saaimee Ana Carolina

Falta de paciência, rivalidade e principalmente teimosia. Esses são os pontos que eles tem de mais em comum, já as diferenças encheriam pelo menos duas páginas. E mesmo nessa situação que os distanciam eles sabem como às vezes pode ser difícil dizer algo importante tendo que lidar com aquele nó na garganta sufocando as palavras, seja por orgulho ou por medo. Eles sabem como é difícil encarar um ao outro com esses obstáculos que empoem para se afastar. Mas, às vezes, são esses obstáculos que dão o empurrão necessário para aproximar.


Fanfiction Anime/Manga Todo público. © Os personagens desta estória pertencem a Uta no Prince-sama. Todos os direitos sobre eles são reservados a © Broccoli. Capa feita por mim com itens gratuitos. Fonte utilizada: Encina Script por Måns Grebäck.

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Cuento corto
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Capítulo Único

Nota: TsukiAkii foi gostou tanto da fic que fez um presente de fanart pra ilustrar umas das cenas. Você pode ver a linda imagem aqui


A porta automática de vidro se abriu fazendo um som pesado revelando dois homens se aproximando da passagem e uma grande sala de recepção atrás. Os dois caminhavam lado a lado, porém com posturas completamente diferentes.

Um deles vestia camisa social branca e um blazer marrom por cima, seu cabelo azul marinho meticulosamente reto acompanhava a expressão séria. Não aquele tipo de expressão fria como de costume, mas algo que o fazia parecer pensativo. Ao lado dele o outro, que era alguns centímetros mais alto, também usava roupa social com um sobretudo preto aberto por cima, porém sua elegância e charme o destacava muito mais. Esse, por sua vez, não tinha medo de se exibir e com uma mão bagunçando o cabelo alaranjado sorriu dando uma última olhada para a mesa no centro da sala – onde duas mulheres atrás se esforçavam ao máximo para conter a emoção em suas vozes – e com a outra mão acenou suavemente passando pela porta.

A porta se fechou deixando o calor que aquela sala proporcionava para trás enquanto era permitido que as vozes femininas animadas fossem ouvidas distantes respondendo a despedida. Os pês sobre o tapete vermelho pequeno na entrada logo pararam, a mão que antes no ar acenava agora estava apoiada sobre sua cintura, os olhos azuis calmos fitavam a calçada a frente e, frustrados, se levantavam tentando ver o céu cinzento atrás do toldo sobre eles. Estava chovendo.

A pista molhada com quase nenhum movimento de carro estava mais escura que o normal por conta das águas que limpavam o asfalto. Em baixo do toldo eles ouviam pesadas gotas batendo e logo escorrendo bem à frente de seus olhos como finos véus de noivas. Parecia que a manhã calorosa que tinham encontrado quando saíram de casa acabou se derretendo em lágrimas naquela tarde.

O maior suspirou virando seu olhar para os azulejos brancos molhados ao lado. Os dois tiveram um longo dia de gravações e acabar dessa forma só o deixava ainda mais cansado. Em meio aos pensamentos ele ouviu algo além do som da chuva bem próximo dele. Como se já soubesse o que aconteceria virou o rosto com uma sobrancelha levantada encarando as costas do rapaz parado poucos centímetros à frente.

— Disse algo, Hijirikawa?

— Disse. – Com um tom baixo e extremamente irritado respondeu pausando logo em seguida. O ruivo sabia que qualquer coisa que dissesse seria ainda pior então apenas aguardou o vendo tomar um longo suspiro. — Disse para trazer as sombrinhas, disse para desligar o celular e disse para não perder tempo com as recepcionistas porque estava chovendo! – Sem se virar ele desabafou enquanto o outro de braços cruzados aguardava a conclusão. — Mas você me ouviu, Jinguji? Uma vez me ouviu?

— Hijiri-

— Não. Essa é a resposta. – Bufando baixo, tentou se acalmar. — Você nunca me ouve.

Pelo tom incomodado do amigo, Ren sabia que seria impossível tentar dialogar ou se defender no momento. Ainda com os braços cruzados inclinou a cabeça para o lado vendo levemente o rosto dele que mostrava a irritação pela força que as sobrancelhas se uniam. Esse tipo de expressão era tão típica e ainda assim trazia sorrisos ao rosto dele sempre que a via. Masato era do tipo que se incomodava fácil com o jeito de Ren e isso só o fazia querer provoca-lo ainda mais.

— Ah, – controlando seu sorriso o ruivo começou a falar com uma ideia em mente — ontem à noite você não parecia tão incomodado com tantos detalhes.

— O que? – Sem entender Hijirikawa se virou estreitando os olhos encontrando o rosto brincalhão o fitando.

— É, ontem. Nos meus sonhos.

Os lábios se partiram, mas a surpresa foi tão grande que nenhuma palavra conseguiu sair. Suas sobrancelhas se curvaram formando pequenas marcas entre elas enquanto seu rosto mudava de cor com o calor da timidez. Ele se virou prendendo a respiração ouvindo o riso do rapaz atrás e apesar de envergonhado seus olhos pareciam ainda mais furiosos que antes.

— Heh, eu disse a mesma coisa para o Ichi ontem, mas a sua reação nem se compara.

— Você poderia parar de rir da minha cara? – Questionou rispidamente enquanto passava a mão nas bochechas na tentativa de diminuir o rubor.

— Hijirikawa, não precisa ficar chateado. – Ainda com o sorriso Ren se aproximou dele diminuindo o tom de sua voz quase sussurrando. — Posso não ter sonhado com você, mas – aproximando seus lábios da orelha continuou — é em você que penso todos os dias.

— Jinguji! – Mais vermelho do que antes se afastou em um pulo trazendo risos novamente ao homem.

A intenção dele foi desviar o foco da conversa exatamente para poder acalmar os ânimos de Masato. Ele sabia como os dois eram teimosos e a chance de Ren simplesmente sair andando pela chuva depois de uma discussão desnecessária era grande e isso, claramente, só pioraria tudo.

Olhando ao redor ele suspirou sentindo o ar gelado entrar em seus pulmões vendo a chuva não diminuir.

— Tá bem. – Passando a mão pelo cabelo começou a falar calmamente retomando a conversa. Masato por outro lado nem se atrevia a olhar para trás no estado em que estava. — Olha, eu talvez esteja errado, mas-

— Talvez?

— Mas – ignorando a pergunta continuou a frase o vendo balançar a cabeça negativamente mexendo os cabelos enquanto tentava se recompor — não adianta ficar reclamando agora. – Colocando a mão no bolso pegou o celular. — Eu vou ligar para alguém e... – se interrompeu fazendo o outro se virar relutantemente.

— O que foi?

— Acabou minha bateria. – Respondeu assistindo a expressão cansada do amigo se contorcer em raiva seguida de um olhar incrédulo.

— Jinguji... – Pegando o aparelho na bolsa resmungou já entregando.

— Não vou demorar.

Frustrado ele se virou cruzando os braços vendo a chuva que parecia apertar cada vez mais. O som era alto o suficiente para fazê-lo ignorar por completo a conversa no celular, mas não as coisas que tinha ouvido. O riso, as piadas e falta de importância que Ren demonstrava o fez apertar o braço segurando em sua garganta o que quer que tivesse para dizer.

O vento era forte suficiente para agitar suas roupas e trazer gotas pequenas e frias até seu rosto. Lentamente sua mão foi relaxando juntamente com sua expressão. O frio daquela tarde o cobriu normalizando sua respiração o trazendo de volta ao estado de sempre. Sua cabeça se virou para a direita observando a rua vazia e cinzenta que parecia não ter fim. Ele pensava em tantas coisas que se esqueceu até onde estava.

De repente o som de rodas aceleradas o fez acordar. Sua cabeça se virou na direção oposta e no mesmo instante seu corpo foi puxado bruscamente para o lado. Seus olhos calmos se arregalaram e antes que pudesse dar conta do que estava acontecendo ouviu o som da água se levantar.

Os olhos não se fecharam ao invés disso encararam o chão encontrando seus pés ensopados encaixando perfeitamente aos pés ensopados do homem a sua frente. Apesar do som e das águas ao seu redor, não estava frio. Sua respiração batia contra o peitoral quente do outro onde seu corpo estava pressionado sentindo o cheiro cítrico do perfume. Timidamente levantou o rosto encontrando os olhos azuis caídos formando um par perfeito com o sorriso preguiçoso que o encarava de volta. Gotas escorreram pelo cabelo laranja respingando em sua face o fazendo piscar.

Quando se deu conta da situação Masato esticou os braços empurrando rapidamente afastando os corpos. Ele nem se deu tempo de entender a situação e já colocou as mãos no rosto escondendo o rubor que seu coração honesto causava. Ela sabia que sua atitude tinha sido grosseira, mas os batimentos altos o impedia de raciocinar o que dizer.

Ren permitiu que o corpo perdesse levemente o equilíbrio dando mais espaço ao amigo. Ele não esperava agradecimentos e sem se abalar riu esticando a mão para entregar o celular.

— Ele não vai demorar.

Sem mudar a posição Masato encarou de canto o objeto antes de tomar coragem de pegá-lo. Sua mão rapidamente o trouxe para perto do corpo como se tivesse medo de que se demorasse um segundo há mais seria atacado pelo outro. Ren fingiu não ver e logo se afastou indo de volta ao ponto inicial no prédio.

O jovem ficou parado ali por alguns instantes antes de, relutantemente, se virar e ver o ruivo tirando o casaco molhado o dobrando seriamente e colocando sobre o tapete vermelho em frente a porta. Sem dar atenção ao olhar culpado que o seguia, o Jinguji apoiou as costas na parede fria e úmida observando a estrada pacificamente.

Masato queria dizer algo nem que fosse somente um obrigado, mas as palavras não conseguiam se formar corretamente e seu orgulho só o fazia morder a língua ao pensar em se dirigir ao outro.

— Vai pegar um resfriado. – Foi o máximo que conseguiu dizer em um tom baixo e desajeitado.

— Está preocupado comigo, Hijirikawa? – Sem olhar questionou em ironia como de costume.

— Não! – A resposta saiu mais agressiva do que deveria. Contudo isso não parecia incomodar Ren, o que deixou Masato ainda mais desajustado.

A situação não estava melhorando e o silêncio que se seguiu só tornou tudo ainda mais constrangedor. Perdido ele caminhou até a parede do prédio apoiando suavemente as costas nela. Seus olhos constrangidos e confusos não sabiam aonde deveriam olhar. Estavam um ao lado do outro tendo somente uma porta os afastando.

— Você não precisava... – Timidamente começou a falar apertando o cotovelo enquanto fitava os postes de luz apagados.

— E deixar você se molhar? – Ren se virou para olha-lo, questionando confuso. — Pra quê?

— Eu não quero que fique doente por minha causa.

— Heh... – Um sorriso apareceu no canto de seu rosto junto a oportunidade de uma nova provocação. — Bom, então por que não vem aqui me aquecer?

— Jingu- – As palavras se interromperam assim que viu o rosto de Ren convencido.

Masato sabia que Ren tinha dito aquilo exatamente porque sabia que ele nunca faria isso. Seu rosto mirou o chão sentindo-se menor enquanto sua mão novamente apertava o braço. De canto ele percebeu o outro dar de ombros como se tivesse vencido uma disputa onde o rapaz não tinha chances.

Ele sempre foi assim. Agindo como se soubesse de tudo. Com um longo suspiro ele encheu o peito e logo se pôs a caminhar em direção a Ren parando bem ao lado dele o surpreendendo. Apesar das atitudes de Masato serem sempre tão previsíveis, às vezes o ruivo não conseguia entender o que ele tinha em mente. O rosto dele começou a ficar vermelho enquanto seus dedos se agitavam nas mãos. Repentinamente esticou o braço segurando sem jeito a mão do amigo.

O maior assistiu à cena incrédulo sem saber como reagir. O som da chuva diminuiu como se tentasse suavizar a situação, o movimentos trêmulos dos dedos aumentaram mostrando a tensão que o menor sentia e logo, como se num estalar de dedos, Ren percebeu a situação caindo no riso.

Masato ao lado olhou para o lado contrário com as sobrancelhas curvas de irritação e o rosto tão vermelho quanto o semáforo a frente.

— Qual é a graça? Eu... Esquec-

O rapaz absorto em sua vergonha puxou o corpo tentando se afastar dali, contudo Ren segurou sua mão com mais força como um sinal para ficar. O menor parou calado ainda de costas sentindo a vontade de puxar o pulso para longe do outro diminuir. O ruivo o assistiu com olhos contentes o amigo vermelho abaixar a cabeça e voltar para seu lado.

— Hm. – Apertando gentilmente a mão do rapaz que afundava o rosto entre os ombros ele suspirou olhando para a pista novamente. — Está bom assim.

Masato realmente não era capaz de fazer as coisas que Ren sempre fazia, mas aquele gesto tão inocente foi o suficiente para aquecer o coração do outro mesmo que a pessoa que acabou derretendo nesse calor fosse o próprio Masato. 

10 de Julio de 2018 a las 00:37 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Fin

Conoce al autor

Ana Carolina Mãe de 32 personagens originais e outros 32 adotados com muito carinho, fanfiqueira nas horas vagas e amante das palavras em período integral. Apaixonada demais e, por isso, sou tantas coisas que me perco tentando me explicar. Daí eu escrevo. ICON: TsukiAkii @ DeviantArt

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