Amor ao primeiro som
Cap 1_ O acidente
Eu acordei em êxtase. Hoje era o meu aniversário e estava muito animada, nem sabia me expressar em palavras o que eu sentia. Hoje seria o meu aniversário de doze anos, eu estava bem feliz, seria uma festa simples, mas ainda sim divertida como todas as outras.
Desci as escadas correndo em direção a cozinha para tomar café com todo mundo
_ Bom dia aniversariante, - minha mãe me deu um beijo na testa - acordou de bom humor hoje.
_ Porque quando ela não acorda tem que sair de perto, essa daí é bem estressadinha - disse a Hanabi.
Hanabi era a minha irmã mais nova, ela tinha cinco anos e era bem esperta mais também muito faladeira e respondona. Não sei de quem ela puxou toda essa energia, porque minha mãe é uma pessoa calma enquanto meu padrasto é uma pessoa fechada como o Neji meu irmão mais velho que tinha catorze anos, então eu realmente não sei da onde ela puxou toda aquela energia e atitude.
_ Cala a boca Hanabi. - ela me mostrou a língua.
Eu vi meu padrasto revirar os olhos parecendo estressado com a situação. Meu padrasto nunca foi muito presente na minha vida, sempre fechado e distante por isso sou muito mais apegada a minha mãe. Pra fala a verdade a minha mãe é como uma grande amiga minha, eu conto tudo a ela, não escondo nada.
Nosso pai morreu quando eu tinha quatro anos, a Hanabi é filha do nosso padrasto com a nossa mãe, mas mesmo assim eu a amo muito. Sempre muito alegre e divertida, não tem como odiar ela.
_ Vocês duas são muito crianças. - disse Neji, o "adulto" da família.
_ E você é muito adulto. - disse a Hanabi.
_ Acho que as pessoas devem pensar que ele é um adulto anão. - eu e a Hanabi rimos juntas enquanto o Neji revirou os olhos sorrindo de canto de boca.
_ Será que dá pra parar? - disse o nosso padrasto - Eu queria tomar pelo menos uma vez na vida um café da manhã em silêncio.
Todos nós abaixamos a cabeça, a Hanabi parecendo triste pelo jeito do pai dela ter falado, enquanto eu e o Neji abaixamos pelo fato de estarmos assustados. Nós dois desconfiávamos que ele batia na nossa mãe, mas não era comprovado só desconfiávamos pelas marcas roxas diariamente nós braços da mamãe e eles sempre brigavam, sempre ouvíamos eles gritando um com o outro.
_ Não fala assim com eles Toneri, são só crianças. - disse terminando de colocar a comida na mesa e se sentando.
_ Eu falo com eles do jeito que eu quiser, a culpa não é minha se você não soube dar educação a eles. - se levantou da mesa e eu o vi pegar a chave do carro no braço do sofá e um casaco pelo leve frio que fazia por conta do dia nublado. - Perdi a fome.
_ Pra onde vai Toneri? - perguntou minha mãe preocupada.
_ Pra onde eu quiser, não tenho que te falar a cada lugar que vou. - bateu a porta com força.
Minha mãe suspirou parecendo triste, eu não gostava de vê-la daquele jeito eu já tentei conversa com ela pra saber o que acontecia entre ela e o padrasto, mas ela nunca me responde e acabava mudando de assunto rapidamente.
_ Bom vamos comer meus amores? - disse colocando um sorriso visivelmente forçado - Hoje é um dia especial. - olhou pra mim e eu sorrir pra ela.
Minha mãe estava se esforçando pra me dar uma festa mesmo não tendo uma grande quantia de dinheiro, ela estava se esforçando pra nós dar uma vida feliz e por enquanto eu só podia retribuir de um jeito: A ajudando de todas as maneiras possíveis e a dando muito apoio.
Aos poucos aquele clima estranho que estava foi indo embora e o café da manhã foi muito divertido e animado como todo dia quando o Toneri não estar na mesa.
Quando fomos terminando de comer a Hanabi e o Neji foram para os seus quarto e ficou somente eu e a minha mãe. Hoje era o meu dia de ajudar a lavar os pratos, iria aproveitar e tentar conversa com ela sobre o nosso padrasto.
_ Mãe.
_ Que foi Hina?
_ Por que o Toneri te trata daquele jeito?
Ela pareceu desconfortável com a minha pergunta, aquilo não era novidade, sempre que eu perguntava ela agia do mesmo modo sempre.
_ Ele só é estressado Hina.
_ E essas marcas nós seus braços? São marcas do estresse dele também?
Os pratos que ela segurava caíram na mesa, mas felizmente não quebraram já que caíram de uma altura alta. Parecia que estava surpresa com a minha pergunta, surpresa e nervosa também.
_ É... Só coisa minha Hina, seu padrasto não tem nada haver com isso, mas vamos mudar de assunto né? Hoje é o seu aniversário, umas três da tarde agente vai pra casa da minha irmã a Kurenai pra arrumar a festa, lá a casa é bem maior. - disse nervosa.
"Ela é péssima em mudar de assunto, nem disfarça o nervosismo. Acho melhor eu entrar no assuntou dela, ela depois vai tentar mudar de assunto de novo e nunca vai me contar o quê acontece entre ela e o Toneri."
_ Tudo bem não vejo problemas, - fui para cozinha e comecei a lavar os pratos enquanto ela trazia mais - vai ser divertido como todos os outros.
_ Com certeza.
A parti dali começamos a conversa assuntos aleatórios só jogando assunto fora. Depois daquilo eu fui arrumar uma mochila para levar pra casa da minha tia. A festa seria as cinco e eu não queria ir logo direto com a roupa que iria usar no horário da festa, queria ir com uma roupa confortável pra brincar lá com a minha prima Mirai ou então ajuda-los a organizar a festa.
Eu peguei um vestido branco meu que era o meu favorito e mais bonito para usar lá. Eu resolvi vestir uma blusa simples verde sem mangas, uma legging preta que iam ate os joelhos e nós pés uma sandália básica. Nós arrumamos e fomos de ônibus, não pelo fato da minha mãe não saber dirigir e sim porque agente só tinha um carro e meu padrasto ainda não avia vindo em casa então o ônibus foi a nossa única opção.
Quando chegamos fomos recebidos pela minha tia e pelo nosso tio.
_ Entrem, a Mirai está lá em cima no quarto dela se quiserem podem ir lá.
A Hanabi subiu as escadas correndo, o Neji foi pra cozinha. Eu subia devagar as escadas mais parei quando ouvir a minha tia falar: "Me fala como você está irmã, o Toneri continua agressivo?"
Infelizmente a minha mãe não respondeu e as duas foram pra cozinha, provavelmente iriam para o jardim que a minha tia tinha atrás da casa pra conversarem melhor. Eu sempre preocupada com a minha mãe mais ela nunca responde as minhas perguntas, deve ser porquê ainda sou uma criança, os adultos sempre acham que nós crianças somos bestas.
O resto do dia foi divertido, brinquei com a Mirai e a Hanabi, ajudamos na cozinha que virou uma bagunça e uma brincadeira de tacar farinha uma na outra que a minha tia e a minha mãe participaram.
Na hora da festa várias pessoas foram chegando, inclusive meu melhor amigo Kiba veio a festa.
_ Kiba que bom que você veio, tive minhas dúvidas se viria. - o abracei e ele bagunçou o meu cabelo.
_ Acha mesmo que eu perderia comida de graça e diversão? Tenho inteligência baixinha.
_ Eu não sou baixinha seu idiota! Você é homem, e homens normalmente são maiores que as mulheres.
_ Desculpa boba. - murmurou e eu dei um tapa de leve em seu ombro.
_ Você que é um bobo.
_ Um bobo que você adora.
_ Acho que eu não estava batendo muito bem da cabeça quando eu aceitei sua amizade.
Depois vários amigos meus e parentes foram chegando, e a festa foi enchendo e eu fui me sentindo mal. Odiava lugares abafados e cheio de pessoas, decidir dar uma volta pela rua.
Na porta eu ouço alguém gritando meu nome, vejo minha mãe tentando passar pelas pessoa e então parar na minha frente.
_ Aonde vai?
_ Eu estou me sentindo mal, estava muito cheio lá dentro.
_ Tudo bem, mas não demora. E ante de atravessar a rua veja se não tem carro vindo.
_ Eu já tenho doze anos dona Hiromi, me fala isso a tanto tempo que acho que decorei essas palavras.
Ela riu e me deu um beijo na testa.
Sai dali e olhei pros dois lados pra ver se não vinha carro e como não vi nenhum atravessei a pista e comecei a andar pela calçada me sentindo muito melhor. Ali estava fresco bem diferente da festa, senti um alivio tão grande de está ali e não naquele lugar abafado. Dois minutos depois eu ouço a voz da minha mãe e olho em direção a casa da minha tia.
_ Vem pra cá! Vamos assoprar as velas!
Eu nem olhei pros lados e andei pela pista com o destino de ir aonde minha mãe estava, ate que ouço uma buzina e olho de onde estava vindo e a última coisa que vejo é um carro a poucos metros de mim vindo em alta velocidade na minha direção e então tudo ficou escuro.
Acordei sentindo uma leve dor na cabeça, tudo por algum motivo estava escuro. A primeira coisa que veio na minha cabeça foi onde eu estava? Tinha um cheiro que não parecia nada com a casa da minha tia, era frio o lugar e passei a mão pelo meu corpo. Minha roupa estava mudada, eu me sentei na cama e alguém me tocou.
_ A senhorita não pode se levantar, por favor se sente. Daqui a pouco sua família poderá vim te ver. - era a voz de uma mulher.
_ Aonde eu tô? Quem é você? E por quê está tudo escuro?
_ Você está no hospital, eu sou a enfermeira e quanto está tudo escuro... - ela fez uma pausa - Eu só posso dizer sinto muito. O doutor já, já responderá todas as suas perguntas enquanto isso se deite e descanse.
_ Como eu posso descansar? Eu quero a minha mãe!
_ Se acalme por favor.
Ouvi o barulho de uma porta de correr.
_Meu amor, - a voz da minha mãe - o querida nunca mais me dê um susto desse.
Ela me abraçou e senti meu ombro molhar, ela devia está chorando.
_ Mãe porquê eu não estou vendo nada?
_ O quê? - ela perguntou parecendo tão confusa quanto eu.
_ Era essa a notícia que eu queria te contar, mas seria melhor pras duas juntas. - "bom meu padrasto não estava ali então pelo visto, fui atropelada e nem se preocupou comigo." - A Hinata lesionou parte do cérebro responsável pela visão.
_ E o que isso quer dizer? - perguntei só pra confirma a resposta.
_ Que infelizmente está cega. Mas acho que pode ser resolvido com uma cirurgia.
_ A cirurgia é cara doutor?
_ Um pouco.
Eu nem ligava mais pro que eles estavam dizendo. Eu estava cega, cega. Mas porquê? O que eu tinha feito pra merecer isso, sempre fui uma boa garota, nunca fiz nada de errado, porque comigo?
No dia seguinte eu fui liberada e o meu padrasto dessa vez estava junto comigo, ele tinha já comprado uma bengala pra mim e a minha mãe estava dando a ideia de comprar um cachorro guia pra mim também. Eles discutiam e eu chorava em silêncio.
"Tudo porquê eu não olhei pros lados pra ver se tinha um carro vindo, minha vida foi mudada por causa de um acidente de carro. Por causa de uma burrice minha."
_ Não chora meu amor, - disse a minha mãe passando a mão dela no meu joelho - vamos pagar essa cirurgia tá?
_ Essa cirurgia deve ser cara, agente nunca vai ter condições pra isso. - disse aceitando a realidade.
Eu não queria me encher de esperanças e no fim pagar essa cirurgia e nem dá certo. Minha felicidade acabou de acabar, não tem como ser feliz sendo cega, quais são as coisas que eu faço? Dou trabalho, gasto dinheiro e não posso fazer mais nada sozinha.
Não posso ver o rosto de mais ninguém, não posso mais andar sozinha, não posso mais me vestir sozinha, não posso mais nada. Acho que depois disso nunca mais serei a mesma, nunca mais vou ser aquela Hinata de um dia atrás. Acho que aquela Hinata alegre e gentil foi enterrada, acho que a tristeza tomou conta de tudo. Tomou conta de mim agora e pra sempre.
Gracias por leer!
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