria mais viver naquele país, não queria que sua irmã continuasse vivendo naquele país. Por isso, decidiu lutar, junto com outros que também estavam fartos daquela situação, organizaram uma resistência, uma pena que o primeiro ato não deu certo. Olhando para Marcus, podemos até nos perguntar "mas, ele não tem medo de ser preso ou de morrer?". Sim, ele tinha medo, medo de deixar a irmã dele sozinha, mas, alguém tinha que dar o grito, fazer alguma coisa, ou então, nada iria mudar ou poderia até piorar. E foi muito corajoso da parte dele, assumir a culpa por tudo, caso os outros membros fossem pegos, era para dizer que a ideia foi dele. Tanto que Marcus foi preso e enquanto morria, não demonstrou nenhum arrependimento do fez, pois, tinha certeza de que o fez foi o certo. Parabéns pelo conto!!! Até a próxima!!!
March 24, 2021, 17:23

  • Izzy Hagamenon Izzy Hagamenon
    Obrigada por ter lido e gostado deste conto. Não sabe quanta felicidade eu sinto quando as pessoas entendem que ele também tinha os seus medos, mas seu desejo de mudança era maior. March 24, 2021, 19:43
Inkspired Brasil Inkspired Brasil
Olá, Izzy Hagamenon! Primeiramente, gostaríamos de agradecer a sua participação no #DistopiaBr! Ter vocês, autores, nos apoiando com suas histórias incríveis e participando ativamente deste desafio nos deixou realmente felizes. A Resistência já nos intriga a partir da sinopse. Um governo armando contra a população, usando medicamentos e desacreditando profissionais da saúde e os jogando de escanteio… Bom, esses elementos combinados certamente possuem um peso e tanto. Enquanto líamos a história, uma das coisas mais interessantes foi perceber o quanto o personagem principal foi mostrado como um herói idealizado. O cara que faz as coisas certas porque é aquilo que é o certo a se fazer e nada mais. O cara que luta por um mundo melhor e em troca quer apenas ver um futuro digno para as próximas gerações. Um cara que acredita e que sonha. Um cara que luta. No entanto, esse mesmo cara é aquele que perde no final. Bom, não tão literalmente assim, mas o que queremos dizer é que você mostrou o lado de quem luta, o desejo pela mudança, mas também mostrou o perigo que uma pessoa assim corre e que, por isso, ela precisa estar atenta e realmente disposta a fazer o que for preciso; porque os inimigos também farão o que for preciso, não é mesmo? E mesmo assim ele foi bem-sucedido pelo fato de estar disposto a tudo sem exigir nada e por ter conseguido conquistar outras pessoas para sua causa. Às vezes tudo o que precisamos é de um incentivo para lutar. E o Marcus foi o incentivo para muitas pessoas em sua história. O cenário de distopia é bem construído e traz uma pauta impressionante: a saúde mental. Ver profissionais dessa área da saúde sendo devidamente enaltecidos no decorrer da obra nos deixou de coração quentinho, afinal, são eles que nos ajudam a percorrer os caminhos mais sombrios da vida. E sem eles, o que seria de nós? A Resistência nos dá uma resposta arrebatadora. O caos distópico presente na narrativa nos deixa com o coração martelando enquanto tecemos o ambiente em nossa mente: pessoas andando a esmo nas ruas, sucumbindo às suas doenças e tendo como único apoio o governo, que prefere lançá-las ao vício do que estender a mão para ajudar com eficiência. Uma vez que psicólogos e psiquiatras estão proibidos de exercer suas funções enquanto se negam a serem condizentes com a trama do governo, qual será a esperança para um Brasil melhor em sua história? Apesar de apresentados de uma forma mais simples, sem tantos detalhes ou informações, os personagens possuem uma motivação forte e é perceptível que não são rasos. Criar um grupo de resistência, apesar de ser algo incrível, com certeza não foi uma decisão tão fácil assim para Marcus, que colocou a própria vida em jogo. Tudo pela causa. A saúde mental de todos dependia de profissionais decentes e o grande plano de Marcus conseguiu reunir as melhores pessoas para isso. Tendo seu, aparentemente, melhor amigo envolvido e alguém que já sofreu antes, por isso traria ainda mais responsabilidade para o protagonista. O sacrifício feito por Marcus, para proteger todos que aceitaram ajudar, sua família e amigos, não poderia ser em vão. Agora caberia a Marcela levar adiante seu "projeto". Já Matheus, para proteger sua família, deve ter cumprido a promessa que fez ao amigo com um gigante pesar. Apesar de ser uma história curta, com poucas cenas de interação entre os personagens, conseguimos ver a profundidade de cada um! A gramática e a ortografia da sua história estão muito boas, no entanto encontramos algumas coisinhas que provavelmente passaram despercebidas por você. Entretanto, não foi nada que incomodasse a leitura ou que a atrapalhasse. Gostaria, aqui, de dar um destaque para a linda construção de diálogos que você fez nesta história. Você abriu mão dos incisos e colocou os diálogos direto, sem interrupção do narrador nem mesmo para avisar quem estava falando, e isso deixou o texto tão leve e fluído, que era como se estivéssemos presenciando as conversas se desenrolando. Parabéns de verdade por isso e, em principal, por ter executado essa técnica sem deixar os diálogos confusos. Sua obra tem uma premissa criada e desenvolvida de maneira inteligentíssima, que coloca sob os holofotes um tema com o qual temos de tomar cuidado dobrado, uma vez que é pouco pautado, quando não visto de maneira errada, apesar dos tempos caóticos nos quais vivemos. Cuidar da nossa saúde mental é importante, psicólogos e psiquiatras são profissionais indispensáveis, e você conseguiu dar o tom certo à sua narrativa para que levasse o leitor a essa conclusão. Parabéns, Izzy, por sua criatividade e trabalho em criar e desenvolver A Revolução. Obrigada pela sua participação, foi muito bom poder contar com você neste desafio e esperamos poder vê-la em outros. Os resultados serão divulgados em breve nas nossas mídias sociais. Fique de olho e boa sorte!
March 06, 2021, 21:45
Marianna Ramalho Marianna Ramalho
Absurdo esses autores talentosos que fazem eu me apegar aos personagens em uma leitura de 13 minutos. Estou profundamente triste! Só consigo pensar na irmã dele recebendo a notícia, poxa. Triste, triste, triste, sou incapaz de pensar no que dizer pra sair um comentário "normal" kkkkkkkk Coisas com irmãos me afetam demais, aff, pausa pra beber uma água e engolir minha tristeza. (Eu tô inconsolável aqui sendo que nem vi o Marcus morrendo, sei lá, vai que as coisas dão certo depois, né. Me deixe sonhar, vou ficar com esse headcanon hahaha) Eu tô fazendo drama aqui mas achei o final super pertinente com o tema da história, achei bom demais, combinou. Quem quer que estivesse esperando outra coisa, se iludiu sozinho (eu). Espero ao menos que a resistência tenha conseguido continuar e tenha sido vitoriosa apesar de tudo. Parabéns pelo texto <3
March 05, 2021, 19:01

  • Izzy Hagamenon Izzy Hagamenon
    Olá, Jupiter! Muito obrigada pelo elogio <3 Sei que deixei um final triste, mas quis que fosse realístico. Quanto a irmã dele, não se preocupe, ela ficará triste, mas sabe que ele se foi sendo um herói para todos e isso trará orgulho o suficiente para ela não ficar tão mal. A resistência continuará enquanto pelo menos um deles permanecer de pé, o Marcus foi a luzinha necessária para que esse desejo continuasse firme no coração de todos. March 05, 2021, 19:16
A Louca dos Cavalos A Louca dos Cavalos
Oiee <3 Só a sinopse da história você já sabe que vai ser algo maravilhoso, uma pena que o governo brasileiro seja tão desgraçado mas vamos ver o que você tem preparado para o Brasil. Gosto muito desses personagens resistência, é bem aquilo. Se fere minha existência eu serei resistência. Na minha história isso não se aplica mas na sua aplica bem. Psicologia é um bagulho sério. A TV realmente faz parecer isso eu sei por que na minha história temos está mesma situação. Mds, nem me fale de ditadura que já começo a desesperar, tão horrível! Você conduzindo a sua história tão bem, a minha deve estar uma coisa louca que nem eu aguentei, kkk. Tá muito gostosa de ler sua história, tô achando fascinante. Acho bom o Marcus escrever uma carta para irmã, seria bom ele ao menos se despedir dela. Acho lindo esses irmãos protetores <3 Pior que esse negócio de fazer algo colocando a culpa em outra pessoa desenrola muito, o povo tem medo mas se é pra culpar outra pessoa, vamos fazer tudo que a gente não teve coragem. Esse problema de vício que os medicamentos do governo acarretou nos pacientes, foram tipo os negócios da Cloroquina que acabou desencadeando outros problemas nos que utilizaram neh? Amo essa revolta de poder por que é só assim pra as coisas mudar mesmo, sei disso por que fiz na minha história. Acertamos nisso \o/ Você com sua rebelião e eu com minha revolução e todos conseguiram o mesmo resultado! <3 Eu amei essa relação de irmãos, eu admiro relações belas de irmãos por que não tive muita sorte em ter uma assim. Invasão de prefeitura e eu só vejo cena de filme policial, série policial, assalto a banco, crime, aaahhh tudo muito legal <3 Adorei essa resposta da Marcela. Novamente "Se fere a minha existência, eu serei resistência." NOSSA GENTE. QUE SURPRESA. AÍ ME JULGUE MAS AMEI ESSE FINAL, TECNICAMENTE EM ABERTO. Gostei muito, achei que ia ter mais e não, acabou, poxa. Ficou muito bom. Gostei bastante. Nossa não tenho nem o que falar. Você construiu ela tão leve e gostosa, foi bem bacana. Será que o Matheus foi morto? Mesmo jogando a culpa no Marcus? E ele jogou mesmo a culpa no Marcus. Mds. Mas não sei sabe, acho que sou retraida com esses atos de heroísmo, não sei se consigo me sacrificar por alguém, a não ser mãe neh que a gente não consegue deixa sofrer se pode fazer algo para salvar. Parabéns, muito ótimo sua história. Foi uma leitura bem gostosa eu que tenho um cu doce do tamanho do mundo pra ler obras acima de 2.500k online. Muito bom te acompanhar nesse desafio, não lembro se li sua obra no de Mitologia Grega. Bjss de cavalinhos <3
March 03, 2021, 05:18

  • Izzy Hagamenon Izzy Hagamenon
    Hello, fiquei muito feliz de ter gostado tanto da minha história <3 Também adoro irmãos protetores e heróis que estão dispostos a fazer todo o possível por uma causa, então, por que não juntar os dois na mesma pessoa? Fiz um final aberto para poderem imaginar o que aconteceu depois disso, se o grupo sobreviveu e conseguiu ganhar essa guerra que travou com o governo, como a irmã reagiu quando soube, se Matheus está vivo, e várias outras coisas kkkkkkk A minha obra no desafio de Mitologia Grega foi sobre Afrodite: Afrodite descobrindo o amor. March 03, 2021, 13:45
Arnaldo Zampieri Arnaldo Zampieri
"...É muito mais fácil controlar pessoas que precisam de você..." Seu conto é tão impactante, foi conscientizador e me fez refletir demais. Você usa muito bem as frases de impacto. Eu tô muito feliz por ter lido. Vou acompanhar sempre .=)
March 02, 2021, 19:16

  • Izzy Hagamenon Izzy Hagamenon
    Muito obrigada por ter gostado tanto do meu conto Arnaldo <3 Fico feliz que consiga refletir lendo algo que eu escrevi, e que tenha gostado das frases de impacto também. Espero que goste e reflita com os meus outros textos também. March 02, 2021, 19:27
 Silva Silva
Um conto forte com um desfecho melancólico, mas condizente. Todo o conceito estabelecido no título e na sinopse se fizeram bastantes presentes de um jeito bem estruturado. Você teceu magistralmente o que é ser resistência. O Marcus lutou, até o fim.
March 02, 2021, 00:43

  • Izzy Hagamenon Izzy Hagamenon
    Fico feliz que gostou Silva! Quis fazer um final assim para casar melhor com o tema da história, uma revolução não acontece da noite para o dia e é quase impossível que tudo corra bem a todo momento. Quis mostrar alguém forte, que usa tudo a seu favor, inclusive a própria vida pelo o bem que essa resistência traz para a população. Que bom que consegui mostrar a luta do Marcus, obrigada por ler. March 02, 2021, 03:12
Alexis Rodrigues Alexis Rodrigues
Nossa, Izzy, que medo dessa distopia ;-; um mundo onde a população está viciada demais para se importar com o que os governantes fazem é terrível ;-; achei a sua ideia incrível e aterrorizante. Sabemos que há muitos psiquiatras e psicólogos que não exercem direito sua profissão, mas imagino que aqueles que são éticos e coerentes ficariam entre a cruz e a espada ;-; parabéns pelo conto ♡
March 01, 2021, 23:28

  • Izzy Hagamenon Izzy Hagamenon
    Muito abrigada por ter lido e gostado Alexis! Eu fiquei com medo da minha própria ideia quando a tive, quando pensei em como seria a vida das outras pessoas desta distopia, das pessoas que não tem profissionais da saúde na família para ajudar. Não sei se desenvolvi bem, mas mesmo assim, tenho orgulho desse conto. March 02, 2021, 03:07
Jade Wu Jade Wu
Autora, você sempre me surpreende com a qualidade do trabalho que você faz. História incrível, gramática incrivel, personagens fantásticos. Poderia ficar o dia todo tecendo elogios para você. Acompanho tudo que você faz, maior fã. Boa sorte no desafio, (não que você precise.). Se um dia te encontrar, tenho uma página no meu caderninho guardada para o seu autografo.
March 01, 2021, 21:31
Isís Marchetti Isís Marchetti
Confesso que eu fiquei bem surpresa com o rumo que as coisas tomaram, quem poderia imaginar! A ideia de viver preso dentro de si mesmo e não puder fazer nada, muito menos algo relacionado a sua profissão seria praticamente uma ofensa se ficassem quietos e não tentassem nada. Obrigada por participar do desafio e por esse projeto fantástico. Abraços.
February 28, 2021, 03:16
Alex Lorenzo Alex Lorenzo
É uma ideia bem realista sobre o sistema, sobre resistência ao sistema. Parabéns pelo conto.
February 19, 2021, 22:28
Perfil Inativo Perfil Inativo
Toda revolução começa com perdas. Mas o legado que fica é maior. Gostei muito da história, boa sorte no desafio! :)
February 14, 2021, 13:10
Karimy Lubarino Karimy Lubarino
Olá! Tudo bem? Caramba, durante a empolgação do início da invasão, jamais imaginei que as coisas pudessem terminar dessa forma. Confesso que pensei que eles conseguiriam. Achei bastante interessante, no entanto, essa visão realística das: por mais que ele quisesse ser um herói, se comportasse como um e fosse até visto como um pela irmã, no fim das contas a realidade nua e crua de que ele é apenas uma pessoa veio com tudo pra cima dele. O que realmente consola é que ele deixou o ideal e pessoas com garra pra trás.
February 09, 2021, 15:50

  • Izzy Hagamenon Izzy Hagamenon
    Que bom que gostou desse realismo. Eu não queria que tudo funcionasse de primeira, isso não acontece na vida real. Ele nunca foi um herói imbatível, mas foi um homem que quis proteger a todos usando tudo que ele tinha, inclusive a vida. E para eles, foi isso que o tornou um herói. February 09, 2021, 15:59
CC C Clark Carbonera
Nossa, foi uma revolução mesmo isso aí! Temeroso como essa ideia poderia ser posta em prática (até porque o atual presidente tem tentado encerrar programas de saúde mental no SUS) ~ olha o arrepio aí minha gente Vi que a história não vai ter um segundo capítulo, mas na minha imaginação fofonilda eu vou fazer Marcus sobreviver e continuar na resistência :*
February 09, 2021, 15:12

  • Izzy Hagamenon Izzy Hagamenon
    Ele sempre estará vivo no coração daquelas pessoas, afinal, ele foi a chama necessária para que essa revolução acontecesse. <3 February 09, 2021, 16:02
Erick Velasco Erick Velasco
A realidade em que se passa o conto deve ser realmente assustadora, se já é difícil conviver em sociedade com pessoas que estão com a consciência relativamente no lugar, imagina um lugar onde as pessoas não podem ter acompanhamento psicológico nem remédios pra controlar suas crises
February 09, 2021, 04:14
𝐏𝐒𝐘𝐂𝐇𝐎𝐂𝐀𝐓 . 𝐏𝐒𝐘𝐂𝐇𝐎𝐂𝐀𝐓 .
Oi, Izzy! Antes de mais nada, muito obrigada por ter se juntado a gente no DistopiaBR. Eu amei ler sua história, uma vez que quero me formar como psicóloga, e privar o povo da própria saúde mental foi uma ideia genial para a criação de uma distopia. Meus parabéns pela criatividade, e por ter criado uma verdadeira revolução baseada nisso! Sua história foi incrível, e fiquei ansiosa para ler assim que terminei a sinopse. A gente se vê novamente muito em breve! Um abraço.
February 08, 2021, 23:36

Henrique Carvalho Henrique Carvalho
Uau! Assim como na vida, a inconsequência dos governantes da sua história leva o país ao caos! Espero que na vida real não chegue a esse ponto!
February 08, 2021, 23:22
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