garotaestragada Isa

Ah, o Natal... Época de se reunir com a família, brindar a união, comer bastante, celebrar o nascimento de Cristo, distribuir presentes, sorrisos, preconceitos, fingir que gosta daquele tio machista, homofóbico e tobiraminion, responder perguntas inconvenientes sobre namoradinhos e brigar por política. Principalmente, brigar por política. E para a familia Haruno-Uchiha, aquele ano não seria diferente.


Fanfiction Anime/Manga Todo público.

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Natal, militâncias e apostas

O que constitui a famigerada “Familia Tradicional Brasileira”?

Um homem, uma mulher, dois filhos homens, a caçulinha, um cachorro, um relacionamento abusivo e um(a) amante?

Melhor dizendo: um casal hétero e seus filhos? Oh, não podemos esquecer, é claro, cristãos e conservadores. Machistas, LGBTfobicos e intolerantes? E me arrisco a dizer eleitores de um certo alguém. Ou pelo menos, era isso o que a sociedade, em pleno século 21, pregava.

Acontece que a família Haruno-Uchiha estava muito, mas muito, muito mesmo, longe de ser essa tal de “Familia Tradicional Brasileira”.

E tinham muito orgulho disso.

****

Ah, o Natal...

Época de se reunir com a família, brindar a união, comer bastante, celebrar o nascimento de Cristo, distribuir presentes, sorrisos, preconceitos, fingir que gosta daquele tio machista, homofóbico e tobiraminion, responder perguntas inconvenientes sobre namoradinhos e brigar por política.

Principalmente, brigar por política.

Para falar a verdade, estar no meio dos Harunos e dos Uchihas estava se provando um verdadeiro teste de paciência e autocontrole, porque a qualquer descuido, sua mão podia acabar voando na boca de alguém na forma de um soco. Totalmente sem querer, é claro.

Era isso que Sasuke, Sakura, Saori e Sarada pensavam daquela reunião - que estava uma bosta, a propósito.

- Porque quando o Mito assumir, ele vai acabar com essa pouca vergonha que tem ai - o velho Danzou dizia, um Uchiha que nem Uchiha era. - Essas histórias aí de homossexualismo, de ideologia de gênero, uma pouca vergonha! Muito diferente daquele frouxo do irmão dele que só afundou nosso pais.

A família Haruno-Uchiha revirava os olhos, na tentativa - que os quatro sabiam ser falha - de evitar discussões. Haviam até mesmo apostado: quem começasse a discutir primeiro, dirigia. E como bons orgulhoso que eram, aposta feita é aposta ganha.

Exceto, é claro, quando sua paciência já esta no limite para indiretas como aquela.

Era o caso de Sarada. Desde que havia assumido seu relacionamento com Chouchou, sua melhor amiga de infância e noiva, aquele inferno havia começado. Não que elas esperassem o minimo de respeito ou compreensão dos Uchihas e dos Harunos, até porque, crescendo em meio aquelas famílias, Sarada sabia - e seus pais avisaram muito - que não seria nada fácil.

Eles preferiam ser aqueles poços de burrice e preconceito que eram, os únicos que se salvavam ali eram Itachi, Shisui e Obito. O resto, podiam ir dar uma voltinha na casa do caralho e nunca mais voltar. Seria um alivio.

Respirou fundo, lembrando-se que ainda tinha uma aposta para ganhar.

- Tobirama não vai acabar com nada disso, porque isso é simplesmente natural, senhor Danzou - apesar de não demonstrar na voz, Sarada borbulhava por dentro de ódio por aquele velho. - A única pouca vergonha aqui é o senhor, um velho frustado com a vida que tem como único passatempo infernizar a vida dos outros. E aliás, é homossexualidade e identidade gênero os termos corretos.

Foda-se a aposta, se Danzou começasse com aquelas indiretinhas de merda Sarada não iria ficar quieta coisíssima nenhuma! Podia ter a aparência e a personalidade de Sasuke, mas ainda era filha de Sakura Haruno, e não iria, de jeito nenhum, levar desaforo para casa.

- Calminha, mô - Chouchou sussurrou em seu ouvido, depositando um beijinho casto em sua bochecha e apertando sua mão. - Não se estressa com esse tipo de gente, não.

O sotaque gostosinho da Akimichi fez com que Sarada lembrasse que nem só de velhotes odiáveis como Danzou se fazia a vida.

Sorriu, apertando de volta a mão de Chouchou, antes de tacar um beijão naquela boca gostosa. O som estrangulado que escapou de Danzou foram como as próprias prombetas do céu. Juntas, as duas fizeram a melhor coisa que podiam: se afastaram daquele velho e foram até a mesa beliscar algo, ignorando a existência de Danzou pelo resto da festa.

Deixariam aquele velho nas mãos da Santa Padroeira da Mulheres Empoderadas Rihanna.

****

- ... ainda bem que você não é que nem essas feminazis aborteiras que tem por ai. Que deixam os pelos crescerem, saem por aí dizendo que não precisam de homem, que lugar de mulher é onde ela quiser, que tem ódio pelos homens... Ainda bem que eu eduquei você muito, pra você não acabar ficando igual sua irmã e sua mãe.

Mebuki, depois de quase vinte minutos bostejan-digo, falando, finalmente parou. Como aquela mulher ainda tinha saliva depois de tudo aquilo, Saori se perguntava. Não lembrava da metade do que a avó dissera, e sinceramente? Nem estava interessada.

Nem afim de brigar ela estava naquele dia. Só queria aproveitar seu natal em paz, com seu namorado e sua barriga, mas parecia que naquela família, a unica maldita coisa que não existia era paz.

Sinceramente, Saori não queria brigar naquele dia, mas Mebuki realmente havia acabado com sua paciência. Apenas trocou um olhar com Boruto, antes de respirar fundo e olhar para a vó com o melhor olhar cínico que sabia.

- Na verdade, vó Mebuki... - começou, a voz tão calma como a de uma fada. Uma fada da morte, mas uma fada. - Eu sou feminista sim, e isso que você tá dizendo é um estereótipo. Na verdade, vovó, a mulher pode ser como ela quiser, seja mantendo os pelos, seja se depilando ou trabalhando fora. Ah, - levou a mão até a boca, fingindo surpresa, num deboche herdado tanto de Sasuke quanto de Sakura. - caso a senhora não saiba, eu sou totalmente a favor da descriminalização do aborto, mesmo eu não optando por faze-lo, até porque o mundo não gira em torno do meu umbiguinho, né, vovó?

Sorriu ao fim, pegando na mão de Boruto que a observava boquiaberto, totalmente orgulhoso da namorada que tinha, e saíram dali, indo cumprimentar tio Itachi e procurar uma cadeira para Saori sentar e descansar os pés inchados. Não era nem um pouco fácil carregar um bebê e ainda ter que escutar o tanto de merda que ouviu. Merecia um bom mimo do tio Itachi e comidinhas na boca enquanto Boruto massageava seus pés.

E quanto a aposta? Boruto podia dirigir.

****

Eram em momentos como aquele, que Sasuke agradecia por ser uma pessoa minimamente controlada.

Ao contrário de sua ex-companheira, que Sasuke tinha certeza estar se segurando para não arrancar a cabeça da algum Uchiha por aí.

Sério, quanto tempo sua família iria demorar para aceitar um divórcio que havia acontecido anos atrás? Aparentemente nunca, já que desde o momento em que pisou naquela maldita casa, vieram pessoas encherem a porra do saco com dicas de como reatar uma relacionamento que, veja só, já havia acabado há anos!

E eles estavam bem assim. Os anos juntos como casal e as filhas os ajudaram a amadurecer muito e a criar aquele vínculo de amizade e companheirismo que tinham. Nunca estiveram tão bem. Quando suas famílias iriam enfim entender que eles haviam se casado apenas por pressão e por não terem sido ensinados a se protegerem? Eles haviam engravidado com 16 anos, pelo amor de Rikudou, era óbvio que não sabiam o que estavam fazendo naquela época.

O divórcio havia sido a melhor coisa que fizeram, tinham maturidade suficiente para enxergarem isso - e suas filhas também. Mas, aparentemente, suas famílias não tinham a mesma maturidade para enxergar uma coisa tão obvia.

- É por isso que eu digo que mulher não tem que trabalhar. Elas começam a ganhar o próprio dinheiro, a se acharem independentes. Mulher minha nunca trabalho e vê se meu casamento não tá indo que é uma maravilha?

Ao menos Kagami tinha a decência de dizer aquilo longe de Sakura, sorte dele, porque Sasuke não iria segurar a ex-companheira caso ela quisesse dar um bom murro da cara de seu tio. Agradeceria, até.

- Tenho certeza que a culpa da sua filha, aquela lá que usa óculos, ser machorra é daquela mãe dela lá - ele tornou a falar, a voz arrastada denunciando o estado de embriaguez. - Se tivesse feito o papel dela como mãe direito, não tinha dado nisso - ele riu, como se tivesse dito a coisa mais engraçada do mundo.

Sasuke fechou os olhos por um segundo, pensando em que merda que havia feito em alguma vida passada para ter que ouvir aquele tipo de comentário. Bem, nada surpreendente vindo de um tobiraminion, de qualquer forma.

- Escuta aqui, Kagami - disse, totalmente irritado, fazendo o tio virar os olhos negros arregalados em sua direção com sua súbita mudança de tom. - Você pode falar o que quiser, quando quiser. Não posso te impedir. Mas a partir do momento que você insulta alguém da minha família aí, titio - a palavra saiu carregada de ironia. - Aí a coisa é mais embaixo. Porque ai, titio, a briga que você vai arranjar é comigo e com a Sakura. E eu te garanto, o soco dela é muito forte, sabe?

Kagami olhava para ele com os olhos arregalados, as pernas tremendo e o Uchiha não ficaria nem um pouco surpreso se o tio mijasse nas calças. Estalou os dedos da mão esquerda, como forma de deixar a ameaça mais real. Funcionou, Kagami sentiu um arrepio descer a espinha.

- Que feio, papai - escutou a voz de Sarada soar a suas costas, o tom debochado combinando com o sorriso, que Sasuke sequer via, mas sabia que ela tinha nos lábios. Os olhos negros brilhavam em divertimento quando virou-se para ela. - Brigando com os parentes. Tsc, tsc. Acho que alguém vai dirigir hoje.

Ninguém precisava saber que Sarada já havia perdido a aposta à tempos.

****

Curiosamente, Sakura, a mais invocada da família, e que todos esperavam ser a primeira a começar a discutir com algum e, cair na porrada, quem sabe - não seria a primeira vez e naquela altura do campeonato, sequer iriam julga-la -, foi quem se manteve mais calma, para a surpresa da família Haruno-Uchiha.

Continuava tão plena quanto havia chegado, não iria ficar com rugas de estresse por causa de gente como aquela. Podia-se dizer que ela havia até mesmo aproveitado a recepção, então, ninguém podia julga-la pelo leve sorriso debochado que lançava para Sasuke, o senhor-controlado-e-calmo.

- Que belo exemplo você, hein, Sasuke - Sakura sussurrou para o ex-companheiro, o tom soando odiosamente debochado.

No momento, estavam ambas as famílias sentadas naquela mesa estupidamente grande dos Uchihas, comendo a ceia. Na verdade, estava tudo muito gostoso, o que fazia de certa forma as raivas que passaram valerem a pena.

Não totalmente, mas em partes.

A mesa se encontrava em um certo climão, que era muito bem ignorado pela família Haruno-Uchiha e por Itachi e Shisui, que conversavam tranquilamente, como se não fossem os responsáveis por aquilo.

Bem, se eram, não se importavam nem um pouco.

- E quando que sai esse casamento, hein? - Shisui perguntou para Sarada e Chouchou, sem conseguir conter a animação.

O casal trocou um olhar apaixonado.

-- Ai, Shisui, você nem sabe o quanto eu tô ansiosa! - Sarada respondeu, com os olhinhos brilhando, e Shisui não pode achar mais fofo.

-- Eu tô que não me aguento de felicidade! - Chou respondeu também, pegando na mão da noiva e beijando a aliança prata.

-- Ah, que bom, meus amores - Itachi disse, sorrindo orgulhoso das duas. - Vocês são muito abençoadas, sabe? Que Deus abençoe a união de vocês.

Itachi sempre fora bem religioso, não que isso incomodasse a família Haruno-Uchiha, já que Itachi era a pessoa mais da paz que eles conheciam. Por isso, nunca tiveram medo de falar abertamente sobre aquele relacionamento.

- Obrigado, tio - Sarada agradeceu, aceitando a benção, apesar de não ser religiosa.

Afinal, o lema da família Haruno-Uchiha era respeito acima de tudo, fora assim que Sarada e Saori foram educadas.

Mas como estavam no meio da bela e moral família Uchiha, e, para completar o pacote chernobyl, dos Harunos também, não era surpresa ver as caras amarradas de alguns parentes.

- Deus não, não fale essas coisas em nome de Deus, garoto - Danzou, para a surpresa de ninguém, resmungou, se metendo na conversa que além de não ter sido chamado, não era desejado.

- Deus ama o pecador, mas não o pecado - Sora completou, um primo de 3 ou 4 grau de Sasuke que ele não fazia ideia de quem era.

Itachi revirou os olhos tão forte que jurava que tinha visto o próprio cérebro, odiava quando Danzou usava o nome de Deus para destilar seu veneno daquela forma...

- Isso mesmo - Danzou concordou com um gesto de cabeça. -A bíblia diz que...

- A bíblia diz muitas coisas, senhor Danzou - Sakura o interrompeu, continuando a cortar seu pedaço de peru. Levou um pedaço a boca, mastigando calmamente.

- Sim, sim. Mas está escrito no Velho Testamento que...

- Que você não deve comer carne de porco? - Sakura rebateu, com um sorriso debochado.

- Não. Sim, mas...

- Que você não pode usar roupas de tecidos diferentes?

- Não! Garota, pare me interromper. Eu estava dizendo...

- Então você deve estar falando daquela que diz algo sobre não poder se barbear? - rebateu novamente, observando com prazer o rosto do velho avermelhar de raiva.

- Controle a boca de sua mulher, garoto! - esbravejou para Sasuke. - A bíblia é muito clara quanto ao homossexualismo. "Não te deitaras com homem, como te deitas com uma mulher; é repugnante".

Um pequeno silêncio se seguiu, tenso, e por um momento, Sasuke agradeceu por sua mãe não estar mais ali para escutar aquele tipo de merda vindo da família.

- Eu acho curioso que mesmo Levíticos dizer inúmeras outras coisas, como Sakura citou, você só foca nessa parte em especifico - Sasuke comentou, depois de alguns segundos de silencio, com o rosto apoiado na mão enquanto fitava Danzou. - Algum tipo de desejo reprimido, titio Danzou? A psicologia explica isso, sabe? - sorriu de lado, debochado.

O coro de risos reprimidos se seguiu, ao mesmo tempo que o rosto do velho se avermelhava mais ainda e um olhar de puro ódio era dirigido para Sasuke, que o sustentou, com o queixo erguido.

- E aliás - continuou, o tom numa mistura harmoniosa entre calma e deboche. - Eu não tenho que "controlar a boca da minha mulher", até porque nós não somos mais casados a anos, Danzou. E se mesmo na nossa época de casados eu nunca fiz isso, não vai ser agora que eu vou fazer, não acha?

- Até porque, se você fizesse isso, a mamãe ia te comer na porrada - Saori completou.

- Exatamente, querida - Sasuke concordou tranquilamente. - Supera, meu anjo.

- Mas isso é um absurdo! - Danzou esbravejou novamente, socando a mesa com força. - Eu não vou tolerar um absurdo des...

- Não vai tolerar o que, Danzou? - a voz de Fugaku repercutiu como um trovão, fazendo todos se calarem em um segundo. - Lembre-se que esta casa não é sua, você não manda em nada aqui. Quem decide o que deve ou não ser tolerado sou eu. Agora vamos voltar a comer.

Todos ficaram em silêncio, voltando a comer. Ninguém ali era louco para questionar Fugaku, nem mesmo a família Haruno-Uchiha.

Sasuke ainda fitava o pai, um tanto surpreso pela atitude dele já que ele estava quieto desde a hora que ele e sua família haviam chegado ali.

- Algum problema, filho? - Fugaku questionou suavemente, tomando um gole de refrigerante.

O Uchiha mais novo demorou alguns segundos para entender que o pai estava falando com ele, e não com Itachi.

- Não... - respondeu, atordoado. Chacoalhou a cabeça, se recompondo. - Tá tudo bem.

- Bom - o Uchiha mais velho assentiu com um gesto de cabeça. - Então, todos voltando a comer.

****

Curiosamente, após a pequena discussão envolvendo Danzou, a família Haruno-Uchiha voltou a conversar tranquilamente com Itachi e Shisiu, agora na sala, ignorando o climão que haviam causado junto com Fugaku, que participava da conversa sobre o casamento de Sarada e Chouchou com uma animação bastante incomum.

E Sasuke não podia negar: era bom. Estar com sua família daquele jeito era muito bom. Mesmo que não pudesse se impedir de pensar sobre as pessoas que faltavam ali - que com certeza não eram os parentes que eles estavam ignorando na cara dura -, pessoas importantes, e o Uchiha sentia muita falta.

Como sua mãe, Mikoto. Tio Madara, tio Izuna, e claro, Naruto (mas isso seria assunto para outro momento), mas princialmente, de sua mãe. Ela era a alegria daquela casa.

Fugaku riu de sua cara de distraído enquanto fitava o lugar vazio no sofá, como se soubesse exatamente no que estava pensando.

- Também sinto falta dela - ele comentou baixo, como se contasse um segredo que apenas Sasuke pudesse saber.

Olhou para o pai, vendo a expressão suave e os olhos amorosos. O fitou com certa curiosidade, diante do comportamento incomum. Fugaku soltou um riso pelo nariz ao notar seu olhar e bagunçou seus cabelos, num gesto carinhoso.

- Vá buscar a sobremesa para seu pai, rapaz - disse, voltando a se aconchegar no sofá e a assistir o especial de natal de Hiruzen Carlos.

- Vai buscar a sobremesa, Sarada - Sasuke mandou, voltando sua atenção para a tv e se aconchegando no pai, aproveitano o abraço quentinho dele.

- Vai buscar a sobremesa, Saori - Sarada mandou, voltando aos xavecos com Chouchou.

- A Saori tá gravida, querida - Sakura interviu.

- Isso mesmo. Eu tô gravida e daqui eu não saio - Saori respondeu, aproveitando a massagem que sua mãe fazia nos pés inchados. - Boruto, vai buscar a sobremesa pra sua namorada gravida, vai.

- E eu tenho outra opção? - Boruto resmungou, se levantando.

- Não - a família Haruno-Uchiha respondeu.

****

- Me visitem mais, okay? - Fugaku dizia enquanto acompanhava a família Haruno-Uchiha até o portão para se despedirem.

- Prometo que assim que o nossos nenéns nascerem e esses compromissos de casamento passarem, nós vamos te visitar mais, pai - Sasuke respondeu, abraçando o pai.

- Vou cobrar isso, hein? - o Uchiha mais velho comentou, brincalhão. Beijou a testa do filho, fazendo o mesmo no restante da família.

Itachi o fitava orgulhoso, apoiado na porta, com Shisui o abraçando por trás.

- Até mais, futuro biss'ô Fugaku! - Saori acenou, com uma mão repousando sobre a grande barriga.

O futuro bisavô acenou de volta, sorrindo. Se virou, voltando para dentro de casa com Itachi e Shisui, pensando em como Mikoto iria ficar feliz de ver como sua família estava.

Ela com certeza amaria as netas.

Já dentro do carro cheio demais, a alguns kilômetros da casa dos Uchihas, a viajem seguia calma e silenciosa.

Mas, obviamente, nada que tenha um Boruto Uzumaki vai ser calmo e silencioso, Sasuke nem sabia porque estava surpreso. O garoto estava sentado no meio do banco de trás, fitando o sogro com expectativa e sem parar de se remexer.

O Uchiha revirou os olhos, irritado.

- Desembucha logo, garoto - resmungou, virando a esquina de casa.

Boruto respirou ruidosamente, como se tivesse tentando conter a emoção. Mordeu os lábios, risonho.

- Eu só queria saber... como vão as coisas com o velho, sogrão?

O tom insinuante e sem um pingo de vergonha na cara fez Sasuke pisar no freio enquanto sua família se segurava para não rir de sua cara vermelha.

- É, pai - Saori disse, com a voz risonha, sentada no banco ao seu lado. - Quer dizer que o senhor tá pegando meu sogro. Bem safadinho o senhor, hein.

Sarada e Sakura riam escandalosamente no banco de trás, junto a Chouchou e Boruto, que riam de forma mais controlada - eles tinham certo medo de Sasuke.

Mas o Uchiha apenas levantou o queixo, ignorando-os.

- Te expuseram de verdade, Sasuke, nem adianta disfarçar - Sakura comentou, assim que conseguiu parar de rir, com a respiração ainda pesada e a barriga doendo.

- Agora eu sei porque o papai anda tão bem-humorado - Sarada zombou, se aconchegando melhor no colo de Chouchou.

- Se você quer saber, senhor Uchiha - Boruto começou. - O velho tá parecendo um adolescente apaixonado. Fala o dia todo de você. É bem fofo.

Sasuke olhou para o genro com a cara fechada.

- Não chama seu pai de velho - reprendeu.

- Olha que bonitinho. Ele até defende o namorado - Saori debochou, com a mão no peito.

- Mas ele tá certo, Sasuke - Sakura disse, com uma sobrancelha arqueada em deboche. - Não é como se o Naruto fosse tão novinho assim, também. Ele tem já tem o que? Uns 40 anos?

O Uchiha a olhou com as sobrancelhas franzidas, a jugando de forma silenciosa, algo como 'mas você a mesma idade que ele'. Contudo, se Sakura notou que estava sendo julgada por pensamento, ignorou completamente.

Sasuke sorriu de lado, algo passando pela sua cabeça. Fitou a ex-companheira com um brilho maldoso no olhar.

- Bem, certeza que ele é mais novo que Sasori, se não estou enganado.

Bingo, as bochechas da mulher coraram na hora. Sasuke voltou sua atenção para a estrada, rindo vitorioso.

Sarada, Saori e Boruto caíram na gargalhada enquanto Sasuke sorria com um ar triunfante e Sakura escondia o rosto o rosto vermelho. O Uchiha sentia-se vingado.

E Chouchou? A akimichi se limitou a esconder o rosto nas costas da noiva e segurar a risada, pensando em como havia ido para no meio daquela família nem um pouco tradicional e com certeza louca da cabeça.

Ela não podia ter pedido família mais maravilhosa.

6 de Abril de 2019 a las 03:24 0 Reporte Insertar Seguir historia
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