shiroyu Anna K

Era uma vez um Rei Solitário e Egoísta que não tinha súditos. Era uma vez um Pequeno Corvo que queria voar. Quis o destino que eles se encontrassem, e completassem a vida um do outro. Quis também o destino, plantar a semente da dúvida em seus corações. Poderia o Rei Egoísta, superar seu problema em lidar com sentimentos, para alcançar o Pequeno Corvo em seu voo livre?


Fanfiction Anime/Manga No para niños menores de 13.

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I'll be there

Era uma vez um Rei Solitário e Egoísta, que dava suas ordens displicentemente, sem se preocupar com os seus súditos. Ele era um bom Rei, mas por ser tão egocêntrico, perdeu seu posto. Foi abandonado, e percebeu dessa forma que, mesmo que continuasse a ser um rei, isso não teria valor algum se não houvesse alguém para ouvir os seus comandos. O Rei de Lugar Nenhum, lá do alto, estava mais uma vez, só.

Era uma vez um Pequeno Corvo que queria voar. Ele queria voar mais alto do que qualquer um, queria ver o mundo lá de cima. Mas ele era pequeno, não podia subir tanto quanto queria. Suas asas mal conseguiam bater, contra o vento forte. Outros pássaros maiores cobriam sua visão. Ninguém entendia seu desejo de crescer, e se tornar um Pequeno Gigante. O corvo estava, lá do chão, com toda a sua força de vontade inexplicável, só.

O destino é uma força implacável, e muito irônica. Quis ele que o Rei Egoísta e o Pequeno Corvo se conhecessem, da maneira mais improvável que se possa imaginar. O Pequeno Corvo era o parceiro ideal para o Rei Egoísta, pois sabia confiar em suas decisões. E o Rei Egoísta, por sua vez, conseguia colocar o Pequeno Corvo no ponto mais alto, deixando que ele abrisse suas asas e aproveitasse o vento.

Os dois descobriram que eram perfeitos um para o outro. Um combo imbatível. Seus pensamentos sincronizavam de tal forma, que quase não se podia dizer que eles se conheciam há tão pouco tempo. Porém, ah, sim, porém… o destino, com seu irremediável senso de humor, quis por a amizade dos dois à prova, plantando a semente da dúvida em seus corações. Mais de uma vez, deixando-os sem rumo por algum tempo, até que voltassem a encontrar o caminho um para o outro. Eles sempre conseguiam. Não estavam mais sós. Ou talvez houvesse mais naquela simples e inesperada amizade do que eles compreendiam. E isso poderia, de qualquer maneira, impedi-los de prosseguir juntos pela mesma estrada por mais tempo. Eles teriam que superar isso por si mesmos.

~


Era inverno. A neve caia lentamente e se acumulava onde quer que houvesse lugar, nos telhados, nas janelas, nas árvores sem folhas, e nas calçadas. O vento frio soprava ruidosamente, encontrando brechas onde pudesse entrar e gelar ainda mais cada espaço disponível. Em breve, o ano se encerraria, e embora existissem muitas pessoas que gostassem dessa época do ano, isso era uma exceção no clube de vôlei da escola Karasuno, no distrito de Miyagi.

— Ah, cara… a gente não pode praticar… - Hinata Shouyou, a “melhor isca de todas” do time de Karasuno, reclamava sem parar durante todo o caminho da volta da escola. Como era de se esperar, as atividades esportivas ou externas na escola eram paralisadas por causa do frio naquele período de tempo, então eles não poderiam usar o ginásio.

— É. – Kageyama Tobio, levantador, respondeu simplesmente, porque, embora o falatório incessante de Hinata o irritasse profundamente, ele não podia negar suas afirmações. Era um saco não poder treinar. – Hinata, você vai ir a algum lugar agora…?

— Ooooee, Hinata! – um grito vindo do alto sobressaltou os dois calouros, antes que o garoto de cabelos alaranjados pudesse responder. Vindo em alta velocidade da colina logo atrás, vinha Tanaka, e logo ao lado dele, Nishinoya. Os dois chegaram ali mais rápido do que Kageyama era capaz de se surpreender. Aqueles dois tinham tanta energia, mesmo naquele frio, que era exaustivo apenas observar. – Você quer ir comer manjuu com a gente?

Hinata pareceu se animar com a ideia, já que um sorriso enorme iluminou seu rosto. — Sim!

— Você acabou de dizer que não tinha dinheiro para pagar o que me deve do outro dia. – Kageyama rosnou, irritado repentinamente.

— Uhh, você sempre estraga tudo… - Hinata fez uma careta, semicerrando os olhos para o lado do mais alto.

— Não importa, os seus senpais aqui vão pagar tudo hoje! – Nishinoya bradou, apontando energicamente para si mesmo. Tanaka acenava com a cabeça, para reforçar a ideia.

— Quer vir também, Kageyama? – ele completou.

— Não, vou passar essa. Tenho que ir para casa. – ele afundou as mãos no bolso, virando o rosto. Sem olhar mais uma vez para trás, continuou seu caminho. As vozes altas dos três conversando ainda podia ser ouvida por mais alguns metros, até que ele se distanciasse o suficiente. Ele conservava a expressão amarrada e emburrada, de quem não suporta nem mesmo os próprios pensamentos. Estava, de fato, tentando não pensar em mais nada, entretanto, no silêncio e no frio, e com um longo caminho ainda a percorrer, essa tarefa se tornava mais impossível a cada passo dos seus pés regelados afundando na neve fofa.

Não conseguia lembrar exatamente quando aquele sentimento intranquilo teve início. Antes, Hinata Shouyou era apenas um baixinho irritante e barulhento que dizia coisas insanas sobre se tornar um ás, e que pulava mais alto do que qualquer um. Em algum momento, seus olhos se voltaram para ele, e uma vez que o notou, Kageyama não conseguiu mais deixar de observá-lo. Primeiro, o reconheceu como um parceiro em potencial. Ele se tornou a pessoa que sempre estaria lá para receber os seus passes. Para cortar o ar, acreditando que ele jogaria a bola certeiramente na sua mão. Crendo de olhos fechados, nele. Era a primeira vez que sentia a confiança de outra pessoa. Era uma sensação estranha, mas ele se acostumou, ainda que relutante.

Depois disso, ele não admitiria facilmente, mas eles se tornaram amigos. Hinata podia ser incômodo e agitado, podia tirar Kageyama do sério ás vezes… ou quase sempre. Mas sutilmente, acabou se tornando uma boa companhia. Em contra-partida, ele era alguém em quem Kageyama podia também confiar, de olhos fechados…

E então, em dado momento, algum dia comum como qualquer outro, seus olhos passaram a perseguir Hinata por mais vezes. Não apenas para direcionar a bola para ele. Não somente durante os treinos. Não com pensamentos racionais.

As ações do garoto passaram a ser muito mais conscientes para Kageyama. Hinata se escondia atrás dele quando se sentia acuado. Imitava as palavras de Tanaka, para motivá-lo, e dizia coisas constrangedoras para incentivar a todos. Fazia imitações idiotas dele e não tinha vergonha de falar o que achava ser necessário, não importava a hora ou o lugar. Sorria mais do que qualquer um ao vencer, e não tinha medo de chorar quando perdia. Sabia valorizar as pequenas coisas, e apesar de querer sempre a vitória, não se desesperava com a derrota. Apenas usava isso como incentivo para buscar com ainda mais sede a chance de se recuperar. E, acima de tudo, ele era alguém capaz de pular o mais alto que podia, para bater em uma bola que ele nem sabia se estaria lá, apenas porque… sabia confiar.

Ah, sim, Kageyama perdia a paciência com Hinata muitas vezes. Inúmeras, infinitas, vezes. Tinha vontade de acertar a cabeça dele tanto quanto tinha vontade de… bem, era suficiente saber que Hinata era capaz de fazer emergir o lado mais descontrolado da sua personalidade. Logo ele, que sempre foi tão comedido, que sempre soube exatamente o que queria. Hinata o fez perder a cabeça. Em todos os sentidos.

Quando seus olhos se desviavam para Hinata, durante os treinos, e ele via aquele sorriso tão brilhante… ou seu rosto sério e compenetrado… sempre acabava errando um pouco o caminho da bola. Gritava e colocava a culpa no outro, para disfarçar. Mas sabia muito bem o que ocorria na sua mente, quando isso acontecia. E a cada dia se tornava mais claro… e quanto mais pensava nisso, e quanto mais a conclusão ficava evidente, mais ele percebia o quão grande era o problema em que havia se metido.

Em momentos como a pouco, em que Hinata estava perto dos outros e demonstrava se dar tão bem com eles todos, irracionalmente ele sentia alguma coisa apertando lá no fundo. Principalmente, se ele demonstrasse abertamente a admiração que sentia pelos outros jogadores, como quando começava a elogiar demais Nishinoya, ou observava com brilho nos olhos Asahi jogar. Era uma sensação esquisita, desnecessária e sem sentido. Hinata era o tipo de pessoa que se dava bem com qualquer um, não importava quem fosse, e que não se importava em dizer abertamente o que pensava deles. Ele não havia ficado amigo dos seus rivais da Nekoma em um piscar de olhos? E convencido uma garota tímida e insegura a se tornar gerente do time, sem parecer se esforçar? Esse era o tipo de pessoa que Hinata era. Alguém com quem todos podiam contar, alguém que não hesitava… mas Kageyama, fazendo jus à alcunha de rei egoísta, ainda tinha esse pensamento superficial de querer que aqueles olhos determinados e cheios de vida focassem somente nele. Droga, que pensamento estúpido.

Certa vez, durante o ginasial, os colegas de time da Kitagawa Daichi fizeram uma brincadeira, durante uma das viagens de jogos. Era uma rodada de perguntas e respostas, mas como sempre, Tobio preferiu ficar de lado, fingindo desinteresse. Em uma das vezes, a pergunta era simples. “Qual a coisa mais insana que você já fez?”. Ele não lembrava mais do que seus colegas tinham dito, ou do que ele pensou na hora. Mas agora, seguramente, tinha uma resposta para aquela questão. A coisa mais insana que um ser humano poderia fazer na sua vida, era, sem sombra de dúvidas, se apaixonar.

— Oi, Kageyama… você tá estranho… - Shoyou se colocou sobre os joelhos, cutucando a bochecha dele com a borracha da ponta do lápis. Tobio estalou a língua no céu da boca, irritado. – Tá com dor de barriga, é?

— Cala a boca e senta aí, idiota! – ele bradou, voltando a atenção para o caderno de exercícios a sua frente. As provas finais não tardariam a chegar, logo após o recesso, e eles não poderiam arriscar a pegar aulas complementares, de maneira nenhuma. Não se quisessem chegar às nacionais nessa vida. Os dois combinaram de estudar juntos, e a casa de Kageyama foi escolhida, daquela vez. Até aí tudo bem. Mas eles tinham que estar absolutamente sozinhos naquela casa, logo hoje? Logo quando Kageyama estava com dificuldades em se manter focado, por que Hinata estava com uma maldita touca de orelhinhas de raposa, e com o rosto corado superficialmente, ainda pelo frio recente que enfrentou ao chegar até ali. Com a ponta do lápis apoiado nos lábios ligeiramente rachados, quando tentava pensar seriamente em alguma questão. Com uma ruguinha formando-se entre as sobrancelhas, ao perceber que não importava o quanto pensasse, ainda era um idiota. E a ponta da língua de fora, quando se empolgava demais ao julgar ter encontrado a resposta correta, e começava a resolver o cálculo…

— Você tem certeza de que não está com uma gripe ou algo assim? – Hinata insistiu, logo depois. – Você para aí, com essa cara de nada, e suspira a cada cinco minutos. É meio estranho, sabe?

— Preocupe-se com seus próprios assuntos, idiota. Se não conseguir pelo menos um 60 na próxima prova, pode dar adeus aos treinos, quando voltarmos.

— Aaah, eu seeei! Mas isso vale pra você também! É com isso que você está tão preocupado, então? – Hinata inclinou o rosto, inquirindo seriamente. Kageyama sabia como ninguém que quando aquele ruivo colocava algum assunto na cabeça, era difícil de tirar. Deu de ombros, evasivamente.

— Deve ser. Agora me diz, que fórmula você usou pra resolver a 4?

— Não parece, sabe? – Ah, claro que ele não ia deixar o assunto de lado tão facilmente – Você está pensando em alguma outra coisa, e isso já faz um tempão. Eu percebi que os seus levantamentos não tem mais todo aquele “gwaaa” que tinham antes. Você anda errando ultimamente…

— Quem você pensa que é para dizer que eu erro, hein?? – Kageyama levantou a voz de uma vez, agarrando o menor pelo cachecol que ele ainda usava no pescoço, e trazendo-o para mais perto – Não vou ouvir isso de alguém que mal consegue sacar direito, pra começo de conversa!

— Não estou dizendo que é o fim do mundo você errar, Kageyama… - apesar da situação, Hinata continuava conversando normalmente – É só que com os seus levantamentos, eu posso sentir a sua hesitação. E eu acho que não tem nada a ver com o vôlei.

Claro, aquele maldito instinto, estava lá para delatá-lo. Hinata era naturalmente perceptivo, e embora fosse estúpido demais para interpretar o que quer que seja, ele certamente perceberia se havia algo de errado. Tobio desviou o olhar, sentindo-se inquieto. Soltou Hinata e voltou a sentar no chão, onde estava antes. Ainda havia a mesa baixa de centro entre eles, mas com a movimentação anterior, parte dos cadernos e lápis haviam caído e se espalhado. Tobio começou a juntá-los, para disfarçar.

— N-não é nada demais. – ele murmurou, ainda que contra a vontade. Não queria dizer nada, ainda mais para ele, mas seria estranho não dar nenhuma resposta depois disso. – Eu prometo que vou manter meus assuntos pessoais longe da quadra. Não vai se repetir.

— Isso é impossível! O Kageyama de fora da quadra e o Kageyama de dentro da quadra continuam sendo o mesmo Kageyama. Sua mente vai continuar se preocupando com o que for, seja onde você estiver. – Shouyou afirmou, cruzando os braços, enquanto encarava o outro com furor. Tirou a touca da cabeça e seus cabelos estavam mais revoltos do que nunca, lembrando chamas ardentes e vívidas. Ele se inclinou sobre a mesa, sem desviar os olhos. – Nee, Kageyama… você está gostando de alguém?

— O q-q-que? Idiota, que ideia é essa, perguntando uma coisa como essa do nada!

— Ah, é só que… - ele esfregou a mão na nuca, sem jeito – Eu ouvi uma conversa entre o treinador e o sensei um dia desses… eles estavam falando sobre alguns erros que nós cometíamos de vez em quando, e o técnico Ukai disse que as vezes alguns ficavam distraídos demais, então o sensei disse que era melhor relevar esses pequenos erros, por que corações jovens são apaixonados facilmente, ou algo assim… e eu só… pensei que você pudesse ter ficado assim por que estava gostando de alguém, só isso… - ele riu, tentando aliviar a tensão. Kageyama achava um absurdo que alguém que mal conseguia decorar uma fórmula de física lembrasse de detalhes de uma conversa entreouvida.

— Isso não tem nada a ver com você. E m-mesmo que fosse o caso… eu não deixaria uma coisa tão banal como essa atrapalhar meus movimentos no jogo, não mesmo! – Kageyama resmungou, cruzando os braços. Era mentira, uma mentira ridícula. Mas Hinata pareceu acreditar, pois voltou a rir.

— Claro que não! Você é o Rei da Quadra afinal! – Kageyama nem se deu ao trabalho de mandar ele parar de chamá-lo assim – Aliás, você nem deve ter capacidade de se apaixonar, sendo tão chato e tudo mais. Algo como isso nunca iria distrair você, não é?

— Exatamente. – ele concordou, acenando com a cabeça, ainda de braços cruzados.

— Seria ruim… se você começasse a gostar de alguma garota. – Hinata deixou escapar, sem perceber. Kageyama ergueu os olhos rapidamente, surpreso pelo que ouvia – Por que então, você iria pensar mais nela do que pensa em volêi. E eu acabaria ficando para trás… digo, o time! O time acabaria ficando para trás.

Tobio balançou a cabeça, tentando afastar um pensamento muito tolo que ameaçou passar pela sua mente.

— Ainda bem que eu não tenho capacidade para isso, não é? – ele resmungou em voz baixa.

— Ainda bem.

Os dois se mantiveram naquele silêncio eloquente, desconfortável, que sempre se sucede depois de uma conversa esquisita. Barulho de páginas virando, lápis batendo na mesa, murmúrios de Hinata tentando pensar. Alguns minutos se arrastaram.

— Kageyama… - ele chamou de repente, erguendo somente os olhos do livro de questões, que estava na mesma página desde que fora aberto. O moreno apenas levantou a cabeça para ele. – Você já… sabe… Já gostou de alguma garota antes? Ou recebeu alguma declaração?

A curiosidade do garoto parecia genuína. Kageyama tentou não olhar diretametne para ele enquanto respondia, mas seus olhos não obedeciam da maneira que ele queria, de forma que levou algum tempo até ele ruminar uma resposta decente.

— Quando eu estudava na Kitagawa Daiichi, as garotas meio que só queriam saber do Oikawa, então não havia esse problema. Só quando eu estava no terceiro ano, uma garota tentou me convidar para sair…

— Mesmo! Ooooww!! - Hinata parecia absolutamente chocado, o que Kageyama deveria entender provavelmente como uma ofensa - E o que você disse a ela? Vocês sairam? Ela era bonita?

— Claro que não, idiota! Eu precisava me focar no campeonato, não tinha tempo para essas coisas. E, além disso, eu nem conhecia ela!

— Hm… então você nunca saiu com uma garota, é?

— Não faça essa cara convencida, eu sei muito bem que você também nunca saiu com nenhuma!

— E como é que você sabe?

Kageyama estava pronto para rebater o argumento, quando se deu conta de que, realmente, ele não tinha como saber. não sabia quase nada sobre a vida de Hinata antes deles se conhecerem. sabia que ele não tinha um time formado na sua antiga escola, e que se virava para conseguir treinar, e por isso o seu nível de técnica básico era tão deplorável. Sabia que ele tinha uma irmã mais nova ou algo assim, talvez. Que ele ficava nervoso demais antes de qualquer partida. Sabia que ele queria ser um ás. Mas… quantas vezes eles conversaram de verdade, sobre alguma coisa que não fosse vôlei?

A risada alta de Hinata o acordou de seus pensamentos; — Aaah, você tinha que ter visto a sua cara!!

— Você nunca saiu com nenhuma garota, Hinata? - ele inquiriu, mais seriamente do que queria que soasse. Droga, ele tinha ficado tenso demais. Não poderia demonstrar sua inquietação com o assunto dessa forma, até mesmo alguém tapado com Hinata acabaria percebendo.

— Claro que sim. – ele respondeu naturalmente, e Kageyama perdeu o ar por um segundo – Eu saía o tempo todo com as mulheres do clube feminino de vôlei, e elas pagavam sorvete para mim!

Kageyama sentiu vontade de socar aquela cara terrivelmente sorridente, mas ao invés disso, limitou-se a jogar nele a almofada mais próxima. Como ele se atrevia, a brincar com as suas preocupações dessa forma! Francamente, Kageyama Tobio, você podia ter medido melhor as suas escolhas antes de cair por alguém tão… tão… ah faltavam palavras para descrever quanta irritação uma pessoa tão pequena era capaz de causar de uma só vez.

— Então… - ele estava mais frustrado com a própria linha de pensamentos do que com Hinata em si. Mas ao que parecia, depois de ter trazido aquele assunto à tona, dificilmente conseguiria controlar-se novamente, o que já era esperado. Kageyama sempre havia sido um tanto impulsivo ao tratar de assuntos delicados, e parecia que Hinata tinha o dom de provocar esse seu lado menos controlado. - … você nunca beijou uma garota antes? E não estou falando das senhoras do clube feminino!

— Claro que não! Se eu nunca tive uma namorada, como é que ia ter beijado uma menina? - Hinata explanou o que era óbvio. Kageyama apenas bufou, inconformado com a própria inquietação. Ele deveria parar logo com esse assunto e voltar a se concentrar na matemática. Era só isso que importava.

— E você nunca pensou… sei lá, como seria? - ele pigarreou, e virou a cabeça na direção da janela. Um tremor quase imperceptível fazia a lapiseira em sua mão vacilar. ele mal podia acreditar no que estava tentando fazer.

— Hm… acho que já pensei… - Hinata ergueu os olhos para o teto, juntando as mãos nos tornozelos, com as pernas cruzadas em frente ao corpo. parecia ponderar realmente a questão levantada por Tobio. A ingenuidade dele diante das intenções do outro era irritantemente perturbadora. “Ao menos pegue a pista, idiota! Eu me sinto um aproveitador…” - Na verdade, nunca me importei muito com isso… mas meus amigos me incomodavam um pouco. Acho que deve ser legal, sabe, sair com uma garota… Só que eu nunca senti vontade.

— Sei…

— Todo mundo dá tanta importância pra isso! O que é que tem de bom em beijar uma garota? Não deve ser melhor do que a sensação de bater na bola que você passa pra mim, com toda a força, e marcar um ponto! - ele bateu com o braço no ar, para ilustrar. Por um instante, seus olhos brilharam, com a recordação daquele sentimento. Kageyama riu internamente. Ah, sim, esse era o idiota do vôlei…

— Então não há motivos para se preocupar não é? - Tobio deu de ombros, sentando para trás e apoiando as mãos no chão - Se você não quer fazer isso, afinal…

— Se ao menos fosse uma garota bonita como a Shimizu-senpai…

— Você está brincando? Mal consegue trocar duas palavras com a senpai sem suar feito um porco e tremer sem parar. - ele revirou os olhos, desdenhoso - Não iria aguentar nem dois minutos, sem acabar vomitando nela!

— Como você é malvado, Kageyama-kun! Por isso que não arranja uma namorada! Está é com inveja por que a Shimizu-senpai gosta mais de mim do que de você! - Hinata mostrou a língua, claramente numa tentativa de irritar ainda mais Kageyama, talvez esperando que ele explodisse, gritasse, e chutasse sua bunda para fora da casa dele naquele momento. Mas o moreno apenas suspirou, repentinamente cansado demais até para replicar as provocações do garoto.

— Não importa. Isso é complicado demais para um idiota como você entender, afinal. - ele voltou a olhar para os cadernos. Não tinha ideia do que estava esperando quando deu continuidade àquele assunto, pois sabia muito bem o quão abstraído Hinata poderia ser. Aquilo só fazia com que acabasse sentindo-se pior consigo mesmo.

— Não seja assim, Kageyama! É claro que eu entendo disso também! Só não sei porque os outros parecem se importar tanto se eu beijei ou não uma garota… - ele murmurou em um muxoxo, despertando a curiosidade do mais alto.

— Os outros? Alguém mais já perguntou isso para você?

— Os senpais, durante o acampamento de treino, estavam conversando sobre isso… Bem, eles são mais velhos, é claro que já tem experiência! Embora eu ache que o Tanaka-senpai e o Nishinoya-senpai estavam mentindo para mim… de qualquer forma, eles riram bastante, então não foi legal… Se ao menos houvesse uma forma de acabar logo com isso…

— Como assim? - a voz de Tobio saiu mais aguda do que tinha pretensão, e ele se amaldiçoou por isso. Uma ideia efêmera, traiçoeira, passou pela sua mente, e ele tentou não pensar demais nela. Hinata Shouyou era avoado demais para a sua própria segurança, e isso era um fato.

— Ah, você sabe! Beijar logo uma pessoa, e então, esse problema não existiria mais. Assim, quando alguém perguntasse, eu ia saber do que estão falando. E eles iam parar de encher o saco sobre isso. - ele bufou, passando a mão pelos cabelos revoltos.

— Acho que entendo o que você quer dizer… - Kageyama mirou os olhos para algum ponto perto do chão e da parede, tentando desanuviar a sua mente em colapso. Ele também, estava justamente pensando o quanto gostaria de acabar com toda essa perturbação que o impedia de focar-se somente no vôlei, de uma só vez. Se houvesse uma maneira rápida, de tirar Hinata dos seus pensamentos o tempo todo, e de sua mente voltar a ser o que era antes… isso resolveria todos os seus problemas.

Talvez… só talvez… Se ele provasse à Hinata e à si mesmo que essa perturbação toda era apenas um engano, um erro passageiro. Se ele tirasse essa cisma da sua cabeça, e conseguisse avançar sem arrependimentos. Se ele experimentasse, ao menos uma vez, poderia ter certeza daquilo que sentia e perceberia que tinha sido tolo ao dar vazão a alguns impulsos desmedidos, e que nada daquilo fazia sentido de fato. ele então, iria esquecer. Era como quando era criança, e via um brinquedo na televisão, ia logo querendo. Mas depois de muito insistir e pedir o tal brinquedo, quando finalmente ganhava, já não era exatamente aquilo que ele tinha imaginado. Talvez, essa sua estranha fixação em Hinata não fosse nada além de um simples capricho. Sim, isso tinha até certo sentido. Não custava tentar.

— Hinata… - ele chamou hesitantemente, odiando a maneira como aquele nome soou nos seus lábios. Já estava começando a beirar o arrependimento daquela estúpida e irracional ideia. Onde raios ele estava com a cabeça?

— Hm? - O garoto ergueu os olhos, enormes e redondos, na direção de Tobio. Aqueles olhos cor-de-mel brilhantes, atentos a tudo ao seu redor, menos àquilo que estava óbvio, estampado na testa do levantador. Milhares de razões para não fazer aquilo que estava prestes a fazer pulavam na sua cabeça, mas ele rebatia a todas, usando de argumentos não tão convincentes em arrumar uma desculpa aceitável para a atitude que acabaria por tomar. Só de olhar para Shouyou, sua resistência já caia uns 60 por cento.

— Você gostaria de tentar? B-b-beijar alguém, eu digo… - a tentativa de Kageyama de parecer desinteressado e distante falhou, quando ele não conseguiu mais olhar para a parede, e seus orbes afiados acabaram focando-se em Hinata. Mais precisamente, nos lábios dele. Pequenos, mas que podiam tirar Kageyama facilmente do controle, tanto ao dizer besteiras para irritá-lo, quanto tirando seu sono durante a noite ao imaginá-los de maneiras diferentes. Aaah, como ele odiava acordar no meio da madrugada, agitado por causa de mais um sonho confuso e sem contexto, onde o protagonista era aquele garoto de cabelos alaranjados e ar confuso, que o encarava com um misto de incompreensão e dúvida, neste instante.

— Não acho que existam muitas pessoas por aí tentadas a me dar uma chance de experimentar, sabe? - Hinata entoou o que era óbvio, em um tom que parecia duvidar da capacidade mental de Kageyama - Eu não posso simplesmente sair atacando as garotas e perguntando se elas querem sair comigo, também… eu não tô desesperado…

— Eu sei disso, idiota! Só estou dizendo que você poderia tentar… com… alguém que não fosse exigir nada de você em troca. Só para tentar, sabe? Tirar logo esse problema das costas… - ele revirou os olhos, falando como se fosse algo banal e fácil - Alguém que estivesse em uma situação semelhante, talvez. Um amigo… ou algo assim…

— Aaaah entendi! - Hinata falou alto, sobressaltando Kageyama - Aposto que o Tanaka-senpai estava falando de algo assim quando disse que já tinha experiência! É claro que ele nunca teria tido uma namorada! Mas… - ele voltou a se aquietar, analisando melhor aquela estranha sugestão - Não seria meio esquisito? Fazer isso com um amigo?

— Claro que não! - Kageyama replicou em um instante - As pessoas fazem isso o tempo todo. Eu acho… Enfim, não tem importância. Você quer fazer isso ou não?

— Você diz, agora? - Hinata ficou nervoso de repente - Você está se oferecendo para fazer isso por mim, Kageyama?

— Evidente que eu nunca faria isso! - Kageyama bradou, quase ofendido pela insinuação - Mas se você não consegue parar de pensar nisso, é melhor fazer alguma coisa o quanto antes. Uma isca não serve para nada se estiver desatenta! E como levantador, eu tenho que prestar atenção para que você não acabe se tornando um inútil, obviamente.

— Ah, entendi! Você está fazendo isso para eu jogar melhor… - Shouyou pronunciou com cuidado a sua descoberta, e Tobio confirmou.

— Algo assim - ele murmurou, voltando a olhar para a parede. Mentir daquela maneira para Hinata não era a coisa mais digna a se fazer, ainda mais quando ele evidentemente acreditava em qualquer coisa que dissesse, mas Kageyama tinha a impressão de que enlouqueceria se continuasse da forma que estava. A impotência de não poder fazer nada o consumia por dentro. Ele, tão habituado a resolver seus problemas rápida e efetivamente, sozinho, da melhor forma possível… agora se via preso em uma situação onde nada dependia somente dele, e da qual ele nem fazia ideia de como proceder. O receio de não saber e de não poder agir sempre foi aquilo que Kageyama mais repudiou na sua vida, e estar nesse tipo de circunstância o atormentava mais do que qualquer coisa.

— Então? - foi a voz de Hinata que o libertou dos seus pensamentos. Ele parecia inquieto, de uma forma diferente do normal.- Você vai fazer isso?

Kageyama olhou mais uma vez para Hinata. Será que ele era mesmo tão burro a ponto de não perceber as intenções óbvias que ele tinha, com aquela proposta? Ou talvez… ele quisesse isso também…? Não, Kageyama se recusava a alimentar qualquer indício de esperança que surgisse em seu peito há muito tempo, e não ia se deixar levar por uma possibilidade qualquer. Hinata se animava com qualquer coisa, e era um cabeça de vento. Não era algo difícil de acreditar se ele realmente achasse que aquela conversa toda era normal.

Sem falar que… Kageyama não queria realmente ter que se conter. Mesmo que fosse daquela maneira torta, errada, ele não queria desperdiçar a chance que estava tendo de, ao menos uma vez, saber como seria ter Hinata mais perto. Era a sua única oportunidade, afinal. Ele respirou fundo, e se colocou de pé. O ruivo o encarou, apreensivo, sentando-se de forma ereta e correta pela primeira vez desde que chegara ali, repousando as mãos cerradas em punho em cima das pernas dobradas. Esse idiota, estava tenso demais! Ele não deveria demonstrar tanto nervosismo, se não quisesse que Kageyama tivesse a ideia errada!

— Certo. Eu vou fazer, então. Bem rápido, e depois, vai ser como se nada tivesse acontecido. Entendeu? - ele se colocou a frente de Hinata, ajoelhando-se até que estivesse no mesmo nível em que ele. - Q-que fique bem claro, só estou fazendo isso para melhorar a sua concentração nos jogos, ok?

— Osu! - Hinata respondeu de imediato, mas quando encarou Kageyama tão de perto, suas orelhas rapidamente ficaram vermelhas. Ele desviou o olhar para baixo, resmungando - P-porque parece que eu estou sendo colocado no papel de garota? Não gostei…

— Calado! Você que pediu para eu fazer isso! - Tobio foi logo argumentando, embora sua afirmação não fosse de todo verdade. - Além do mais, eu sou mais alto do que você.

— Grande coisa... - ele murmurou mais uma vez, fazendo um muxoxo irritado. Kageyama suspirou.

— Apenas feche os olhos. Você não precisa pensar em nada, apenas feche os olhos, e deixe tudo comigo - ele disse. Sua voz estava branda e profunda, muito diferente do que Shouyou estava acostumado a ouvir. Geralmente, Kageyama era assustador quando não gritava… mas agora não. Suas palavras tiveram efeito calmante para ele, por que lembraram algo que,no fundo, ele já sabia. que não importava a situação, se fechasse os olhos e confiasse em Kageyama, as coisas dariam certo no final.

E sem pensar muito mais no assunto, ele fez como o outro dizia, simples assim. Tobio estremeceu por dentro, ao ter a plena consciência da conjunção que havia criado, e da qual não conseguiria escapar nem que quisesse. Ali estava Hinata, completamente vulnerável em seus braços, sem nem um pingo de resistência. Os lábios entreabertos, convidativos e ansiosos. Aquilo era muito mais do que ele sequer poderia ter imaginado, não estava preparado para algo assim.

Porém, desistir não era uma opção, quando ele sabia muito bem que Hinata jamais o deixaria em paz se ele amarelasse logo agora. Juntando todo o seu orgulho, ele se colocou logo a frente do garoto. Sentiu-o retesar-se quando colocou as mãos em seus ombros, embora elas estivessem também trêmulas. Ficou mais perto dele - não tanto quanto gostaria, mas o suficiente para alcançá-lo. Hinata mal se movia. Sua respiração estava rápida, seu coração batia alto, era óbvio que estava morrendo de nervosismo… mas não queria demonstrar nada.

Somente esperava por Kageyama, que então se inclinou para baixo. Hinata sempre fora pequeno daquele jeito? Ele tinha um cheiro bom, de sabonete. O rosto dele estava tão corado… Porque ainda tremia tanto? Sua cabeça zunia de tantos pensamentos que iam e vinham ao mesmo tempo. Tentando se concentrar, finalmente, aproximou o rosto dele, e sentiu a respiração cálida fazer cócegas no seu rosto quando já estava perto o bastante. Era agora. Tinha certeza de que se o plano de esquecer todos aqueles sentimentos estranhos que vinha tendo depois de prová-los não desse certo, então, tudo iria por água abaixo. Ele jamais iria conseguir voltar a ser o que era, estava dando um passo arriscado demais. Mas Hinata nunca teve medo de correr riscos, então, ele também não teria.

Estava tão perto… tão perto que nem conseguia acreditar. Virou o rosto levemente de lado, e logo fechou seus próprios olhos também. Os cabelos bagunçados de Hinata roçavam em sua testa. Seus narizes se chocaram, por um breve momento, antes de Shouyou inclinar ligeiramente o rosto para o lado oposto. Sentiu a pressão sob seus lábios antes de se dar conta de que havia mesmo atingido o objetivo final. Era macio, quente, e úmido. Hinata ofegou, assim que os lábios se tocaram, mas não se afastou.

O levantador deslizou uma das mãos pelo ombro de Shouyou, até segurar sua nuca, e enquanto a outra mão o firmava pela cintura, trouxe seu rosto para perto, movendo os lábios em busca de algo que nem ele próprio sabia o que era. Hinata pousou as mãos em seu peito, talvez em uma tentativa de afastá-lo, embora essa possa ter sido deixada em segundo plano tão de imediato que Tobio nem mesmo notou, e ele apenas deixou as mãos espalmadas ali.

O coração dele batia tão rápido e alto que atrapalhava seu raciocínio. Para falar a verdade, nem mesmo raciocínio ele tinha mais, tudo o que sabia era que queria mais daquilo, e que jamais seria suficiente. Interrompeu o beijo, sem se afastar nem mesmo um milímetro, apenas para recuperar o ar antes de prosseguir e então tomar novamente os lábios de Hinata, com mais vontade dessa vez, tentando ainda que sem saber direito como, aprofundar o contato o máximo que podia. Impeliu-se contra o corpo de Hinata, empurrando-o enquanto o abraçava, e seus lábios se moviam juntos.

Caiu por cima dele, no chão, suas pernas meio entrelaçadas e o braço ainda na cintura do menor. Sentiu as mãos dele, em seu peito, exercendo uma força quase mínima para afastá-lo. Nesse momento, abriu seus olhos.

Hinata o encarava, de olhos arregalados, rosto vermelho e respiração descompassada. Seu peito subia e descia, enquanto ele ofegava. E nos olhos dele, Kageyama viu… surpresa? Receio? …Medo? Algo que nunca havia visto antes, no semblante do meio de rede, nem mesmo quando enfrentavam adversários fortes, ou quando ele estava desmotivado por não ser tão alto ou tão bom quanto os outros. E havia sido ele próprio, a causar esse sentimento ruim em Hinata.

Afastou-se, ficando de pé e o mais longe possível dele. Passou a mão nos cabelos, nervosamente. Não conseguia encará-lo diretamente, e nem esboçar qualquer coisa para dizer. Havia exacerbado toda e qualquer chance de ter alguma explicação coerente para se justificar. Com a visão periférica, notou que depois de alguns segundos tentando entender o que acontecia, Hinata enfim se levantou. Juntou sua touca do chão, o cachecol caído logo ao lado, e colocou tudo isso e mais seus cadernos dentro da mochila de uma só vez, sem o menor cuidado.

Precipitou-se para a porta, e ali, pareceu hesitar. O coração de Kageyama, já agitado, acelerou em expectativa, mas ele ainda olhava para a beirada da cama, sem coragem de levantar a cabeça. Hinata pareceu tentar dizer algo, talvez se despedir, mas apenas saiu dali correndo com toda a velocidade que possuía, sem falar coisa alguma.

Só então, Kageyama desabou. Sentou no chão, com as mãos na cabeça e o rosto entre os joelhos. Queria sumir, desaparecer… queria nunca ter conhecido Hinata, e passado a vida inteira sozinho. Porque era isso o que ele merecia, depois do que fez. Não importava mais o quanto havia gostado de sentir que Hinata pertencia a ele, naquele breve segundo, e o quanto havia sido boa a sensação dos lábios dele nos seus… e o quanto desejava poder repetir isso. Ele havia estragado tudo. Assustou Hinata, mandou-o para longe. Era só isso o que ele sabia fazer, afinal, afastar as pessoas por ser exigente e apressado demais. Quando é que ele ia aprender?

Portanto, o Rei Egoísta, mais uma vez, estava só.

30 de Marzo de 2018 a las 20:02 0 Reporte Insertar Seguir historia
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