tayuri Tayuri Yoo

Ela sempre esteve lá, mas Haru não a notava, ela era quase invisível aos seus olhos, mas após um dia de chuva em que ela o protegeu da chuva com o seu guarda chuva vermelho, ele não mais consegue ignorar sua existência e a menina do guarda chuva vermelho acaba se tornando a pessoa mais visível para ele, aquela que mesmo estando no meio de uma multidão de pessoas ainda assim Haru a veria claramente pois seus olhos só almejam encontrar a menina do guarda chuva vermelho.


Cuento Todo público.

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Cuento corto
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The Girl

Um guarda-chuva, um ténis e uma boina — todos de cor vermelha — essa era sempre a combinação da garota que senta a duas carteiras atrás de mim. A menina que era tão quieta que chegava a passar despercebida. Sinceramente, tal como os outros alunos da sala 3-A, eu também não a notava, porém após um dia chuvoso em que ela me protegeu com seu guarda-chuva vermelho, eu não consegui mais parar de olhar para ela. A garota antes invisível para mim passou a ser a mais visível de todas.

Passei a perceber coisas que nunca percebera antes. Se não fosse aquele dia chuvoso em que esqueci meu guarda-chuva em casa, provavelmente eu nunca teria descoberto que ela é uma excelente desenhadora — algo que nunca notei, mesmo que ela sempre tirasse a maior nota nessa matéria. Também percebi que ela gosta muito de fazer penteados, pois todos os dias vem com um penteado diferente. Um dia quase levantei do meu lugar para perguntar a ela sobre isso, mas acabei desistindo.

Em uma aula de educação física, descobri que ela não é boa em esportes, pois a mesma ficava cansada só de correr um pouco e descobri também que ela não sabe nadar no dia em que ela quase se afagou na piscina da escola. Também notei que ela é péssima no inglês, pois ela erra em palavras muito básicas que até minha irmã mais nova falaria sem dificuldades.

Enfim descobri diversas coisas sobre a garota que nos dias chuvosos sempre carrega um guarda-chuva vermelho. Se há um mês me dissessem que eu teria tanto interesse naquela garota, eu certamente diria que isso é um absurdo, pois nem o nome dela eu conseguia lembrar direito —, mas que agora eu sei de core.

Eu até mesmo treino em casa para poder falar com ela, mas, sempre que tento chegar perto dela, todas as palavras fugem e eu apenas passo por ela. Era sempre assim até que um dia... lá estava eu, frente a frente com ela, mas em uma situação que nunca imaginei ou me preparei para enfrentar.

Ayumi não me olhava com indiferença, ou estava inexpressiva como sempre e não carregava seu guarda-chuva em sua mão, pois estava quebrado em duas partes, uma está em minha mão direita e a outra em minha mão esquerda, enquanto que as mãos dela estão cerradas em um punho, e seus olhos me encaram com raiva. Tal expressão e olhar que nunca vira em seu rosto e que nunca pensara em ver.

Por um momento, quis recuar no tempo para nunca permitir aquele momento de acontecer, pois todas as vezes que imaginei conversando com ela, com toda a certeza nunca tinha imaginado um momento como aquele em que ela me olhava com raiva, como se me odiasse. Porém cá estamos nós e, sinceramente falando, eu não sei nem o que dizer. No entanto, ficar calado não parece ser uma opção. E então, debaixo daquela chuva, eu forço minha voz a sair o mais clara possível.

— E-e-eu — gaguejo e respiro fundo. — E-eu posso explicar. — Respiro fundo novamente. — Isso não é o que parece — digo mais firme. — Eu nunca...

— Por quê? — pergunta e eu pisco os olhos. — Por quê fez isso? — pergunta novamente. — Eu — aponta para si mesma — nunca fiz nada a você, nunca nem falei com você, então por quê? Por quê quebrou meu guarda-chuva? — Pergunta em um tom mais elevado, eu baixo a cabeça e aperto os dois pedaços do guarda-chuva.

— Eu só — digo, engulo em seco — queria falar com você — disse em um tom baixo — pois o nervosismo estava começando a tomar conta do meu corpo. — Eu queria... conhecer você... Eu treinei todos os dias para falar com você... Eu passei a ler os livros que você recomenda na sua página do Facebook para conhecê-la melhor... — digo, com o olhar preso no chão — pois tenho medo de ver sua expressão atual — Eu vejo suas fotos no Instagram e, mais do que ninguém, eu sei o quanto esse guarda-chuva é importante — mordo o lábio inferior — Sei que é um objecto que foi deixado por sua mãe — digo em um fio de voz e me pergunto se ela ainda esta aí — E, por isso — levanto meu olhar para ela — nunca faria algo como quebrá-lo — disse convicto, sincero. Ayumi abre a boca uma, duas, três vezes e nada diz.

O silêncio assume o comando por um, dois, três longos segundos e então:

Retiro minha mochila das costas, vasculho ela e quando encontro o objecto procurado, o retiro de lá e estendo para ela.

Ayumi baixa seu olhar para o meu guarda-chuva portatil amarelo, mas não o pega.

— Não fui eu — digo e ela levanta seu olhar para mim — Alguns garotos da turma estavam com ele e, quando tentei pegá-lo, eles o partiram e o jogaram fora. Eu vim pegá-lo, mas, no momento que os tive em minhas mãos, você apareceu — conto, e ela tenta falar, mas a interrompo. — Eu sei que nunca falou comigo, mas peço que acredite em mim, pois estou falando a verdade — coloco os dois pedaços em minha mochila e a jogo em minhas costas — Se proteja com esse guarda-chuva por enquanto. — disse e o coloco em sua mão direita — Confie em mim e terá seu guarda-chuva vermelho logo — falo e saio correndo. Corro, corro o tanto quanto posso e me pergunto como um simples toque pode me causar tantas sensações.

Não consigo acreditar que eu realmente consegui dizer tudo aquilo com ela olhando para mim, que eu consegui falar sem gaguejar tanto. Foi simplesmente surreal demais.

Porém, o mais surreal é que, por um momento, eu a vi me olhar de forma diferente. Talvez tenha sido só impressão minha, mas ao menos ela já não me olhava com raiva, e eu irei garantir que ela não me odeie mais, pois, depois de ter conseguido ficar frente a frente com ela e dizer aquilo tudo, eu certamente não quero mais ficar só olhando para ela em silêncio, eu quero que ela saiba quem eu sou e talvez -só talvez - aceite ser minha amiga. Talvez, só talvez mesmo, em um futuro nem tão distante, ela possa aceitar meus sentimentos.

Foi difícil, mas aqui estou eu de frente ao portão da escola, depois de ter ficado a noite inteira tentando consertar o guarda-chuva vermelho.

Respirei fundo e, com passos pesados, andei até a sala 3-A. Porém, antes mesmo de poder dizer algo a ela, a professora chegou, mas não desanimei e fiquei me preparando mentalmente para ir falar com ela. Só que, para minha infelicidade, não consegui conversar com ela durante o resto do dia, pois ela tinha tarefas a fazer e eu tinha treino no clube de natação, do qual eu tinha me esquecido completamente.

Após me despedir dos outros membros do clube, fui para a entrada do prédio em que estava. Estava chovendo novamente. Soltei um suspiro frustrado, pois hoje não iria conseguir dar-lhe o guarda-chuva. Ajeitei a alça da minha mochila e comecei a andar pela chuva, mas parei quando senti alguém tocar em meu ombro. Quando me virei para ver quem era, eu a encontrei. Ayumi estava, como sempre, usando uma boina vermelha e nos pés também calçava tênis vermelhos e, mesmo a cor não combinando com seu uniforme escolar, ainda assim ela ficava linda. Ela ficava ainda mais linda carregando seu guarda-chuva vermelho, pois ele completava o look e a deixava perfeita.

— Se está andando pela chuva, é porque não consertou meu guarda-chuva, não é? — perguntou e colocou as mãos no bolso do casaco cinzento.

Eu apenas fiquei em silêncio. Ela balançou a cabeça negativamente e fixou seus olhos em seus ténis.

— Nakajima-kun não é legal dizer que vai fazer algo e depois simplesmente não cumprir sua palavra. Se sabia que não ia conseguir concer... — parou de falar quando abri o guarda-chuva acima de sua cabeça e a protegi da chuva que caía.

A morena de olhos castanhos olhou para cima e apreciou seu lindo guarda-chuva vermelho. Ela o encarou por alguns minutos e então olhou para mim — não com seu olhar de indiferença, tédio ou raiva. Era um misto de surpresa e felicidadee então não pude deixar de sorrir um pouco.

— Como conseguiu? Eu pensei que não tinha conserto. — Seus olhos revezavam entre eu e o guarda-chuva. Ela parecia não acreditar no que via.

— O guarda-chuva não tinha quebrado muito e com fita adesiva e outros materiais consegui unir as duas partes — expliquei.

— Deve ter sido difícil. — Tocou no lugar onde havia a fita adesiva. — Parece bem seguro.

— Claro que está seguro. Foi feito com muito cuidado.

— Quanto tempo levou para terminar? — perguntou. Cocei a cabeça e por alguns minutos pensei se devia dizer a verdade ou tentar parecer legal.

— Menos de 3 horas — disse, e ela arqueou uma sobrancelha. — É sério. Foi muito rápido — falei e soltei um bocejo involuntário e, quando me dei conta, tapei a boca rapidamente. — Talvez tenha sido mais algumas horinhas — sorri e ela riu.

— Claro, algumas horinhas. — Tirou o guarda-chuva da minha mão. — Anda, vamos para uma loja de conveniência comer um pouco de ramen para recuperar as forças — falou e começou a andar. Eu a segui ficando ao seu lado.

— Isso quer dizer que está me convidando para um encontro? — perguntei esperançoso.

— Não. — Pegou em meu braço. — Eu estou apenas o chamando para comer, para poder agradecê-lo por ter consertado meu guarda-chuva — disse e me puxou um pouco mais para perto. — E isso é só para você não ficar molhado — disse e desviou o olhar para o lado.

— E isso — coloquei minha mão em cima da mão dela que segurava o guarda-chuva — é para você não deixar o guarda-chuva voar para longe — disse, e ela sorriu. Eu retribuí o sorriso.

— Como queira — disse sem olhar para mim.

Ficamos andando um ao lado do outro, cada um de nós olhando para frente, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Porém, algumas vezes que acabamos olhando para o outro ao mesmo tempo, deduzi que talvez seus pensamentos estivessem relacionados a mim, pois os meus, com toda a certeza, eram só sobre ela e sobre aquele momento em que estávamos juntos, caminhando um ao lado do outro.

Se o coração dela está batendo por mim, eu não sei, mas o meu com toda a certeza está batendo por ela — está batendo tão rápido que até tenho medo de que ela ouça as batidas.

Continuamos caminhando em silêncio, mas paramos de andar quando a chuva parou. Olhei para o guarda-chuva e depois para Ayumi e ela sorriu.

— Só porque se chama guarda-chuva não quer dizer que só podemos usá-lo quando estiver chovendo — disse e eu concordei. Sorrimos um para outro, demos de ombro e continuamos andando debaixo do guarda chuva-vermelho.

Fim

Espero que tenham gostado.

Se gostou, não esqueça de deixar seu voto e de comentar sobre o que achou, isso me ajuda bastante.

Até o próximo conto

Escrito por: tayuri

Revisado por: Larissa Amaro (se quiser o contacto me diga)

TY

30 de Abril de 2020 a las 22:51 2 Reporte Insertar Seguir historia
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Fin

Conoce al autor

Tayuri Yoo Olá eu sou a Tayuri muito prazer e bem vindos ao meu perfil. Sou uma grande fã de animes e doramas, gosto de video games, escrever, ler e de desenhar mesmo ainda me falte um pouco de prática. Sou meio introvertida e meio extrovertida, gosto de coisas relacionadas a informatica e futuramente espero escrever historias em que possa também representa-las em desenhos e animações. Obrigado por visitarem o meu perfil.

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Gamtan Nollaun Gamtan Nollaun
o conto é uma fofura, parabéns! Deu pra ver bem os sentimentos do protagonista se desenvolvendo enquanto reparava na garota que nunca havia reparado. Ele é bem tímido não?! dê só uma pequena revisada nele, pois tem algumas palavras repetidas ou fora do lugar.
May 24, 2020, 20:50

  • Tayuri Yoo Tayuri Yoo
    Ao pé da garota que ele gosta é sim. Ainda bem que gostou e eu irei revisar o capítulo para verificar os erros obrigado pelo aviso as vezes não importa o quanto revise sempre escapa um ou outro erro. May 25, 2020, 06:07
~

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