24 de Junho de 2018, Konoha.
8h34min.
— Amor! – a voz feminina gritou para chamar o marido que mexia no capô do carro tentando consertá-lo. Assim que ele se aproximou lhe estendeu o caderno sujo e desgastado que tinha encontrado abaixo do velho veículo batido e abandonado entre as árvores, já tomado pela vegetação.
— O que é isso? – o homem indagou curioso para a mulher ruiva.
— Só o folheei um pouco. Provavelmente pertencia a alguém desse carro... De uma escritora, eu acho. O curioso é que ela escreve sobre a grande mansão no topo da colina. A gente está indo pra lá, não é?
O homem tirou os olhos roxos da esposa e fitou o caderno com curiosidade. Encostou-se ali no carro antigo e abriu a primeira página.
Eu me pergunto quanto tempo se passou... Três anos? Ou talvez cinco? Já é difícil até de me lembrar.
O meu nome é Hinata Hyuuga. Eu era uma adolescente. Hoje, neste exato momento, eu sou uma escritora. E este livro, indubitavelmente, será o meu primeiro e último trabalho. Por ora, o que eu quero é recordar tudo o que aconteceu... Antes que se perca para sempre.
Espero que algum dia, alguém descubra este manuscrito.
Parando a leitura o homem ergueu uma sobrancelha para a esposa e sorriu sapeca. A mulher balançou a cabeça descrente, deixou um riso divertido escapar pelos lábios carnudos e róseos, puxando o marido para se acomodar ali mesmo, no chão de terra batida com pouca vegetação.
Acomodados lado a lado, ambos fitaram o caderno. O homem pigarreou, limpando a garganta, e voltou a ler em voz alta.
Tudo começou no dia em que minhas amigas e eu, finalmente, nos formaríamos. Era o baile de formatura. Nós esperávamos que com aquela festa a vida de adolescente em crise pelos vestibulares se encerrasse, já que dali dois meses estaríamos indo para a Universidade, e a vida de adulto se iniciasse.
Nunca imaginaríamos que a mais festeira entre nós, das cinco amigas de infância, estaria saindo daquela pacata cidade para seguir um sonho de criança.
Por isso ela teve a ideia de usarmos aquele dia tão especial para a sua despedida já que, de acordo com ela, não poderia mais frequentar festas sem manchar as notas perfeitas que pretendia ter para manter a bolsa de estudo.
Bem, ela não poderia ser comparada ao gênio do Shikamaru, um amigo que tínhamos em comum, mas não era de toda burra para ela ficar vinte quatro horas nos sete dias semanais enfurnada com a cara nos livros. Uma folga de vez em quando seria necessária para não enlouquecer.
Porém, esse não é um tópico para abordamos agora.
Se eu me arrependeria de aceitar aquele convite, vindo de última hora, de Ino? De jeito algum! Ela, na verdade, salvou a minha vida. Eu estava exausta da pressão que meu pai impôs para que eu estudasse e aquele agrado me faria bem.
E se ela estivesse na minha frente agora, com aqueles olhos azuis pidões, eu diria “sim” de novo num piscar de olhos.
Ao olhar para trás, o meu único arrependimento é que eu disse sim a ele.
Quando ele sorriu, eu me encantei por ele.
Quando ele se aproximou, eu me deixei levar.
Quando ele me estendeu a mão, em um convite, eu estendi a minha.
Eu devia ter ido embora.
Corrido para bem longe.
Mas, eu o aceitei.
Gracias por leer!
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