satanjoker Satan Joker

Nunca foi difícil entender que Shouto lhe transmitisse sensações devéras distintas, mas quem acreditaria que elas aconteceriam mesmo depois de seu desfalecimento? Quem imaginaria que ele continuaria lhe olhando daquela forma?


Fanfiction Sólo para mayores de 18.

#darkfic #Boku-No-Hero-Academia-My-Hero-Academia #todobaku #bakutodo #necrofilia #Darklemon #yaoi
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Ignóbil

Quem sabe fosse a segunda, não, talvez fosse a quarta ou quinta vez que isso acontecia. Entretanto era difícil presumir se estava contando as vezes que se derramara sobre aquele corpo frio naquele dia, ou se era o que ainda pretendia fazer até o próximo alvorecer.

Inconfundível e execrável deveria ser aquela companhia tão fúnebre, mas era difícil se imaginar longe daquele que mesmo agora tão gelado, esquentava o coração que não imaginava que tinha. Todoroki Shouto sempre foi assim, uma mistura de estranhas sensações para alguém absolutamente desprovido delas. E ao final, como poderia ter controlado seu anseio de desfrutar-lhe e punir-lhe por ter apresentado sentimentos tão pegajosos e sôfregos? Não era propício que continuasse a tê-los, todavia esta havia sido a forma que encontrou de permanecer ao seu lado sem que este pudesse traí-lo.

Irreverente era o fato de que todos traíam Katsuki, sempre e todas as vezes, por que com Shouto seria diferente? Primeiro seus pais e sua indolência vulgar e torpe — ao menos havia rasgado suas gargantas e os feito sangrar como os porcos que eram, ainda que estes sequer tivessem clamado por suas vidas. Seguida daquele seu primeiro contato mais íntimo e humano, um de cabelos esverdeados. Aquela criatura bonita de olhos redondos e esmeraldinos estava o traindo com o dono do corpo abaixo de si. Sorrindo contente por saber que jamais esqueceria aquelas feições apavoradas em meio as sardas depois de tomar o bicolor como seu da forma mais maquiavélica que já fizera antes em sua vida.

Que magnífica forma de se conhecer alguém, não? Violar-lhe o suficiente para que este sequer pudesse fugir com as próprias pernas no dia seguinte. Admitia, porém que foram belas as lágrimas que saíram sorrateiras pelos cantos dos olhos heterocromáticos, implorando para que ele parasse sem dizer uma palavra. Também como poderia, se estava amordaçado?

As memórias tão vividas em sua mente fluíam enquanto tornava o regozijo em espasmos de seu próprio corpo, não cansando de continuar suas investidas contra a pele pálida e agora azulada. Somente sendo em seu ápice que as lembranças do olhar feroz e assustado de Shouto ao cortar a garganta de Midoriya apareceram, que primor de reminiscência. Fazer aquele que o traiu de forma tão inescrupulosa morrer pelas mãos da pessoa que amava, cômico. Não pode negar ainda, ter se surpreendido na ocasião ao notar que o dono da marca grossa no olho esquerdo conseguia ter tantos traumas quanto ele, senão mais que os seus.

Sua intenção inicial era torturá-lo um pouco mais, embora não tivesse forma de o fazer, já que tinha feito o suficiente para que sua mente quebrasse e pudesse dessa forma assassinar Izuku violentamente. Mas foi neste momento que passou a tratá-lo de forma macia, como se estivesse cultivando a mais fraca das plantas, esperando alguma flor desabrochar daquela muda tão quebrada e seca. Por vezes se fazia doce e manso, e em outras o pior monstro que exista, perderá as contas de quantas vezes havia destroçado propositalmente, apenas para que obtivesse o prazer de unir cada peça novamente.

E foi assim que o meio ruivo lhe aceitou de bom grado, se afundando e enrolando-os na mais grossa das teias, constituída apenas por sangue e gáudio. E cada momento era tão caloroso e vigoroso, totalmente discrepante do atual. Mas Katsuki gostava desse contraste de sensações, por mais que algumas vezes desejasse que este voltasse a viver o suficiente para lhe agarrar os cabelos implorando que fosse mais fundo e mais forte contra seu corpo judiado, e assim lhe mordesse até sangrar. Um masoquista e um sádico, que combinação maravilhosa.

O loiro passou os dedos nos seus fios arrepiados, fazendo com que o suor pingasse lentamente abaixo daqueles olhos — agora opacos — de cores distintas. Ele os amava, e amava ainda mais a forma como estes o encaravam mesmo agora que seu corpo já não tinha resquício algum de vida, mesmo que sua pele não estremecesse debaixo da sua ao atingi-lo no ponto mais crítico que um homem poderia ter. Oh, como apreciava a integridade daquele indivíduo mesmo numa situação como aquela. Escorreu seus dedos pelos fios dos cabelos rubros e enevoados, até lábios ressacos e imóveis, apertando cada detalhe daquela pele fria, sabendo amar aquela criatura tão bela quanto um anjo, um anjo da morte.

Shouto em sua maioria era tão pálido que mesmo agora após o seu perecer, ainda era possível visualizar cada veia distribuída em seu rosto, formando várias redes de tom esverdeado claro na pele acinzentada,uma beleza que só ele continuaria e poderia desfrutar. Repuxou os lábios num sorriso prazeroso ao se retirar de dentro daquele corpo, fazendo questão de alisar cada hematoma que deixara sobre a derme quando este ainda estava vivo, e os recentes que não adquiriram a cor lilás tão amada. E embora o olhar seco continuasse feroz como a de um lince, era nítido e quase palpável a paz que este se encontrava nessa situação, sem temores, sem aversões, sem dores nas pernas, costelas e mãos fraturadas, havia encontrado seu nirvana individual, longe de qualquer mal físico e psicológico.

Seria desproporcional afirmar que Bakugou se arrependera de ter lhe tomado a vida, jamais voltaria atrás de suas decisões, e como sempre sabia que as vozes que vinham e iam em sua mente estavam mais do que certas, tinha certaza que elas o preveniram de um próximo aleive, afinal alguém com aquele tipo de olhos não poderia se manter seu para sempre, poderia?

Acariciou os fios tão brilhantes e sedosos novamente, concluindo para si que a forma como eles estavam agora era o mais prudente, pois assim ficariam unidos para todo um sempre, com o elo formado a partir do frio e do quente, das sensações devéras indômitas e incalculáveis que apenas aquela flor exânime e desabotoada detinha. O seu Todoroki Shouto que jamais o machucaria.

4 de Marzo de 2018 a las 21:54 1 Reporte Insertar Seguir historia
3
Fin

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Ana Beatriz Ana Beatriz
*Fugindo rapidamente de seus familiares para que nenhum possa bisbilhotar oque está lendo* Bom, primeira vez lendo necrofilia! Eu pensei que fosse pior, sinceramente, me pareceu até um pouco leve (estou ficando louca só pode) Sua escrita sempre me surpreende moça! (cheguei até aqui por conta do seu spirit) Já li Feline, The Phantom, Crisântemo e todas as suas oneshots ^^ e comecei a ler Litterae, espero que continue. Fico feliz que tenha começado a escrever sobre meu otp 2.0 kkk Eu não sei muito bem como comentar sobre esse tema :v Apenas que está muito bom (como sempre ) Enfim, é só isso KISSUS
March 06, 2018, 17:46
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