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blog Jackie Inkspired Blogger Era uma vez... mas nem toda história começa assim. Lá estava ele: o computador, aberto no tear de vidas. E a personagem. Estava tudo certo, mas, então, ela viu o autor. Curiosa, seu dedo quase o alcançou, e a roda do tear girou. Foi assim que as coisas se tornaram tênues: um toque e tudo daria errado, outro diferente e daria muito certo! A Bela Adormecida representa a fragilidade dos elementos construtivos da história. Uma história não vem pronta, ela é construída com enredo, sinopse, capítulos... O tear representa essa construção, enquanto que a agulha é o perigo de tudo desandar com sua Bela Adormecida. Nós queremos, neste blog, mostrar a vocês dicas para que consigam tear histórias cada vez mais harmônicas.

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Como descrever cenas e não entediar os leitores tentando

A descrição de personagens e de ambientes se torna um dos pontos mais importantes na literatura e um dos problemas mais comuns para escritores. O quanto eu deveria descrever as cenas para ajudar os leitores a imaginar seus arredores da forma correta?


Há histórias em que é ilógico estender muito as descrições devido à sua extensão, como contos ou micro-histórias. Entretanto, o resto das histórias não possui dificuldades em gerar uma boa descrição de seus personagens, espaços, emoções e outros.


O importante é saber como descrever e como fazer isso sem ir a extremos, como nos casos em que nada é descrito ou então quando há muita descrição em um único momento. Hoje, muitos autores adotam esta forma de descrição:


… Olá, meu nome é Nathan, eu sou moreno, tenho 1 metro e 80, cabelo castanho e olhos azuis, não sou nem muito musculoso nem muito magro…


Apesar de esse exemplo não apresentar um erro per se, esse tipo de descrição mecânica pode ser bem chocante para o leitor. Tire um tempo para desenvolver as características dos seus personagens em tempos diferentes ou de forma mais natural.


Quinze anos atrás, eu nasci e meus pais tiveram a ideia de me chamar de Nathan; não faço ideia de por que esse nome, talvez porque meus olhos azuis lembraram a eles de meu avô, que tinha orbes da mesma cor e esse nome de homem afortunado. Entretanto, apenas os olhos são parecidos, porque, enquanto ele era pálido como a neve, eu tenho a pele mais escura.


O mesmo acontece com cenários. É diferente escrever:


O céu é azul, o carro que me leva para a escola é preto e as árvores da vizinhança são verdes.


E escrever:


Quando eu saí de casa, a primeira coisa que percebi foi o quanto o céu estava limpo, o que fez seu azul parecer ainda mais vibrante que em outros dias, o preto do carro que estava esperando para me levar para a escola brilhar e as árvores dos jardins da vizinhança absorverem no verde de suas folhas a energia necessária para seu esplendor.


Agora, precisamos falar também sobre o outro lado da moeda. Em que momento a descrição se torna tão extensa que eu afasto os leitores por haver muita descrição de personagens e ambientes?


Quando eu saí de casa, depois de fechar a porta atrás de mim e descer sete degraus, a primeira coisa que percebi foi que o céu estava totalmente sem nuvens; não havia cirro- estratos nem alto-estratos, muito menos cúmulo-nimbos obstruindo minha visão, o que fez o azul do céu parecer ainda mais vibrante que em outros dias. Ao mesmo tempo, o carro do meu pai brilhava, um Porshe Ft Gembala preto que estava me esperando há quinze minutos na calçada de casa pra me levar à escola, aquele lugar chato para o qual odeio ir. Árvores de todos os tipos e tamanhos, nos jardins dos vizinhos cujos nomes eu desconhecia, absorviam no verde de suas folhas a energia necessária para seu processo de fotossíntese.


Observe como a descrição composta basicamente por quatro linhas se transforma em um parágrafo de nove linhas que talvez mantenha a atenção de alguns leitores corajosos, mas que majoritariamente criará fadiga devido à leitura extensa de uma ação tão simples quanto sair de casa e pegar um carro para a escola.


Em conclusão, a descrição é um elemento muito importante na história e utilizá-lo bem pode prender o leitor, transportá-lo para o espaço que você deseja e fazê-lo se sentir da mesma forma que o protagonista em cenas específicas. Tudo vai depender da forma que o escritor faz seu trabalho de descrição.


Encontrar um ponto de equilíbrio entre falta de descrição e descrição excessiva é essencial. Leia o que você escreveu em voz alta e imagine a cena de acordo com as palavras que você já colocou no papel para que você possa ser o primeiro a julgar se estão faltando detalhes ou se, pelo contrário, você detalhou demais.


Cartões com informações sobre seus personagens e cenários te ajudarão a visualizar melhor as ideias de como cada elemento aparece no texto e será mais fácil, então, ir ao desenvolvimento da história. Conheça seus limites e encontre o ponto de descrição ideal para você; isso o ajudará a se desenvolver como escritor e seus leitores apreciarão o esforço.


Escrito por Janeth Velásquez (@jancev)

Tradução: Camy

30 Novembre 2020 00:00 3 Rapport Incorporer 21

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Daniel Trindade Daniel Trindade
O ideal é sempre encontrar um equilíbrio. Excelente texto!
December 31, 2022, 23:53
MF M. Fiel
Obrigado pela dica <3
December 31, 2021, 12:15
Lorena Barreto Lorena Barreto
Gostei muito ❤️ vou lembrar disso quando for escrever mimha história
November 30, 2020, 00:39
~