saaimee Ana Carolina

3 estórias em 1. Sobre encontros e desencontros. ------------------------------------------------------------------- → Capa tirada do site: pixabay.


Histoire courte Tout public. © Todos os personagens aqui pertencem a mim e TsukiAkii. Portanto postar/reproduzir esta estória em qualquer página sem a minha autorização é completamente proibido. Plágio é crime e eu tomarei providências.

#curta #amizade #homossexual #estudos #família #fofo #3-estórias
Histoire courte
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Capítulo único

Arrastando as meias pelo chão de madeira, a garota coçava os olhos com as mangas largas de sua blusa. Com um bocejo cansado, ela adentrou a cozinha sendo recebida pelo cheiro caloroso e o olhar pesado do homem que coava o café na pia.

— Bom dia – ele falou com o rosto ainda inchado, a vendo abrir o largo sorriso em resposta.

Sunny sempre acordava assim, contente. Seu sorriso era a maior qualidade e um presente que ajudava a manter o espirito vivo dentro deles não importava a situação.

— Fuzhu ainda tá dormindo? – Perguntou fechando a jarra e, se virando, caminhou até a mesa onde colocou o líquido em sua caneca.

— Tá... Eu ia acordar ele, mas achei melhor esperar um pouquinho – pegando o leite na geladeira respondeu, antes de se virar e ir até a mesa se sentar com ele.

— Por que?

— Ele foi dormir muito tarde ontem.

— Sério? Acho que dormi cedo demais.

— Você dormiu na hora que deitou – comentou rindo o fazendo balançar a cabeça, tomando um gole do café. — Acho que já era uma hora da manhã quando ele entrou no quarto.

A explicação foi dita em um tom pensativo que atraiu os olhos de Kalevi. Suas sobrancelhas se levantaram surpreso por saber que o jovem ainda conseguia dormir tão tarde depois de passar o dia todo fora.

Parte dele estava feliz de saber como Fuzhu se esforçava todos os dias para estudar, mas a outra parte se preocupava com a rotina pesada que colocava sobre si mesmo. Não era saudável, mas não havia como fazê-lo mudar de ideia.

Afastando a xícara, pensou sozinho vendo a garota abrindo o pote de biscoitos. Foi aí que sua ficha caiu. Seus olhos correram para o rosto dela e suas sobrancelhas se uniram a vendo beber o leite.

— E como você sabe disso?

A pergunta foi rápida. Rápida demais para pega-la de surpresa e fazer seus grandes olhos azuis se arregalarem o olhando por cima do copo, se entregando como culpada.

Afastando o copo, sorriu como se já estivesse tentando pedir desculpa com seu jeitinho carinhoso. Foi difícil para ele manter o rosto sério a julgando.

— Eu me distrai lendo.

— Sunny...

— Mas eu tava indo dormir! Eu tinha ido no banheiro e quando voltei vi ele entrando no quarto – Kalevi suspirou pesadamente ao ouvir a desculpa. Queria ficar bravo, mas, naquele ponto, já tinha a perdoado. — Foi só ontem.

— Você disse isso na segunda também – retrucou enquanto ela ria baixinho comendo o biscoito. — Eu nem vi ele entrar... Ele tá precisando descansar.

— Mas as provas estão chegando.

— Semana que vem, né?

— É.

Kalevi assentiu virando a cabeça para olhar o calendário pendurado na porta da geladeira. Seus olhos mediram os dias e logo se voltou para ela novamente.

— Então no final de semana que vem, a gente leva ele pra sair.

— Pro campo?!

— É... Naquela montanha que ele gosta de visitar.

Kalevi falou arrastado por causa do sono, mas suas palavras foram o suficiente para fazer a garota levantar os braços comemorando. A animação dela contagiou seu peito, fazendo o mais velho sorrir.

Era difícil seguir a vida que levavam longe das pessoas e com pouco movimento para receberem altos lucros na loja. Tudo para eles era na base da simplicidade, mas o rapaz estava feliz de conseguir manter os dois contentes dentro do possível e não deixar faltar nada.

Eram três amigos morando juntos, mas quem quer que os olhasse pensaria que eram irmãos.

— A gente precisa levantar as caixas – tomando mais um gole do café, falou um pouco mais sério. — O carregamento passou.

— Já?!

— Hm... Era umas cinco horas.

— Eu nem ouvi... – Sunny falou surpresa, Kalevi riu sem mostrar sorrisos.

—Ah, mas será que é porque alguém resolveu dormir tarde ontem? – Sua acusação a fez inclinar a cabeça para o lado dando uma risadinha inocente. — Mas não é muita coisa. Eles resolveram trazer só a parte do final dessa semana. O resto eles trazem na segun-

— Bom dia...

Interrompendo a conversa, Fuzhu adentrou a cozinha, falando devagar e passando por eles como um zumbi em direção ao armário.

— Bom dia!

— A gente te acordou? – Kalevi questionou esquecendo completamente do que falava.

— Não... – pegando a jarra e enchendo a xícara com café, respondeu ainda tentando manter os olhos abertos. — Meu celular fez isso.

— Ah... – resmungou concordando e logo notou as roupas que o jovem estava vestindo — Tem aula hoje?

— Não, mas preciso pegar alguns materiais pra estudar – tomando um longo gole respondeu, deixando um suspiro barulhento escapar de seus lábios. — Vou na biblioteca e provavelmente só volto à noite.

— Fuzhu... Tá se esforçando demais.

A reação de olhos revirados era tudo o que Kalevi não queria ver, mas ele não podia evitar de mencionar isso. Odiava pegar no pé do rapaz, mas era necessário mantê-lo ciente da situação.

— É o que se faz quando quer tirar nota – apoiando a cintura na pia, reclamou.

— Tô pedindo pra você ir com calma.

— Eu sei meu limite.

— Que bom... – Resmungou, assentindo, sem querer começar uma discussão tão cedo.

O silêncio caiu logo em seguida. Não foi a intenção de ninguém, mas aconteceu. Sunny sentada no meio deles olhava nervosamente para o copo de leite pensando no que deveria dizer, Kalevi encarava as mãos se perguntando se tinha sido rude demais e Fuzhu terminava o café se amaldiçoando por não saber falar de seus sentimentos com ninguém.

Suspirando alto o suficiente para todos olharem em sua direção, Fuzhu colocou a xícara na pia antes de se virar para eles.

— Precisam de algo na cidade? – Caminhando até o meio da cozinha perguntou os fazendo pensar. — Já que vou demorar, eu posso aproveitar.

— Acho que não tá faltando nada aqui, tá? – Kalevi perguntou vendo Sunny balançar a cabeça.

— Não...

— Ah... – suspirando irritado, coçou a nuca. Era terrível falar sobre coisas quando eles não entendiam sua mensagem. — Eu tô falando de vocês, não da casa – resmungou, desviando o olhar. — Vocês querem algo?

Foi só então que os dois entenderam a intenção do jovem. Fuzhu era péssimo com as palavras, mas amava eles do jeito dele.

Desesperados para não decepcionar o jovem, ambos começaram a pensar no que quer que poderiam dizer. A agitação deles gritava seus pensamentos na cara de Fuzhu que só conseguiu derrubar os ombros, envergonhado.

— Morango! – Sunny finalmente falou, quase pulando da cadeira. — Eu quero fazer um doce que vi ontem no youtube.

— Só precisa de morango?

— É.

— Não é igual aquele café, é? – Desconfiado, Kalevi perguntou a encarando. — A gente só perdeu tempo e não saiu nada.

— Não! O resto tem aqui em casa.

— Ah...

— E você?

A voz calma atraiu os olhos do mais velho. Ele não sabia o que dizer. Tudo o que queria era que Fuzhu voltasse cedo e tivesse uma boa noite de sono, mas sabia que se dissesse isso o irritaria de novo.

— Hm... Bolo.

— Que- Sério?

— É... Aí eu faço um daqueles chás que você me ensinou e quando você chegar a gente come.

A explicação fez os olhos pequenos do rapaz se arregalarem e suas bochechas pálidas ficarem rosadas. Era ridículo como o jeito simples de Kalevi acertava seu coração gelado. Odiava isso, porque não sabia lidar com a felicidade.

— Vocês são um saco – pegando a mochila jogada no canto, resmungou sendo observado pelos olhos confusos. — Eu vou tentar não demorar muito. Mas não prometo!

— Yay!

— Tchau! – Saindo sem olhar para trás, seguiu seu caminho ouvindo as vozes se despedindo no fundo.

O garoto precisava pegar dois ônibus para chegar a cidade todos os dias e sempre aproveitava o caminho para tentar descansar. Hoje, entretanto, ele não quis apoiar a cabeça no vidro e dormir. Hoje, seus olhos brilhavam olhando pela janela enquanto pensava em qual bolo deveria comprar para eles. A parada brusca o lembrou que ainda precisava lidar com as provas se aproximando e passar o máximo de tempo que pudesse hoje estudando.

Passando pelas pessoas no corredor, desceu os degraus, sendo recebido pelos sons altos da cidade que o fazia ser grato por morar em uma praia há quilômetros de distância dali. Foi pensando nisso que deu um passo à frente e sem notar tropeçou colidindo seu corpo com o de outra pessoa que passava, derrubando a mochila no chão.

— Eita... – a jovem resmungou dando um passo para o lado.

— Desculpa.

— Tá tranquilo. Quer ajuda?

— Não. Valeu.

Ela o olhou se abaixar e, sem querer atrapalha-lo, se afastou. Resolvendo seguir seu caminho ao lado da amiga enquanto o rapaz pegava as coisas no chão.

— Tá meio cedo pro pessoal tá apressado assim – comentou incomodada, fazendo a jovem do lado sorrir apesar de se sentir ligeiramente triste pelo rapaz. — Tava com cara de quem ia estudar.

— Eu pensei isso também.

— Isso que dá deixar as coisas pra última hora – afirmou, passando a mão pelos cabelos vermelhos com uma expressão cheia de si no rosto. — Por isso que a gente estuda antes.

— A gente?

— É! Você estuda e me faz querer estudar – explicou rindo, abraçando o braço da menor. — Se não é por você Leone, eu já tinha desistido disso.

— Não deveria – falando no tom mais sério que conseguia, apontou, segurando sua mão. — Você tem preguiça, mas é ótima em tudo o que faz.

— Para! – Quase gritou, envergonhada, fazendo a outra rir. — A gente veio descansar no shopping, não ficar trocando elogios.

— Você quem começou.

— Mas não é pra você continuar!

Rindo uma da outra, elas seguiram o caminho para dentro do shopping movimentado.

Elas, assim como Fuzhu, também estavam se preparando para a semana de provas, porém de forma diferente. Tinham decidido que estudariam o máximo possível, mas não deixariam de aproveitar a semana sem aula. Por isso, passavam a parte do dia distraindo suas cabeças com passeios e descansos e pegavam pesado nas leituras durante a noite.

— Sorvete? – Leone perguntou assim que passaram pela barraca na entrada do shopping. Akaji, ainda agarrada ao seu braço, assentiu.

— Quero. Tenho que pagar?

— Não – riu do jeito irônico como sua voz sempre soava, — fica na minha conta. A noite você paga o jantar.

— Vamo comer lanche de novo, então.

— Eu não tô reclamando.

Com os cones nas mãos e sorrisos nos rostos, elas seguiram, se sentando no primeiro banco de madeira que acharam. Era sempre divertido ver como Akaji encontrava lugares para descansar antes mesmo delas se cansarem. Era quase uma habilidade especial.

Por outro lado, ela não tinha qualquer habilidade com delicadeza e antes de começarem a aproveitar os doces, a maior já estava se lambuzando e gritando consigo mesma. Nisso Leone era experiente, sempre com um lenço pronto para oferecer a quem precisasse.

— Leo... Leo! – No meio do descanso, Akaji chamou em um grito sussurrado.

— O que?

— Disfarça e olha pra loja de brinquedos ali do lado.

Com calma, a jovem se virou olhando para os lados como se não quisesse nada até finalmente encontrar o ponto indicado. Viu as vitrines coloridas com pelúcias, algumas crianças de mãos dadas com as mães e um segurança ao lado da entrada.

Observou tudo sem conseguir entender o motivo da euforia. Se virando novamente, olhou para a amiga que disfarçava seu interesse olhando para os lados.

— O que tem?

— O segurança, Leone!

— Ai, Akaji... – balançando a cabeça descrente com o motivo, ela riu.

— O que?! Olha pra aquilo tudo! Meu Deus...

— Toma seu sorvete e para de babar nos outros.

— É... porque isso é só o que eu vou pegar hoje mesmo.

O homem não tinha notado as risadas e menos ainda os olhares das jovens em sua direção, mas tinha notado o horário marcado em seu relógio fazendo um suspiro aliviado cortar seus lábios.

Tinha visto tantos rostos, ouvido tantas conversas, mas não conseguia se aguentar de vontade de ver um único sorriso.

Caminhando lentamente para dentro da loja, ele se guiou até a sala dos funcionários. Em seu armário se trocou, guardando tudo em sua mochila e, caminhando para fora novamente, se despediu dos colegas que começavam o novo turno.

Seu caminho de volta para casa foi lento acompanhado de passos pesados e rosto cansado que imploravam por horas deitado embaixo dos cobertores. Quando tinha aceitado fazer os turnos extras, soube das consequências que traria para seu dia a dia.

Olhando as pessoas seguindo para o horário de almoço, se lembrou das conversas que teve com o namorado antes de começar o trabalho pesado. O rapaz se repetiu diversas vezes dizendo que não precisava e que dariam um jeito se as coisas ficassem difíceis. Mas Slash não pôde evitar. Era uma oportunidade que ajudaria seus planos futuros.

Yuzuke acabou cedendo no final, tendo que concordar com a solução. Entretanto, agora, Slash se sentia terrível. Ter que ficar a noite toda em claro e esperar até o meio dia para estar livre era difícil, mas o pior era que, por causa desses horários, ele estava há cinco dias sem ver o namorado. E ainda teria que aguentar mais uma semana nisso.

Mais alguns passos, mais alguns suspiros e ele finalmente chegou em casa.

Com o corpo pesado empurrou a porta e quase sem vontade a fechou. Outro suspiro, mas dessa vez seus olhos não se fecharam. Em suas narinas não foi o cheiro frio que sentiu, mas o calor de almoço sendo finalizado.

Assustado, ele se virou, olhando pelo corredor e, quando pensou em chamar pelo nome em sua mente, viu o rapaz correndo em sua direção.

Em um abraço forte que quase o derrubou, sentiu o corpo quente do namorado afastando todo o frio da solidão para longe dali. Seu coração disparou. Não esperava que conseguiria vê-lo hoje, nem amanhã, nem em uma semana.

Demorou alguns minutos para sua ficha cair e finalmente entrelaçar o jovem em seus braços num abraço apertado como não fazia há dias. A felicidade e a segurança o tomou por completo sentindo-se finalmente em casa.

Yuzuke se afastou com dificuldade, olhou em seu rosto e sorriu com olhos brilhantes de lágrimas.

— Oi.

Slash sorriu. Acariciou seu rosto com as pontas dos dedos garantindo que era real e tocando suas testas, falou:

— Oi.

15 Juin 2020 18:50 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

Ana Carolina Mãe de 32 personagens originais e outros 32 adotados com muito carinho, fanfiqueira nas horas vagas e amante das palavras em período integral. Apaixonada demais e, por isso, sou tantas coisas que me perco tentando me explicar. Daí eu escrevo. ICON: TsukiAkii @ DeviantArt

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