raenov Raíssa Novaes

Costa Dourada é uma cidade esquecida que abriga os mais enigmáticos moradores e nem os jovens populares do colégio Millenium escapam dos antigos segredos de suas famílias e os deles mesmos, especialmente quando uma garota para vingar um amigo, se infiltra entre eles e começa a expor seus desejos mais profundos.


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Começo do Fim

Era uma tarde antes do primeiro dia do terceiro ano quando Nick, que é como seus amigos o chamam, foi para a delegacia após provocar um acidente no parque da cidade de Costa Dourada. Ele estava sentado na cadeira perto da saída, olhando fixamente para a parede branca com seu celular em mãos, à espera de que seu melhor amigo tivesse recebido sua mensagem. A delegada se aproximou e ficou de pé em sua frente e então Nick suspirou.

— Você está aqui de novo?! O que você fez dessa vez? — ela perguntou.

Ele olhou para ela e encostou suas costas na cadeira arrumando sua coluna e em seguida abaixou a cabeça olhando para as mãos. Ela então pegou a ficha policial que estava acima da bancada da recepção, seus olhos percorreram as letras com muita atenção e ela se virou para ele.

— Dano ao patrimônio público Nicholas? — A decepção é evidente em sua voz — O que está acontecendo com você? — Nick levantou a cabeça e olhou fixamente para a figura que lhe foi tão presente na infância.

— Eu não estou no clima para ouvir sermão. — disse Nick bufando.

— Te dar um sermão não adiantaria de nada agora, só você pode se salvar disso. Seu pai ficaria decepcionado.

— Não teria nem como você aliviar a minha barra? — ele perguntou com a sobrancelha arqueada.

— Nicholas olha para você! Destruiu a sua moto e uma estátua do parque, teve muita sorte de não ter tido mais que esses arranhões. — Ela pegou a mão dele e o mostrou os cortes e então se sentou ao lado dele com a ficha em mãos. — Eu sei que você está sofrendo, mas não vai te ajudar fazer as pessoas que te amam sofrerem também.

— Eu não estou fazendo ninguém sofrer, isso é coisa da sua cabeça Diana. — Nick disse exausto enquanto se levantava da cadeira e colocava as mãos ao redor da cabeça.

— Eles não se importam com você e você sabe disso. Onde eles estão agora que você está aqui?

Naquele instante a porta da delegacia se abriu e três pessoas entraram, duas delas Nick conhecia muito bem. Toby Ackel que é seu melhor amigo desde a infância e quem normalmente o livrava dos problemas que ele arruma graças ao advogado de sua família. Nick percebeu que Toby caminhava mais lentamente para deixar Sara, sua ficante e melhor amiga caminhar na frente agitando seus longos cabelos dourados.

Diana também se levantou e mudou para uma postura mais ereta mostrando sua imponência. Toby e Sara se posicionaram na frente dos dois, porém, longe o suficiente para não se tocarem, como se tivessem que manter distância um do outro. Esse ato faz Nick rir baixo, enquanto o advogado os acompanhava logo atrás.

— Olá Diana, já faz algum tempo. — disse Toby com um grande sorriso branco. — É sempre um prazer revê-la.

— Para você é só a delegada Mendes. — disse Diana enquanto Nick se aproximava de Sara e ela começava a acariciar sua mão.

— Viemos te resgatar. — Sara sorriu e passou a mão pelo cabelo louro escuro de Nick.

— O que você estava dizendo, delegada Mendes? — perguntou Nick com tom debochado.

Diana fechou a expressão e observou o advogado dar um passo à frente com sua maleta marrom com as iniciais K.F. em uma linha dourada. Ela não entendia o porquê de um advogado colocar seu próprio nome e sobrenome em uma maleta personalizada que poderia facilmente ser roubada por alguém que tivesse más intenções. Percebeu também que a sua presença lhe era estranha já que das outras vezes viera outro advogado liberar Nicholas da delegacia.

— Boa tarde, me chamo Kevin Fenton. Eu gostaria de resolver a questão do Nicholas o mais rápido possível. — disse Kevin diretamente a Diana que se virou para a direção dele contrariada.

— Não é com essa atitude que resolvemos as coisas nessa delegacia. — disse ela, enquanto Toby deu um leve pigarro e Kevin assentiu com a cabeça para ele.

— Entendo completamente delegada, mas como nós dois sabemos o jovem Nicholas não tem antecedentes criminais já que sua autoridade fez questão de não os registrar no momento que aconteceram. — disse Kevin e Diana engoliu em seco. — Desta forma ele ainda é um infrator de primeira viagem e por ser menor de idade não pode ser preso, então não vejo motivo para mantê-lo aqui.

Naquele momento, outras pessoas que estavam trabalhando na delegacia e os amigos de Nick olharam para ela à espera de uma reação. Ela havia sido exposta pelo advogado dos Ackel, como poderia manter a promessa de proteger Nick se ele já estava tão afundado nas questões daquela família e agora todos ali já sabiam o que ela fazia das outras vezes. Nessa situação Diana percebeu que precisava deixar ele lidar com as consequências de suas escolhas.

— Tudo bem, vamos à minha sala. — Ela disse a Kevin — E vocês fiquem sentados aí. — disse aos adolescentes que a encaravam estagnados.

Alguns minutos depois os jovens amigos e o Sr. Fenton saíram e foram em direção a seus carros que estão estacionados logo à frente da delegacia. Toby fez sinal para que Sara entrasse no carro, ela revirou os olhos e ficou parada segurando a porta traseira aberta. Então Nick se aproximou dela e colocou uma das mãos em suas costas notando o quanto ela estava tensa. O Sr. Fenton deixou a maleta dentro de seu carro e se aproximou de Toby.

— Ele vai ter que fazer alguns serviços comunitários. — Mr. Fenton diz a Toby. — A moto dele será liberada amanhã de manhã, mas aviso que precisa de reparos. Enquanto ela não for reparada você não pode utilizá-la. — Ele olha para Nick que assentiu com a cabeça.

— Obrigada Kevin, você fez um ótimo trabalho hoje. — Toby estendeu a mão para um aperto a Sr. Fenton e ele o fez.

— O que seria de nós sem as suas confusões e dos seus amigos, hein?! — Kevin disse sorrindo.

Neste momento Sara e Nick entraram no banco de trás do carro de Toby.

— Você seria um cara desempregado. — respondeu Toby enquanto entrava no banco do motorista e Kevin deu risada caminhando para entrar em seu respectivo carro.

Toby dirigia em direção a casa da colina enquanto Sara cantava a música que tocava no rádio e Nick estava com o braço ao redor de seu pescoço.

— Por que você demorou tanto? — Nick perguntou a Toby e Sara parou de cantar.

— Meus pais não queriam liberar o advogado, então eu tive que pagar os serviços do Kevin. — Toby disse sem tirar os olhos da estrada.

— Então toda a demora para você me buscar era por isso? — Sara indagou e Toby olhou para ela pelo retrovisor.

— De qualquer forma eles pagaram já que o meu dinheiro é deles também. — Toby explicou e parou de olhar para os dois.

— Muito obrigado, cara! Se não fosse por você eu não teria saído de lá tão cedo. — disse Nick colocando a mão no ombro do melhor amigo.

— Vê se tem mais cuidado para não ser pego da próxima vez. — Toby falou e Sara se desvencilhou do abraço de Nick.

— Acredito que ele não tinha como não ser pego já que voou em cima de uma estátua.

Nick a encarou e sussurrou.

— Agora não.

— Ele entendeu o que eu quis dizer. — Toby revirou os olhos e Sara se encostou no banco olhando para a paisagem fora da janela que mostrava inúmeras casas de estilo europeu e árvores enormes com uma folhagem esverdeada.

Toby aumentou o som do rádio e ela começou a cantarolar novamente enquanto Nick fechava os olhos e o resto da viagem aconteceu sem mais conversas, apenas a melodia da música e a voz de Sara.

***

As cortinas da janela bem à frente de Eva balançavam com o ar frio que entrava e acariciava seu rosto. "Esse é um ótimo lugar para ficar nessa sala", pensou ela, até que a coordenadora chegou com os arquivos de seu histórico escolar na mão. A coordenadora fechou as persianas da janela e Eva suspirou, já que agora ficará muito mais tensa do que já estava, então ela se sentou na poltrona à frente de Eva e abriu um sorriso.

— Encontrei seus arquivos. — disse ela os tirando do envelope. — Está ansiosa?

Eva arqueou a sobrancelha sem entender.

— Ah! Desculpe, sobre o seu último ano de ensino médio é claro. — A coordenadora complementou.

— Eu estou sim... só quero que termine logo assim eu posso ir para faculdade. — Eva disse enquanto se ajeitava no assento e sorria.

— Vou te dar um conselho, aproveite o seu último ano e os seus amigos também porque para ser sincera depois daqui as coisas vão ser bem diferentes. — disse a coordenadora olhando para os olhos de Eva.

— Meu nome é Jéssica e eu vou ficar feliz em te ajudar no decorrer do ano.

— Obrigada pelo conselho de verdade. — Eva agradeceu. — Eu quero saber o que eu preciso fazer esse ano para conseguir a bolsa para a universidade.

— O seu histórico escolar é ótimo e tem grandes chances de conseguir a bolsa. — Jéssica respondeu e Eva sorriu. — Entretanto temos outro aluno bolsista na sua frente.

— O que eu poderia fazer para ter mais chances? — perguntou Eva.

— Bom... Esse aluno tem ótimas recomendações e é muito esforçado, é o favorito até agora, porém você pode conseguir a bolsa se demonstrar ser uma pessoa altruísta e resiliente.

— E como eu faço isso? — questionou Eva e Jéssica aproximou a cadeira da mesa.

— Existem algumas formas como voluntariado... — Eva sabia ser praticamente impossível de se fazer nessa cidade. — Você pode ajudar colegas que não estejam com notas boas como o Nicholas Soutto. Julgo que essa é a melhor opção.

— E ele aceitaria? Porque você sabe como ele e os amigos são. — Eva ficou desconfortável em pensar na ideia já que faz tanto tempo.

— Você só saberá se perguntar Eva, o seu futuro é o que está em jogo. — disse Jéssica se levantando e estendendo a mão para ela.

— Muito obrigada! Quando decidir o que fazer, me envie um e-mail. — Ela sorriu e Eva se levantou para apertar a sua mão.

Eva pegou a mochila e caminhou rapidamente para a porta da frente do colégio para esperar suas amigas. Só o pensamento de ter que ser tutora de Nicholas a deixava apavorada, suas mãos começavam a formigar e ela abriu um dos bolsos em sua mochila para pegar uma bala de menta, na esperança de que isso aliviasse a tensão.

Ela caminhava depressa para não ter que olhar para aqueles que estão ao seu redor, ter seus olhares julgadores quando ela está tendo um ataque de ansiedade não era o que ela precisava. Então ela parou na porta e esperou uma de suas salvadoras aparecer.

— Oi Eva! — disse Gisele com toda sua presença marcante e Eva se desequilibrou.

Eva achava Gisele uma das mulheres mais lindas que já viu, com seus 1,70 de altura, pele preta e cachos longos de dar inveja a qualquer amante de cabelos naturais, ela era de tirar o fôlego. Gisele sempre teve a aura de uma pessoa que nasceu para ser o centro das atenções, tanto que Eva não entendia como conseguiu ser amiga dela sendo que elas são tão diferentes.

— Caramba! Você está péssima, está tudo bem? — perguntava Gisele segurando os braços de Eva para mantê-la em pé.

— Eu estou muito ferrada Gisele! — Eva respondeu isso enquanto o carro de Tobias Ackel estacionava na frente do colégio.

As portas da frente do carro abriram e os dois garotos mais conhecidos e cobiçados do colégio saíram e no mesmo instante Nick colocou seus óculos escuros e se apoiou na porta após fechá-la. Gisele seguiu o olhar de Eva e de repente tudo pareceu fazer sentido.

— Não me diz que isso tem algo a ver com o Nick? — Gisele perguntou preocupada.

— Aparentemente o meu futuro depende dele. — disse Eva olhando para ele que conversava com Toby enquanto caminhava em direção ao colégio.

— Como assim? Espera aí! O que a coordenadora disse? — Gisele falou em um tom tão alto de voz que o grupo de amigos que estava ao lado delas a olhou feio.

— Só consigo minha bolsa se eu conseguir superar um aluno impecável dela. — disse Eva.

— E o que bad boy tem a ver com isso? — perguntou Gisele ainda confusa, olhando entre Eva e Nick.

— Ele é o meu passe para a universidade. Aparentemente ele precisa de uma tutora.

— De boa, Eva é só você dar aula para ele por uns meses e acabou. — As coisas já estavam claras para Gisele e tudo parecia muito simples para ela. — Você não precisa voltar a ser amiga dele ou coisa do tipo, só encontra ele alguns dias na biblioteca e coloca para fazer exercícios.

— Gostaria de ter tido outra escolha. — Eva falou enquanto sentia um aperto em seu coração.

Nick e Toby passaram ao lado delas e ambas continuaram os olhando, o que de fato não os incomodava já que estavam acostumados a receber toda a atenção do colégio. Eva sabia que não poderia ignorar o que ele significou para ela no passado se voltasse a falar com ele, mas pela própria dignidade dela e para não enfurecer Amanda, ela tentaria com todas as forças.

15 Janvier 2021 20:28 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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