mayssa-meirelles1526465618 Mayssa Meirelles

Todos começam a gritar e levantar suas faixas quando Victor entra no ringue de patinação. As vozes inundam o local e as expectativas estão altas esperando a nova história que o grande patinador irá contar na sua volta ao gelo. Yuri sorrir ao olhar o amado, enquanto espera ver pela primeira vez a performance que Victor preparou. A música dá o seu primeiro sinal e o silêncio se instala no espaço. Todos esperam a coreografia exclusivamente feita para a final da Grand Prix. Victor fecha os olhos e sente os primeiros movimentos e se prepara para contar uma última história, mas não uma história qualquer: a sua.


Fanfiction Anime/Manga Todo público.

#yurionice #victornikiforov #victuri
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A última história que contarei será a minha.

Sentiu então o ar gelado e a felicidade de deslizar pelo gelo, ele continuou a saltar de forma delicada, o gelo parecia ser parte dele, e seu corpo contava uma história pesada. Uma história de expectativas, os seus braços se levantaram quase imediatamente para saltar em um triplo axel. Seu coração acelerava enquanto fazia os movimentos já ensaiados por meses a finco. Sua volta ao mundial era esperada com grande expectativas mas tudo que ele queria era contar a sua história no gelo.

Entre anos afinco, ele sempre contou grandes histórias, já interpretou no gelo, diferentes personalidades. Já foi sexy, angelical, feminino, másculo, forte, fraco. Já foi apaixonado e até mesmo perdido e por um grande tempo ele pensou no porquê que continuava a contar essas histórias até encontrar o que procurava, o motivo para continuar no gelo: Yuri.

Yuri o ensinou algo que ele nunca tinha imaginado lembrar-se: o quanto a patinação poderia ser divertida. Entre a busca pela perfeição e o pódio, entre a procura entre alcançar a expectativas de todos e patinar com o titulo que carregava, ele se sentiu perdido. Porque contava aquelas histórias se ninguém se impressionava mais com os movimentos que fazia? Ele era o melhor, mas não importa o que ele fizesse as pessoas nunca ficavam surpresas.

Então, quando ele patinou com tudo no Grand Prix, ele notou que aquela coreografia era sim incrível, mas não para ele, o campeão, o melhor do mundo. Ele não conseguiu trazer as pessoas para a visão da história que contava. Se sentiu afugentado, perdido, triste e mesmo quando começou a ensaiar os passos da nova temporada, ele sabia que não estava bom o suficiente. As pessoas diziam que era melhor que se aposentasse, que já estava na hora de parar e mesmo com Yakov do seu lado dizendo que ele conseguiria, não sentia que estava bom o suficiente para patinar. Que história contaria? Ele já havia contado todas que conhecia, ele já havia viajado ao mundo e tinham diversos prêmios, então o que mais buscava agora?

No canto do seu quarto, todos os patinadores repostavam um pequeno vídeo, ele reconheceu o garoto na imagem, era o patinador japonês que dançou com ele na Grand Prix e que não falou com ele no aeroporto, era o mesmo que ficou em 6 lugar e diziam as noticias que por conta da morte de seu cachorro e nervosismo. Um impulso foi o bastante para mudar toda a vida de Victor, um click e seu coração se encheu. Erros, amadorismo, mas no final estava ali, exatamente a história que ele queria contar mas não conseguiu. Toda a beleza de cada passo na visão de outro patinador, era sua dança, sua coreografia mas porque ela parecia tão perfeita executada por outra pessoa e não ele?

Victor não sabia, mas ele seguiu seu coração e o que achou foi a resposta para todas as suas questões, ele não achou só um amor, ele achou seu coração. Não eram só suas coreografias executadas por dois Yuris, eram sua alma dividida entre as pessoas que amava. Foi ali, com aquele homem que já estava assim como ele, quase chegando em seu fim de carreira, com apenas 2 quádruplos e muitas inseguranças que Victor entendeu o que significava patinar por amor.

Foi quando aquele homem que todos diziam que era mediano ficava horas a finco ensaiando, que buscava o ringue quando se sentia perdido, foi quando ele caia e se levantava pedindo por mais a cada momento. Foi quando ele perdeu e tentou de tudo para ganhar pois odiava perder que Victor percebeu que ele nunca amou tanto o gelo quanto naquele momento. Ele era um patinador, o melhor do mundo para muitos, mas ali em um pequeno canto do Japão, que ele descobriu que nunca amou realmente o que fazia. Ele amava os prêmios, amava as histórias e os olhos de seus fãs quando ele se superava mas não, ele não amava o gelo como Yuri, não se lembrava ao certo se algum dia amou.

Quando Yuri foi avançando ganhando competição por competição, quando Victor viu que Yuri e Yurio o tinham superado, foi que ele, pela primeira vez, sentiu vontade de patinar, não pelo prêmio, nem pela raiva de ter sido botado para trás mas pela adrenalina de estar no mesmo gelo que aquelas pessoas. Ele queria estar lá também, com George, JJ, Phichit e Otabeck, com Yuri e Yurio, ele queria patinar com eles e sentir seus pés atravessando o gelo e deslizando para contar uma história. Queria mostrar o que encontrou naqueles meses ao lado de Yuri.

Victor estava novamente no gelo e ele nunca pensou que se sentiria tão bem mesmo que não impressionasse seus fãs como sempre pensava ser seu objetivo. Ele deslizava e contava sim uma história. Porém, não era uma história qualquer, era a sua história.

Ele deslizava pelo gelo e deixava para o começo os saltos mais difíceis mesmo que isso fosse o deixar um pouco mais distante do ouro, afinal, ele já estava velho e não tinha nem de longe a força de Yurri para deixar todos os saltos para a segunda metade. Começou pesado e forte, como se o gelo fosse seu pior inimigo, como se os gritos da platéia fossem o que o deixava agoniado, ele contou com seu corpo sua depressão, sua paralisia em frente ao amanhã. Sua incapacidade de se levantar diante do futuro e a música forte e agoniante o deixava exatamente assim. Era bela, era esbelta, era perfeita mas era forte e dolorosa. Ele contava seu inicio, seus pulos diante das partes mais pesadas da músicas e saltos que ele já dominava perfeitamente e davam inveja a qualquer patinador iniciante tinham um peso agoniante em busca da perfeição estética.

Em dado momento, a música se tornou leve, como se aos poucos preparassem todos para o fim daquela história, Victor, já na segunda metade da coreografia se tornou então incansável, girando em todo o ringue e trazendo uma imagem de luta. Os passos se tornaram leves e bobos, as vezes nem pareciam que eram reais, a leveza de quem encontrou seu caminho, de quem não liga para as notas finais e nem para uma coreografia difícil. O jeito de quem é livre e só patina, só toca os pés no gelo, porque é aquilo que o dá alegria. Victor dançou, brincou como uma criança enquanto os passos e os saltos finais eram apenas triplos e eram feitos com toda excelência, como se fossem uma brincadeira. Ele pulava alto, tão alto que achava que chegaria ao céu e notou que sua história estava chegando ao fim.

Ele numa sequência de giros, terminou de contar a história de sua vida, a música chegou a última melodia bem ali, no meio do ringue onde ela começava e Victor sorriu pois sabia que fez a apresentação de sua vida. Não pelo nível superior mas pela última história que queria contar: a sua, de como o maior patinador do mundo se sentia perdido dentro dos patins em que cresceu mas como um pequeno Japonês o mostrou que o gelo não era seu inimigo mas sim, sua maior felicidade.

Victor correu após cumprimentar o público e nem ligava para a nota que iria ganhar apenas queria abraçar seu noivo que o esperava sorrindo do outro lado do ringue de patinação e deixava para trás todo e qualquer sentimento que o fez se sentir sozinho no passado. Estar sobre o gelo, agora não era motivo de culpa mas motivo de sorrir todos os dias.

11 de Octubre de 2019 a las 01:35 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Fin

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