kalinebogard Kaline Bogard

A vida de Will não está nada fácil. Desde o caso com Abigail Hobbs tudo parece fora de controle, mas o crime não para. Uma nova série de assassinatos tem inicio e o empático colaborador do FBI começa a perder-se de si mesmo. Porém existe uma tábua que pode ser sua salvação. Hannibal Lecter é o homem que estende a mão e parece querer tirar Will desse mar de destruição.


Fanfiction Series/Doramas/Novelas Sólo para mayores de 21 (adultos).

#Hannibal #Hannigram #will #alcool #assassinato #violencia #spoiler #378 #policial #Boys-Love #slash #homossexualidade
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Parte 01

Quantico, Virginia

– Por isso quando o motivo é descoberto partes importantes do quebra-cabeças começam a se encaixar. Faz sentido o porquê da escolha das vítimas, forma das mortes e; principalmente, o estilo do assassino.

Will Graham discursava para a sala cheia de recrutas do FBI e possíveis trainees, os futuros profissionais mais brilhantes que a instituição podia conseguir. Mentes que pretendiam ficar a disposição da justiça para a solução de crimes assustadores, inimagináveis.

Mortes causadas por pessoas que Will conseguia ler e com as quais era capaz de estabelecer um laço empático como ninguém mais no mundo; e que lhe valia a pouco lisonjeira alcunha de ser tão insano quanto os homens que ajudava a caçar.

– Nessa série de crimes pegamos o suspeito pela sua necessidade de conexão. Stammets precisava ter ligação com algo, pois ele se sentia deslocado, desconectado. Sem um lugar no mundo – passou a imagem na tela e a foto seguinte era um corpo semi decomposto coberto por cogumelos e outros tipos de fungos. Uma imagem chocante.

Conforme sua aula continuava, Graham mantinha o tom de voz firme, mas um tanto apático. Sem paixão. Não que não gostasse do que fazia, ele gostava de dar aulas, de compartilhar seu conhecimento. Mas a docência o obrigava a um nível de socialização que o incomodava.

Tentara se convencer da inexistência da “socialização”; afinal, ele falava e eles o ouviam. Era uma via de mão única.

Inocente engano.

Os alunos não escutavam tão somente. Eles olhavam, assistiam, bebiam cada palavra ditada pelos lábios de Will. Era quase como se os alunos pudessem alimentar-se dele.

E havia a admiração, tão forte e inegável quanto uma terceira presença no auditório da FBI Academy. Aqueles jovens agentes o admiravam como se ele fosse uma espécie de celebridade no assunto.

Celebridade por pensar como um criminoso. Sintonizar-se com qualquer serial killer.

A admiração era o que mais incomodava Will. O rapaz não queria reconhecimento ou tietagem. Queria apenas ajudar a tornar um mundo um lugar melhor. Um lugar onde não existisse mais sofrimento para jovens como Abigail Hobbs...

Com um suspiro pesado Graham voltou a realidade. Percebeu que perdera o foco por quase um minuto, mergulhado em seus pensamentos enquanto a tela exibia uma foto do “jardim” de Eldon Stammets.

Os alunos apenas aguardavam, observando admirados aquele mestre excêntrico em seu brilhantismo, num silêncio absoluto.

Quando Will fez menção de abrir os lábios e retomar o fio da meada, dando prosseguimento à aula, notou uma silhueta aproximando-se da entrada do auditório. Um olhar de relance arrancou outro profundo suspiro do rapaz.

Era Jack Crawford.

A presença do agente especial só podia significar uma coisa: um crime hediondo acontecera. Sua presença era requisitada para fazer o que sabia de melhor. Pensar como o autor do assassinato.

Sem que fosse preciso dizer qualquer coisa os alunos começaram a recolher suas coisas. A aula acabara.

H&W


Black Rivers, Carolina do Norte

Will parou a frente da casa e observou. A construção era antiga e bem conservada. A movimentação dos policiais e técnicos forenses amassava consideravelmente a grama verde, mas era nítido o cuidado que os antigos proprietários tinham com o lugar.

Durante a viagem de poucas horas entre os estados vizinhos Crawford adiantou alguns detalhes do caso para que Will ficasse atualizado sobre o cenário que encontrariam.

Ao entrar na sala a mente do rapaz fechou-se e focou-se completamente na cena que se desenrolavam diante de seus olhos.

A sala principal estava razoavelmente arrumada, nada estava fora do lugar, não havia nenhum detalhe que poderia ser indício de uma briga ou tentativa de defesa por parte da vítima.

No centro do local, sobre o carpete estampado, estava um homem deitado de barriga para cima. Havia um corte tão profundo em sua garganta que quase decepara-lhe a cabeça. Do ferimento escorrera muito sangue, formando uma mancha sob o corpo. Além disso, seus braços descansavam em cima do tórax, terminando em tocos nos pulsos, pois as mãos pareciam ter sido retalhadas por algum objeto cortante a ponto de restar uma massa sanguinolenta no lugar onde deveriam estar os dedos. Era um homem alto e de constituição forte, cabelos ondulados grisalhos e sobrancelhas grossas.

– As mãos foram destruídas enquanto ele estava vivo – Zeller falou num tom cansado – Arrisco dizer isso por causa da coagulação. O sangue nos pulsos não é característico do pós morte.

– Cliff Doussett – Katz começou a explicar – Quarenta e sete anos, mecânico, casado. Tem um filho. A mulher e o garoto viajaram para Ohio, para uma entrevista na Universidade de Ohio. Eles já foram avisados e estão tentando voltar.

Jack, que estivera olhando expressão compenetrada de Will, percebeu que era hora de deixar que o rapaz fizesse o seu papel.

– Todos pra fora – o agente especial disse.

Ninguém questionou. Zeller e Katz, assim como os técnicos forenses, saíram silenciosamente da sala.

Então foi a vez de Crawford se retirar.

– Quando estiver pronto fale comigo, Will – pediu, numa forma de dizer que ele deveria usar o tempo necessário antes de chamá-lo de volta.

Graham balançou a cabeça de forma um tanto nervosa, evitando contato visual. Então respirou fundo e observou o rosto descolorado de Dousset. Fechou os olhos devagar. Apesar disso todo o cenário continuou gravado em sua mente. Quadro a quadro foi remontando os eventos em ordem decrescente. O sangue do carpete voltou todo para o corpo do morto, imediatamente em seguida o corte da garganta desapareceu, as mãos estavam inteiras novamente. O homem assassinado abriu os olhos e os fixou em Will por breves segundos, antes de se levantar e ficar de costas para o rapaz.

Graham caminhou poucos passos até chegar a janela e escondeu-se atrás das grandes cortinas azuis. Respirou fundo novamente, como se tentasse puxar um pouco de coragem com o ar. Ao invés disso, foi a própria essência do assassino que penetrou no corpo de Will.

Ele afastou a cortina lentamente.

– Eu já estava na casa, esperando por Doussett. Eu o conheço e sei de seus hábitos. Sei que ele estará sozinho em casa essa noite...

Enquanto se afasta Graham percebe que tem uma barra de ferro em suas mãos, não era muito grande, no entanto de peso maciço.

– Me aproximo devagar para não chamar atenção e acerto sua nuca sem você se dar conta do que está acontecendo – colocou suas palavras em prática atingindo a cabeça de Cliff Dousset, que caiu pesadamente no chão.

O rapaz caiu de joelhos ao lado do homem, a barra de ferro escapou de suas mãos e rolou silenciosa pelo carpete. O golpe fora forte o suficiente para tirar os sentidos da vítima. Se ele sobrevivesse talvez acabasse com um aneurisma.

– Tenho uma faca de caça. E é isso que eu uso para lhe ensinar uma lição – Will ajeita o homem na poisção correta, pois ele caíra de costas e arruma as mãos dele sobre seu tórax. Simula pegar uma faca do casaco e objeto realmente vem firmemente seguro em seus dedos.

Com uma violência que não lhe pertencia Will Graham acertou as mãos do dono da casa. O fio da faca é tão afiado que quase atravessa a carne por completo. O golpe se repete, de novo e de novo, até que tudo o que sobra é uma mistura de carne, sangue e ossos. Um cheiro desagradável paira pelo ar, espalhado pelos respingos de sangue que se espalham pelo carpete estampado, misturando-se com os desenhos coloridos.

– Eu quero lhe ensinar uma lição. Algo que você não esqueça – a faca parece pesar uma tonelada nas mãos do jovem de óculos – Mas eu sei que isso não é suficiente. Você não vai parar. Nunca vai aprender.

Ele engole em seco e encosta a lâmina na garganta de Cliff Doussett. Observa o rosto desfalecido sabendo que ele não acordaria, nem com a dor dos golpes. A barra de ferro fizera bem sua parte.

– Só tem uma forma de interromper isso. Só uma forma para fazê-lo aprender – mal termina a frase e Will usa toda a sua força para enterrar a faca de caça no pescoço do homem, abrindo um corte horizontal profundo.

Lentamente Graham fica de pé. Sangue pinga da ponta da faca, em uma quantidade irrisória se comparado à quantidade do líquido vermelho e denso, que sai pulsante aos borbotões do ferimento e se espalha pelo carpete. Dessa vez é impossível não notá-lo, o sangue não se mistura com os desenhos, mas os cobre numa poça escura e sinistra. Os óculos deslizam até a ponta do nariz, mas ele não se importa, tão absorto está em pensar como o assassino. A intuição grita lá no fundo a verdade que ele detesta encarar: foi a primeira vez daquele serial killer, não será a última.

– Observo o que fiz. Agora eu sei que você aprendeu sua lição e sei que estou pronto para ensinar outras pessoas – Will passa as costas da mão que ainda segura a faca pela testa, permeada de gotinhas de suor. Acaba se sujando com o sangue de Doussett – Eu sou Deus iniciando o julgamento. E esse é o meu estilo.

29 de Marzo de 2018 a las 13:31 0 Reporte Insertar Seguir historia
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