Kyungsoo sabia que deveria ter feito algo à respeito sobre aquela migração do clã que vinha do distrito nove diretamente para suas terras, mas por algum motivo deixou que as coisas fossem acontecendo.
“Hyung nós estamos à suas ordens”, Jongin falou o encarando num misto de ansiedade e preocupação tentando decifrar aquele sorrisinho arteiro que brotava no rosto do líder.
“Sabe, Jongin, não é uma decisão sábia fazer o primeiro movimento num jogo, você perde a chance de avaliar o que seu oponente está pensando”, falou soprando a fumaça do cigarro para longe. Mas Kyungsoo sabia bem o que aqueles forasteiros queriam em suas terras, porém estava entediado o suficiente para acabar com aquela brincadeira e curioso o bastante para acompanhar o andar da carruagem, ainda era cedo demais para encerrar a diversão.
O clã do distrito dois localizado ao norte do país era um dos mais fortes e estratégicos dentre todos, por isso não era qualquer um que arriscava comprar uma briga com o jovem Kyungsoo. Sua área era bem delimitada e “ai” de quem ousasse pisar em seus domínios para atrapalhar seus negócios. Mas conhecia bem a reputação daqueles que vinham das terras do sul e sabia bem a fama que Byun Baekhyun carregava, por isso estava empolgado para saber o que diabos o líder do distrito nove queria por ali.
Baekhyun ascendeu entre os os distritos num espaço muito curto de tempo, ganhando fama e renome para uma terra sem dono e perdida no deserto. Segundo as informações que circulavam pelos lugares o jovem era um líder nato que soube conduzir bem seus homens ao prestígio e ousado o suficiente para acordar com os outros distritos e expandir seus negócios pelo país, tendo isso em mente o moreno aguardava ansioso para saber que tipo de negócios Baekhyun buscava em seus domínios.
O jogo estava só começando.
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Chovia do lado de fora do estabelecimento e o som das gotas batendo contra o vidro era abafado pela música alta que tocava no bar. Seulgi estava muito bem acomodada no colo do baixinho e ele adorava quando ela sussurrava obscenidades ao pé do ouvido daquele jeitinho sacana de quem estava pedindo para ser fodida mais tarde. Ela foi um dos motivos para que Kyungsoo frequentasse aquele muquifo localizado numa das vielas sujas do subúrbio e que acabou se tornando o point de diversão do clã.
“Hey Soo”, ela sussurrou numa voz manhosa raspando as unhas afiadas pela nuca do careca, exatamente da forma que ele gostava, “eu ainda sou a sua preferida né?”.
“Ah Seulgi”, ele a olhou sacana que só e tomou mais um gole do uísque, passou o braço pela cintura da garota e a puxou para mais perto, “você sabe que é a minha número um, não é? Sabe que é a minha garota”. Seulgi ficou toda vermelhinha e enroscou-se ainda mais ao corpo do rapaz, lambendo seu lóbulo esquerdo e descendo uma das mãozinhas pela barriga definida.
“Vagabunda idiota”, Kyungsoo pensou enquanto ela tentava agradá-lo com aqueles toques sorrateiros e só queria tirá-la do colo e ir para bem longe. A verdade era que Seulgi já tinha perdido a graça há muito tempo, mas como tinham um envolvimento de anos, acabava tendo preguiça de dispensá-la e ir à procura de outra que pudesse despertar seu interesse outra vez. Kyungsoo não era burro, sabia muito bem por que a prostituta era tão submissa e devota a ele: Quem não queria cair nas graças do chefe do distrito? Mas não era como se ele tivesse muita opção, era Seulgi saindo e mais sete disputando na fila, então era melhor continuar iludindo a garota com promessas vazias que perder seu tempo caçando outra exatamente igual. Ao menos ela fazia um boquete muito do gostosinho.
Foi quando a porta do local abriu e a falação encerrou que Kyungsoo acordou do transe e percebeu o clima pesado no local. Olhou bem para o grupo de oito pessoas que adentrava o local e não pôde conter um sorrisinho brotando no canto da boca. Era Baekhyun em carne e osso pisando em seu território por livre e espontânea vontade. Lambeu os lábios dando uma boa analisada no rapaz e concluiu que com toda certeza iriam se divertir bastante.
O homem de cabelos vermelhos e compridos carregava uma carranca no rosto e se não tivesse soltado um sorrisinho em sua direção com certeza acharia que ele estava puto da vida. Baekhyun era pequeno demais para a reputação que comportava, ainda que fosse maior que si, mas algo na forma como seus olhos brilhavam selvagens na luz néon do local denunciava que ele fazia por onde.Vestia uma camisa branca por dentro da jaqueta preta de couro, suas coxas grossas eram envoltas por uma calça preta justíssima e de alguma forma ele conseguia ter o traseiro mais avantajado que qualquer garota daquele local.
Baekhyun e sua trupe caminharam até uma mesa localizada bem de frente para a sua e sentaram-se de forma acomodada como se fossem clientes da casa há tempos. Todos ali presentes respiravam com dificuldade e os encaravam com o coração falhando várias batidas já prontos para uma possível briga ali mesmo. Briga essa que não houve, pois Kyungsoo apenas correspondeu o olhar do ruivo com um aceno de cabeça voltando sua atenção para a bebida parada no copo, dando sinal verde para que todos relaxassem também.
O falatório voltou as poucos e tudo parecia estar nos eixos mais uma vez, exceto Seulgi que tremia em seu colo visivelmente nervosa e Kyungsoo precisou alisar suas costas para que a garota relaxasse. “Hey princesa, você está tão tensa por quê?”, lançou-lhe um daqueles sorrisos galanteadores e a garota correspondeu com um sorriso sem graça.
“N-nada não, é só que eu lembrei que está na minha hora de voltar para o camarim, as apresentações começam daqui a pouco e eu ainda nem troquei de roupa”, respondeu desvencilhando-se do aperto do homem. “Ah, mas você já está linda assim…”, respondeu tentando agradar a mulher, sabia bem quem Seulgi era e não daria nem mesmo uma hora para que todos soubessem que Baekhyun estava pelas redondezas. Não queria ninguém se exaltando e arranjando brigas desnecessárias por causa de uma fofoca sem fundamento.
A mulher corou inteirinha e Kyungsoo soube que a tinha comprado mais uma vez com aqueles elogios furrecas, mas se isso fosse mantê-la distraída do que aconteceu mais cedo, não faria questão de enchê-la de lisonjeios. Ela sorriu doce e lhe deu um beijo apaixonado nos lábios, com as línguas se entrelaçando e mordidinhas no lábio inferior. “Sei que você me adora de qualquer maneira, mas meu repertório exige uma mudança de figurino, mais tarde eu visto o que você quiser”, aproximou-se da sua orelha e sussurrou, “ou então eu não visto mais nada, você que decide”, e então desapareceu de cena com um sorrisinho arteiro nos lábios.
Assim que Seulgi deu de costas, Kyungsoo revirou os olhos visivelmente entediado e deu uma boa golada na bebida gelada que descia ardendo como o inferno, não via a hora de voltar para casa e tomar um banho quente. Varreu o local com os olhos e acabou flagrando o tal do Baekhyun lhe observando atentamente como se o estudasse. Ele tinha orbes escuras, um tanto quanto ameaçadoras e que pareciam esconder um mar de segredos. Mas Kyungsoo não era um homem que se intimidava fácil, por isso continuou sustentando o olhar do outro como se estivessem num desafio mudo de quem desviava primeiro.
As luzes do local iam e vinham dançando pelos rostos concentrados dos dois líderes e nenhum deles parecia disposto a quebrar aquele contato visual, encarando-se com tanta intensidade que era possível observar as faíscas trocadas. Kyungsoo corria os olhos pelo rosto masculino do Baekhyun e inevitavelmente demorava o olhar na boca fininha que formava um retângulo enquanto ele sorria debochado para si. Tinha que admitir: O filho da puta era lindo de um jeito que chegava a ser injusto para caralho. Porém não demorou a perceber que era admirado de volta quando flagrou Baekhyun fitando a parte desnuda de seu peitoral exposta pela camiseta aberta e lambeu os lábios admirando a cena. Aquele canalha de uma figa!
A troca de olhares poderia render por muito mais tempo se não fosse a apresentação que estava começando naquele instante e toda a plateia encontrou-se num breu enquanto as luzes eram concentradas no palco. Kyungsoo perdeu Baekhyun de vista e suspirou decepcionado, estava se divertindo com aquela brincadeirinha muda entre os dois. Virou sua atenção para a dançarina que subia ao palco trajando nada mais que uma calcinha fio dental e um tamanco vermelho transparente. Lembrou-se da primeira vez que teve a oportunidade de ver uma mulher nua dançando para si pessoalmente e a forma como seu pau fisgou de excitação dentro das calças. Era apenas um adolescente cheio de hormônios que fugira no meio da noite para assistir um show de strip tease num dos bares sujos do subúrbio. Porém agora, ao observar uma mulher incrivelmente linda em cima do palco rebolando sua bunda dentro de um fiapo de roupa, não conseguia sentir nada além de um tédio absurdo.
Sorveu mais um gole da bebida antes de levantar-se da cadeira e ir em direção ao bar localizado mais longe de toda aquela algazarra que os homens faziam por causa de algumas reboladas. Sentou-se numa das cadeiras altas e tirou a carteira de cigarro do bolso esquerdo da jaqueta, acendendo um deles sem se importar com o aviso de “proibido fumar” bem em cima de seus olhos. Kyungsoo encarava a fumaça que se desprendia de seu corpo tão atentamente que sequer percebeu uma presença sentar ao seu lado e lhe encarar por alguns segundos.
“Entediado, senhor Do?”, era a voz melodiosa de Baekhyun se fazendo presente e matando a curiosidade do careca em saber qual era seu timbre. Virou os olhos para encarar o forasteiro e não evitou achá-lo incrivelmente bonito com as luzes coloridas serpenteando seu corpo esbelto. Ele lançou-lhe um sorriso cheio de segundas intenções e Kyungsoo já sentia a ansiedade borbulhar no fundo.
“Sabe como é, frequentar o mesmo local várias vezes faz ele perder a graça”, respondeu o encarando de volta. “Sei sim, ah como sei”, comentou com um sorrisinho debochado fazendo alusão ao seu nomadismo entre os distritos, coisa que Kyungsoo não demorou a captar. Baekhyun era um homem ousado. “Vocês tem belas garotas aqui, aquela que estava sentada no seu colo era uma jóia rara”, comentou bebendo um gole da bebida que segurava entre os dedos.
“Seulgi? Ah sim, tem razão, nossas garotas são bastante interessantes”, não reafirmou o fato de serem bonitas - Kyungsoo já tinha visto melhores. Ao terminar sua frase sofreu um leve solavanco ao assustar-se com a repentina aproximação do ruivo, que arrastou sua cadeira para mais perto de si e inclinou o tronco pronto para segredar algo, “Mas a verdade é que nenhuma delas tem um rebolado tão interessante quanto o seu”, falou desinibido assistindo atentamente as reações do Do.
O moreno não evitou o rubor que tomou sua face com aquela cantada repentina, agradeceu mentalmente pelo fato das luzes coloridas esconderem seu rosto naquele momento. Tão rápido se recuperou do susto e logo voltou a sustentar o sorrisinho arteiro do outro homem, “Andou reparando, senhor Byun?”, falou levando o cigarro aos lábios e tragando a fumaça. “Sabe como é, meio impossível não ficar de olho nas coisas interessantes que entram no seu campo de visão”, e mais uma vez o ruivo soltou uma frase carregada de duplo sentido.
Kyungsoo gostava daquele calor iminente que o ruivo lhe provocava, sentindo-se realmente instigado em manter uma conversa pela primeira vez em tempos. Mal sabia ele que Baekhyun tinha muitos outros charmes ocultos.
Do Kyungsoo e Byun Baekhyun mantinham uma conversa extremamente agradável e cheia de duplos sentidos enquanto compartilhavam olhares maliciosos e sorrisos arteiros. Qualquer um que observasse de fora poderia concluir que os dois líderes estavam tendo nada mais que uma conversa amigável, mas bastava um minuto prestando atenção nas frases que trocavam para perceber as insinuações pesadas demais para dois possíveis inimigos.
“Pensei que nunca fosse encontrar alguém usando camisas de botão em pleno 2093, mas cá está você quebrando meus achismos”, Baekhyun falou tomando mais um gole da bebida sem quebrar o contato visual com o moreno. “Modéstia à parte, mas qualquer coisa que eu use fica bem no meu corpo”, respondeu soltando a fumaça do cigarro que compartilhavam. O maior soltou uma risada gostosa que fazia com que seus olhos se curvassem em duas meias luas e de alguma forma ele parecia um garotinho inocente, embora num lapso de segundos sua feição mudasse completamente para algo selvagem e os olhos instantaneamente tornando-se felinos enquanto ele o encarava. “Não duvido, mas acho que você deve ficar ainda mais lindo não usando nada” e então soltou um de seus sorrisos galanteadores.
O coração de Kyungsoo acelerou e o sangue correu forte pelas veias, mal conseguia acreditar no que o outro estava insinuando, mas ele parecia bastante sério enquanto repousava uma mão em sua coxa direita e fechava os dedos em torno da carne bem lentamente. O careca abaixou os olhos para o contato em sua perna e um sorriso brotou em seu rosto, mal acreditando na ousadia do forasteiro. Levantou os olhos para o rapaz que lhe encarava no aguardo de uma reação e limitou-se a tragar o cigarro mais uma vez.
“Lhe garanto que consigo ser mais bonito ainda”, respondeu risonho sustentando o olhar do outro. Kyungsoo não sabia de onde tinha saído aquela coragem súbita, mas sentia em suas entranhas que o ruivo parado em sua frente poderia lhe entreter mais que qualquer prostituta daquele lugar. Finalmente um pouco de diversão para quebrar a monotonia daqueles dias insuportáveis de chatos.
“Ah, é mesmo?”, Baekhyun aproximou-se ainda mais, inclinando o tronco em sua direção e sussurrando em seu ouvido, “Só acredito vendo”, e então afastou-se ainda sorrindo malicioso enquanto analisava Kyungsoo digerindo aquelas palavras. O moreno estremeceu e gostou do arrepio que correu pelo corpo eriçando todos seus pelinhos e por um momento esqueceu quem Baekhyun era e de que estava se metendo em terreno perigoso. Soltou uma risada fraca e deu a última golada na bebida que já estava quente, levantou-se da cadeira e antes de ir embora do local, aproximou-se do estrangeiro à sua frente e respondeu, “Quem sabe algum dia?”, e soltou-lhe uma piscadela antes de partir.
Mal podia esperar para encontrar Baekhyun de novo.
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Por algum motivo desconhecido Kyungsoo encontrava-se numa boate privada contra sua vontade apenas para comemorar o aniversário de Sehun, um de seus subordinados. O garoto estava completando seus tão sonhados vinte e um anos e nada melhor que prostitutas gostosas rebolando a bunda bem na sua fuça e muito álcool.
“Caralho, eu nunca mais saio daqui”, o aniversariante falou com a língua toda enrolada com uma garota se esfregando no seu colo e uma garrafa de sabe-se lá o quê na mão, claramente descontrolado. Kyungsoo riu pequeno e limitou-se a tragar seu cigarro observando a situação sem muito interesse, desde quando tudo tinha se tornado tão monótono? Já não via mais graça em encher a cara e transar com uma fila numa noite só, tampouco se sentia especial com toda a bajulação que recebia.
Mas aquela não era hora para ficar se remoendo sobre a vida de merda que estava levando, era o aniversário de Sehun e no seu papel de líder não deveria azedar o clima de ninguém ali. Colocou um pouco mais de whisky no copo já vazio e bebeu tudo num gole, a garganta queimando como o inferno e todos seus pelos se eriçando. Dificilmente ficava bêbado, estava acostumado com álcool desde que era um moleque franzino, mas uau aquilo realmente estava forte e quando piscou os olhos tudo pareceu girar por um momento.
“Droga, Kyungsoo, vai ficar tonto justo agora?”, passou a mão no rosto e coçou os olhos, precisava ir no banheiro jogar um pouco de água na cara e se livrar daquele início de embriaguez. Levantou-se com um pouquinho de dificuldade e avisou que iria ao toalete, sendo completamente ignorado já que todo mundo da mesa estava alterado demais para discernir alguma coisa.
Apesar de ser uma boate restrita para boa parte do público, naquela noite em especial encontrava-se bastante movimentada. Algum synthwave elétrico tocava nas caixas de som e todo mundo parecia mergulhado na melodia como se não houvesse amanhã, de fato era uma música muito boa e se não estivesse meio zonzo até pararia para dançar um pouquinho.
As luzes neon lambiam os corpos que se remexiam na pista e entre aquela pequena multidão Kyungsoo cruzou olhares com Baekhyun. Ele era uma das muitas pessoas que se remexia com a batida, mas havia algo nele gracioso, quase celestial na forma como seu corpo se movia. Os flashes cortavam seu corpo numa mistura de vermelho, azul, rosa e laranja e o moreno sequer conseguiu analisar a roupa que estava vestindo, tudo que enxergava eram os olhos selvagens que lhe encaravam e nada mais.
Baekhyun sorria bonito para si todo convencido, estava estampado na cara do baixinho o quão hipnotizado estava assistindo-o dançar. Ele requebrava o quadril e movia os braços ao redor do corpo se exibindo inteiro para quem quisesse assistir, os fios vermelhos corriam pela testa orvalhada e o suor brilhava em sua pele de forma indecente. Fechou os olhos por um momento e mordeu o lábio inferior com vontade, parecia estar à beira de um orgasmo e o baixo ventre do líder fisgou com tamanha força só de imaginar ele fazendo aquela carinha enquanto o fodia. Por Deus, aquele homem era o próprio pecado!
Kyungsoo mal se deu conta de que a música tinha acabado quando o ruivo parou de dançar e veio em sua direção em passos lentos e demorados, tinha passado tanto tempo admirando-o na pista de dança que toda aquela festa parecia estar acontecendo em outra dimensão. “Não sou nenhum profissional, mas se você quiser um show privado é só pedir, prometo que não cobro muito caro”, Baekhyun falou arteiro perigosamente perto de seu ouvido para então passar direto e sumir na multidão outra vez deixando o moreno para trás.
Kyungsoo acabaria louco.
Já era quase duas horas da manhã quando tiveram que levar Sehun para casa, o jovem estava tão bêbado que era preciso três homens para carregá-lo, já que ele se debatia e se recusava a ir embora. “Eu vou mworar aqui, ok? M-me deixem em paz!”, ele choramingava como um bebê e todo mundo ria com a cena.
Kyungsoo ainda encontrava-se meio alterado, não bebeu mais daquele whisky dos infernos, porém continuou com algumas cervejas para se manter “alto”. “Hyung, você não vem?”, Jongin perguntou com as bochechas vermelhas sorrindo todo bobo. Negou com a cabeça e tomou mais um gole da lata, “A noite mal começou”, falou risonho e Jongin entendeu na hora que o líder tinha algum objetivo para cumprir naquela madrugada. Sorriu de volta e despediu-se dos outros membros que ficaram para trás.
O moreno varreu o local com os olhos a boate que parecia ferver mais que nunca, as luzes engolindo a multidão de corpos que se balançavam com a música, o que tornava seu trabalho de encontrar Baekhyun novamente ainda mais difícil. Mas também não era como se conseguisse avistar qualquer outra coisa sentado na área VIP longe de todos, precisava se misturar entre as pessoas da mesma forma que tinha feito antes.
Se alguém algum dia chegasse para Do Kyungsoo e o dissesse que ele desceria de seu pedestal para procurar outra pessoa com certeza riria alto de tal loucura, mas ali estava ele caminhando entre os festeiros em busca daqueles olhos selvagens outra vez. Kyungsoo não sabia ao certo o que o atraia tanto em Baekhyun, mas gostava da adrenalina que corria pelo corpo sempre que se encontravam e da forma como ele despertava o fervor no âmago. Baekhyun certamente tinha algo em especial, sabia que ele era inimigo, mas qual era daquele joguinho que estavam brincando?
Andou despreocupadamente ao redor da pista como quem não queria nada, a lata de cerveja na mão e um cigarro pendurado na boca eram o disfarce para quando fixava o olhar em alguma coisa por tempo demais. Estava tão focado em encontrar Baekhyun que sequer percebeu que o ruivo o seguia com os olhos do outro lado da pista, escondido estrategicamente para que não fosse encontrado, não enquanto Tiffany não voltasse com sua bebida.
Kyungsoo já estava bufando com o resultado daquela busca sem sucesso, onde diabos Baekhyun tinha se metido? E que certeza tinha de que ele ainda estava por ali? Bem, ele não parecia o tipo de pessoa que saia cedo de uma festa e baseado em seu achismo continuava rodando a boate à sua procura. Num lapso de segundos avistou a cabeleira vermelha brilhando debaixo do neon e uma garota bonita grudada em seu encalço. Não poderia ser ele, poderia? Talvez estivesse bêbado, mas aqueles mullets eram inconfundíveis. Aproximou-se um pouco apenas para averiguar a situação e constatou que sim, aquele era Byun Baekhyun.
Ele segurava um copo transparente numa mão e com a outra apertava a bunda farta da garota colada em seu corpo, ela se remexia e entrelaçava os dedos em seus fios fazendo-o dar pequenas risadinhas. Kyungsoo raramente sentia raiva por coisas tão triviais, mas queria agarrar aquela garota pelos cabelos e jogá-la para bem longe. Balançou a cabeça em negação, que merda de pensamento era aquele? Continuou observando de longe achando que estava fora de seu campo de visão, mas quando Baekhyun puxou a garota para um beijo gostoso ele cravou os olhos diretamente no líder.
O ruivo apertava ainda mais o corpo da mulher ao seu e os braços fortes a prendiam possessivamente junto à si. Fechava os olhos por breves segundos apenas para trocar o lado da cabeça e logo então voltava a encarar o moreno tão sacana que chegava a ser pecaminoso. O olhar selvagem que trocava com Kyungsoo era quase como um aviso, “É assim que eu faço” estampava as orbes escuras envoltas em luxúria.
Kyungsoo observou o exato momento em que Baekhyun abandonou a boca da garota para descer os lábios em direção ao pescoço alvo e ali depositar um chupão. Se não fosse a música alta com certeza seria possível ouvir o gemido que ela tinha soltado naquele momento, cravando as unhas nos ombros largos do ruivo e jogando a cabeça para trás. Baekhyun sorriu safado ainda o encarando e então afastou o rosto apenas o suficiente para que Kyungsoo observasse sua língua subindo pela pele da garota em direção à sua orelha.
Kyungsoo sentiu uma guinada tão forte no pau que teve a necessidade de sair dali o mais rápido possível e correr em direção ao banheiro. Para sua sorte o toalete estava vazio e ninguém veria o líder do distrito nove de rosto vermelho e respiração ofegante. Deu uma boa olhada em si mesmo e estava uma bagunça, o que tinha deixado Baekhyun fazer consigo?
Jogou um pouco de água para se acalmar e mal percebeu a figura para ao seu lado lhe observando atentamente. Sentiu o coração sofrer um solavanco com o susto e tentou transparecer o máximo de tranquilidade possível. Baekhyun riu descaradamente da expressão que fazia e aproximou-se lentamente do seu corpo, o rosto chegando perigosamente perto e então sussurrou quase como se fosse um segredo, “tem um pouco de cerveja na sua boca” e então levando os dedos bonitos em direção aos lábios carnudos e limpando vagarosamente o resto de bebida.
Kyungsoo também não era um homem de se abalar fácil, mas ao perder aquele contato tão quente seria capaz de se ajoelhar e implorar para que Baekhyun por favor o tocasse de novo. Ficou paralisado diante daquilo e limitou-se a fechar a cara, precisava urgentemente controlar o peito explodindo em ansiedade. Baekhyun parecia estar se divertindo com a situação, o filho da puta sabia bem o efeito que estava provocando e era ardiloso o suficiente para se aproveitar daquilo.
O moreno tinha ciência de que precisava se recompor, não costumava ser entregue tão facilmente daquele jeito, mas Baekhyun tinha feito algum tipo de feitiço que era capaz de tê-lo em suas mãos com tão pouco. Pigarreou alto e voltou sua atenção para a toalha de rosto e secou a pele molhada. “Está tudo bem? Você parece meio zonzo”, o maldito ainda tinha a cara de pau de se fazer de desentendido. Kyungsoo riu sarcástico e o encarou, “Estou sim, obrigado pela preocupação, só estou com um pouco de calor”. O ruivo soltou uma risadinha e aproximou-se um pouquinho mais de seu corpo, descendo os dedinhos lentamente pelo torso alheio como se fosse seu dono, “Você deveria usar roupas mais finas, esse tecido é bem grosso” e então se afastando.
Kyungsoo sentiu a raiva borbulhar bem no fundinho do estômago e uma vontade incrível de socar aquele merdinha, mas teve de fazer um esforço descomunal para se manter calmo diante daquela provocação. “Gosto dessa roupa, mas obrigado pelo conselho, manterei em mente da próxima vez”, respondeu reunindo todo seu auto controle. “Disponha”, Baekhyun falou afastando-se em direção à saída, mas antes que sumisse novamente, virou-se para o moreno e falou todo risonho, “Você deveria dar um jeitinho nisso aí, sua calça está marcando tudo”. Kyungsoo seguiu o olhar do ruivo até deparar-se com um volume bastante indiscreto entre as pernas. Fora abandonado com uma risadinha maliciosa e então jogado ao silêncio do banheiro outra vez.
Baekhyun iria pagar.
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Kyungsoo estava uma pilha de nervos e tudo por causa do maldito do Baekhyun. As tensões entre os distritos vinham se agravando e o moreno andava tendo que comparecer à vários eventos sociais para firmar acordos e trazer aliados para seu lado. Os sulistas andavam cada vez mais agitados e não demoraria muito até uma guerra entre facções estourar, tudo debaixo dos panos, é claro, o submundo jamais poderia envolver civis nas batalhas épicas que travavam às escuras.
Sabia também que o motivo daquele burburinho tinha nome e sobrenome: Byun Baekhyun, e era por isso que andava tão puto da vida com ele. O maldito já tinha fechado acordo com pelo menos seis líderes do sul e dois do norte, estava ganhando força e se ninguém se impusesse com certeza teria o país inteiro para si num piscar de olhos, e sequer tinha experimentado o quão astuto ele . Por sua causa os negócios entre os nortistas não iam bem e a ligação que mantinham por anos estava começando a ruir, parecia ser mais vantajoso fazer alianças com os distritos do sul.
Naquela noite haveria mais outra festa onde algumas facções se encontrariam para socializarem e quem sabe firmarem mais acordos, Kyungsoo sendo o líder do distrito nove também não estava imune. Enquanto ajeitava o terno caro no corpo se pegou pensando em Baekhyun e se caso ele iria comparecer, achava difícil, já que a festa aconteceria na mansão de Chanyeol, líder do distrito onze e seu aliado mais confiável. Até onde sabia o gigante não era próximo do ruivinho, nem tampouco era de convidar novatos paras suas lendárias festas, então talvez não se topassem aquela noite.
Não poderia estar mais errado ao avistar Baekhyun perto da varanda conversando com alguns convidados segurando uma taça de champanhe na mão. Ele tinha o visual completamente mudado, os fios tingidos num amarelo queimado e o cabelo curtos o possibilitava enxergar o pescoço longo e bonito, Kyungsoo pensou por um momento que adoraria marcá-lo com vários chupões.
Quando recobrou a consciência percebeu o loiro o encarando de volta e levantando a taça em sua direção como se para cumprimentá-lo. Kyungsoo sentiu todo o rosto ficar vermelho e devolveu o cumprimento com um aceno discreto. Que merda era aquela? Desde quando aquele forasteiro era convidado para os eventos que os aliados promoviam? Isso só podia significar uma coisa:
“Chanyeol, você fez acordo com o Byun?”, perguntou na lata quando fora recebido pelo anfitrião em pessoa, causando uma vergonha súbita no grandão e olhares curiosos das pessoas ao redor. Chanyeol pigarreou sem graça e pediu licença aos outros convidados, puxando o baixinho para seu escritório.
“Que ótima hora para abordar o assunto, hein?”, falou puxando um charuto da caixa e oferecendo outro ao amigo que recusou brusco. “Você sabe que eu não fumo essa merda e não muda de assunto, desde quando você conhece aquele merdinha? Não vai me dizer que também firmou acordo com ele”, Kyungsoo tinha o maxilar travado e encarava o amigo desacreditado.
Chanyeol ficou em silêncio escondendo sua feição envergonhada, não era sua intenção prejudicar Kyungsoo, claro que não! Não depois de tudo que ele fez para ajudá-lo quando enfrentou uma crise e o reergueu de volta ao seu trono, mas... “Kyungsoo”, falou levantando o rosto para encarar o baixinho e sua expressão era de pura vergonha, “Você sabe bem como os tempos estão difíceis e as coisas aqui pro lado do norte tem se tornado um tanto quanto... Instáveis, por assim dizer. Não venha me julgar por querer me manter de pé”.
Kyungsoo o encarava incrédulo, “E você acha que o único jeito de fortalecer nosso povo é se unindo ao inimigo? Francamente, Chanyeol...”. O mais alto suspirou e jogou o corpo contra o estofado de couro marrom enquanto o baixinho ia até seu armário para tirar de lá uma garrafa de vinho tinto e encher dois copos. “Eu estava num momento de fraqueza, ok? Não sei se você chegou a dialogar com aquele infeliz, mas ele tem a língua tão afiada quanto uma espada, não duvidaria dele ser o próprio demônio”, bufou irritado tomando um gole da bebida que o amigo trouxe.
Mas Kyungsoo sabia, ah como sabia o quão manipulador Baekhyun poderia ser, ele mesmo encontrava-se emaranhado em sua teia e se se entregasse à tensão sexual que os rondava, não demoraria muito a envolver seus negócios também. Tomou um gole e encarou Chanyeol que desviava o olhar visivelmente constrangido, sabia que podia confiar nele até de olhos fechados e que quando firmou acordo com o Byun não era com a intenção de traí-lo, apesar da pose sabia que o Park era fraco e facilmente manipulável.
“Eu não sei qualé a desse Baekhyun aqui para as nossas bandas, mas agora que você fechou negócios com ele não tem como voltar atrás, seria vergonhoso faltar com sua palavra”, Kyungsoo falou acomodando-se no sofá à frente de Chanyeol e continuou, “Mas fica de olhos bem abertos, Park, você sabe que não dá para confiar nesse pessoal do sul, ainda mais esse tal Byun, tem alguma merda muito sinistra rolando por trás e se eu fosse você tomaria cuidado”. O grandão assentiu preocupado, Kyungsoo tinha razão, como sempre, mas já tinha entrado na toca do lobo e não dava para voltar atrás, tudo que lhe restava era a própria sorte.
De volta à festa Kyungsoo percebera que haviam muito mais desconhecidos que o de costume, o que era bastante estranho se considerando que geralmente era sempre o mesmo público a frequentar a casa de Chanyeol. “Eles estão em todos os lugares, esses filhos da puta”, uma voz conhecida se fez presente e não precisou nem virar de costas para saber que era Junmyeon falando. O líder do distrito catorze era bastante conhecido pelo seu ódio aos sulistas e não fazia a mínima questão de esconder a repulsa que sentia por aqueles que não eram do seu povo.
“Não acredito que Chanyeol se prestou ao papel de se aliar a esses ratos, francamente...”, falou dando um gole em sua bebida. “Não seja tão duro, Kim, sabemos que Chanyeol é novo demais e inocente demais”, respondeu rindo fraco, sempre achava uma comédia como o outro ficava irritado facilmente. “Então o que diabos esse menino está fazendo liderando um distrito inteiro? O senhor Park foi frouxo demais com ele e morreu antes de conseguir ensiná-lo como administrar as coisas, por isso o distrito onze está uma bagunça”, falou do jeito ranzinza de sempre e o moreno soltou outra risada, embora no fundo reconhecesse que Chanyeol não tinha domínio algum sobre administração, mas aí era problema dele.
“Kyungsoo,eu não sei qual é a desses caras, mas eu acho bom a gente do norte se manter o mais unido possível, pois quando a merda bater no ventilador seremos nós por nós”, falou baixinho rente ao seu ouvido, se certificando de que ninguém mais estava escutando-os e então se afastou com um aceno de cabeça. Kyungsoo encontrou-se sozinho com seus pensamentos refletindo sobre o que o homem falou e ele estava mais do que certo, os distritos do norte não podiam confiar naqueles forasteiros.
Kyungsoo não tinha muita paciência para eventos sociais, mas no seu papel de líder era obrigado a comparecer e fingir simpatia com todo mundo, principalmente quando sua cabeça valia ouro e haviam vários dispostos a caçá-la. O moreno tentava sempre não se meter em brigas alheias e tampouco alimentar quem quer que inventasse que crescer pro seu lado, mas inevitavelmente colecionava alguns inimigos e precisava manter a poeira debaixo do tapete.
Por falar em inimigos, Kyungsoo conseguia sentir o olhar intenso de Baekhyun ardendo em suas costas e tinha certeza de que se virasse o corpo com certeza os olhares se encontrariam. Já fazia algum tempo que tinha notado o loiro esgueirando-se entre os convidados, mas sempre mantendo uma distância respeitável, como se não pudessem interagir na frente de ninguém. Queria rir com aquela provocação muda, se Baekhyun estava fazendo algum esforço para manter-se discreto com certeza havia falhado.
Devolveu a taça vazia que segurava entre os dedos ao garçom passeando com a bandeja e caminhou até o banheiro, tinha bebido demais e a bexiga incomodava. Abriu o zíper da calça e deixou-se aliviar quando ouviu o barulho da porta abrir e uma respiração quente bater contra sua nuca, não precisava virar para saber quem era. Baekhyun apoiou-se na parede ao lado do mictório e fitou sacana o moreno segurar a base do pau grosso enquanto não dava a mínima para sua existência, nem um pouco envergonhado de sua nudez.
“Se quiser uma foto pode ir em frente, não é como se poucas pessoas tivessem visto meu pau”, falou terminando de mijar e balançando o membro para dentro das calças. “Adoraria manter uma foto do seu pau na minha galeria, mas deixei o celular em casa”, respondeu debochado acompanhando com os olhos o moreno indo em direção à pia. Kyungsoo riu sarcástico lavando cuidadosamente entre os dedos e rebateu, “Me dá seu número, eu envio uma mais tarde, contanto que você me envie uma foto também”. Agora fora a vez do loiro rir e aproximar-se lentamente, seus olhos selvagens o fitando através do espelho queimavam o corpo do moreno de forma indecente.
“Não precisa esperar chegar em casa para ver, eu posso te mostrar agora mesmo”, falou perigosamente perto da orelha do outro e o líder sentiu todos seus pelinhos se eriçando. Precisava manter o controle para não cair naquele joguinho e alimentar ainda mais a moral de Baekhyun. Sorriu de lado ainda o encarando pelo reflexo do espelho e falou, “Não sou muito adepto de intimidades em público, gosto de manter as coisas privadas”. O loiro aproximou-se um pouco mais de seu corpo e sentia o quadril pressionando seu corpo contra a pia do banheiro, o volume de sua calça roçando entre o vão de sua bunda denunciava o quão perigoso estava se tornando aquelas provocações trocadas.
“A casa de Chanyeol é grande, aposto que tem um monte de quartos, te deixo me levar pra qualquer um e a gente faz nossa festinha particular”, respondeu apertando a cintura do outro homem bem lentamente, mas de forma que era possível sentir os dedos se cravando possessivamente. Kyungsoo estava tentando não demonstrar o quão afetado estava com tudo aquilo, mas por deus como era difícil não se render às seduções daquele homem, Baekhyun era o próprio Lúcifer.
Respirou fundo e virou-se para o homem que o encarava com olhos negros de luxúria, se parasse para prestar atenção conseguiria ver sua sanidade sendo lentamente sugada para dentro daqueles orbes escuros. Baekhyun aproximou os rostos e falou rente ao seu ouvido, fazendo-o aspirar a colônia masculina que usava, inebriando seus sentidos com o cheiro forte, “Soube que você não vai com a minha cara, deixa eu te fazer mudar de ideia”.
Kyungsoo quase se rendeu naquele momento, quase soltou um gemido desesperado, quase o puxou pelo braço em direção à um dos muitos quartos vazios naquela mansão para fodê-lo até o dia seguinte, mas ouviu bem o que o loirinho tinha dito, não gostava dele e não era uma fodinha que iria mudar o fato dele ser inimigo.
Reuniu o restante de sanidade que tinha guardado lá no fundinho e respirou fundo, afastou o corpo de Baekhyun com delicadeza e respondeu, “Não sei qual é a sua tática, mas se acha que vai me comprar com essas investidas baratas acho que subestimou demais o homem que está na sua frente”. O loiro o encarou com um sorriso ladino no rosto e deu passagem para o moreno se afastar.
Poderia ter arrastado-o mais um pouquinho para dentro daquele joguinho e sabia que se forçasse as provocações com certeza teria Kyungsoo diante de seus pés num piscar de olhos, o volume marcado em sua calça denunciava que ele estava louco de tesão e lutava com todas as forças contra a insanidade de se entregar. Mas não haveria diversão naquilo, seria tudo fácil demais e Baekhyun era um homem que vivia pelos desafios, por isso quando Kyungsoo saiu por aquela porta acreditando ainda estar no controle da situação ele soltou outra risadinha no silêncio do banheiro.
O jogo estava apenas começando.
Kyungsoo sabia que deveria ter feito algo à respeito sobre aquela migração do clã que vinha do distrito nove diretamente para suas terras, mas por algum motivo deixou que as coisas fossem acontecendo.
“Hyung nós estamos à suas ordens”, Jongin falou o encarando num misto de ansiedade e preocupação tentando decifrar aquele sorrisinho arteiro que brotava no rosto do líder.
“Sabe, Jongin, não é uma decisão sábia fazer o primeiro movimento num jogo, você perde a chance de avaliar o que seu oponente está pensando”, falou soprando a fumaça do cigarro para longe.
Mas Kyungsoo sabia bem o que aqueles forasteiros queriam em suas terras, porém estava entediado o suficiente para acabar com aquela brincadeira e curioso o bastante para acompanhar o andar da carruagem, ainda era cedo demais para encerrar a diversão.
O clã do distrito dois localizado ao norte do país era um dos mais fortes e estratégicos dentre todos, por isso não era qualquer um que arriscava comprar uma briga com o jovem Kyungsoo. Sua área era bem delimitada e “ai” de quem ousasse pisar em seus domínios para atrapalhar seus negócios. Mas conhecia bem a reputação daqueles que vinham das terras do sul e sabia bem a fama que Byun Baekhyun carregava, por isso estava empolgado para saber o que diabos o líder do distrito nove queria por ali.
Baekhyun ascendeu entre os os distritos num espaço muito curto de tempo, ganhando fama e renome para uma terra sem dono e perdida no deserto. Segundo as informações que circulavam pelos lugares o jovem era um líder nato que soube conduzir bem seus homens ao prestígio e ousado o suficiente para acordar com os outros distritos e expandir seus negócios pelo país, tendo isso em mente o moreno aguardava ansioso para saber que tipo de negócios Baekhyun buscava em seus domínios.
O jogo estava só começando.
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Chovia do lado de fora do estabelecimento e o som das gotas batendo contra o vidro era abafado pela música alta que tocava no bar. Seulgi estava muito bem acomodada no colo do baixinho e ele adorava quando ela sussurrava obscenidades ao pé do ouvido daquele jeitinho sacana de quem estava pedindo para ser fodida mais tarde. Ela foi um dos motivos para que Kyungsoo frequentasse aquele muquifo localizado numa das vielas sujas do subúrbio e que acabou se tornando o point de diversão do clã.
“Hey Soo”, ela sussurrou numa voz manhosa raspando as unhas afiadas pela nuca do careca, exatamente da forma que ele gostava, “eu ainda sou a sua preferida né?”.
“Ah Seulgi”, ele a olhou sacana que só e tomou mais um gole do uísque, passou o braço pela cintura da garota e a puxou para mais perto, “você sabe que é a minha número um, não é? Sabe que é a minha garota”.
Seulgi ficou toda vermelhinha e enroscou-se ainda mais ao corpo do rapaz, lambendo seu lóbulo esquerdo e descendo uma das mãozinhas pela barriga definida.
“Vagabunda idiota”, Kyungsoo pensou enquanto ela tentava agradá-lo com aqueles toques sorrateiros e só queria tirá-la do colo e ir para bem longe. A verdade era que Seulgi já tinha perdido a graça há muito tempo, mas como tinham um envolvimento de anos, acabava tendo preguiça de dispensá-la e ir à procura de outra que pudesse despertar seu interesse outra vez. Kyungsoo não era burro, sabia muito bem por que a prostituta era tão submissa e devota a ele: Quem não queria cair nas graças do chefe do distrito? Mas não era como se ele tivesse muita opção, era Seulgi saindo e mais sete disputando na fila, então era melhor continuar iludindo a garota com promessas vazias que perder seu tempo caçando outra exatamente igual. Ao menos ela fazia um boquete muito do gostosinho.
Foi quando a porta do local abriu e a falação encerrou que Kyungsoo acordou do transe e percebeu o clima pesado no local. Olhou bem para o grupo de oito pessoas que adentrava o local e não pôde conter um sorrisinho brotando no canto da boca. Era Baekhyun em carne e osso pisando em seu território por livre e espontânea vontade. Lambeu os lábios dando uma boa analisada no rapaz e concluiu que com toda certeza iriam se divertir bastante.
O homem de cabelos vermelhos e compridos carregava uma carranca no rosto e se não tivesse soltado um sorrisinho em sua direção com certeza acharia que ele estava puto da vida. Baekhyun era pequeno demais para a reputação que comportava, ainda que fosse maior que si, mas algo na forma como seus olhos brilhavam selvagens na luz néon do local denunciava que ele fazia por onde.Vestia uma camisa branca por dentro da jaqueta preta de couro, suas coxas grossas eram envoltas por uma calça preta justíssima e de alguma forma ele conseguia ter o traseiro mais avantajado que qualquer garota daquele local.
Baekhyun e sua trupe caminharam até uma mesa localizada bem de frente para a sua e sentaram-se de forma acomodada como se fossem clientes da casa há tempos. Todos ali presentes respiravam com dificuldade e os encaravam com o coração falhando várias batidas já prontos para uma possível briga ali mesmo. Briga essa que não houve, pois Kyungsoo apenas correspondeu o olhar do ruivo com um aceno de cabeça voltando sua atenção para a bebida parada no copo, dando sinal verde para que todos relaxassem também.
O falatório voltou as poucos e tudo parecia estar nos eixos mais uma vez, exceto Seulgi que tremia em seu colo visivelmente nervosa e Kyungsoo precisou alisar suas costas para que a garota relaxasse. “Hey princesa, você está tão tensa por quê?”, lançou-lhe um daqueles sorrisos galanteadores e a garota correspondeu com um sorriso sem graça.
“N-nada não, é só que eu lembrei que está na minha hora de voltar para o camarim, as apresentações começam daqui a pouco e eu ainda nem troquei de roupa”, respondeu desvencilhando-se do aperto do homem.
“Ah, mas você já está linda assim…”, respondeu tentando agradar a mulher, sabia bem quem Seulgi era e não daria nem mesmo uma hora para que todos soubessem que Baekhyun estava pelas redondezas. Não queria ninguém se exaltando e arranjando brigas desnecessárias por causa de uma fofoca sem fundamento.
A mulher corou inteirinha e Kyungsoo soube que a tinha comprado mais uma vez com aqueles elogios furrecas, mas se isso fosse mantê-la distraída do que aconteceu mais cedo, não faria questão de enchê-la de lisonjeios. Ela sorriu doce e lhe deu um beijo apaixonado nos lábios, com as línguas se entrelaçando e mordidinhas no lábio inferior. “Sei que você me adora de qualquer maneira, mas meu repertório exige uma mudança de figurino, mais tarde eu visto o que você quiser”, aproximou-se da sua orelha e sussurrou, “ou então eu não visto mais nada, você que decide”, e então desapareceu de cena com um sorrisinho arteiro nos lábios.
Assim que Seulgi deu de costas, Kyungsoo revirou os olhos visivelmente entediado e deu uma boa golada na bebida gelada que descia ardendo como o inferno, não via a hora de voltar para casa e tomar um banho quente. Varreu o local com os olhos e acabou flagrando o tal do Baekhyun lhe observando atentamente como se o estudasse. Ele tinha orbes escuras, um tanto quanto ameaçadoras e que pareciam esconder um mar de segredos. Mas Kyungsoo não era um homem que se intimidava fácil, por isso continuou sustentando o olhar do outro como se estivessem num desafio mudo de quem desviava primeiro.
As luzes do local iam e vinham dançando pelos rostos concentrados dos dois líderes e nenhum deles parecia disposto a quebrar aquele contato visual, encarando-se com tanta intensidade que era possível observar as faíscas trocadas. Kyungsoo corria os olhos pelo rosto masculino do Baekhyun e inevitavelmente demorava o olhar na boca fininha que formava um retângulo enquanto ele sorria debochado para si. Tinha que admitir: O filho da puta era lindo de um jeito que chegava a ser injusto para caralho. Porém não demorou a perceber que era admirado de volta quando flagrou Baekhyun fitando a parte desnuda de seu peitoral exposta pela camiseta aberta e lambeu os lábios admirando a cena. Aquele canalha de uma figa!
A troca de olhares poderia render por muito mais tempo se não fosse a apresentação que estava começando naquele instante e toda a plateia encontrou-se num breu enquanto as luzes eram concentradas no palco. Kyungsoo perdeu Baekhyun de vista e suspirou decepcionado, estava se divertindo com aquela brincadeirinha muda entre os dois. Virou sua atenção para a dançarina que subia ao palco trajando nada mais que uma calcinha fio dental e um tamanco vermelho transparente. Lembrou-se da primeira vez que teve a oportunidade de ver uma mulher nua dançando para si pessoalmente e a forma como seu pau fisgou de excitação dentro das calças. Era apenas um adolescente cheio de hormônios que fugira no meio da noite para assistir um show de strip tease num dos bares sujos do subúrbio. Porém agora, ao observar uma mulher incrivelmente linda em cima do palco rebolando sua bunda dentro de um fiapo de roupa, não conseguia sentir nada além de um tédio absurdo.
Sorveu mais um gole da bebida antes de levantar-se da cadeira e ir em direção ao bar localizado mais longe de toda aquela algazarra que os homens faziam por causa de algumas reboladas. Sentou-se numa das cadeiras altas e tirou a carteira de cigarro do bolso esquerdo da jaqueta, acendendo um deles sem se importar com o aviso de “proibido fumar” bem em cima de seus olhos. Kyungsoo encarava a fumaça que se desprendia de seu corpo tão atentamente que sequer percebeu uma presença sentar ao seu lado e lhe encarar por alguns segundos.
“Entediado, senhor Do?”, era a voz melodiosa de Baekhyun se fazendo presente e matando a curiosidade do careca em saber qual era seu timbre. Virou os olhos para encarar o forasteiro e não evitou achá-lo incrivelmente bonito com as luzes coloridas serpenteando seu corpo esbelto. Ele lançou-lhe um sorriso cheio de segundas intenções e Kyungsoo já sentia a ansiedade borbulhar no fundo.
“Sabe como é, frequentar o mesmo local várias vezes faz ele perder a graça”, respondeu o encarando de volta.
“Sei sim, ah como sei”, comentou com um sorrisinho debochado fazendo alusão ao seu nomadismo entre os distritos, coisa que Kyungsoo não demorou a captar. Baekhyun era um homem ousado. “Vocês tem belas garotas aqui, aquela que estava sentada no seu colo era uma jóia rara”, comentou bebendo um gole da bebida que segurava entre os dedos.
“Seulgi? Ah sim, tem razão, nossas garotas são bastante interessantes”, não reafirmou o fato de serem bonitas - Kyungsoo já tinha visto melhores. Ao terminar sua frase sofreu um leve solavanco ao assustar-se com a repentina aproximação do ruivo, que arrastou sua cadeira para mais perto de si e inclinou o tronco pronto para segredar algo, “Mas a verdade é que nenhuma delas tem um rebolado tão interessante quanto o seu”, falou desinibido assistindo atentamente as reações do Do.
O moreno não evitou o rubor que tomou sua face com aquela cantada repentina, agradeceu mentalmente pelo fato das luzes coloridas esconderem seu rosto naquele momento. Tão rápido se recuperou do susto e logo voltou a sustentar o sorrisinho arteiro do outro homem, “Andou reparando, senhor Byun?”, falou levando o cigarro aos lábios e tragando a fumaça. “Sabe como é, meio impossível não ficar de olho nas coisas interessantes que entram no seu campo de visão”, e mais uma vez o ruivo soltou uma frase carregada de duplo sentido.
Kyungsoo gostava daquele calor iminente que o ruivo lhe provocava, sentindo-se realmente instigado em manter uma conversa pela primeira vez em tempos. Mal sabia ele que Baekhyun tinha muitos outros charmes ocultos.
Do Kyungsoo e Byun Baekhyun mantinham uma conversa extremamente agradável e cheia de duplos sentidos enquanto compartilhavam olhares maliciosos e sorrisos arteiros. Qualquer um que observasse de fora poderia concluir que os dois líderes estavam tendo nada mais que uma conversa amigável, mas bastava um minuto prestando atenção nas frases que trocavam para perceber as insinuações pesadas demais para dois possíveis inimigos.
“Pensei que nunca fosse encontrar alguém usando camisas de botão em pleno 2093, mas cá está você quebrando meus achismos”, Baekhyun falou tomando mais um gole da bebida sem quebrar o contato visual com o moreno. “Modéstia à parte, mas qualquer coisa que eu use fica bem no meu corpo”, respondeu soltando a fumaça do cigarro que compartilhavam. O maior soltou uma risada gostosa que fazia com que seus olhos se curvassem em duas meias luas e de alguma forma ele parecia um garotinho inocente, embora num lapso de segundos sua feição mudasse completamente para algo selvagem e os olhos instantaneamente tornando-se felinos enquanto ele o encarava. “Não duvido, mas acho que você deve ficar ainda mais lindo não usando nada” e então soltou um de seus sorrisos galanteadores.
O coração de Kyungsoo acelerou e o sangue correu forte pelas veias, mal conseguia acreditar no que o outro estava insinuando, mas ele parecia bastante sério enquanto repousava uma mão em sua coxa direita e fechava os dedos em torno da carne bem lentamente. O careca abaixou os olhos para o contato em sua perna e um sorriso brotou em seu rosto, mal acreditando na ousadia do forasteiro. Levantou os olhos para o rapaz que lhe encarava no aguardo de uma reação e limitou-se a tragar o cigarro mais uma vez.
“Lhe garanto que consigo ser mais bonito ainda”, respondeu risonho sustentando o olhar do outro. Kyungsoo não sabia de onde tinha saído aquela coragem súbita, mas sentia em suas entranhas que o ruivo parado em sua frente poderia lhe entreter mais que qualquer prostituta daquele lugar. Finalmente um pouco de diversão para quebrar a monotonia daqueles dias insuportáveis de chatos.
“Ah, é mesmo?”, Baekhyun aproximou-se ainda mais, inclinando o tronco em sua direção e sussurrando em seu ouvido, “Só acredito vendo”, e então afastou-se ainda sorrindo malicioso enquanto analisava Kyungsoo digerindo aquelas palavras. O moreno estremeceu e gostou do arrepio que correu pelo corpo eriçando todos seus pelinhos e por um momento esqueceu quem Baekhyun era e de que estava se metendo em terreno perigoso. Soltou uma risada fraca e deu a última golada na bebida que já estava quente, levantou-se da cadeira e antes de ir embora do local, aproximou-se do estrangeiro à sua frente e respondeu, “Quem sabe algum dia?”, e soltou-lhe uma piscadela antes de partir.
Mal podia esperar para encontrar Baekhyun de novo.
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Por algum motivo desconhecido Kyungsoo encontrava-se numa boate privada contra sua vontade apenas para comemorar o aniversário de Sehun, um de seus subordinados. O garoto estava completando seus tão sonhados vinte e um anos e nada melhor que prostitutas gostosas rebolando a bunda bem na sua fuça e muito álcool.
“Caralho, eu nunca mais saio daqui”, o aniversariante falou com a língua toda enrolada com uma garota se esfregando no seu colo e uma garrafa de sabe-se lá o quê na mão, claramente descontrolado. Kyungsoo riu pequeno e limitou-se a tragar seu cigarro observando a situação sem muito interesse, desde quando tudo tinha se tornado tão monótono? Já não via mais graça em encher a cara e transar com uma fila numa noite só, tampouco se sentia especial com toda a bajulação que recebia.
Mas aquela não era hora para ficar se remoendo sobre a vida de merda que estava levando, era o aniversário de Sehun e no seu papel de líder não deveria azedar o clima de ninguém ali. Colocou um pouco mais de whisky no copo já vazio e bebeu tudo num gole, a garganta queimando como o inferno e todos seus pelos se eriçando. Dificilmente ficava bêbado, estava acostumado com álcool desde que era um moleque franzino, mas uau aquilo realmente estava forte e quando piscou os olhos tudo pareceu girar por um momento.
“Droga, Kyungsoo, vai ficar tonto justo agora?”, passou a mão no rosto e coçou os olhos, precisava ir no banheiro jogar um pouco de água na cara e se livrar daquele início de embriaguez. Levantou-se com um pouquinho de dificuldade e avisou que iria ao toalete, sendo completamente ignorado já que todo mundo da mesa estava alterado demais para discernir alguma coisa.
Apesar de ser uma boate restrita para boa parte do público, naquela noite em especial encontrava-se bastante movimentada. Algum synthwave elétrico tocava nas caixas de som e todo mundo parecia mergulhado na melodia como se não houvesse amanhã, de fato era uma música muito boa e se não estivesse meio zonzo até pararia para dançar um pouquinho.
As luzes neon lambiam os corpos que se remexiam na pista e entre aquela pequena multidão Kyungsoo cruzou olhares com Baekhyun. Ele era uma das muitas pessoas que se remexia com a batida, mas havia algo nele gracioso, quase celestial na forma como seu corpo se movia. Os flashes cortavam seu corpo numa mistura de vermelho, azul, rosa e laranja e o moreno sequer conseguiu analisar a roupa que estava vestindo, tudo que enxergava eram os olhos selvagens que lhe encaravam e nada mais.
Baekhyun sorria bonito para si todo convencido, estava estampado na cara do baixinho o quão hipnotizado estava assistindo-o dançar. Ele requebrava o quadril e movia os braços ao redor do corpo se exibindo inteiro para quem quisesse assistir, os fios vermelhos corriam pela testa orvalhada e o suor brilhava em sua pele de forma indecente. Fechou os olhos por um momento e mordeu o lábio inferior com vontade, parecia estar à beira de um orgasmo e o baixo ventre do líder fisgou com tamanha força só de imaginar ele fazendo aquela carinha enquanto o fodia. Por Deus, aquele homem era o próprio pecado!
Kyungsoo mal se deu conta de que a música tinha acabado quando o ruivo parou de dançar e veio em sua direção em passos lentos e demorados, tinha passado tanto tempo admirando-o na pista de dança que toda aquela festa parecia estar acontecendo em outra dimensão. “Não sou nenhum profissional, mas se você quiser um show privado é só pedir, prometo que não cobro muito caro”, Baekhyun falou arteiro perigosamente perto de seu ouvido para então passar direto e sumir na multidão outra vez deixando o moreno para trás.
Kyungsoo acabaria louco.
Já era quase duas horas da manhã quando tiveram que levar Sehun para casa, o jovem estava tão bêbado que era preciso três homens para carregá-lo, já que ele se debatia e se recusava a ir embora. “Eu vou mworar aqui, ok? M-me deixem em paz!”, ele choramingava como um bebê e todo mundo ria com a cena.
Kyungsoo ainda encontrava-se meio alterado, não bebeu mais daquele whisky dos infernos, porém continuou com algumas cervejas para se manter “alto”. “Hyung, você não vem?”, Jongin perguntou com as bochechas vermelhas sorrindo todo bobo. Negou com a cabeça e tomou mais um gole da lata, “A noite mal começou”, falou risonho e Jongin entendeu na hora que o líder tinha algum objetivo para cumprir naquela madrugada. Sorriu de volta e despediu-se dos outros membros que ficaram para trás.
O moreno varreu o local com os olhos a boate que parecia ferver mais que nunca, as luzes engolindo a multidão de corpos que se balançavam com a música, o que tornava seu trabalho de encontrar Baekhyun novamente ainda mais difícil. Mas também não era como se conseguisse avistar qualquer outra coisa sentado na área VIP longe de todos, precisava se misturar entre as pessoas da mesma forma que tinha feito antes.
Se alguém algum dia chegasse para Do Kyungsoo e o dissesse que ele desceria de seu pedestal para procurar outra pessoa com certeza riria alto de tal loucura, mas ali estava ele caminhando entre os festeiros em busca daqueles olhos selvagens outra vez. Kyungsoo não sabia ao certo o que o atraia tanto em Baekhyun, mas gostava da adrenalina que corria pelo corpo sempre que se encontravam e da forma como ele despertava o fervor no âmago. Baekhyun certamente tinha algo em especial, sabia que ele era inimigo, mas qual era daquele joguinho que estavam brincando?
Andou despreocupadamente ao redor da pista como quem não queria nada, a lata de cerveja na mão e um cigarro pendurado na boca eram o disfarce para quando fixava o olhar em alguma coisa por tempo demais. Estava tão focado em encontrar Baekhyun que sequer percebeu que o ruivo o seguia com os olhos do outro lado da pista, escondido estrategicamente para que não fosse encontrado, não enquanto Tiffany não voltasse com sua bebida.
Kyungsoo já estava bufando com o resultado daquela busca sem sucesso, onde diabos Baekhyun tinha se metido? E que certeza tinha de que ele ainda estava por ali? Bem, ele não parecia o tipo de pessoa que saia cedo de uma festa e baseado em seu achismo continuava rodando a boate à sua procura. Num lapso de segundos avistou a cabeleira vermelha brilhando debaixo do neon e uma garota bonita grudada em seu encalço. Não poderia ser ele, poderia? Talvez estivesse bêbado, mas aqueles mullets eram inconfundíveis. Aproximou-se um pouco apenas para averiguar a situação e constatou que sim, aquele era Byun Baekhyun.
Ele segurava um copo transparente numa mão e com a outra apertava a bunda farta da garota colada em seu corpo, ela se remexia e entrelaçava os dedos em seus fios fazendo-o dar pequenas risadinhas. Kyungsoo raramente sentia raiva por coisas tão triviais, mas queria agarrar aquela garota pelos cabelos e jogá-la para bem longe. Balançou a cabeça em negação, que merda de pensamento era aquele? Continuou observando de longe achando que estava fora de seu campo de visão, mas quando Baekhyun puxou a garota para um beijo gostoso ele cravou os olhos diretamente no líder.
O ruivo apertava ainda mais o corpo da mulher ao seu e os braços fortes a prendiam possessivamente junto à si. Fechava os olhos por breves segundos apenas para trocar o lado da cabeça e logo então voltava a encarar o moreno tão sacana que chegava a ser pecaminoso. O olhar selvagem que trocava com Kyungsoo era quase como um aviso, “É assim que eu faço” estampava as orbes escuras envoltas em luxúria.
Kyungsoo observou o exato momento em que Baekhyun abandonou a boca da garota para descer os lábios em direção ao pescoço alvo e ali depositar um chupão. Se não fosse a música alta com certeza seria possível ouvir o gemido que ela tinha soltado naquele momento, cravando as unhas nos ombros largos do ruivo e jogando a cabeça para trás. Baekhyun sorriu safado ainda o encarando e então afastou o rosto apenas o suficiente para que Kyungsoo observasse sua língua subindo pela pele da garota em direção à sua orelha.
Kyungsoo sentiu uma guinada tão forte no pau que teve a necessidade de sair dali o mais rápido possível e correr em direção ao banheiro. Para sua sorte o toalete estava vazio e ninguém veria o líder do distrito nove de rosto vermelho e respiração ofegante. Deu uma boa olhada em si mesmo e estava uma bagunça, o que tinha deixado Baekhyun fazer consigo?
Jogou um pouco de água para se acalmar e mal percebeu a figura para ao seu lado lhe observando atentamente. Sentiu o coração sofrer um solavanco com o susto e tentou transparecer o máximo de tranquilidade possível. Baekhyun riu descaradamente da expressão que fazia e aproximou-se lentamente do seu corpo, o rosto chegando perigosamente perto e então sussurrou quase como se fosse um segredo, “tem um pouco de cerveja na sua boca” e então levando os dedos bonitos em direção aos lábios carnudos e limpando vagarosamente o resto de bebida.
Kyungsoo também não era um homem de se abalar fácil, mas ao perder aquele contato tão quente seria capaz de se ajoelhar e implorar para que Baekhyun por favor o tocasse de novo. Ficou paralisado diante daquilo e limitou-se a fechar a cara, precisava urgentemente controlar o peito explodindo em ansiedade. Baekhyun parecia estar se divertindo com a situação, o filho da puta sabia bem o efeito que estava provocando e era ardiloso o suficiente para se aproveitar daquilo.
O moreno tinha ciência de que precisava se recompor, não costumava ser entregue tão facilmente daquele jeito, mas Baekhyun tinha feito algum tipo de feitiço que era capaz de tê-lo em suas mãos com tão pouco. Pigarreou alto e voltou sua atenção para a toalha de rosto e secou a pele molhada. “Está tudo bem? Você parece meio zonzo”, o maldito ainda tinha a cara de pau de se fazer de desentendido. Kyungsoo riu sarcástico e o encarou, “Estou sim, obrigado pela preocupação, só estou com um pouco de calor”. O ruivo soltou uma risadinha e aproximou-se um pouquinho mais de seu corpo, descendo os dedinhos lentamente pelo torso alheio como se fosse seu dono, “Você deveria usar roupas mais finas, esse tecido é bem grosso” e então se afastando.
Kyungsoo sentiu a raiva borbulhar bem no fundinho do estômago e uma vontade incrível de socar aquele merdinha, mas teve de fazer um esforço descomunal para se manter calmo diante daquela provocação. “Gosto dessa roupa, mas obrigado pelo conselho, manterei em mente da próxima vez”, respondeu reunindo todo seu auto controle. “Disponha”, Baekhyun falou afastando-se em direção à saída, mas antes que sumisse novamente, virou-se para o moreno e falou todo risonho, “Você deveria dar um jeitinho nisso aí, sua calça está marcando tudo”. Kyungsoo seguiu o olhar do ruivo até deparar-se com um volume bastante indiscreto entre as pernas. Fora abandonado com uma risadinha maliciosa e então jogado ao silêncio do banheiro outra vez.
Baekhyun iria pagar.
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Kyungsoo estava uma pilha de nervos e tudo por causa do maldito do Baekhyun. As tensões entre os distritos vinham se agravando e o moreno andava tendo que comparecer à vários eventos sociais para firmar acordos e trazer aliados para seu lado. Os sulistas andavam cada vez mais agitados e não demoraria muito até uma guerra entre facções estourar, tudo debaixo dos panos, é claro, o submundo jamais poderia envolver civis nas batalhas épicas que travavam às escuras.
Sabia também que o motivo daquele burburinho tinha nome e sobrenome: Byun Baekhyun, e era por isso que andava tão puto da vida com ele. O maldito já tinha fechado acordo com pelo menos seis líderes do sul e dois do norte, estava ganhando força e se ninguém se impusesse com certeza teria o país inteiro para si num piscar de olhos, e sequer tinha experimentado o quão astuto ele . Por sua causa os negócios entre os nortistas não iam bem e a ligação que mantinham por anos estava começando a ruir, parecia ser mais vantajoso fazer alianças com os distritos do sul.
Naquela noite haveria mais outra festa onde algumas facções se encontrariam para socializarem e quem sabe firmarem mais acordos, Kyungsoo sendo o líder do distrito nove também não estava imune. Enquanto ajeitava o terno caro no corpo se pegou pensando em Baekhyun e se caso ele iria comparecer, achava difícil, já que a festa aconteceria na mansão de Chanyeol, líder do distrito onze e seu aliado mais confiável. Até onde sabia o gigante não era próximo do ruivinho, nem tampouco era de convidar novatos paras suas lendárias festas, então talvez não se topassem aquela noite.
Não poderia estar mais errado ao avistar Baekhyun perto da varanda conversando com alguns convidados segurando uma taça de champanhe na mão. Ele tinha o visual completamente mudado, os fios tingidos num amarelo queimado e o cabelo curtos o possibilitava enxergar o pescoço longo e bonito, Kyungsoo pensou por um momento que adoraria marcá-lo com vários chupões.
Quando recobrou a consciência percebeu o loiro o encarando de volta e levantando a taça em sua direção como se para cumprimentá-lo. Kyungsoo sentiu todo o rosto ficar vermelho e devolveu o cumprimento com um aceno discreto. Que merda era aquela? Desde quando aquele forasteiro era convidado para os eventos que os aliados promoviam? Isso só podia significar uma coisa:
“Chanyeol, você fez acordo com o Byun?”, perguntou na lata quando fora recebido pelo anfitrião em pessoa, causando uma vergonha súbita no grandão e olhares curiosos das pessoas ao redor. Chanyeol pigarreou sem graça e pediu licença aos outros convidados, puxando o baixinho para seu escritório.
“Que ótima hora para abordar o assunto, hein?”, falou puxando um charuto da caixa e oferecendo outro ao amigo que recusou brusco. “Você sabe que eu não fumo essa merda e não muda de assunto, desde quando você conhece aquele merdinha? Não vai me dizer que também firmou acordo com ele”, Kyungsoo tinha o maxilar travado e encarava o amigo desacreditado.
Chanyeol ficou em silêncio escondendo sua feição envergonhada, não era sua intenção prejudicar Kyungsoo, claro que não! Não depois de tudo que ele fez para ajudá-lo quando enfrentou uma crise e o reergueu de volta ao seu trono, mas... “Kyungsoo”, falou levantando o rosto para encarar o baixinho e sua expressão era de pura vergonha, “Você sabe bem como os tempos estão difíceis e as coisas aqui pro lado do norte tem se tornado um tanto quanto... Instáveis, por assim dizer. Não venha me julgar por querer me manter de pé”.
Kyungsoo o encarava incrédulo, “E você acha que o único jeito de fortalecer nosso povo é se unindo ao inimigo? Francamente, Chanyeol...”. O mais alto suspirou e jogou o corpo contra o estofado de couro marrom enquanto o baixinho ia até seu armário para tirar de lá uma garrafa de vinho tinto e encher dois copos. “Eu estava num momento de fraqueza, ok? Não sei se você chegou a dialogar com aquele infeliz, mas ele tem a língua tão afiada quanto uma espada, não duvidaria dele ser o próprio demônio”, bufou irritado tomando um gole da bebida que o amigo trouxe.
Mas Kyungsoo sabia, ah como sabia o quão manipulador Baekhyun poderia ser, ele mesmo encontrava-se emaranhado em sua teia e se se entregasse à tensão sexual que os rondava, não demoraria muito a envolver seus negócios também. Tomou um gole e encarou Chanyeol que desviava o olhar visivelmente constrangido, sabia que podia confiar nele até de olhos fechados e que quando firmou acordo com o Byun não era com a intenção de traí-lo, apesar da pose sabia que o Park era fraco e facilmente manipulável.
“Eu não sei qualé a desse Baekhyun aqui para as nossas bandas, mas agora que você fechou negócios com ele não tem como voltar atrás, seria vergonhoso faltar com sua palavra”, Kyungsoo falou acomodando-se no sofá à frente de Chanyeol e continuou, “Mas fica de olhos bem abertos, Park, você sabe que não dá para confiar nesse pessoal do sul, ainda mais esse tal Byun, tem alguma merda muito sinistra rolando por trás e se eu fosse você tomaria cuidado”. O grandão assentiu preocupado, Kyungsoo tinha razão, como sempre, mas já tinha entrado na toca do lobo e não dava para voltar atrás, tudo que lhe restava era a própria sorte.
De volta à festa Kyungsoo percebera que haviam muito mais desconhecidos que o de costume, o que era bastante estranho se considerando que geralmente era sempre o mesmo público a frequentar a casa de Chanyeol. “Eles estão em todos os lugares, esses filhos da puta”, uma voz conhecida se fez presente e não precisou nem virar de costas para saber que era Junmyeon falando. O líder do distrito catorze era bastante conhecido pelo seu ódio aos sulistas e não fazia a mínima questão de esconder a repulsa que sentia por aqueles que não eram do seu povo.
“Não acredito que Chanyeol se prestou ao papel de se aliar a esses ratos, francamente...”, falou dando um gole em sua bebida. “Não seja tão duro, Kim, sabemos que Chanyeol é novo demais e inocente demais”, respondeu rindo fraco, sempre achava uma comédia como o outro ficava irritado facilmente. “Então o que diabos esse menino está fazendo liderando um distrito inteiro? O senhor Park foi frouxo demais com ele e morreu antes de conseguir ensiná-lo como administrar as coisas, por isso o distrito onze está uma bagunça”, falou do jeito ranzinza de sempre e o moreno soltou outra risada, embora no fundo reconhecesse que Chanyeol não tinha domínio algum sobre administração, mas aí era problema dele.
“Kyungsoo,eu não sei qual é a desses caras, mas eu acho bom a gente do norte se manter o mais unido possível, pois quando a merda bater no ventilador seremos nós por nós”, falou baixinho rente ao seu ouvido, se certificando de que ninguém mais estava escutando-os e então se afastou com um aceno de cabeça. Kyungsoo encontrou-se sozinho com seus pensamentos refletindo sobre o que o homem falou e ele estava mais do que certo, os distritos do norte não podiam confiar naqueles forasteiros.
Kyungsoo não tinha muita paciência para eventos sociais, mas no seu papel de líder era obrigado a comparecer e fingir simpatia com todo mundo, principalmente quando sua cabeça valia ouro e haviam vários dispostos a caçá-la. O moreno tentava sempre não se meter em brigas alheias e tampouco alimentar quem quer que inventasse que crescer pro seu lado, mas inevitavelmente colecionava alguns inimigos e precisava manter a poeira debaixo do tapete.
Por falar em inimigos, Kyungsoo conseguia sentir o olhar intenso de Baekhyun ardendo em suas costas e tinha certeza de que se virasse o corpo com certeza os olhares se encontrariam. Já fazia algum tempo que tinha notado o loiro esgueirando-se entre os convidados, mas sempre mantendo uma distância respeitável, como se não pudessem interagir na frente de ninguém. Queria rir com aquela provocação muda, se Baekhyun estava fazendo algum esforço para manter-se discreto com certeza havia falhado.
Devolveu a taça vazia que segurava entre os dedos ao garçom passeando com a bandeja e caminhou até o banheiro, tinha bebido demais e a bexiga incomodava. Abriu o zíper da calça e deixou-se aliviar quando ouviu o barulho da porta abrir e uma respiração quente bater contra sua nuca, não precisava virar para saber quem era. Baekhyun apoiou-se na parede ao lado do mictório e fitou sacana o moreno segurar a base do pau grosso enquanto não dava a mínima para sua existência, nem um pouco envergonhado de sua nudez.
“Se quiser uma foto pode ir em frente, não é como se poucas pessoas tivessem visto meu pau”, falou terminando de mijar e balançando o membro para dentro das calças. “Adoraria manter uma foto do seu pau na minha galeria, mas deixei o celular em casa”, respondeu debochado acompanhando com os olhos o moreno indo em direção à pia. Kyungsoo riu sarcástico lavando cuidadosamente entre os dedos e rebateu, “Me dá seu número, eu envio uma mais tarde, contanto que você me envie uma foto também”. Agora fora a vez do loiro rir e aproximar-se lentamente, seus olhos selvagens o fitando através do espelho queimavam o corpo do moreno de forma indecente.
“Não precisa esperar chegar em casa para ver, eu posso te mostrar agora mesmo”, falou perigosamente perto da orelha do outro e o líder sentiu todos seus pelinhos se eriçando. Precisava manter o controle para não cair naquele joguinho e alimentar ainda mais a moral de Baekhyun. Sorriu de lado ainda o encarando pelo reflexo do espelho e falou, “Não sou muito adepto de intimidades em público, gosto de manter as coisas privadas”. O loiro aproximou-se um pouco mais de seu corpo e sentia o quadril pressionando seu corpo contra a pia do banheiro, o volume de sua calça roçando entre o vão de sua bunda denunciava o quão perigoso estava se tornando aquelas provocações trocadas.
“A casa de Chanyeol é grande, aposto que tem um monte de quartos, te deixo me levar pra qualquer um e a gente faz nossa festinha particular”, respondeu apertando a cintura do outro homem bem lentamente, mas de forma que era possível sentir os dedos se cravando possessivamente. Kyungsoo estava tentando não demonstrar o quão afetado estava com tudo aquilo, mas por deus como era difícil não se render às seduções daquele homem, Baekhyun era o próprio Lúcifer.
Respirou fundo e virou-se para o homem que o encarava com olhos negros de luxúria, se parasse para prestar atenção conseguiria ver sua sanidade sendo lentamente sugada para dentro daqueles orbes escuros. Baekhyun aproximou os rostos e falou rente ao seu ouvido, fazendo-o aspirar a colônia masculina que usava, inebriando seus sentidos com o cheiro forte, “Soube que você não vai com a minha cara, deixa eu te fazer mudar de ideia”.
Kyungsoo quase se rendeu naquele momento, quase soltou um gemido desesperado, quase o puxou pelo braço em direção à um dos muitos quartos vazios naquela mansão para fodê-lo até o dia seguinte, mas ouviu bem o que o loirinho tinha dito, não gostava dele e não era uma fodinha que iria mudar o fato dele ser inimigo.
Reuniu o restante de sanidade que tinha guardado lá no fundinho e respirou fundo, afastou o corpo de Baekhyun com delicadeza e respondeu, “Não sei qual é a sua tática, mas se acha que vai me comprar com essas investidas baratas acho que subestimou demais o homem que está na sua frente”. O loiro o encarou com um sorriso ladino no rosto e deu passagem para o moreno se afastar.
Poderia ter arrastado-o mais um pouquinho para dentro daquele joguinho e sabia que se forçasse as provocações com certeza teria Kyungsoo diante de seus pés num piscar de olhos, o volume marcado em sua calça denunciava que ele estava louco de tesão e lutava com todas as forças contra a insanidade de se entregar. Mas não haveria diversão naquilo, seria tudo fácil demais e Baekhyun era um homem que vivia pelos desafios, por isso quando Kyungsoo saiu por aquela porta acreditando ainda estar no controle da situação ele soltou outra risadinha no silêncio do banheiro.
O jogo estava apenas começando.
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