sr.-artie Sr. Artie

Acaso significa algo que surge de repente ou acontece a esmo, sem explicação aparente, e isso era o completo oposto da história que Jimin e JungKook construíram entre si.


Fanfiction Bandas/Cantantes Sólo para mayores de 18.

#kookmin #songfic #romance #amizade #boyslove #yaoi #lgbt #jungkook #jimin #bangtan-boys #bts #jikook
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Capítulo Único: Acaso

Notas da História:

JungKook e Jimin são pessoas reais, pertencem ao grupo BTS, e essa história aqui não passa de ficção.

Capa pela Fellurian

História betada pela Rebel Princess (Nyah- Liga dos Betas)

História baseada na música Serendipity do BTS

História postada no Inkspired, Social Spirit e Wattpad

*JiKook/KookMin*


Notas Iniciais do Capítulo:

Oi, genteee!

Eu aqui mais uma vez com fanfic JiKook, vou matar o fandom com fanfic no universo canon desse casal maravilhoso.

O enredo é sobre o vídeo recente que Kookie postou editando um vídeo novo de Jimin na praia, canonizei tudo. Fiquei muito soft quando aquele vídeo saiu e espero que vocês fiquem igualmente soft lendo essa história, amei de coração escrevê-la.

Talvez, JungKook e Jimin estejam um pouco OCC, dependendo da visão que vocês têm do papel de cada um dentro do relacionamento.

Erica, obrigado por me ajudar com algumas dúvidas no canon, você é 10.

Prince, daqui a pouco o Nyah me investiga por achar que tô te forçando a trabalhar em cárcere privado.

Monique, te amo e fé na deusa que ainda te convenço a ser only JiKooka.

No mais, boa leitura.


Acaso

By: Sr. Artie

Capítulo Único


Os seus cabelos castanhos balançavam despreocupadamente ao vento naquela tarde fria. Apesar da brisa gélida batendo tímida sobre sua pele, Jimin encontrava-se ali, na praia, de pés descalços, sendo capturado pelas lentes de JungKook.

Sempre era difícil estar naquela posição — na de ser ator —, ele não possuía uma roteiro para coordenar suas ações, longe disso. JungKook o deixava livre para que escolhesse cada movimento que tomasse enquanto era filmado. Segundo o mais novo, seu único objetivo era registrar Jimin em todos os seus momentos. Este podia ser o ator do GCF, mas ele não atuava nada enquanto era filmado. Aqueles registros mostravam Jimin em toda sua mais pura essência.

Contudo, a dificuldade de ser ator e o ar gelado do entardecer não eram capazes de interferir na felicidade que preenchia Jimin naquele instante. Ele se divertia, sobremaneira, quando estava ao lado do maknae do grupo, principalmente quando os olhos dele estavam presos em si e o rosto estava bordado com aquele típico sorriso que lembrava um coelho.

JungKook se assemelhava a uma criança em vários aspectos. O mais novo continuamente estava de bom humor, eram raras as ocasiões em que ele não estava bem consigo mesmo e com seu entorno, exalando uma felicidade genuína de si e contagiando todos que o cercavam, transmitindo um estado de espírito leve e despreocupado. Pessoas de fora tinham o costume de falar que Hoseok era o sol do grupo e ninguém era capaz de negar que Hobi era um sol singular que iluminava o BTS, mas poucos sabiam o esforço que o maknae imprimia para melhorar os ânimos de cada membro.

Jimin se considerava um sortudo por tê-lo ao seu lado. No seu âmago, gratidão era o que nutria em relação ao JungKook por tudo que ele significava para si. É claro que amor também. O sentimento mais puro e primordial na história do universo, aquele que marcou todas as fases da humanidade, indispensável para qualquer humano. Indispensável para Jimin.

O amor é revelador, expõe o pior e o melhor de cada pessoa. Para ambos, não foi diferente. Jimin aprendeu a reconhecer cada uma das qualidades e dos defeitos da individualidade de JungKook, amou, sem falhas, cada traço constituinte de sua personalidade. Era como estar envolvido por uma bolha de sabão, reluzente e colorida ao brilho do sol, exalando arco-íris particulares, escondendo sua fragilidade por trás de sua beleza, flutuando no céu de uma manhã de verão, livre. Em um certo momento, a esfera molhada explodiu, provocando medo, mas irradiando suas gotas em seu entorno e deixando uma sensação de felicidade incontestável.

Amar era exatamente igual a isso. Primeiro, viu-se maravilhado pelas virtudes que o mais novo tinha, apaixonado, e, aos poucos, começou a notar as suas imperfeições, o que o deixou apreensivo e, de certa maneira, assustado, só que nada disso foi capaz de diminuir o sentimento que cultivava dentro de si. Amar JungKook era uma função matemática exponencial, algo que somente crescia.

Jimin observou Kookie agachado na areia da praia, com os óculos redondos e finos ornados no rosto e a câmera preta ainda presa em si, capturando todos os seus movimentos, por mais que ínfimos eles fossem. Em sua mente, imaginou algo que tinha certeza que faria o outro sorrir e, sem pensar duas vezes, colocou em prática.

Uniu as mãos e as elevou acima da cabeça, com movimentos desleixados e engraçados, rebolou a cintura fina por alguns segundos, até que soltou os dedos agarrados entre si e colocou os braços à frente do seu tronco, trazendo-os para trás e impulsionando o torso para frente, insinuando vergonhosamente um sexo indecente, repetindo isso num vai e vem curto.

Fez tudo isso sem escutar a menor risada de JungKook. Entristeceu-se por dentro por ver que seu plano de fazê-lo rir tinha falhado. Só que, sem dar margem para ele perceber que aquilo era tudo que tinha planejado, Jimin tomou mais uma atitude vergonhosa: fingiu que lutava contra alguém, acertando socos fortes e certeiros no ar, até que, com uma das mãos, jogou um pouco de água para cima e seguiu com sua luta.

Então ele conseguiu ouvir o som harmonioso e melódico da risada daquele que o filmava, aquilo que tanta desejava escutar. JungKook sempre buscava arrancar risos de Jimin, o qual queria apenas retribuir isso naquele momento. Queria ser a felicidade dele, assim como ele era a sua.

Deixou de lado seu oponente imaginário e se colocou a andar pela areia úmida, tendo seus pés molhados pela água salgada do mar. Kookie o seguia de perto, sempre com a câmera presa em si. Jimin levou a mão ao objeto, fazendo uma leve pressão para que as lentes gravassem o chão e parassem de filmá-lo, sendo atendido pelo seu dongsaeng.

Em passos curtos, Jimin acabou com a distância que existia entre eles, colando os seus corpos. Colocou a mão na gola da camisa preta que JungKook vestia, puxando-a para baixo e erguendo o rosto, indo de encontro aos lábios finos do outro. Uma lamúria baixa escapou pela sua boca quando sua língua tocou a de Kookie, arfando conforme a mão livre do mais novo apalpou sua cintura delgada. Perdeu-se ali, naquele beijo e na presença daquele ao seu lado, desnorteado e fascinado, inegavelmente, apaixonado. O ar frio do entardecer deixou o beijo gelado e Jimin amou aquilo.

Separam-se alguns minutos depois, com as faces tomadas por um tom de carmesim. JungKook apressou-se a desligar a câmera e acolheu a mão de Jimin com a sua, indo em direção a casa em que estavam hospedados para desfrutarem das tão merecidas férias. Não demoraria para que os últimos raios de sol sumissem, pondo fim ao crepúsculo e permitindo que o azul escuro da noite tomasse conta do céu.

Passadas lentas e conversas irrelevantes marcaram o caminhar tardio deles até que alcançassem a moradia em que estavam. Namjoon estava sentado na varanda, com um sorriso cúmplice salpicado no rosto e direcionado a eles. Jimin se perguntou se o líder do grupo os observava de longe e se tinha visto o beijo, o pensamento de que ele os vigiava surdino fez o menor sorrir, grato pelo apoio do mais velho no relacionamento que construiu com JungKook.

Passaram pela porta de entrada sem direcionar um verbo para Namjoon e, ainda com os dedos entrelaçados, rumaram pelos corredores longos e espaçosos da casa até chegarem ao quarto que estavam dividindo.

— Eu vou ser o primeiro a tomar banho, você pode ir em seguida — Jimin apressou-se em falar logo depois de entrarem no quarto. — e não pense em ir jogar Overwatch com Tae antes disso — repreendeu antecipadamente.

— Aish, eu nem ao menos pensei em ir jogar com Tae hyung hoje — defendeu-se.

— Você não me engana, Kookie — falou antes de sumir banheiro adentro.

Jimin se questionava se, quando saísse do banho, ainda encontraria o outro no quarto. Sabia que a resposta provavelmente seria um ‘’não”. JungKook iria para o cômodo ao lado, ocupado pelo V e pelo Hobi, e gastaria a noite inteira jogando videogame, do mesmo modo que fizera na noite passada.

Perdido em pensamentos, despiu-se.

Entrou no box e colocou-se debaixo do chuveiro, ligando-o. A água morna caiu, batendo sobre a pele macia e escorrendo licenciosa, sem regras. Jimin permitiu-se fechar os olhos e apreciar a carícia que o líquido fazia em seu corpo. Distraído, não notou quando Kookie entrou no banheiro, dessa vez sem os óculos, e rumou ao box, colando o corpo no seu.

— Não pretendo jogar Overwatch com Tae hoje, mas não falei que não tinha a intenção de me divertir nessa noite — falou rente ao ouvido de Jimin, que sentiu o hálito fresco esbarrar contra o seu ouvido e, surpreso, gemeu baixo e contido quando os dedos finos de JungKook agarraram-se a sua bunda, apertando-a.

O próximo movimento do recém chegado ao banho foi capturar os lábios grossos de Jimin, em um beijo carinhoso e calmo, enquanto suas mãos rumavam as bochechas cheias daquele a sua frente. Sua língua passou fácil para dentro da boca de Jimin, roçando-se na dele, que pareceu sair do torpor em que estava, circuncidando seus braços ao redor de JungKook.

Não contaram os minutos que gastaram naquele beijo, somente aproveitaram as carícias feita um no outro e a água morna que ainda caía do chuveiro preso acima deles, e afastaram-se depois, com os rosto vermelhos, fosse pelo banho quente ou pelo fervor ocasionado pelo contato de seus corpos, sem nenhuma barreira física, além da torrente cálida que corria sorrateira sobre suas peles.

Ainda preso ao abraço de Jimin, JungKook desligou o chuveiro, conseguindo alcançar sem esforço o frasco de shampoo disposto ali próximo, derramando um pouco sobre o cabelo dele, usando seus dedos para espalhá-lo, conforme a espuma branca surgia. Ele realmente adorava lavar o cabelo de seu hyung, era macio e sedoso.

Enquanto isso, Jimin desejou retribuir a atitude simplista e fofa de seu Kookie, esticando um pouco o braço esquerdo para que seus dedos pegassem o sabonete. Primeiro ele rodou o produto aromatizado em suas mãos molhadas, fazendo-o derreter-se, e as trouxe para as costas do outro, deslizando-as de modo letárgico e aleatório. Direcionou-se para o peitoral firme quando se deu por satisfeito pelo trabalho realizado ao longo de toda extensão lombar e repetiu o mesmo processo pela parte da frente.

Jimin fechou os olhos quando JungKook ligou o chuveiro mais uma vez e água caiu, levando corpo abaixo a espuma que estava em sua cabeça e o sabonete espalhando pelo corpo dele também. Antes de despregar as pálpebras unidas, sentiu o beijo estalado na ponta de seu nariz e a voz baixa do outro soar:

— My mochi…

Um sorriso surgiu no rosto do acastanhado, iluminando-o e fazendo com que o mais novo sentisse seu interior vibrar ao vê-lo. Jimin era belo, principalmente quando um sorriso o embelezava; ele tornava-se deslumbrante e sua beleza estava em um nível que ninguém conseguiria descrever, muito menos JungKook, aquele cuja única função era admirar e estimar o homem que amava.

Outra vez, o chuveiro foi desligado durante o banho e Jimin pegou o shampoo. No momento que JungKook tentou proteger os olhos da espuma, foi a sua vez de ser de surpreender quando Jimin o abraçou, beijando-o, e soltou em um murmúrio quase inaudível:

— JungKook-ah, saranghaeyo.

— Jimin-sshi, saranghaeyo — respondeu, mesmo sabendo que não era preciso falar aquilo para ele, porque Jimin sabe a maneira como se sentia.

O banho finalmente findou-se e ambos deixaram o banheiro, sentindo a mudança de temperatura quando o ar úmido da noite contatou com os seus corpos quentes por causa do banho. Agasalharam-se com roupas grossas para se protegerem do frio característico de áreas litorâneas. Jimin vestiu o mesmo moletom de lã cor de creme que usou para gravar o MV de Serendipity, enquanto Kookie optou por um de cor preta. Sempre destoavam entre si, até mesmo nas cores das roupas, e mesmo assim se completavam como uma mão e uma luva.

Deixando JungKook no quarto, parado em frente ao computador para que transferisse as imagens e vídeos capturados pela câmera, Jimin caminhou para a cozinha com o intuito de preparar algo para comer. Ele sempre estava cuidando para que o maknae do grupo estivesse bem alimentado, desde antes do debut, antes mesmo do namoro deles, e carregava consigo a certeza que nunca perderia esse hábito, cuidar dele era divertido.

Retornando ao cômodo tempo depois, com uma bandeja contendo duas combucas de arroz e mais duas com pedaços de carnes assados, ele encontrou Kookie distraído em frente a tela do computador, mixando algumas partes dos vídeos que gravaram mais cedo e cantarolando as músicas que tocavam baixas, que só notou a presença do outro quando ouviu o som da porta batendo.

Com agilidade, levantou-se da cadeira em que estava e tomou a bandeja das mãos gordinhas que a segurava, colocando-a sobre a cama, logo se sentando nela. Jimin juntou-se a ele, acomodando-se no colchão macio. Comeram calmamente, conversando aleatoriedades. Próximos ao fim da refeição, JungKook levantou-se e alcançou as caixinhas de som do computador, aumentando o volume para que a música tocada fosse perfeitamente escutada.

— Jimin-sshi, o que você acha se eu colocar essa música no novo GCF?

A canção não era em sua língua materna e, apesar de Jimin não ser um desastre falando inglês como Tae, ele ainda não era Namjoon. Por isso, atentou-se às palavras cantadas, buscando entender o máximo possível da letra.

Somente quando a música acabou e Kookie diminuiu o volume, deixando-o tão baixo como outrora, e voltou a sentar-se ao seu lado na cama para retornar a comer, foi que Jimin resolveu pronunciar-se.

— Você não achou essa letra óbvia demais?

JungKook deu de ombros e fez uma expressão de pouco caso para a pergunta feita a ele.

— Você achou?

Positivamente, Jimin concordou com a cabeça. A letra da música era sobre alguém que deixou a pessoa que amava escapar de si e, quando finalmente a reencontra, ele está disposto a deixar que a pessoa obtenha o melhor dele, porque não era mais de seu interesse esconder ou mentir sobre o que sentia, seu sentimento era real.

Aquela canção foi feita como se fosse para eles, cabia perfeitamente na relação que tinham, na história que dividam juntos. A verdade é que Jimin, por um momento, quis chorar de felicidade pela declaração escusa presente na música, mesmo que não existisse resignação por parte de JungKook em dizer que o amava, como aconteceu mais cedo durante o banho.

Apesar disso, os dois eram cientes do fardo que era ser um K-Idol, do peso que eram os olhares de todo um país voltado para eles. Era arriscado assumir um relacionamento homossexual, embora estivessem em um patamar totalmente diferente de qualquer grupo de Kpop.

— Eu acho que também é óbvia — JungKook concordou. — Só que a sua ideia de dançar Black & White no BTS Festa era tão evidente quanto. Eu não ligo para o que vão pensar. No fim, vão acabar por ignorar da mesma maneira que fizeram com GCF Tokyo, e meu amor por você era tão óbvio ali.

Jimin lembrou-se da comoção que sentira quando aquele vídeo saiu, era completamente grato por ele. Era um pedaço de arte, de JungKook e do amor deles, a essência do relacionamento que existia entre eles.

— Faça o que achar melhor, eu vou te apoiar do mesmo jeito que você me apoiou quando escolhi a música para nossa dança.

JungKook sorriu, beijando os lábios cheios daquele na sua frente.

Terminaram de comer e Jimin recolheu a louça usada e voltou para a cozinha, deixando Kookie sozinho novamente, onde lavou tudo, cuidadoso e sem pressa.

Dessa vez, não retornou para quarto, mas andou até a varanda. O céu noturno estava tomado de estrelas, quase tão prateado como a lua. Admirou em silêncio aquela beleza natural e, lembrando-se das palavras de JungKook, suspirou. Amava-o tanto.

Ao seu lado, um telescópio o fazia companhia. Maravilhado com a amplidão brilhante que estava localizada acima de si, aproximou-se do objeto delicado e aproximou o rosto da lente para conseguir enxergar as estrelas mais de perto. Desde o Bon Voyage, quando viajaram para o Havaí, Jimin encantou-se pelas estrelas que viu lá. Desenvolveu, depois disso, o hábito de observá-las, descobrindo-se grande admirador do universo e seus corpos celestes.

Absorto na beleza que o seu olhar capturava através do telescópio, Jimin foi incapaz de perceber quando Namjoon surgiu na varanda, encostando-se no batente da porta de correr, para olhá-lo.

— Uma alma se salvará hoje, porque você não está ao lado de JungKook nessa noite — o mais velho disse, quebrando a concentração do observador.

— Aish, me assustei.

— Por que está aqui fora e não com Kookie?

— Ele está trabalhando em um novo vídeo, não quero atrapalhá-lo — disse — e queria pensar um pouco também — confessou baixo.

Namjoon conhecia Jimin o suficiente para saber quando ele estava preocupado com alguma coisa, por isso não tardou em perguntar.

— Jimin-ah, qual o problema?

— JungKook quer fazer um novo vídeo e a escolha da música dessa vez pode ser um pouco problemática, é mais aberta que a música usada no primeiro GCF, então me preocupo com as consequências que isso pode trazer para o grupo e para ele.

O líder do grupo sorriu com as palavras ditas, aproximando-se de Jimin e sem usar palavras, pediu por meio de gestos, para que se afastasse do telescópio, sendo prontamente atendido. Antes de qualquer coisa, Namjoon apontou para o céu, em uma outra direção da que o outro observava, fazendo-o olhá-la, curioso.

— Essas estrelas que você está enxergando, à direita, são a constelação de Cruzeiro do Sul e as outras duas, à esquerda, são Alpha e Beta Centauri, ambas pertencem à constelação Centauro, que você conseguiria enxergar se eu levantasse mais um pouco o telescópio. A primeira estrela, Alpha, é a estrela mais brilhante da constelação de Centauro.

Atento, Jimin escutava tudo que o rapper falava, confirmando a sua última afirmação quando notou que entre os dois pontos brilhantes à esquerda, um se destacava mais.

— Ela ainda tem mais um particularidade — retomou a fala. — Alpha Centauri não é uma estrela única, embora pareça a olho nu, é um sistema estelar, o mais próximo da terra, composta por três estrelas.

Namjoon curvou o corpo e observou pela lente o que tinha prendido a atenção do menor e só então mexeu na posição do instrumento, de modo que ele ampliasse um recorte do céu. Com a mão, chamou Jimin, gesticulando para que tornasse a observar por meio do objeto, que aproximou-se e atendeu ao pedido.

Um som de animação notável escapou pela sua boca ao observar as novas estrelas. Como se entendesse a alegria do amigo, Namjoon disse:

— Você não vai conseguir enxergar três estrelas aí, porque existe uma estrela binária dentro desse sistema; um par formado por Alpha Centauri A e Alpha Centauri B. Sabe o que é uma estrela binária, Jimin-ah? — Perguntou-lhe e o viu negar. — São estrelas duplas, muito próximas, mas suficientemente afastadas para que não interfiram no conjunto uma da outra, construindo um sistema físico em equilíbrio dinâmico estável, no qual a força da gravidade que interage entre elas faz com que cada uma descreva, em torno de um centro comum gravitacional, uma órbita.

Jimin escutou cada detalhe dado por Namjoon, admirado com o conhecimento sempre vasto que ele possuía, com seus olhos ainda presos no céu.

— A outra estrela, mais afastada, menor e avermelhada, é a Próxima Centauri. O conjunto formado por esse par e essa anã vermelha orbitam entre si através de atração gravitacional, semelhante às estrelas binárias.

O mais velho escolheu com cuidado as seguintes palavras antes de dizê-las.

— Eu vejo você e o JungKook exatamente como o par que constitui a Alpha Centauri: coexistem em equilíbrio, sempre próximos, mas não permitem que essa iminência interfira na liberdade um do outro, se respeitam e se completam.

Atônito pelas palavras do amigo, Jimin fez menção de falar algo, contudo, Namjoon elevou a mão, pedindo para que ele não interrompesse seu raciocínio.

— Agora, tomando o sistema estelar ao todo, o nosso grupo seria a Próxima Centauri: nós brilhamos juntos, os sete. Coabitamos estáveis, firmes. O que eu quero dizer, Jimin-ah, é que não se preocupe com o futuro, deixe o JungKook fazer o que ele acha melhor e as consequências disso nós sete trataremos quando elas chegarem, se chegarem. Somos um conjunto, estamos aqui para apoiá-los, principalmente, o amor que há entre vocês, não se sobrecarregue — pediu por fim.

Nunca Jimin quis tanto chorar como naquele momento. Cada palavra dita por Namjoon foi absorvida e ele realmente ficou grato por elas, tão agradecido que, apesar do esforço, não conseguiu evitar com que as lágrimas verterssem, escorrendo pelo rosto.

Saiu do lugar que ocupava e alcançou o amigo, abraçando-o.

— Obrigado — foi tudo que disse.

Namjoon não disse nada, apenas correspondeu o abraço, largando o menor somente quando as lágrimas cessaram, logo o deixando sozinho e voltando para o conforto do seu quarto.

Sozinho e mais calmo após o fim do choro, Jimin permaneceu na varanda. Namjoon sempre foi um admirador do casal que formava com JungKook, embora os repreendesse, às vezes, pela forma como entregavam os pontos em momentos inoportunos.

Durante o processo de criação de Love Yourself:Her, eles tentaram definir os conceitos para serem trabalhados em cada álbum da série Love Yourself. No primeiro CD, a ideia era trabalhar o amor e seus lados positivos, expondo como amar pode ser algo belo.

A surpresa de Jimin veio quando o líder sugeriu que ele fizesse o comeback trailer do álbum, o surpreendendo ainda mais quando apresentou a música e explicou o motivo. Namjoon foi claro quando disse que escreveu Serendipity para ele, usando como base o relacionamento dele com JungKook para isso. Hoje, o menor não poderia concordar mais.

Assim como na letra da música, tudo o que passara com Kookie não era uma mera coincidência, Jimin sentia isso apenas de ver a forma como se olhavam. A sua visão de mundo modificou-se depois que o conheceu, apaixonou-se, como se fosse uma providência do universo, os dois se amavam e sabiam disso.

Embora estivesse preocupado, Jimin sabia que o destino os invejava. Estava preocupado com aquilo que estava por vir, assim como sabia que JungKook também estava, entretanto, carregava o pensamento de que o cosmo moveu-se para eles, não existindo uma mísera falha sequer. A felicidade deles fora planejada, lado a lado.

Como se tivesse descoberto algo que mudaria o curso da história da humanidade, Jimin deixou a varanda e caminhou até o quarto para encontrar JungKook. Ouviu-o rindo quando abriu a porta, com os olhos presos na tela do computador, enquanto o cena em que Jimin lutava contra o ar passava e a música que ele mostrara mais cedo tocava.

Aproximou-se por trás, curvando o corpo e o abraçando pelo pescoço, deixando um beijo molhado na pele quente. Tirando Kookie da atenção que dava ao vídeo, percebeu quando ele levantou-se da cadeira, saindo do seu abraço, antes de tomá-lo pela cintura. A boca do mais novo alcançou a de Jimin, a qual retribuiu o beijo sem demora. Em meios às carícias trocadas, caminharam para a cama, deixando pelo caminho as peças de roupas que vestiam.

Deitado sobre o colchão, quando JungKook se posicionou acima de si, massageando o seu lábio com a língua dele, Jimin gemeu baixinho. Ainda que os pensamentos estivessem fugindo de sua mente, ao passo que a pressão que o corpo do outro fazia sobre o seu invadia-a, ele encontrou forças para falar:

— JungKook-ah, você é meu mundo e meu anjo, você me salvou — Kookie reconheceu a frase de Serendipity sendo dita, mas não parou de beijar a pele do pescoço do outro, permitindo-o falar por entre lamúrias. — Eu sou seu gato de chita, estou aqui para te ver, e te trago sorte. Só me toque e me ama agora e, sobretudo, me deixe amar você, porque estamos destinados desde a criação do universo.

No fim de tudo, JungKook significava para Jimin algo muito além de um puro acaso, a falta de uma explicação lógica para o motivo que o universo resolveu uni-los não tornava aquilo que existia entre eles menos real ou sólido.

Jimin acreditava fielmente que a casualidade não era o que existia, tudo estava interligado pela necessidade essencial dos acontecimentos que ocorrem no universo, o qual compreende um todo. O amor deles estava escrito nas estrelas, os mesmos corpos estelares que ele observou nessa noite e como Namjoon fez questão de deixar claro.

Park Jimin e Jeon JungKook não eram uma simples eventualidade, eram uma determinação inexpugnável.

O acaso não existia ali.


8 de Julio de 2018 a las 21:47 4 Reporte Insertar Seguir historia
6
Fin

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Alice Alamo Alice Alamo
Olá, to aqui pelo Sistema de Verificação do Inkspired. Sua história possui uma ótima narrativa e com uma escrita fluida e sem erros. Logo, está verificada! Parabéns pelo trabalho ;)
September 15, 2018, 23:51

  • Sr.  Artie Sr. Artie
    Eu achei que tu tava lendo capópi, Alice kkkk Enfim, obrigado, anjinho September 15, 2018, 23:59
Isis Souza Isis Souza
Ler Jikook no canon sempre me deixa no chão porque eu real passo muito mais tempo do que seria saudável imaginando que se na frente das câmeras eles já estão mostrando tanto como se amam, imagina como não são fooofoooos em off aaaa. Namjoon maior Jikook shipper sim, gênio ne mores. Linda a cena deles falando sobre as estrelas. Ai mano, não bastava citar Serendipity e os GCF vc ainda tinha que fazer ele recitar na hora do make love pqp que coisa linda eu to toda soft.
August 18, 2018, 13:33

  • Sr.  Artie Sr. Artie
    Eu sofro porque não encontro quase nenhuma JiKook no canon e as que encontro não me convencem porque as personalidades não são fiéis. Eu estou sempre falando sobre JiKook. é incrível, Divagar sobre o dia a dia dos namoradinhos de busan é meu passatempo preferido. Eu tenho Nam como maior Jikook supporter e futuro padrinho de casamento de Jimin. Eu decidi incluir essa parte das estrelas porque no MV de serendipity Jimin fica encarando o céu estrelado, pesquisei um pouco e achei uma explicação sobre estrelas binárias e achei muito a cara de JiKook. AAAAAAA que bom que gostou e ficou soft, pq eu fiquei molinho de amor escrevendo essa história. Obrigado pelo comentário August 19, 2018, 22:27
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