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Minseok é um médico bem sucedido de Seul que se vê totalmente desnorteado após seu término com Luhan, que abandonou sua vida bem planejada na capital por drogas, festas e um namorado muito mais jovem. Ele vai ao litoral procurando explicações do ex, mas acaba encontrando as respostas dentro de si mesmo e, com elas, talvez novos amores. [XIUCHENHUN] [DRAMA LEVE] [KOKOBOP!AU]


Fanfiction Bandas/Cantantes Sólo para mayores de 21 (adultos).

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Down, down, baby

Fazia um calor dos infernos naquele lugar sufocante. Parecia que todo o oxigênio havia sido substituído por um odor acre de bebida, cigarro e maconha. Isso para não falar do cheiro de suor e sabe-se lá quais outros fluidos corporais. As pessoas ali se vestiam com roupas coloridas que nada tinham a ver com o cenário sujo e escuro em que estavam. As luzes do DJ piscavam freneticamente, mas não iluminavam quase nada, no fim das contas. A música que tocava era um ritmo tropical e envolvente, mas ecoava tão ridiculamente alto que até as notas suaves pareciam irritantes e obscenas. Não entendia como tinha gente com coragem de usar aquele bar de merda para se esfregar. Não entendia como ele mesmo tinha saído do conforto de Seul para aquele beco nojento no litoral.


Jogou o próprio cigarro no chão e apagou com a ponta da bota. Não se preocupou muito que vissem, afinal o bar já era um chiqueiro muito antes da guimba tocar o chão. Aquilo não era exatamente do seu feitio, mas foda-se. Nada do que fazia nos últimos meses era do seu feitio, de qualquer maneira. Estava fora de si e agia como a criança pela qual Luhan o trocou.


Sempre detestou essas histórias de quem se transforma no atual do ex por recalque, mas olhem só, senhoras e senhores! Aqui estava Kim Minseok, 28 anos, até então residente em um hospital da capital, apartamento alugado, carro comprado, vida estável... e garrafas de cerveja empilhadas na pia da cozinha, o bolso sempre equipado com um maço de cigarro dos mais caros, cabelo recém raspado na nuca e roupas vulgares dignas de um cafetão, pulando de bar em bar em busca de uma visão do ex ou de um corpo que o fizesse esquecê-lo pelo menos por algumas horas. Ele era tão patético que sentia pena de si mesmo.


Olhou para o relógio em seu pulso. Estava perto das 3h da manhã e Minseok sabia que, àquela hora, só tinha duas opções: se afundar em autopiedade ou tentar seguir em frente, pelo menos por uma noite, já que dificilmente encontraria Luhan naquele bar. Já era o terceiro em que havia parado e sequer teve o mínimo vislumbre do ex passando por ali. Provavelmente estava transando com aquela criança. Ou a creche toda, talvez. Luhan não era bem o tipo que se satisfazia fácil. Só o pensamento lhe amargava o paladar mais do que a bebida que não parava de consumir. Precisava adoçar a boca com algo - ou melhor, alguém - mais suave.


Ainda encostado ao balcão, passou a observar as pessoas ao seu redor com mais atenção. Observar de verdade, não apenas procurando os olhos grandes e o rosto delicado que conhecia tão bem. Sua visão captou um rapaz de cabelos loiros balançando os quadris sensualmente junto a uma mulher em uma mínima área livre onde ainda era possível dançar. Não via o rosto dele, pois estava de costas, mas não deixou de reparar na bunda redondinha apertada na calça jeans rasgada. Usava uma camisa branca de tecido tão leve que se grudava ao suor do corpo com facilidade toda vez que ele se movia de forma mais brusca. Ele era realmente gostoso. E a sua parceira também parecia incrível enfiada em um vestido com as cores do arco-íris curto e apertado demais, e que subia o tempo todo pelas suas coxas. Ela não parecia se importar minimamente, e sacudia seus longos cabelos, provocando o loiro com seus lábios carnudos sem nunca beijá-lo de fato.


O clima sensual entre o casal atiçou os sentidos de Minseok, já muito desordenados pelo álcool. Sem pensar demais largou sua garrafa metade vazia em qualquer canto e caminhou confiante em direção a eles, abraçando o rapaz por trás sem nenhum acanhamento e começando a se mexer no ritmo da música. O loiro não se sobressaltou como esperado. Pelo contrário, um de seus braços o acolheu tranquilamente, enquanto o outro ainda estava sobre a cintura da moça. E, pela forma como sorria abertamente para ele, incentivando o contato, deduziu que ela tinha alertado ao outro homem da sua aproximação.


– Vira o rosto, eu quero te beijar. – ordenou Minseok ao pé do ouvido do rapaz, que lhe obedeceu prontamente, abrindo um sorriso delineado que pensou que jamais esqueceria, mesmo depois de tão bêbado.


Os lábios se colaram de imediato, iniciando um beijo lento e íntimo demais para uma noitada. Minseok sentiu um par de mãos em sua cintura que julgou ser da mulher enquanto beijava seu namorado - ou seja lá o que o loiro era dela - despudoradamente, as línguas dois homens se esfregando fora das bocas com certa frequência, os lábios sendo mordidos e puxados a todo instante, os corpos deslizando um no outro como se não estivessem em um local público. Aquilo tinha evoluído muito rápido até mesmo para Minseok, mas não era para isso mesmo que existia aquele tipo de espelunca?


Ainda de olhos fechados, sentiu uma mão delicada segurar seu queixo e, sem abrir os olhos, logo estava beijando outra boca, muito mais carnuda que a primeira, apesar de pequena. E, porra, Minseok devia estar louco, porque sentiu nela o gosto de Luhan. Aqueles lábios tinham o exato sabor das balas de cereja que seu ex tanto amava e, envolto naquele torpor alcoólico ele se permitia fantasiar que era o próprio ali, o beijando uma delicadeza que há muito não sentia. Estava gostando muito daquele selo superficial e quase inocente, mas logo quis que as línguas entrassem no jogo. E foi ao mesmo tempo em que quis para aprofundar o beijo que ouviu uma risada próxima ao seu ouvido.


– Minnie... sem língua, por favor.


Minseok sentiu como se um balde de gelo tivesse sido despejado em sua espinha. Pensou que só podia ter morrido ou talvez entrado em coma alcoólico ao ouvir a voz suave. Ele reconheceria aquele timbre para sempre. Descolou rapidamente os lábios de seu parceiro e se virou quase num pulo, o coração palpitando de susto e raiva.


– LUHAN? – sem conseguir conter o próprio tom assustado, ele gritou para o rapaz parado ao seu lado.


– Olá, querido.


– Mas que porra é essa? O que você está fazendo aqui?


– Bom... você estava tão entretido, achei que seria um tesão ver meu ex e meu namorado se beijando e, sei lá... Sehun achou que seria divertido. – terminou a frase apenas com um encolher de ombros e uma risada leve.


Sehun? Namorado?


Minseok olhou para trás, onde achava que encontraria a mulher do vestido de arco-íris e seu parceiro, mas em seu lugar só havia um garoto alto, com as mãos nos bolsos da calça jeans, sorrindo-lhe de canto enquanto acenava com a cabeça em uma espécie de cumprimento silencioso. Ainda segurava a barra da camisa do rapaz, um vestígio da pequena intimidade que compartilharam segundos antes.

Tinha acabado de beijar o atual namorado do seu ex. Que ótimo.


Bom, pelo menos agora os motivos para ter sido traído estavam claros. O cara em nada se parecia com a criança que havia imaginado. Era absurdamente bonito e descolado, com cabelos espetados tingidos de um laranja berrante e olhos estreitos muito maquiados. Possuía o rosto de um modelo de revista e um físico invejável. Pelo que podia ver através de sua camisa aberta, seu tronco todo coberto por tatuagens parecia bem definido. Ele era sexy e elegante como Minseok jamais seria.


– Você é um filho da puta sádico, Luhan. – largou o tecido preso entre os seus dedos com certo nojo, sentindo o ódio que borbulhava em suas veias lutando para sair, sem sucesso. Seus sentimentos estavam tão constipados que ele poderia implodir a qualquer momento.


– E você é um masoquista, vindo até Incheon atrás de mim.


Minseok queria socar a cara do ex, queria humilhá-lo e dizer algo que ferisse seus sentimentos e lhe fizesse calar a boca, mas não encontrou palavras. Ele estava certo, afinal.


– Vem, Minnie, vou te pagar uma bebida. – disse Luhan, indo em direção ao balcão do bar de mãos dadas com o namorado como se o tivesse encontrado muito casualmente. O mais velho os seguiu sem saber muito bem o porquê, sentindo o último resquício de sua dignidade indo por água abaixo – Se quiser algo mais forte, Sehun trouxe umas coisas legais hoje.


– Então veio pra Incheon por isso? Boates e drogas? – perguntou Minseok duramente.


– Não, – respondeu Sehun, usando uma caixa de fósforos de hotel para acender um cigarro entre os lábios – ele veio por mim.


A resposta foi direta, crua e insuspeita. Não soava como algo dito para magoar, mas como uma constatação simples. Mas doeu e Minseok simplesmente não conseguia reagir, sentindo-se indefeso e paralisado. O que estava acontecendo? Era a bebida ou Luhan que o intoxicava desse jeito?


– Credo, Sehun... – Luhan suspirou, entediado – Ele não tem muito filtro na hora de se expressar. – disse com uma mão sobre o braço do ex, como se estivesse explicando as ações impensadas de uma criança para outra criança. Infelizmente, Minseok o conhecia bem demais e sabia que o brilho naqueles olhos era do egocentrismo de estar entre dois homens que o amavam. Era irritante.


Respirou fundo, lentamente afastando a mão de Luhan da si. E, Deus, como foi difícil. Era como fumar o primeiro cigarro depois de anos de abstinência, ruim e ótimo ao mesmo tempo. A palma macia dele contra a sua pele era seu melhor sonho e pior pesadelo.


Algumas bebidas chegaram e Sehun se encarregou de pagar aquela rodada para todos – provavelmente fez o pedido em algum momento em que Minseok estava distraído demais processando a presença de Luhan. O rapaz tatuado colocou copos de whisky em frente aos outros dois e levou o seu para uma banqueta afastada, a fim de lhes dar um mínimo de privacidade, o que, de certa forma, surpreendeu Minseok. Não é todo mundo que tem ego suficiente para deixar o namorado beber e bater papo com o ex na balada. Ou talvez ele fosse só mais um brinquedinho de Luhan e não tivesse muita escolha. Nunca iria saber.


O médico já havia bebido demais, mas não resistiu a um longo gole do líquido forte. Sentiu um refluxo lhe subindo à garganta, mas se segurou. Precisava de mais coragem para dizer as coisas que estavam entaladas na garganta e o susto que tinha levado o deixou quase sóbrio. Precisava se reabastecer com mais álcool.


– Eu não vim atrás de você. – disse com uma voz embolada, recebendo um olhar cético e quase debochado do outro – Não exatamente... Eu só... Eu quero... Eu preciso saber.


– Saber o que, Minnie? – perguntou de maneira dócil, deixando Minseok ainda mais frustrado – Já não faz muito tempo? Esqueça isso.


– Não fode, Luhan! – cuspiu, sentindo-se cada vez mais tonto, mal conseguindo ouvir a própria voz. - Você é tão filho da puta que nem sequer teve a capacidade de me dar uma satisfação.


– Não fode você! – Luhan retrucou num tom de voz cortante muito diferente do que usava poucos segundos antes - Se você quer saber, foi essa sua mania de controle que nos separou, Minseok.


"Nos separou"? Você só pode estar de brincadeira!


– Já fazem seis meses! SEIS. MESES. Porra! De que adianta fazer DR sobre isso agora que não temos mais nada?


E finalmente Minseok sentiu tudo girando, toda a mágoa se embolando com o gosto de whisky em sua garganta. Levantou-se desajeitadamente, esbarrando na banqueta ao descer e quase caindo. Felizmente, Sehun tinha bons reflexos e o segurou antes que acontecesse. Foi uma gentileza, mas o mais velho apenas se sentiu ainda mais humilhado.


- Eu... preciso ir...


Puxou bruscamente o braço das mãos de Sehun e caminhou até onde esperava que fosse a pia mais próxima, pois já havia perdido a capacidade de discernir as coisas naquela escuridão e raios neon que o confundiam. Cambaleou e se debateu entre a multidão, o gosto azedo de bile anunciando que havia passado e muito a cota de álcool da noite. Viu a porta pequena e encardida do banheiro à sua frente e não hesitou em empurrá-la, sem se importar se alguém já o ocupava. Felizmente estava vazio, mas o cheiro horrível do aposento apenas acelerou o que era inevitável e Minseok vomitou com as mãos segurando debilmente o assento da privada. Quando terminou, tentou se erguer, mas não conseguiu perceber nada a não ser o próprio corpo se apoiando em algo quente e macio antes de perder a consciência.

29 de Junio de 2018 a las 21:15 0 Reporte Insertar Seguir historia
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