panku Nonaka Panku

Soa, sempre, mais ridículo a cada vez que retomo a conclusão, mas nunca deixa de ser a mais pura verdade. E gostaria, muito, que fosse o contrário, que fosse eu o mais misterioso e ilegível, o mais imprevisível da relação. Kei, provavelmente, sentia, de forma antecipada, meu nervosismo, minha excitação tomando proporções, meu corpo esperando o dele. Não me surpreenderia caso conseguisse ver as imagens que meu cérebro projetava, ouvir meus pensamentos mais depravados, cá entre nós, sempre aos montes.


Fanfiction Bandas/Cantantes Sólo para mayores de 18.

#Diaura #yaoi
Cuento corto
0
4.8mil VISITAS
Completado
tiempo de lectura
AA Compartir

restart.

O último show da turnê havia chegado ao fim.

Nós sempre somos bem recepcionados, para onde quer que levemos o nome de nossa banda e, independentemente de números, a plateia é sempre muito calorosa, canta com a gente, agita, grita. E, talvez, deva desconsiderar essa história de "números não importam", porque, sendo sincero comigo mesmo, ver a casa cheia faz-me um bem danado, como músico e como pessoa, tanto que, mesmo o término da apresentação sendo ainda recente, as sensações ainda prevaleciam e a expectativa para uma próxima vez fazia-se presente, como de costume.

Expectativa...

Eu deveria me sentir exausto agora, em vez de ficar pensando.

O cigarro aceso entre meus dedos tinha apenas a metade de nicotina e o resto de sua extensão era cinza, esperando ser batida no recipiente de vidro. O espelho, que se estendia ao redor do cômodo, onde houvesse bancada de maquiagens, refletia muito mais que apenas a minha solitária imagem. A camada de base que deveria cobrir minhas olheiras já não estava lá, pelo menos eu conseguia vê-las. Resultado das noites em claro refletindo sobre como daria o meu melhor, criando expectativa. Ainda estava todo suado, o coração ainda palpitava a mil por hora, ainda estava um pouco ofegante, expectativa, expectativa, expectativa...

Quem diria que estou me referindo ao meu trabalho de novo?!

– Está tudo bem contigo, Yo-ka?

A voz de Kei aborda dois de meus sentidos, subitamente, sua silhueta surge como uma sombra em uma das extremidades do camarim, de costas, já em trajes casuais, a respiração, por mais que audível, parecia regulada demais. Suspeito que ele sempre guardava para si mesmo essa euforia louca dos pós-shows, bem como com todas as outras coisas da vida e, por mais que doa admitir, invejo essa peculiaridade dele. Ele sempre parece estar com tudo sob seu controle e ainda em paz consigo mesmo, um dos vários motivos pelos quais cedi a liderança do grupo a ele, desde o princípio.

Kei, o insuportavelmente mais centrado da banda, do nada, voltou-se de frente, mostrando sua melhor cara de “eu não me importo com nada” ao refletor, a alguns metros de distância de mim e cada vez mais próximo, mais e mais... Mais e mais...

– Sim. – Respondi, levando o filtro aos lábios pela primeira vez desde o instante em que acendi. Um tragar demorado, quase como se dependesse disso para sobreviver, embora a real intenção fosse não evidenciar o súbito nervosismo ocasionado pela presença neutra do guitarrista. Estava puto demais para admitir sua postura habitual sem motivo aparente. – Onde estão os outros?

– Estavam falando com os staffs. Procurando por você... – E suas mãos alcançaram meus ombros, massageando-os por baixo do tecido da regata branca, gentil e firmemente. Inconscientemente apaguei o cigarro e fechei os olhos. Malditas mãozonas boas para tudo. – Parece tenso.

– Impressão sua. – Resmunguei no preciso instante em que ele pressionara, com um pouco mais de força, o vão entre o pescoço e os ombros, subitamente encaminhando as palmas para o esterno antes de envolver minha garganta com seus braços, sem deixar de afagar-me o peito com as pontas dos dedos.

Seu cheiro era bom.

As mãos eram macias, quentes, ele era um cretino por me tocar tão descaradamente, ali, onde “qualquer um” tinha acesso e poderia nos ver. Tornamo-nos muito próximos nos últimos quatro anos, durante nossas apresentações sempre acontecia uma fanservice ou outra, depois delas também, inclusive, porém, ele era muito discreto. Pelo menos tinha o costume de cortar minhas investidas nos lugares inapropriados, por causa da nossa imagem e essas coisas.

E por isso odiava tanto a opacidade de sua inexpressão, o fato de nunca nem sequer conseguir prever o que poderia estar na sua cabeça e esse é o lado negativo de criar expectativas com tanta frequência.

– O que você quer?

Com tudo sob o seu controle e ainda em paz consigo mesmo.

Soa, sempre, mais ridículo a cada vez que retomo a conclusão, mas nunca deixa de ser a mais pura verdade. E gostaria, muito, que fosse o contrário, que fosse eu o mais misterioso e ilegível, o mais imprevisível da relação. Kei, provavelmente, sentia, de forma antecipada, meu nervosismo, minha excitação tomando proporções, meu corpo esperando o dele. Não me surpreenderia caso conseguisse ver as imagens que meu cérebro projetava, ouvir meus pensamentos mais depravados, cá entre nós, sempre aos montes.

Portanto, eu, Yo-ka, sou um monstro previsível, com a libido descontrolada.

– Sinceramente?

– De preferência.

– Quero transar contigo.

– E não pode esperar chegarmos no hotel?

– Não... Quero você aqui e agora.

Odeio, do fundo da alma, quando ele fala baixinho assim, no meu ouvido. Ele não hesita... Diabo tem nome, ele está disfarçado de Kei e veio tentar-me esta noite.

Quisera eu acreditar que ele estava tirando uma com a minha cara, me testando para, no fim, dizer que estava louco, que não faríamos nada “aqui e agora”. Para saber se eu tinha mesmo capacidade de negá-lo pelo menos uma vez na vida. Eu não conseguia.

Expectativa...

Ah, mas que bela merda.

E aí, sem mais delongas, seu indicador ergueu-me o queixo, seus lábios abraçaram os meus, o dígito escorreu, atravessando a linha que seguia a partir do pomo-de-adão, ganhando a companhia dos outros quatro que tateavam meu tronco. Descendo, gradativamente, até chegarem muito perto da virilha. Eu não queria passar, DE NOVO, pelo constrangimento de apresentar uma ereção em público depois de termos um momento a sós e ter de me explicar por isso sozinho enquanto ele ri.

Saltei da cadeira como se tivesse levado um choque, interrompendo bruscamente o beijo, embora não quisesse tê-lo feito. Eu queria muito beijar ele, quem não o quereria? Ele é lindo, inteligente, talentoso... Mas a questão já não era mais essa.

– Qual é o seu problema? Não fazemos isso.

– Isso o quê?

A cara dele chegou a me assustar por algum instante, no qual cogitei confiar que o jogo virou, que ele queria e era a minha chance de vingar os maus bocados que ele me fez passar no início do que, nem de longe, ele admitia ser um namoro. Ele meio que sorriu, continuou se aproximando e bloqueando minha visão, colocando-me contra a porta do camarim. Retomando exatamente de onde havíamos parado.

O hálito fresco, o perfume favorito dele, com sândalo, além do cheiro natural dele. Ô coisinha mais desgraçada. A pegada que me fazia fugir por alguns segundos do planeta, a maneira que me mordia o lábio. Eu queria não estar cedendo. Queria que ele parasse. Eu não queria também.

Ele não acreditaria se o dissesse em voz alta, ele não estava acreditando no eco da minha cabeça, ele, aliás, estava rindo de novo, enquanto tentava tirar minha blusa. Algo prendia-me aos bons costumes, os que ele havia implantado com requisitos para que continuássemos.

Estava com vontade de chorar por ter me convencido de que ele estava certo quando tinha esse cuidado.

– Vamos lá, Yo-ka, vai ser legal.

– Seu maluco, vai à merda.

– Não faz assim.

Não sussurra desse jeito, cretino.

Desalmado.

E foi aí que eu cedi um pouco mais. Só o suficiente para tirar proveito da situação e a blusa junto, abracei a fome, a vontade de devorá-lo, o que não durou mais dois minutos. Ouvi passos no lado de fora, no corredor. Poderiam ser Shoya e o Tatsu, procurando agora por nós dois para irmos embora.

Senti-me acuado e saí correndo feito um retardado, do lugar de onde não deveria ter saído e o infeliz riu alto. Eu estava vermelho, excitado e Tatsuya invadiu o cômodo.

– Finalmente! – Exclamou, erguendo as mãos, voltando-se a Kei depois de olhar-me de relance. – Ele está bem?

– Sim. – Kei disse, simplesmente.

– Mesmo? Parece um pouco tenso.

– Impressão sua, não se preocupe.


・restart・


Nós, da banda, e os staffs acordamos que, durante a tour, teríamos algumas horas após os shows para descansar e que depois de um passeio matinal - no qual poderíamos sair para qualquer lado contanto que voltássemos no horário ou mesmo ficar no hotel -, retomaríamos a viagem.

A respeito dessas duas informações, só tenho a dizer que estou a um passo de perder a cabeça.

Depois daquele ataque no camarim, todos voltamos para o hotel e, como de costume, dividimo-nos em duplas para ocupar os quartos, evitar gastos e essas coisas, enfim... Optei por dormir com Shoya porque: 1) Tenho quase certeza de que agiria de forma suspeita; 2) Caso dormisse com algum staff, a probabilidade da razão 1 causar preocupação e gerar uma tensão dispensável era de, no mínimo, 95%; 3) Shoya tem essa inclinação a falar muito de trabalho e, é claro, 4) Ele não teve participação naquele cômico e constrangedor episódio.

Foi complicado ver a expressão de decepção naquele rostinho lindo, só o fato de ver alguma coisa nele já mexia comigo. Ele, muito contrariado, talvez um pouco abatido, disse que ficaria com Tatsuya e, segundo o mesmo, foi direto para a cama ao chegar no quarto. Sinceramente, não sabia que ele reagiria dessa forma, afinal, eu sou o previsível, e por não querer que isso nos afetasse, tentei contatá-lo no meio da noite, via mensagem de texto, perguntando se havia comido alguma coisa, desejando boa noite, mas as mensagens foram visualizadas e continuaram sem respostas.

Como sou do tipo paranoico, fiquei a noite toda remoendo o assunto, pensando em insistir, só que ele estava se comportando de forma tão anormal que, no fim das contas, achei mais conveniente deixar que se estabilizasse, tentar fazer o mesmo comigo, aliás, e acabei sendo dominado pelo cansaço.

Eu tive um sonho bom com ele, acordei atordoado e frustrado por não ser real em muitas partes.

No sonho ocupávamos pouco espaço na cama de casal do seu apartamento, ele me acolhia em seus braços, sob o lençol, estávamos nus e tinha para mim que não nos vestiríamos tão cedo. Ele beijou minha nuca, disse que prepararia o café, porém, só dirigiu-se à janela, acendeu um cigarro e ficou ali enquanto uns cavalos e vacas invadiam o quarto. Lembro que fiquei indeciso entre olhar a bicharada e a bunda dele e comecei a chorar por isso.

Quando acordei, estava, obviamente, na cama de solteiro do hotel, vestido, decidido de que esse fora o sonho mais fora da casinha dessa semana, e Kei estava na janela, com um cigarro aceso entre os dedos, uma toalha ao redor da cintura e outra sobre o cabelo molhado. Eu ri sem querer e ele olhou para trás, para mim! Terminou o cigarro, foi ao banheiro sem dizer nada e eu, sem pensar duas vezes, perguntei:

– Que horas são?

E ele respondeu, para minha alegria, depois de um momento de silêncio:

– Oito e meia.

– Shoya já disse aonde vai?

– Não.

– E o Tatsuya?

– Ao cabeleireiro.

– E você?

– Não sei.

Não conseguia lembrar da última conversa assim, fria e automática, que tivemos. Quando ficamos sozinhos ele costumava soltar-se mais do que se possa imaginar, ele na verdade é muito sociável, querido por muita gente e mesmo com aquela cara de bunda ele é muito educado, portanto, mesmo que nossa relação fosse secreta, sobravam diálogos com ou sem pessoas por perto, causa pela qual não recordo sequer se já tivemos uma conversa dessas mesmo quando brigados.

Cogitei perguntar o que fazia ali, sabe? Mas, por medo de ser mal interpretado, fiquei na minha até ele liberar o banheiro, me arrumei e saí para falar com os outros, com ele em meu encalço.

Antes de chegarmos na recepção, o ponto de encontro do grupo, Tatsuya abordou-nos todo agitado, dizendo que os outros saíram e que faríamos o de sempre.

– Shoya foi à praia com a Naomi, mas disse que ficaria feliz se você, Yo-ka, – E apontou-me com o indicador, com um olhar malicioso. – encontrasse-o, ou ligasse. Acho que ele está meio apaixonado e quero saber tudo, sim?

– Se ele não te contou nada, por que eu o faria? – Questionei, contendo o riso. – Mas não vou à praia hoje, tive um sonho sinistro – com a bunda redondinha de um tal de Kei – e preciso de Starbucks e bolo de manteiga pra me recuperar, mas eu ligo pra ele.

– E você, Kei?

– Eu o quê?

– Aonde vai?

– Eu vou com o Yo-ka.

– Estou com a impressão de que vocês quatro estão aprontando algo! – Choramingou o baterista e eu, por ter percebido que Kei estava muito aéreo e quieto, entrei nessa de desconfiar também... Desconfiar de que ele não estava com tudo sob controle e em paz consigo mesmo.

Pode parecer redundante - dane-se, inclusive -, mas queria muito sentir-me assim ao menos uma vez, só que, por desencargo de consciência, me sinto muito mal por ter ele por perto e parecer estar carregando uma pedra gigante nas costas.

– Só tenho a dizer que não sei de nada, Tatsu, eu juro! Isso sim eu posso te contar caso descobrir qualquer coisa.

– Você é um anjo, Yo-Ka. Mas, enfim, estou atrasado, vejo vocês mais tarde.

– Até! – Acenei, vendo-o partir e, de relance, fitei o guitarrista, fazendo o mesmo. – Fique sabendo que vai pagar meu café da manhã.

– Hn... Não tem problema.

Não teria problema, na realidade, se ele não estivesse agindo estranho. Não teria problema se ele conversasse comigo e dissesse, de uma vez, o que estava acontecendo, porque o Kei normal revidaria com uma frase de efeito, tiraria sarro da minha cara por um bom tempo com os seus trocadilhos muito engraçados e, no fim das contas, a conta da refeição seria dividida.

Havia algumas pessoas transitando no hall, a maioria clientes, como nós e, levando isso em consideração, engoli a seco a vontade de repreendê-lo por isso nessa ocasião, então dei o primeiro passo para que fossemos a um lugar mais calmo e conversássemos francamente sobre nós. Um único passo na direção da saída do hotel, mais nada.

Seus dedos envolveram-me o pulso e, inconscientemente, recuei, olhando ao redor. Talvez ninguém tenha visto isso, ou o arrepio que cruzara meu corpo, mas parecia que sim!

E, se quer saber mais, quando olhei de relance para trás, vi que Kei estava muito corado, de cabeça baixa, sua mão úmida de suor...

– Esqueci minha carteira no quarto. – Anunciou Kei, por fim, tão baixo que pareceu uma alucinação. Ele não podia estar nervoso desse jeito por tão pouco.

– Vá buscar, nos encontramos depois.

– Não, Yo-Ka. Venha comigo...

– Por que eu iria? Basta pegar a carteira e voltar.

– E-eu estou com medo.

Kei gagejou? Não, eu estou sob efeito de drogas fortíssimas, não tem outra explicação!

– Você? Com medo?

– Sim...

– E o que há?

– Você tem feito muitas fanservices com o Shoya durante essa tour... – Ele comentou, vagamente.

– Claro que tenho, é conveniente.

– E tem me evitado muito, ultimamente...

– Oi?

– E vocês ficam perto um do outro o tempo todo, cochichando, se tocando.

– Kei, você não está falando coisa com coisa. – Resmunguei, virando de frente para ele – Não tem o menor cabimento.

– Ele quer te encontrar na praia, "conversar" contigo. Tatsuya te olhou estranho agora pouco...

– Está se ouvindo, Kei?

– Seja honesto comigo...

– Não! Poupe-me disso.

– ... você e ele têm um caso?

Que merda!

Que tipo de cara ele pensa que eu sou, afinal?! Nove anos de relação e esse desgraçado tem a cara de pau de fazer uma pergunta dessas! E, convenhamos, ele nunca se importou com isso, pelo contrário, incentivava-me para despistar quem chegasse perto de descobrir nosso lance...

– Eu jamais teria nada com ele, com nenhum outro além de você, idiota. Agora vá buscar a sua carteira, estou com fome.

– Dê-me um abraço.

– O que aconteceu com o "sem demonstrações de afeto em público", hein?

– Desconsidere essa bobagem, eu quero que todos saibam sobre nós, mas se quiser esperar, tanto faz pra mim, eu espero junto.

– Então a sua proposta é me assumir porque está com ciúmes? Ou, como disse, "medo do Shoya"?

Só pode ser brincadeira...

– Exato.

Ele não podia ser mais insensível que isso logo pela manhã. Não tinha mesmo como eu desejar ser como ele, a essas alturas. De que me valeria ser imbatível?

E ele me olhava como se tudo estivesse normal, enquanto eu me sentia com um pedaço de carne na patinha de um animal selvagem. Como um hidrante mijado por um só cão vira-lata pulgento e cheio de sarna.

Eu estava me sentindo mal, ele continuava corado, trêmulo, olhando-me fixa e ternamente e já não entendia mais nada. Não fazia tanta questão, estava magoado.

– Prefiro que você seja atropelado por um caminhão de lixo. Que te juntem os restos e joguem eles na caçamba, não vai ter diferença nenhuma.

– Yo-ka...

– Perdi a fome. Pegue sua carteira, esse seu medo cretino e vá pro inferno.

Senti como se precisasse de mais nove anos ao seu lado para entender a forma como me via. Eu queria deixá-lo ali, mas simplesmente não conseguia libertar meu pulso de sua mão.

– Eu tenho medo de não ser suficiente. De te perder por não ser capaz de me abrir facilmente como ele. Eu tenho medo, Yo-ka, de você se afastar de mim antes de saber o quanto gosto de você, do que construímos. Me sinto inseguro o tempo todo e tento parecer forte pra que continuemos juntos, pra que você continue confiando em mim.

– E o que te faz pensar que fingir estar com tudo sob seu controle e em paz conigo mesmo... resulta em confiança da minha parte?

Ele se calou.

De certo modo, agora, estava mais clara a sua posição.

Minha ambição de ser como ele não tinha fundamento, nunca cheguei a cogitar que ele não fazia de propósito, desconhecendo tudo o que poderia tê-lo feito pensar que esse era o certo.

– Admito que tenho culpa, mas é melhor desconsiderar tudo o que pensa sobre mim. Eu sou cego, surdo mudo e retardado o suficiente para ter me apaixonado por essa farsa que você criou.

– A culpa não é sua. Eu sempre tive talento para ser ator... – Disse ele, dando um passo a frente e segurando meu rosto entre as mãos. – Pornô, inclusive.

– Se começarmos de novo, garante que continuará fodendo comigo como um ator pornô?

– Eu posso prometer mais que isso...

– Fale mais. – Pedi, umedecendo os lábios e apoiando as mãos em seu toráx.

– Prometo te amar mais do que já te amo.

– Isso parece vago e não vamos começar apaixonados, eu sou difícil.

– E eu sou muito convincente o tempo todo... – E sorriu de canto, selando meus lábios rapidamente. Tateei os bolsos traseiros da calça jeans, encontrando no da esquerda seu celular e no outro a carteira, mas, devo admitir, só queria tocar a bunda dele mesmo. Estava frustradíssimo.

– Impressão ou sua carteira está aqui?

– Impressão. Ainda precisamos ir ao meu quarto, pois preciso convencê-lo de que está caidinho por mim.

– Ah, isso vai demorar, não podemos mais perder tempo.


16 de Septiembre de 2018 a las 04:12 0 Reporte Insertar Seguir historia
1
Fin

Conoce al autor

Nonaka Panku Lixeirinha.

Comenta algo

Publica!
No hay comentarios aún. ¡Conviértete en el primero en decir algo!
~