SraPeroka Sra Peroka

O que acontece quando você se deixa afunda em você mesma? Por mais que eu afirme que ninguém irá me derrubar, eu acabo por perceber que sou minha pior inimiga. Não posso aceitar o fato de ter matado meu marido, não consigo conviver com a sensação de estar sempre observada, cercada por um ser que me domina quando e como achar mais conveniente! Quem eu devo amar? Quem eu devo proteger ? Quem sou eu ? Ela traz consigo a melhor paz e o pior dos infernos .. Ele vem me acalmar a alma e me levar ao céu.. Quem sabe talvez ele tenha a resposta da minha existência.. E quem sabe ele vira quebrar a porta e me levar para longe aonde ninguém saiba nem ao menos o meu nome... E você? Quem é você? .... Você que deixou uma marca tão evidentemente profunda em mim que chega a ser palpável.


Suspenso/Misterio Sólo para mayores de 21 (adultos). © Todos os personagens, suas personalidades, enredo, são de minha autoria. Plágio é crime.

#romance #horror #suspense #dark #terror #magia #mistério #sexo #original #ocultismo #383 #256
3
7.5mil VISITAS
En progreso - Nuevo capítulo Todos los lunes
tiempo de lectura
AA Compartir

Sombra

Nunca em minha vida eu poderia ter imaginado que eu teria conseguido tudo que eu sempre quis. As pessoas possuem sonhos e almejos diferentes, e até mesmo quando semelhantes cada um obtém a sua forma de conquista-los.

Quantos de nós gostamos de olhar para o céu e pedir por ajuda, por auxílio, para o céu azul anil, vivo e alegre.

Bom... Esse não seria bem o meu caso, para quem eu peço ajuda se apenas o céu cinza sempre me atraiu? Os dias chuvosos me deixavam mais calma. Mas, em meio a tanto preto e branco eu vi minha vida se tornar colorida, verde e vermelho ganharam espaço em meu coração.

O que dá a combinação dessas cores ?

Meu coração passou por várias mãos, meu corpo ultrapassou os limites e minha mente se quebrou me forçando a fazer o impensável.

Alguma vez você já desejou algo com tamanha vontade que daria tudo para ter essa coisa ? Eu já.

E tudo me leva ao mesmo sonho, mesmo lugar, mesma pessoa.

Minha mãe.

“ Você nunca estará sozinha, Sango “

Minha tão amada e sofrida mãe me dizia isso constantemente. Tocando a cicatriz com seu formato estranho, como uma estrela, ela chorava. Chorava me pedindo perdão por tudo... Tudo o que ? O que um criança saberia sobre perdão já que nada sabe sobre o pecado?

“ Eu não viverei para sempre “ ela disse.

E nesse dia eu vi a morte pela primeira vez. Com seu manto negro e sujo, ela me levou aquela que me amou e zelou até seu último suspiro enquanto tossia bolas de sangue.

Com sua cabeça sobre meu colo e me ouvindo cantar um poema ela se foi.

Grite por ajuda e ele virá “ essas foram suas últimas palavras.

Então eu gritei. Por quem eu não sei, mas gritei, berrei, esbravejei em minha pequenez de menina nova. Mas quem iria vir até aquele lugar, no meio de uma floresta, numa casa de madeira podre, um lugar digno de um animal.

E foi isso que eu me tornei, um animal irracional, lutando apenas para sobreviver.

Eu sinto sua falta, mas pensar nela me trás pesadelos dos quais eu não quero ter mais, mas ela e suas milhares de mãos me arrastam para mais uma noite de horror, me dominando e sufocando. E como uma areia movediça sou consumida pela escuridão que habita em mim.

Cada dedo, palma e pulso, eu sinto cada um me tocar. Mesmo que isso seja um sonho, é tão real como um filme de terror clichê, aqueles com péssimos efeitos especiais e um enredo pior ainda, mas seus toques né queimam a pele, deixando aquela doce sensação de que quando eu acordar a marca delas estará evidente mais uma vez.

Eu perco o ar mais uma vez. Mas agora eu ouço algo, alguém me chama?

- Sango...

Sim, ao fundo, a voz está tão distante – Sango... – novamente ouço a mesma pessoa me chamando – Ei! Sango... Acorde... vamos... – sinto algo me balançando.

- Sango! Sango! Acorda! – a voz esta mais perto.

Levanto em um pulo, e estou na minha cama. Meu coração quase saltava pelo peito e eu suo frio. Já se passaram 19 anos e ainda tenho o mesmo pesadelo, continuo a tremer, sinto uma mão no meu ombro, viro a cabeça em sua direção – Ha... Hayato – passo a mão na testa encharcada de suor e olho para ele.

- Não quis entrar assim no seu quarto, mas você estava gritando... Eu fiquei preocupado. – ele evitou me olhar nos meus olhos – você está bem? - Fazia anos que não tinha mais esses sonhos.

Eu não conseguia fazer nenhum som, apenas respirava com dificuldade. Hayato está comigo há 15 anos, sua mãe me acolheu quando eu não tinha mais ninguém, ele sempre foi aquele que fazia de tudo por mim. Sempre foi meu melhor amigo e vê-lo assim tão preocupado me entristece – eu vou ficar bem, sempre fico.. - coloquei a mão em seu rosto - Não se preocupe – o encaro e ele fazo mesmo – ora, não faça essa cara pra mim, eu sou forte e nada pode me derrubar – ele continua a me encarando, dessa vez ele aproximou o rosto do meu – Hayato... O que você vai ... – meu coração começou a acelerar novamente e permaneci imóvel, sinto a testa dele encostar na minha e fecho os olhos.

- Sabia, você está febril – ele se afasta e por mais que eu odeie admitir, senti uma pontada no peito, ele percebe minha decepção ao dar um sorriso de lado – vou buscar um remédio para você, procure deitar e não se cubra com muitos cobertores ou sua febre irá aumentar – ele se levantou e saiu do quarto fechando a porta atrás de si.

Me jogo na cama de braços abertos – eu sou idiota - viro de barriga para baixo e abraço o travesseiro corporal – não sei o que eu tenho de errado – enterro a cara no travesseiro jogando o cobertor em cima de mim.

- Acho que já tinha dito para não fazer isso – Hayato diz com um tom irritado.

Levanto mais rápido que pude e sento na beirada da cama – acho que já tinha dito para não fazer isso – faço uma careta ao ironizar sua frase – não sabia que era médico, senhor “ eu sei de tudo “.

- Sou enfermeiro – ele permaneceu parado na porta me encarando – agora senhora “ dona da verdade “ tome esse comprimido – ele coloca a mão em minha testa descendo para o pescoço – você está bem quente – ele tira o termômetro do bolso e o liga.

- Você anda com isso p ... – antes que eu finalizasse a frase ele coloca o objeto na minha boca – chato – balbucio o melhor que pude.

- Fique quieta um pouco – ele se senta ao meu lado, fazendo com que o colchão se mexesse um pouco. Hayato sempre fora maior do que eu, agora ele está maior e mais forte, seus músculos aparecem mesmo que seja por debaixo de uma camisa folgada de um pijama de flanela que ele estava usando, seus cabelos eram de tamanho médio para um homem, deixando os arrepiados para todos os lados, alegava que parecia mais jovem assim. Seus olhos tinham o mesmo tom que seus cabelos... Castanho claro, e mesmo sendo apenas 1 ano mais velho que eu, ele sempre me protegeu.

O termômetro apitou.

- Você está com 39,3 – ele desliga o mesmo e o guarda no bolso do shorts de corrida que ele insistia em usar mesmo estando extremamente curto para ele.

- Não me sinto doente a ponto de estar com tanta febre assim – me viro em direção a ele e engulo o comprimido a seco – vou me deitar, quem sabe ajuda – deito na cama puxando somente um lençol fino para não tomar nenhuma friagem – muito obrigada, agora já pode sair do meu quarto, não vou conseguir dormir com você ai me olhando – fico de costas para ele, pronta para fechar os olhos.

- Tire as roupas – ele diz autoritário.

- O QUE ?! – jogo o travesseiro nele, cobertor, chinelo, tudo que está ao meu alcance voa – NÃO SEI O QUE SE PASSA NESSA SUA MENTE LIBERTINA, MAS NÃO ENVOLVA NA SUAS ABSURDAS FANTASIAS SEXUAIS!

- VOCÊ ESTÁ PERDENDO O JUÍZO? EU IA MANDAR VOCÊ DORMIR NUA PARA AJUDAR A FEBRE PASSAR! – ele joga o travesseiro de volta – EU SOU O PERVERTIDO ? VOCÊ FOI A AUTORA DOS PENSAMENTOS DEVASSOS – ele abaixa para jogar os cobertores em cima de mim – sem vergonha – ele bate a porta ao sair e resmunga algo inaudível.

Deito novamente, dessa vez o sono já tinha partido e não sabia quando voltaria. " por que ele não insistiu em ficar aqui comigo?" penso decepcionada – estou com fome – falo baixo e abraço o travesseiro novamente. Fico encarando a imensa janela do meu quarto, dela da para uma pequena sacada que quase não visito. Meu quarto é simplório, cama grande de madeira maciça, livros que cobrem todas as paredes e meu guarda – roupa. Cresci isolada do mundo e da tecnologia, eu e minha mãe vivíamos do básico, tudo que precisávamos era tirado da floresta mesmo que o ano fosse 1996. “ você jamais estará sozinha Sango. “ - mamãe – passo a mão na estrela traçada fortemente no meu peito e acabo por adormecer.

" Alguém está mexendo no meu cabelo, que gostoso " - penso.

– Conheço essa mão – abro os olhos devagar por causa da luz do sol que invadi meu quarto. A mesma mão que acariciava seus cabelos, agora, para em suas costas.

- Bom dia Sango – Chan – o homem parado em minha cama sorri para mim enquanto acaricia minhas costas – espero que tenha dormido bem – ele sorri novamente.

- To... Shihiko – meus olhos se arregalam. Meu pulmão junto ao meu coração pararam de exercer suas funções – Toshihiko... – eu quero gritar mas forças me faltam para até abrir a boca.

- Eu te amo Sango – ele encosta a mão no meu rosto e a sento fria e dura – eu disse que você jamais ficaria sozinha.

Eu junto todo o fôlego que ainda me resta e grito na esperança de que Hayato viesse, mas ele ainda está trabalhando. Aquele homem na minha cama se aproxima cadê vez mais de mim, sua mão agora na minha coxa – para... Você não está aqui – eu sussurro entre soluços que o me choro provoca.

- Minha flor, sou eu sim. Voltei, eu voltei para você e por você – ele aperta de leve minga coxa enquanto sorri estranhamente para mim.

- Não.. Vo-você não pode estar aqui – eu começo a tremer e a me distanciar daquilo que se julga ser o Toshihiko – eu.. Eu vi você morrer.. Eu.. Fui ao seu enterro ... – ele ameaça me tocar – NÃO ME TOQUE! – gritei ao pular da cama.

- Ah Sango. Você que. me matou – ele coloca a mão na barriga e a mostra coberta de sangue – bem aqui não foi ? – ele anda calmamente em minha direção – foi bem aqui que a sua mão me atravessou – o sangue cai aos litros no chão – tudo para proteger aquele que agora dormi no quarto ao lado não é mesmo ? – ando de costas até chegar na parede, estou encurralada.

Ele continua andando em minha direção – você sempre protegeu ele, sempre dava prioridade à ele e não à mim, seu marido – ele cola seu corpo no meu e eu posso sentir o sangue escorrer rente a minha barriga – e agora ? Eu vim te buscar – ele passa o dedo no minha testa e o sangue desceu pelo meu nariz pingando em cima de um dos meus seios.

- para... Por favor Toshihiko!– eu tento empurra-lo mas estou assustada demais para ter algum pico de adrenalina - eu te amava...

- Ele... VOCÊ AMAVA ELE ! – ele grita cuspindo sangue – olha – ele limpa a boca com a mão – estou morrendo novamente – seu sorriso é maligno e tenebroso, ele fita meus olhos inchados de tanto chorar – você irá sentir o que eu senti naquele dia – num gesto brusco ele se afasta e atravessa a mão na minha barriga me fazendo gritar e contorcer.

A dor é insanamente horrível, prestes a desmaiar – esse será meu fim, morrer para um fantasma ou zumbi – pensei enquanto caía no chão – isso dói ... - ouvi alguém bater com força na porta – socorro... – falo tão baixo que nem eu mesma ouvi. De repente a porta abri e vi Hayato entrar e corre em minha direção.

19 de Marzo de 2018 a las 12:13 0 Reporte Insertar Seguir historia
1
Leer el siguiente capítulo Campos de trigo

Comenta algo

Publica!
No hay comentarios aún. ¡Conviértete en el primero en decir algo!
~

¿Estás disfrutando la lectura?

¡Hey! Todavía hay 11 otros capítulos en esta historia.
Para seguir leyendo, por favor regístrate o inicia sesión. ¡Gratis!

Ingresa con Facebook Ingresa con Twitter

o usa la forma tradicional de iniciar sesión