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Dizem que os olhos são o reflexo da alma e que eles dizem a mais pura verdade sobre você. Mas, e se você tivesse esse dom, de desvendar toda uma vida sem precisar disso, o que faria? Eren Jaeger é um garoto de dezesseis anos morando no sul da Califórnia, cego de nascença e com um futuro incerto, mas, com um dom que vai mexer com a alma e espírito de um homem amargurado. Levi Ackerman não terá lugar para onde fugir dos seus olhos.


Fanfiction Sólo para mayores de 21 (adultos).

#ereri #riren #258 #drama #cego #flores #música #sonhos
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Prólogo

"E se eu te falasse que com os olhos que tenhoeu enxergo tudo, você acreditaria? Tudo à minha volta é nítido, claro e desembaçado.

Pode parecer brincadeira ou até mesmo piada, mas a verdade é que eles realmente vêem tudo; a sua tristeza ou alegria, a maldade das pessoas, o preconceito. Eu os vejo nítido como água cristalina.

Se eu considero um dom?

Não.

Conseguir ver a maldade nas pessoas é doloroso, inquietante… é algo que eu nunca gosto de lembrar. A tristeza sempre é dobrada, a raiva triplica e a inveja… essa ultrapassa qualquer limite.

Mas, uma coisa ainda é boa nisso tudo. Sabe o amor? Aquele sentimento quente e que deixa você com um sorriso bobo? Esse fica quase infinito aos meus olhos, e eu digo quase, porque o amor que eu encontrei… foi tirado de mim."

(...)

– Eren! Você pode me ajudar por favor? – Ouvi mamãe me chamar com doçura, como sempre fazia.

– O que é? – perguntei levantando da cadeira que estava sentado, tateando-a pra achar minha bengala. – Já estou indo.

Oras, você deve estar se perguntando, mas porque uma bengala se você mesmo disse que seus olhos vêem tudo?

Sou cegode nascença. Nunca tive o prazer de ver a luz do sol ou a beleza das estrelas mas, não é como se me fizesse falta. Não ver a beleza muitas vezes é uma benção, faz com que eu nunca sinta falta dela, entende?

Aliás, além da visão, temos outros quatros sentidos. Posso saber muita coisa apenas com eles. E também tem uma coisa, mamãe sempre me diz que tenho um quinto sentido,o de entender os sentimentos das pessoas, saber quem elas são. Ela fala que essa é a maior beleza dos meus olhos: enxergar dentro da alma.

Filosófico, não? Bem, de certa forma.

– Pode segurar esse vaso pra mim?

Estava perto da porta que dava acesso à floricultura que minha mãe tinha. Deixei a minha bengala encostada em alguma parede próxima e estendi a mão, sentindo logo a típica frieza da cerâmica.

– Recebi uma encomenda enorme, Eren! – ela começou contar animada. – Acho que é a maior encomenda da minha vida.

– Encomendapara…? – comecei perguntando e me divertindo com o tom exaltado de voz.

– Girassóis! – respondeu – e são para um casamento!

– Girassóis para um casamento? Diferente… – comentei sentindo ela colocar as suas mãos em cima das minhas, sinal de que era pra soltar. – Você colocou margaridas aí, não foi? Aposto que é o Reiner de novo.

Ouvi ela dar uma gargalhada.

– Acertou!

– Ele continua entregando elas em segredo?

– Sim, não sei quando aquele bobo apaixonado vai se declarar se verdade… tem quando tempo?

– Alguns meses…? – arrisquei.

Reiner era um cliente antigo da nossa loja. Ele trabalhava em um necrotério e antes de levar os mortos para o velório, ele sempre passava buscar as flores encomendadas para a data, mas hoje em dia ele não trabalha mais nisso. Ele agora é dono do próprio negócio.

Masmesmo tendo um estilo de vida diferente agora, ele nunca mudou. Há meses vem buscando flores e entregando àum certo cara chamado Berthold. Eu particularmente acho lindo quando ele fala dele, não consigo ver a sua expressão ou seu sorriso, mas tenho certeza absoluta de que ele sorri em apenas pensar. Seu tom de voz denuncia isso.

– Bem… acho que sim. – ouvi os passos da mamãe pararem. – Você está bem meu filho? Ficou quieto de repente…

– Estou. É que eu estava pensando em como o Reiner e esse Berthold são sortudos. Ter um sentimento desses… – Respondi um pouco envergonhado.

– Você não sabe se Berthold sente o mesmo…

– Não estou falando de reciprocidade, estou falando unicamente do sentimento. Sendo correspondido ou não, é um bom sentimento.

– Você fala isso por causa do…

– Por causa de ninguém, mãe. – Respondi mais seco do que queria.

Eu já tinha superado, pelos menos eu achava que sim. Não tinha porque ela ficar tocando na ferida todas as vezes que eu falava de um assunto romântico.

– Ok. Vamos tentar organizar isso, o cliente dos girassóis vem logo e eu quero pelo menos um arranjo pronto. Pode fazer pra mim, meu bem?

– É claro…

Uma coisa que ainda não contei, lembra-se dos sentidos? Quando se perde um, os outros que sobram tendem a ficar mais apurados e nesse meu caso, o meu tato é mais apurado do que qualquer coisa. Todos os arranjos de flores para encomendas são feitos por mim. Minha mãe fala que são as coisas mais lindas do mundo e que com certeza seria vencedor de concurso florais pelo mundo. Eu particularmente acho um exagero, mas quem sou eu pra falar, não é? Eu nem vejo o que faço, o melhor é confiar na opinião dela.

Peguei os vasos da medida que ela me recomendou e fui aos poucos pegando as fitas e flores que achei que iriam combinar com os girassóis.

Depois de tantos anos na mesma casa e mexendo nas mesmas coisas, eu basicamente decorei as cores e lugares de tudo sem nunca ver. Sei por exemplo que dá esquerda para direita ficam a ordem de vasos, do mais baixo ao mais alto ou também, que na primeira gaveta do balcão direito há fitas vermelhas.

Sentei em um dos bancos perto da mesa de trabalho e senti que minha mãe também sentava e então comecei, pegando um ou dos girassóis de cada vez.

Sei que no fim, estava no meu último arranjo quando ouvi a típica campainha tocar e acabei ouvindo passos.

– Bom dia senhor… – começou falando a minha mãe saindo do banco e indo até o balcão principal onde ela geralmente atendia.

– Ackerman. Levi Ackerman. – Ouvi responder.

Meus olhos se arregalaram... Era realmente ele, eu....

A sua voz estava grave, até demais para os padrões masculinos. E levemente rouca.

– Oh, sim. Como o senhor está? Achei que viesse mais tarde.

– Pois, eu também. Tive alguns imprevistos… – Respondeu – Você já tem alguma coisa pronta?

– Ah sim, meu filho está terminando de fazer as últimas…

Sabia que os dois estavam olhando pra mim, e como estava de costas para aquele homem, apenas levantei a mão em um cumprimento e continuei com meu trabalho.

– … quer ir vendo as outras flores? Penso que não vai usar somente os girassóis, certo?

– Ah sim, quer dizer… não, você tem copos de leite? Aprecio elas também.

– Temos sim… venha por aqui.

Ouvi os passos de que se afastaram, se eu fosse resumir aquele homem apenas pela voz eu diria que, ele era sério, não havia sorrido ainda e tinha manias de limpezas. Não o ouvi tocar em nada desde que tinha chegado, geralmente os clientes vão pegando nos vasos e se debruçando nos balcões.

Na verdade, ele era tudo aquilo.

Depois de ter terminado o último, comecei a organizar as fitas que não tinha usado e foi aí que ouvi apenas passos de uma pessoa voltando e logo em seguida a voz da minha mãe gritar.

– Eren, devolva três dólares à ele, meu filho. E comece a mostrar os arranjos que fez.

Eu não queria ter algum contato com ele.. era estranho, depois de tanto tempo.

Mas mesmo não entendendoe nem querendo,fui cumpriraquela ordem, eu fiz o que pediu… Me dirigi até o caixa que ficava aomeu lado direito e de lá retirei os três dólares. O dinheiro era cuidadosamente organizado e por isso, para mim era fácil saber qual nota estava em que lugar. Aproveitando que já ia entregar o dinheiro, peguei um dos vasos para colocar em cima do balcão, que provavelmente ele estava de frente, e aí que foi o meu erro.

Não sabia que mamãe havia esquecido o banco, ela sempre tira pra eu não tropeçar e cair, masacho que ela estava tão empolgada com a encomenda que nem sequer deu conta.

Revirei-me em cima do banco deixando o vaso pular das minhas mãos e quebrar sobre o balcão e por puro azar, bem em cima do cliente que teria possíveis manias de limpeza.

– Ah, mas que merda…! – Ouvi ele reclamar enquanto eu tentava me levantar em cima dos cacos que caíram junto comigo. – Você é cego por acaso, garoto?

Eu simplesmente gelei.

Uma irritação passou pelo meu corpo me fazendo levantar em uma velocidade que nem mesmo eu sabia que conseguia.

Ajeitei o troco do tal de Ackerman nas mãos e o encarei. Sabia onde ele estava, o som me guiava para a direção das pessoas e então, o encarei com tudo.

Outra coisa que vocês não sabem é que, mamãe me diz que os meus olhos são verdes, os mais lindos verdes. Assim como o verde das plantas e flores, e quemesmo com a cegueira eles não mudaram, não há mancha, não há nada.

Então penso que ver os meus olhos tão expressivos e irritados tenham dado um certo… desconforto no homem. Apenas respirei fundo e estendi a mão.

– Seu troco, senhor.

– Tch.

Senti que ele estendeu a mão embaixo da minha e então soltei o dinheiro.

– Tenha um bom dia. E aliás, senhor Ackerman, eu sou mesmo cego.

(...)

Alguém me dê um buraco para enfiar a minha cabeça.

Não, não desse jeito!

Argh! Acho que nunca passei uma vergonha tão grande na minha vida, puta que pariu! Como eu podia dar um bola fora dessas e ainda mais com o Eren...

E também, tem aqueles olhos… caralho! eu nunca vi olhos tão… tão... lindos…

Acabei por encostar a cabeça no volante enquanto parava em um sinal vermelho. A vergonha que sentia de mim mesmo era imensa. É como Petra sempre dizia, que essa minha mania de limpeza um dia me traria problemas… quem diria que a água de salsicha estaria certa?

Ok, vamos se acalmar, eu já pedi desculpas, não sabia de nada, não tem porque eu me sentir culpado.

Mas, porque eu me sinto assim, tão… culpado…?

Eu não falo mais com ele...

Flashback

– Eren! O que aconteceu? – Ouvi a dona Carla gritar enquanto corria desesperadamente por entre os corredores da loja. Como um raio, ela passou pelo balcão e alcançou o moreno que ainda tinha o olhar fixo em mim. – Ah, meu filho… você está bem… ? – Passou as mãos carinhosamente nas bochechas do mais alto, e este fechou os olhos em apreciação ao carinho.

– Estou bem, apenas tropecei no banco… – Respondeu.

– Mas que banco…? oh meu deus, Eren! Me perdoe, eu… eu me esqueci…

– Não foi nada, sério. Acontece. – Vi o tal de Eren abrir um sorriso e puta que pariu…! Que sorriso… ainda bem que ele não vê que o estou encarando.

Depois de tanto tempo, acho que esqueci como o seu sorriso era luminoso.

– Olha, eu… – não sabia bem o que falar, mas mesmo assim, alguma eu tinha que dizer – me desculpa pelo que eu… disse… – Senti que meu rosto tinha esquentado, eu Levi Ackerman sentindo vergonha… o mundo está pra acabar mesmo.

– O que aconteceu? – Perguntou a mãe.

– Nada demais, ele apenas se alterou quando parte do vaso caiu neles e estava até com razão… – Respondeu Eren. – Não se preocupe. – Falou em tom mais seco, me encarando com aqueles olhos novamente.

Fim do flashback

Eu não sabia o que fazer na hora, me faltaram palavras e qualquer outra coisa que me fizesse sair o ar da garganta. Então apenas saí e deixei pra ir lá um outro dia, visto que estava todo sujo e isso é uma coisa que não combina comigo.

Não mesmo.

Agora, eu teria mais um problema. Como explicar pra porra da Petra que as lindíssimas flores dessa merda de casamento ainda não estavam prontas?

Deixe-me contar mais sobre essa minha droga de vida que me está fazendo casar com uma viciada em beleza e que enche a porra do meu saco todo dia.

Meus pais… ah meus pais, toda vez que uma história começa com isso pode ter certeza que algo como casamento arranjado vai entrar na trama. E é quase isso, é mais o meu pai na verdade.

Ele pensou em um jeito de salvar a empresa de quase falência com um acordo um tanto ridículo, casar-me com Petra Ral foi a brilhante ideia deles. Agora, porque? Isso é bem fácil: Os pais de Petra, Richard Ral e Tria Ral construíram desde o zero, uma empresa de software e hardware com a aplicação em pessoas com deficiência auditivas, e nós, temos uma empresa que trabalha com peças de construção eletrônica. Uma mão lava a outra, não é? Só que, apenas fazer troca de ações não pareceu o suficiente, aparentemente meu pai tenta me curar da minha homossexualidade com esse acordo ridículo que eu nem sei porque aceitei. Petra é uma garota ruiva, que acha que o mundo gira em torno dela, viciada em beleza - Passa 25 horas por dia se maquiando e se vendo no espelho - Tem uma personalidade mesquinha e é chata.

Sim, eu odeio o fato de ter que compartilhar o apartamento com ela. Ainda bem que, depois do casamento e todas as ações virem pro nosso nome, posso me separar dela e deixar ela tomando conta de tudo sozinha, só faço esse sacrifício pela minha mãe que usa parte do dinheiro que ganha, para o tratamento de fibromialgia dela.

Ah, e também... a minha amizade com o Eren se perdeu quando o casamento foi arranjado. Petra vem destruindo a minha vida.

Oh deus, triste história não é?

Não sei quanto tempo divaguei, mas foi tempo o suficiente para conseguir chegar na maravilha do meu apartamento. Conforme fui entrando na garagem, notei que o elevador de funcionários estava aberto e que… ah não, a água de salsicha estava lá, será que não podia me dar paz um segundo?

Saí do carro com a melhor cara de paisagem que podia.

– Será que você pode atender pelo menos uma ligação minha? – Falou assim que pisei o pé no elevador.

– Será que você pode me deixar em paz um segundo? – Retruquei

– Para quête deixar em paz se nós vamos casar, Levi? Você deve no mínimo uma satisfação de onde está. – Falou com um tom de voz irritado.

– Não, eu não devo nada pra você, sua doida. Escuta aqui, Petra… – apertei o botão treze, andar do meu apê. – Já tive essa conversa milhões de vezes, mas eu vou tê-la de novo. Eu não gosto de você, estou fazendo isso pela minha mãe e eu espero que você entenda isso, okay? Esse foi o nosso combinado desde o começo e se você esqueceu eu faço questão de te lembrar. Eu não gosto de mulher, eu gosto de pau, entendeu?

– Você é doente…! – Falou incrédula – Como você pode me recusar?

– Se você fosse a Rihanna ou Lady GaGa, até pensaria, mas com uma baranga que nem você eu não fico. Me dá licença.

– Volta aqui, Levi! – Ouvigritar, mas continuei andando até chegar de fato no meu apartamento, que estava com a porta aberta.

– Tch. Essa porca… – Resmunguei ao ver as louças na pia. – Olha o porquê que eu nem devo pensar em te dar algum crédito, se você não arrumar essa bagunça Petra, eu juro que jogo todas as suas roupas de marca no lixo.

– Depois eu sou a doida, já viu o quanto você é maníaco por limpeza? – Respondeu fechando a porta.

– Gostar de limpeza não é ser doido, é ser um ser humano normal.

Não dei muita atenção para o que ela falou depois, apenas saí da cozinha e fui direto pro meu quarto.

– Ah… caralho, um dia eu infarto desse jeito… – Murmurei começando a tirar o meu casaco.

Estava numa época em que as flores de Santa Bárbara estavam de chegada, era primavera e início de março, o clima estava ameno, mas pra mimum pouco frio. Sempre fui sensível àstemperaturas baixas.

Me joguei na cama e deixei-me relaxar por cinco minutos, Petra sabia que trancar a porta do quarto era o mesmo que dizer “não me incomode” e felizmente desse jeito, ela entendia o recado.

Não sei dizer quanto tempo passo, mas foram bem mais do que cinco minutos e só fui trazido de volta à realidade depois que meu telefone tocou pela terceira vez. Não contive o sorriso quando vi que era minha mãe me ligando.

– Oi mamãe, como você está? – Perguntei

Estou bem, meu filho. E você? Como está Petra?– disse em tom curioso.

Suspirei cansado.

– É sério mesmo?

Ora meu filho

– Ora nada mamãe, você sabe que eu não gosto dela. – Interrompi

Tente ser…

– Compreensível? Você sabe que faço isso só por você, mãe. Não me peça pra ser gentil com ela.

É impressão minha ou você está ainda mais mal humorado do que de costume?– perguntou divertida.

– Sim, eu estou. Você acredita que ela veio falando que eu tinha que dar satisfação de onde eu estava pra ela? Puta que pariu mãe, eu não aguento mais! E ainda tem aquela história das flores que ela insiste que eu vá ver e ainda reclamou quando eu falei que serãogirassóis… e…

E…? – acho que minha mãe tinha um oitavo sentido, não era possível. Ela sempre sabia quando tinha alguma coisa a mais.

– E que... eu acho que passei a maior vergonha da minha vida hoje… – Deitei-me novamente na cama, cobrindo meu rosto com o braço livre.

Vergonha...?

– Fui naquela floricultura que você tinha me dito semana passada. E acabei chamando uma pessoa de cega, e ela era realmente cega.

Levi! Você não chamou o Eren de cego, pois não?– Ouvi a voz dela ficar um pouco exaltada.

– Você sabe… que…?

É lógico que sei, compro flores ali tem tempos e é ele que faz aqueles arranjos maravilhosos. – respondeu

– Eu sinto tanta vergonha... – Falei um pouco incrédulo.

Você pediu desculpas, não pediu? – ela falou com um tom de voz preocupado

– Pedi, mas… ainda me sinto muito culpado, mãe… – Meu tom de voz mudou pra um que eu nem mesmo conhecia. De repente a imagem dele me encarando com um olhar firme passou pela minha cabeça. Se eu fosse resumi-lo em algumas palavras, ele era forte. Mesmo com o xingamento que lhe fiz, ele se manteve impassível.

Levi…? – Ouvi mamãe chamar. –Ainda está aí?

– Não é nada…

Levi

– O que é?

Descreva o Eren pra mim.

– Quê? – perguntei confuso.

É uma ordem, Levi Ackerman.

O que tinha dado na minha mãe? Aquele pedido era o mais aleatório na face da terra, apenas suspirei e comecei:

– Ele tem a pele morena, os olhos são lindos e o sorriso… – Espera… – Mãe!

Pede pra ele te ensinar a fazer os arranjos.

– Porque eu pediria uma coisa dessas? – Falei tentando entender onde ela queria chegar.

Porque você nunca descreve detalhes de uma pessoa assim, você sempre fala primeiro da personalidade, Levi. Ele te chamou a atenção, não é? Na verdade ele continua te chamando a atenção, não é?

– Tch.

Faz o seguinte, eu tenho certeza de que ele vai ficar feliz em saber que você depois de tanto tempo, se interessou pelo trabalho que ele faz, e é uma boa oportunidade de você se redimir com ele. E também tem mais…– Falou quase num sussurro. –Você pode começar a amolecer esse coração com ele.

– Por acaso tenho coração de pedra?

Tem sim. E você vai fazer isso, por ser um pedido da sua querida mãe, anda, vai lá. Vou te passar o número de lá por mensagem. Tchau meu filho, eu te amo.

– Também te amo, mãe.

Ok, Kuchel Ackerman estava doida, doidíssima.

Carla Jaeger

Eren estava meio estranho desde que Levi saiu da loja, na verdade ele estava até distante de mim. Pediu para sair da loja mais cedo e falou que iria limpar a casa para desestressar.

– Esse garoto…

Estava terminando de arrumar alguns artigos da loja, quando ouvi o telefone tocar.

Passei a mão rapidamente pelo avental que usava e saí àpassos rápidos.

– Jaeger's Flowers… com quem eu falo?

Ah, Olá dona Carla, como a senhora vai? Sou o Levi…– Ouvi a voz falar timidamente do outro lado.

“Que estranho, ele não parece esse tipo de pessoa…”

– Oi Levi, como vai? Precisa de algo?

Na verdade eu queria falar com seu filho, seria um problema?

Eu sabia que tinha alguma coisa a ver com ele!” – Pensei enquanto o outro lado da linha ficava em silêncio

– Não, não seria. Vou apenas chamá-lo, espere um pouco.

Tudo bem…– respondeu.

Deixei o telefone fora do gancho e subi as pequenas rampas que dava acesso à minha casa. Naquela casa não tinha escadas, ou na verdade, não existiam mais. Antes de Grisha meu marido morrer, nós fizemos a troca de escadas por rampas, já que Eren não possuía a habilidade de subir escadas.

– Eren! – Chamei-o depois de bater à porta, já que agora ele se encontrava no quarto, provavelmente ouvindo músicas.

– O que foi? – respondeu.

– O senhor Ackerman quer falar com você?

– O senhor Ackerman…? – perguntou receoso

– Sim, e ele disse era importante.

Um silêncio caiu entre nós.

– Eren…? – Resolvi falar depois de algum tempo.

– Diga à ele que já vou.

Levi Ackerman

Se eu estava nervoso? Imagina. Não imaginava falar com Eren tão cedo e ainda mais por um pedido da minha mãe. E ainda por cima, havia um tempo bem grande depois que a Carla saiu me deixandosozinho ao telefone, estava quase cogitando desligar quando ouvi alguns barulhos.

Levi? – Ouvi dessa vez a voz de Eren soar do outro lado do telefone –O que quer comigo? senhor estressado.

Arqueei as sobrancelhas em resposta daquela provocação.

– Deixa eu te perguntar uma coisa antes de mais nada, quantos anos você tem agora?

Dezesseis, porque?

Aquela era a resposta que eu precisava para deixar meu nervosismo de lado e mascará-lo com a ironia que eu sempre usava.

– Ok, se o pirralho me deixar falar, eu queria te pedir um favor.

E o que seria? – perguntou impassível.

Tinha chegado a pior parte… ah merda, porque eu aceitei isso mesmo?

– Você poderia… ah

É impressão minha ou você está gaguejando?

– Cale a boca, pirralho de merda e me ensine fazer esse arranjos que você faz.

Ouvi uma risada do outro lado da linha.

Você perde a paciência muito fácil, Levi!Não mudou nada. Continua sendo engraçado te provocar.

– Porque você está… rindo?

Achou que estaria chateado? No começo eu realmente fiquei, mas ponderando algumas coisas, deu pra perceber que você não queria ser indelicado. Sei que se sente culpado e está fazendo como uma forma de se redimir.

– Como que…?

Apareça amanhã depois das dezoito horas, e traga algum óculos e luvas. Vai precisar.

Depois disso a chamada foi encerrada e eu simplesmente fiquei sem saber o que fazer, porque ele estava levando tudo numa boa enquanto eu me corroía por dentro?

Carla

– O que ele queria, meu amor? – Perguntei depois de ver Eren desligar o telefone com um sorriso estranho.

– Ele acabou me chamando de cego hoje.

– Quê?

– Lembra que eu derrubei o vaso, não é? Pois então, quando caiu nele, por reflexo, ele acabou me chamando de cego. E eu meio que fiquei chateado com isso e acredito que ele tenha ficado de consciência pesada. – Respondeu

– E isso leva…?

– Ele veio me pedir pra ensinar a ele a fazer os arranjos que faço.

– E você aceitou?

– É claro, que outra oportunidade eu teria de fazer ele sofrer um pouquinho?

Bom... depois de tudo que ele fez, não é muito coisa.

23 de Septiembre de 2019 a las 16:02 1 Reporte Insertar Seguir historia
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Olá, eu sou a MiRz do Sistema de Verificação do Inkspired. O sistema de verificação atua não só para ver a qualidade da história, como também para observar se a história está de acordo com as normas do site. Sua história está marcada como “em revisão”, pelos seguintes apontamentos retirados do seu texto: 1) Porquês. Na frase “[...] mas porque uma bengala se você mesmo disse que seus olhos veem tudo? [...]” Esse “porque”, por estar empregado numa frase interrogativa, o correto é “por que”; na frase “[...] — Dezesseis, porque? [...]”, nesse caso, como o “porque” é uma interrogativa seguida pelo ponto de interrogação, o correto é utilizar o “por quê?”. 2) Acentuação. Na mesma frase de cima, o “vêem” não possui mais acentuação. 3) Falta espaço entre algumas palavras como em “[...] os olhos que tenhoeu enxergo tudo [...]”, “[...] sou cegode nascença [...]”, entre outros ao longo do texto. 4) Vírgula. A palavra “por favor” deve vir entre vírgulas ou é precedido por uma quando está ao final da frase. Algumas vírgulas também estão vindo depois da conjunção adversativa “mas”, como em “[...] ou a beleza das estrelas mas, não é como seu eu sentisse falta [...]”. Eu dei apenas alguns exemplos retirados do seu texto, há alguns outros, mas são erros pequenos, que acredito que uma revisão mais minuciosa ajude a saná-los. A verificação não é obrigatória para a história continuar sendo exibida, então se você tiver o interesse de ter sua história verificada, após corrigir todos os erros em todos os capítulos postados, é só responder a esse comentário que eu faço uma nova verificação, não há necessidade de pedir prioridade novamente. No mais, você escreve muito bem, parabéns pela obra. Tenha uma boa semana! ;)
September 25, 2019, 16:20
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