laylasan LaylaSan

[ItaSasu] [Universo Alternativo] ~ [10/10] Sasuke e Itachi tinham profissões distintas, mas se viram na mesma situação quando não conseguiram concluir seus últimos trabalhos. O que eles não esperavam, no entanto, era que uma singela sugestão do editor do Uchiha mais velho pudesse acabar em uma viagem pelo Mar do Japão, e mais do que isso, numa situação que nenhum deles poderia esperar. (Essa fanfic tem uma continuação chamada: Pelos caminhos de Andaluzia - Costa del Sol)


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Frustração

O moreno bufou irritado mais uma vez enquanto encarava a folha parcialmente amassada e manchada sobre suas pernas. O pedaço de papel claramente já não era mais útil e tinha destino certo junto a um pequeno montinho que se espalhava pela sala, fruto da frustração do desenhista de não conseguir passar para o papel a imagem que se desenhava claramente em sua cabeça.

 

O motivo real disso ele também não sabia, pois dificilmente se deixava abalar por algum tipo de coisa que parecesse pífia e por conta disso sua recente irritação sem foco aparente estava tomando sua mente e deixando a situação pior. Vencido pelo cansaço e pelas falhas tentativas em tentar fazer um simples desenho, resolveu deixar aquilo de lado por um tempo.

 

A folha recém-riscada acabou ganhando lugar junto às outras e virou uma bolinha que estava quase fazendo parte da decoração daquela sala e o moreno se levantou e saiu andando por ali enquanto pisava em cada uma das folhas amassadas tentando descontar a frustração que tomava suas veias. Era inaceitável que não conseguisse desenhar uma silhueta com mais alguns detalhes quando naqueles seus pouco mais de vinte e cinco anos já tinha feito trabalhos mais difíceis.

 

Sim, ele estava realmente incomodado com aquilo, mas naquele primeiro momento acabou deixando passar, se forçasse só acabaria gastando mais material à toa. Claro que não conseguiu desprender tanto a mente daquilo, mas quando suas pernas o guiaram até a cozinha e de lá ele saiu algum tempo depois carregando uma caneca de café se sentiu um tanto mais confortável.

 

Uma chuva repentina tinha acabado de envolver a cidade e ele se permitiu observá-la por um momento da sacada de sua sala. O vento forte sacodia algumas estruturas, mas o espaço externo ao ambiente principal era vedado por uma cortina de vidro retrátil que naquele momento o protegia de se molhar e por isso ele podia ficar ali sem grandes problemas.

 

A ideia da cortina de vidro não era somente por conta da proteção das sacadas à temporada de chuvas, mas também um cômodo para ele que gostava de ver a água correndo livre, muitas vezes o fenômeno tinha lhe servido de inspiração para continuar desenhando e ele esperava que daquela vez não fosse diferente.

 

Tolo seria se conseguisse realmente esquecer-se de sua falha. Ele não estava realmente bravo consigo mesmo, mas veja bem, Uchiha Sasuke não era o tipo de pessoa que se permitia ser vencido por algo, muito menos algo que dominava tão bem. O herdeiro mais novo de Fugaku e Mikoto Uchiha aos vinte e cinco anos já tinha conquistado seu espaço por entre os artistas japoneses mais conhecidos em seu ramo e era justamente por isso que estava frustrado.

 

O quanto era difícil pra ele conseguir fazer um simples desenho? Uma silhueta detalhada, uma pessoa... Aquilo não deveria ser tão complicado, mas ele simplesmente não conseguia fazer e não tinha um motivo real para estar tão focado em outra coisa que não em seu desenho.

 

Talvez faltasse um modelo? Ele não sabia dizer, mas acreditava ser bobagem, pois aquela não era de longe a primeira vez em que desenharia alguém sem que tivesse um modelo vivo para lhe servir de inspiração, toda essa fantasia de alguém completamente nu rodeado de estudantes era algo que tinha deixado na faculdade.

 

E se lhe fosse perguntado diria que toda a imaginação fértil de quem imaginava pessoas esculturais e uma quase orgia coletiva não passava de uma bobagem criada por quem não tinha contato com algum curso de artes plásticas. Bem, Sasuke tivera suas aulas com modelo vivo, mas fora tão indiferente àquilo que nunca deu tanta importância para tal.


Ele levara todas as aulas a sério, aquilo era comum a ele, mas seu olhar para o modelo nunca fora além do estritamente profissional, ele estava aprendendo e aquilo era tudo que absorvia de cada aula, conhecimento. Então certamente a falta de um modelo não era o problema que o impedia de continuar desenhando, muito menos um modelo completamente pelado.

 

Qual era, no entanto, ele não sabia dizer, mas sua tentativa de esquecer-se daquilo fora pelo ralo quando algumas horas passaram e ele simplesmente se pegou preso nas tentativas frustradas de fazer um simples desenho. Sequer tinha se dado conta de que a chuva tinha passado há algum tempo e que a noite já tomava conta daquele dia.

 

A sacada era devidamente fechada por conta da cortina e isso impedia que boa parte do vento ficasse retida, mas o moreno abraçou a si mesmo depois de algum tempo, a chuva tinha ajudado a baixar as temperaturas e apenas quando sentiu o frio conseguiu se situar mais uma vez. O apartamento todo estava escuro e Sasuke seguiu até a cozinha acompanhado pelo breu e só então resolveu acender a luz.

 

Ele vasculhou a geladeira atrás de alguma coisa, mas sabia que não tinha nada pronto. O Uchiha morava sozinho há dois anos quando vencera um concurso e conseguiu algum dinheiro para se manter. Claro que ele tinha suas próprias economias, mas aquela competição tinha sido o empurrão que lhe faltava para sair de casa.

 

Sua mãe não gostou tanto daquilo no começo, mas jamais deixaria de apoiar o filho em qualquer decisão que tomasse, e o pai achou de bom grado que ele começasse a andar com as próprias pernas e o incentivou a continuar. Fugaku era engenheiro e comandava uma empresa ao lado de um amigo e por algum tempo se pegou sem saber o que fazer diante da decisão do filho de seguir uma área diferente.

 

Ele não tinha um problema real com a profissão de Sasuke, mas algum dia precisaria passar a empresa para alguém e talvez o filho desenhista não fosse tão interessado em gerir uma companhia de engenharia quando o que mais gostava de fazer era desenhar e isso não tinha nada a ver com os desenhos industriais que o pai fazia.

 

Bem, o talento vinha de família, no entanto. E a simples lembrança de que não tinha conseguido desenhar fez com que Sasuke bufasse irritado mais uma vez enquanto cozinhava. Ele não sabia dizer o que tanto o incomodava nos esboços que tentara fazer durante a tarde, mas a falta de sentimentos que envolvia aqueles traços era um dos indicativos do problema.

 

Sasuke não era de longe o tipo de pessoa mais amorosa ou sentimental que alguém poderia conhecer, mas certamente expressava seus sentimentos no que desenhava e aquilo parecia estar faltando em seus esboços recentes, talvez por isso não estivesse conseguindo se concentrar, mas também não era como se em suas obras terminadas ele estivesse envolvido por toda uma aura sentimental, a verdade era que parecia faltar inspiração para o Uchiha e ele não sabia o que fazer para mudar aquilo.

 

De fato não deveria ser difícil fazer um desenho como aquele. A galeria de arte da cidade estava querendo uma pintura do Uchiha para a próxima exposição que estava sendo organizada, mas aquela não era a primeira vez em que ele fazia algo sob pressão, então também não poderia ser aquilo e ele sabia que não adiantaria passar do papel para a tela, pois com o conflito que o consumia internamente não achava que alguma coisa mudaria realmente quando trocasse os lápis pelos pincéis.

 

Talvez precisasse de um descanso, não sabia dizer realmente. Fizera uma comida rápida e bem quente para aquecê-lo naquela noite fria que se desenrolava do lado de fora das paredes de seu apartamento e enquanto jantava colocou em um filme qualquer apenas para servir como plano de fundo e não correr o risco de ser massacrado pelo silêncio que em outro momento admiraria mais do que no presente.

 

Lidar com a frustração era frustrante por si só e isso estava incomodado o moreno há tempo suficiente para ele não conseguir relaxar de forma alguma. Seus pensamentos oscilavam entre as imagens que preenchiam sua mente e o quanto não estava conseguindo fazer elas criarem vida no papel, o que era algo bem raro vindo de si. Entre essas idas e vindas de pensamentos Sasuke teve certeza de que não teria uma boa noite de sono.

 

Ele deixou as poucas louças ajeitadas na pia para lavar no dia seguinte – e era melhor que dona Mikoto não soubesse disso – e sem que conseguisse parar de pensar em qualquer outra coisa seguiu até a sala que costumava usar para desenhar. Era um cômodo não muito grande, mas aconchegante o suficiente e capaz de comportar tudo que ele precisava para desenhar.

 

Veja bem, Sasuke era realmente diferente de grande parte das pessoas que conhecia e compartilhavam sua profissão. Ele detestava sujeira e qualquer tipo de bagunça e por conta disso o espaço que reservara naquele atelier para a pintura era tão limpo que sequer parecia que realmente ele fazia uso de tintas ali. O chão de porcelanato escuro imitava madeira e junto com uma estante em mogno trazia peso ao ambiente, o qual era suavizado pelo tom mais brando das paredes.

 

Sasuke tinha dividido aquele ambiente praticamente em dois, um para a pintura onde no momento um cavalete descansava ao lado da estante, e do lado oposto próximo à sacada ficava uma mesa de desenho, uma cadeira e um divã em veludo vinho com encosto e uma almofada que naquele momento comportava as folhas que o Uchiha tinha amassado e não jogara fora.

 

Apesar do frio e do arrepio que o envolveu ele deixou a porta da sacada aberta. Aquele espaço era um tanto menor do que a sacada que ficava na sala de estar, mas também era fechado por uma cortina de vidro a qual o moreno abriu por completo, deixando-se envolver pelo vento gelado que adentrava por ali. Ele posicionou a cadeira o mais próximo possível e deixou seu olhar se perder na lua que brilhava em toda sua glória como se assim pudesse sentir algum tipo de inspiração.

 

Ele não sabia se funcionaria de alguma forma, mas naquele momento qualquer dúvida daquele tipo não era importante. Deixou que sua mente suavizasse e se libertasse de qualquer outro pensamento e se colocou a desenhar depois de alguns bons minutos em silêncio, iluminado pela lua que naquele momento era a única testemunha que o acompanhava em suas tentativas de fazer com que no meio daquele bloco de folhas saísse alguma coisa boa.

 

...

 

A lua era testemunha silenciosa de Sasuke, mas não era testemunha apenas do Uchiha. Ele não poderia saber claro, mas em outro apartamento um tanto distante dali outra figura também se sentia incapaz de dormir, presa nas amarras de seu próprio trabalho incompleto. Talvez aquele fosse o dia em que trabalhos em andamento se chocassem com problemas característicos a quem os executava, mas aquilo não era bom de nenhuma forma.

 

A frustração também reinava naquele escritório, um dos cômodos daquele outro apartamento. O refúgio do homem que ali estava carregava uma aura pesada que pairava sobre sua cabeça, o deixando ainda mais incomodado. Ele se deixou recostar sobre a poltrona que ocupava e girou lentamente até ficar de frente para a janela, abrindo-a. O vento frio veio como um choque em seu rosto, mas ele não se importou, seu olhar se encontrou com a lua como se ela pudesse lhe dar algum tipo de inspiração.

 

O satélite parecia ser mais requisitado naquela noite do que poderia parecer, mas não era como se algum milagre viesse dali e ele sabia bem daquilo, mas gostava do brilho prateado que refletia sobre si naquele momento e se permitiu admirar em silêncio a noite que se seguia.

 

Passava das onze horas quando fitou o relógio novamente, mas ele não tinha qualquer tipo de compromisso no dia seguinte então o tempo não tinha tanta importância, ao menos não neste sentido, pois as horas continuavam correndo e os prazos um tanto ainda longe chegariam em algum momento e ele precisaria estar pronto para atender aquilo de qualquer forma.

 

Isso, claro, se conseguisse continuar a história que escrevia, mas que insistira em travar em uma cena da qual ele não era capaz de desenvolver tão bem naquele momento. Aquilo não era realmente uma grande surpresa, em sua profissão como escritor já tinha passado por situações parecidas em alguns momentos e aquele era apenas mais um em que seus dedos não conseguiam continuar.

 

O que o incomodava era a famigerada frustração, o pior dos sentimentos que poderia envolvê-lo, mas que no momento o abraçava como uma mãe repleta de saudade do filho que não via há algum tempo, era apertado, mas nesse caso definitivamente não era aconchegante. Em verdade causava a ele todos os sentimentos que os personagens que estava trabalhando no momento não conseguiam sentir.

 

Novamente o problema dos sentimentos. Talvez fosse algum tipo de mal de família, quem poderia dizer? Ou apenas um dia ruim para os filhos de Fugaku e Mikoto Uchiha, talvez? As perguntas não pareciam tão importantes, no entanto, mas a frustração que envolvia Sasuke fazia a mesma coisa com seu irmão mais velho. Ao longo de seus vinte e sete anos e depois de nove escrevendo profissionalmente, Itachi já tinha passado por situações onde demorara para conseguir desenvolver alguma cena, mas mesmo com tanto tempo de profissão ainda era difícil lidar com aquilo.

 

O filho mais velho tinha tido um começo de carreira um tanto parecida com o de Sasuke e conseguira um prêmio aos dezenove anos – apenas um ano depois em que começou a escrever - que o alavancou por aquele caminho de letras, palavras e frases capazes de prender quem as lia em sua aura envolvente que o Uchiha parecia dominar tão bem, mas que naquele momento não estava conseguindo fazer.

 

Ele também não sabia o porquê, mas certamente a falta de sentimento com a qual suas personagens precisavam para lidar com aquele momento que estava descrevendo era um dos motivos que o fizera travar. As cenas eram delicadas, ele sabia, e seu editor já tinha dito alguma coisa sobre aquela ser uma obra mais detalhada a qual ele precisaria de mais estudo para conseguir desenvolver, mas grandes desafios sempre foram atrativos para o Uchiha mais velho, e os dramas policiais sempre foram sua grande paixão.

 

Com quase dez anos de profissão Itachi já tinha conquistado seu espaço e consolidado seu nome, dando a certeza para Fugaku de que ele também não seria o responsável por parte da empresa quando este decidisse se aposentar, e mesmo achando aquilo tudo uma loucura o patriarca sabia que ficar contra os filhos seria o mesmo que criar um sentimento hostil neles e aquilo não estava nos planos do Uchiha.

 

Ele apoiou os filhos em suas escolhas – um tanto ressabiado, é verdade -, mas quando os viu colhendo os próprios frutos entendeu que a melhor coisa que tinha feito fora permitir que eles fizessem o que realmente queriam. Itachi tinha chegado lá e Sasuke ainda estava ganhando espaço, mas os irmãos eram ambiciosos e sabiam que podiam conquistar mais.

 

A ambição também era algo de família, talvez o que melhor tinham herdado dos pais e que os levara até onde chegaram, mas como tudo tinha seus contras, as consequências de seus trabalhos estavam agora escancaradas sobre suas mãos sem que eles conseguissem fazer alguma coisa convincente para mudar aquilo. Sasuke continuava desenhando ainda agraciado pelo silêncio e pela lua, e Itachi depois de alguns bons minutos imóvel também se pôs a continuar.

 

Se algum deles conseguiu resultados positivos? Não exatamente. Sasuke apenas aumentou a pilha de bolinhas de papel – todas organizadas sobre o divã – e Itachi conseguiu pouco mais do que duas frases que na verdade não o convenceram de que parecia bom o que estava fazendo. Os irmãos compartilhavam do sentimento de frustração melhor do que ninguém naquele momento e se deram por vencidos já na alta madrugada.

 

Sasuke reclamou qualquer coisa para o vazio e fora se deitar em seguida, deixando para trás uma pilha de folhas rabiscadas e amassadas enquanto que Itachi deixou o notebook ligado na página de sua história que não conseguira continuar, mas diferente de Sasuke encarou o relógio uma última vez. Passava das três da manhã e durante todas aquelas horas ele não tinha conseguido fazer nada.

 

Estava irritado, mas naquele momento ele e o irmão não podiam fazer mais do que deixar suas emoções de lado e tentar dormir um pouco.

 

...

 

- Viagem? Agora?

- E por que não? Você é um dos melhores Itachi, pode se permitir um pouco. Além do mais, isso pode ajudar a sua inspiração a voltar.

 

O Uchiha encarou o editor em silêncio, absorvendo suas palavras enquanto prendia os longos cabelos negros, que depois de alguns bons tempos sem cortar estavam atingindo o final de suas costas. Itachi não gostava de prendê-los, sentia-se mais confortável com os fios soltos, mas o calor japonês mesmo na primavera era suficiente para aquela ideia ser repudiada pelo escritor.

 

Apesar disso ele usava calças e uma camisa de mangas compridas, mas isso era um tanto característico do que gostava de vestir. Em suas mãos e nas de seu editor repousavam duas canecas com café, a única coisa que seria capaz de mantê-lo acordado depois de pouco mais de três horas que tinha conseguido dormir.

 

- Eu não sei, parece loucura deixar Tóquio assim do nada para viajar.

- Porque você se cobra demais. Veja bem, eu acho isso admirável, nós temos nossas responsabilidades, mas qual o problema real em você tirar umas férias? Esse livro está previsto para daqui seis meses, você tem tempo para isso, já concluiu mais de setenta por cento da história.

 

O editor de cabelos prateados fazia parecer mais fácil do que era, mas de certa forma Itachi não costumava tirar totalmente sua razão. Ele conhecera o homem numa espécie de feira realizada numa das editoras da cidade que estimulava novos autores a apresentar suas obras, e com apenas alguns capítulos lidos o homem sabia que o Uchiha de dezoito anos era realmente talentoso.

 

Quando Itachi terminou o primeiro livro não teve dúvidas de que Kakashi seria seu editor, e aquela relação de trabalho se tornara uma amizade profunda que mantinha com o homem a sua frente que estava sugerindo que fosse viajar para tentar descansar a mente e tentar encontrar o ponto de ligação que faltava para que conseguisse continuar sua história.

 

- Você sabe que eu tenho razão. – Kakashi quebrou o silêncio depois de algum tempo. – Nunca vou reclamar da sua disciplina, já te disse que isso é algo admirável, mas você precisa e merece um descanso. Ainda se lembra da última vez em que tirou férias?

O Uchiha fechou os olhos por um momento. – Há três anos. – Um suspiro cansado abandonou os lábios do escritor. – Já faz algum tempo.

- Já faz muito tempo, você quer dizer. Vamos lá Itachi, você merece esse descanso. Sabe que tudo que escreveu até o último capítulo está aprovado, então o que falta é só o desfecho final.

- Tenho medo de perder o foco.

- Esqueça, pare de se cobrar. Se você ficar um mês fora ainda terá mais cinco para terminar e você é capaz disso.

 

Itachi não tinha o costume de se expressar tanto, mas certamente seus olhos cansados diziam o quanto aquela ideia era realmente tentadora e Kakashi conseguia ler isso sem qualquer dificuldade. O escritor estava exausto e aquilo era bem visível, mas talvez o próprio não conseguisse ver isso, ou talvez não quisesse o que se tratando de um Uchiha era bem possível de ser verdade, e por conta disso Kakashi se via na obrigação de tentar convencê-lo há tirar algum tempo longe de suas palavras.

 

- Vá descansar um pouco Itachi. Você precisa disso.

 

O dom que Itachi tinha com a palavra escrita, Kakashi tinha com a palavra falada. O editor fora embora algum tempo depois, mas deixou junto do escritor a semente da dúvida, sobre a qual Itachi parecia não conseguir deixar de pensar mesmo que ainda fosse um tanto cedo para que sua mente estivesse tão cheia de situações e problemas.

 

Passava das oito e meia da manhã quando se sentou de frente para o notebook ligado ainda focando as duas frases que deixou em vermelho para que tirasse a dúvida quando estivesse mais descansado sobre se tinham ficado boas, e agora que esse momento chegara fora impossível não esboçar uma careta, aquilo definitivamente não tinha ficado satisfatório.

 

E as frases que vieram em sequência tampouco ficaram de agrado do Uchiha. Pouco mais de meia hora tinha se passado quando Itachi voltou a encarar o relógio e só então ele pareceu se dar conta de que mesmo que forçasse não ia conseguir escrever algo que considerasse como bom, e acompanhado disso vinham as palavras de Kakashi sobre o quanto ele precisava de um tempo.

 

Um tempo de suas palavras.


Resignado, Itachi desligou o notebook e saiu do escritório.

8 de Noviembre de 2018 a las 14:36 0 Reporte Insertar Seguir historia
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