moonworm Yasmin Zer

Todos os dias, no mesmo horário, ele estava ocupado. Havia começado sua preparação antes mesmo do momento, apenas para poder aproveitar ainda mais as reações do outro. Porque, afinal, o cara do outro lado era dono do sorriso que o deixava caidinho.


Fanfiction Series/Doramas/Novelas Sólo para mayores de 18.

#Together-With-Me #Korn #Knock #moonworm #bl #boys-love
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Do outro lado

Seu humor não era dos melhores. Estava com o rosto inchado, olheiras tão grandes e roxas que aparentavam dias sem dormir — o que não deixava de ser verdade. Cabelos ensebados e tão duros a ponto de ficarem amassados com o formato do travesseiro mesmo depois de já ter levantado. 

Todo esse humor era estranho, visto que não dormia há dias por imprudência própria. Passava madrugadas acordado com apenas a luz da tela do seu computador iluminando todo o seu quarto, enquanto ficava tão concentrado na cena a sua frente a ponto de ao menos piscar e quando o fazia, ignorava a ardência porque estava perdido em coisas mais importantes no momento.

Esse era um dos momentos importantes de Knock:

— A-aaah... Hmm... A-a-ah MA-AS QUE DROGA-A-A!

Se havia algo que Korn mais odiava era ser interrompido quando estava no seu "momento prazer", também conhecido por "momentos proibidos para menores de 18" — não seguidos pelos menores, diga-se de passagem. A campainha interrompendo seu momento seria seu maior problema, se não fosse por sua mãe berrando aos quatro cantos do corredor do edifício onde morava, dizendo que esqueceu as chaves no apartamento do filho minutos atrás, quando foi fazer uma visita.

Apressou-se para levantar as calças e abotoa-las o mais rápido que pôde. Desceu as escadas andando rápido, antes que sua mãe voltasse a gritar no corredor e seus vizinhos chamassem o síndico.

— Não tem uma vez que a senhora não esquece alguma coisa aqui. Parece até que faz de propósito, só para saber se eu estava fazendo algo "errado" - disse enquanto abria a porta, logo encarando a mulher a sua frente.

— Olha como fala comigo, moleque. Sou sua mãe, posso esquecer minhas coisas aqui o quanto eu quiser e ainda assim você terá que me receber muito bem aqui. Estamos entendidos? — a mulher de baixa estatura dizia enquanto entrava no apartamento, logo buscando suas chaves e retornando a porta. Parou, levantou sua mão e colocou seu dedo indicador bem no rosto do filho, logo ditando:

— Você acha que eu sou tonta, é? Eu sei o que você estava fazendo no seu quarto. — virou-se, sem mais nem menos e saiu andando até chegar ao elevador que a deixaria no térreo.

Korn tremeu de medo e vergonha. Oras, sua mãe sabia das coisas que fazia, era, no mínimo, vergonhoso. Mas, afinal, todos faziam aquilo. Não é? É, mas não do jeito que ele fazia.

Após a sessão vergonha passar, Korn retornou ao seu quarto, furioso, pois todo o clima que havia criado fora por água abaixo graças a sua querida mãezinha. Clima esse que não demorou a voltar assim que viu uma notificação em seu computador, surgir, dizendo que alguém havia entrado no Skype. Oh, como ele gostava de calls, principalmente se elas envolvessem um alto teor de proibição.

Segundos depois, lá estava outra notificação surgindo na tela, mas dessa vez para algo ainda melhor, uma chamada de vídeo. Estava na hora da sua diversão diária, iniciar.

— Achei que me abandonaria hoje. — Começou dramático, ao ver que sua chamada havia se iniciado. — Já arrumou alguém melhor, Knock?

 Nunca. Por que eu abandonaria o cara dos meus maiores e melhores prazeres? — Knock derrubava Korn somente com um sorrisinho safado de canto, nada mais. Todo aquele jeito garanhão do outro era o fim da sanidade do homem que odiava ser interrompido nos seus melhores momentos.

Mal conseguiu ficar em seus devaneios, não tinha como. A visão que começara a ter em sua tela do computador bem a sua frente era realmente deliciosa, como sempre.

Deleitava-se com a visão enquanto se preparava para repetir as ações do homem do outro lado da tela. Quem escutasse, imaginaria que estava no ápice, mas Korn ao menos havia iniciado. Que os vizinhos tivessem paredes bem grossas, para não os escutar.

O som do computador estava no máximo e ainda sim não parecia o suficiente para nenhum dos dois, não ouviam o suficiente de suas vozes e vice versa. Precisavam de mais. Mais barulho, mais ação.

— Mais rápido, Ko-o-rn, está le-e-ento hoje! - disse Korn. Não era para menos, o outro havia lembrado que já se passaram dois anos desde que começaram a fazer calls todos os dias.

Ambos eram idiotas o bastante para não aprofundar a relação, na verdade, o único idiota aproveitador dessa coisa toda era Knock. Ele dizia ser "só na broderagem", mas não perdia uma call por nada, nem mesmo quando a namorada estava fazendo aniversário. Naquele dia foi embora mais cedo da festa apenas para poder cumprir o que seus instintos primitivos diziam.

Saiu, novamente, dos seus pensamentos ao sentir o líquido escorrendo por entre suas mãos. Ficara pensativo por tempo demais fazendo com que ao menos prestasse atenção no homem do outro lado, agora ofegante.

— Preciso de mais — disse.

Mas é claro. Em cinco passos estarei em sua casa.

Porque mesmo não tendo o coração de Knock, Korn ainda teria o sorriso, corpo e os carinhos do mesmo, todinho para si. Afinal, sua casa era do outro lado.

16 de Noviembre de 2018 a las 00:25 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Fin

Conoce al autor

Yasmin Zer Uma garota que adora ler, escrever e desenhar. Estudando para conseguir uma vaga na universidade.

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