Olá, tudo bão?
História escrita para o desafio Monstros Ink (#boo). Aqui lido com alguns monstros do nosso cotidiano. De olho nós gatilhos! ;)
Sem mais delongas, boa leitura!
***
As mãos trêmulas de Marianne foram jogadas para frente no reflexo pela queda. Seu sangue sujava as vestes, os olhos injetados estavam desfocados na escuridão encoberta pela noite. A respiração entrecortada, saia pelos cantos dos lábios enquanto Marianne tentava controlar a sensação, o medo. O sangue bombeou mais rápido para o coração, pulou sem trégua.
A garota com o rosto machucado fugia sem pausas, e mesmo agora no chão frio aos tropeços esquecendo sua veste suja, os joelhos ralados ou o novo hematoma em sua boca, formado pela queda, se ergueu, manca e cheia de adrenalina e voltou a correr com pressa ignorando a dor e a fadiga.
Precisava escapar do ser vil e monstruoso que lhe perseguia, precisava dar um jeito em sua vida, precisava voltar aos eixos, precisava de paz, porém não pelas mãos frias de morte como há pouco fora quase submetida. Pelo seu bem, lhe disse.
Lembrou-se dos anos, escravizada, da violência, do psicológico abalado, de sua vaidade esvair, da alegria deixar-lhe, de suas energias serem sugadas, das noites mal dormidas ao ser forçada, de todos os dias infernais nos últimos três anos. O monstro agia de forma traiçoeira e a pobre Marianne jovem e inocente foi atraída por sua teia cheia de flores coloridas e palavras bonitas.
Um dia foi desencorajada a continuar seus estudos, quando lhe recordou sobre esse ocorrido, a resposta veio como um “é para seu bem”. Assim como a primeira agressão ele a fizera acreditar ser para seu bem.
Desenhar, para que?
Eu não te desencorajo, apenas penso em seu bem!
Perda de tempo, não há dinheiro, não é a hora, não é o lugar, não me desobedeça, você pediu por isso, eu fiz pensando em ti, desempenhei pensando em nós. Provoquei porque você mereceu!
Os amáveis olhos, de cor avelãs, um dia ganharam coloração avermelhada, enquanto o de Marianne perdia sua alegria e vivacidade.
Fúria, gritos, humilhação, violência, anulação. Essa era sua vida. O papel de uma mulher como ela era o de obedecer, servir, todavia nunca em nenhuma hipótese questionar
Enquanto sua vida era sugada, nunca em voz alta sequer reclamou, até aquele dia em questão, quando a agressão revidou, quando o berro escapou entre os seus lábios e quando o pesadelo se tornou cruel e real.
Como havia escapado, os flashes lhe dizia, como conseguiria escapar num lugar vazio como aquele, não conseguia sequer imaginar. Apenas tentava em vão na rua escura, com a roupa ensopada de seu suor e sangue, a visão turva pelo corpo castigado e com a garganta ardendo por segurar as lágrimas.
Parecia que ninguém a via, ninguém estava ali para lhe tirar daquele pesadelo. Quis gritar ser perseguida, gesticular palavra de baixo calão, voltar para trás e acabar com seu algoz.
Mas não era forte, não era o suficiente e nem capaz, ele sempre dizia que Marianne não possuía o necessário, até virar realidade. Uma inverdade sussurrada em vários momentos, torna-se real.
O vento gélido tocou hostilmente sua derme, lhe arrepiando as costas desnudas pelas vestes molhadas. Ela tremeu! Logo as mãos em temperaturas mais baixas que o tempo ao ar livre lhe tomou o pulso.
Marianne fechou os olhos, assustada como nunca antes, soube na hora. Apenas um milagre a salvaria.
***
Chegou até aqui deixa o seu comentário para incentivar meu trabalho! Até o próximo capítulo! :*
Merci pour la lecture!
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