satanjoker Satan Joker

Togata Mirio jamais esperaria que aquela criatura que havia encontrado na infância, estaria bem na sua frente naquela noite, tímido e belo como ele admitiria ao mundo para sempre, desejando que este nunca voltasse a desaparecer novamente.


Fanfiction No para niños menores de 13.

#MiriTama #Boku No Hero Academia (My Hero Academia)
Cuento corto
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One

A primeira vez que havia se deparado com criaturas não humanas foi durante a infância. Togata Mirio havia encontrado aquilo que chamara de duende por total desconhecimento do que realmente era tal ser. Provavelmente essa sua primeira impressão se deu por conta da noite de natal, atribuindo então o pequeno como o "ajudante de papai Noel". Mas não era verdade, nem deveria ter presumido que fosse de fato, contudo sua mente infantil só pôde imaginar algo do tipo por conta das orelhas únicas.

Por que Mirio não havia desistido da ideia de que o ser que havia visto não era real? Não, essa não era a pergunta adequada; e sim o fato único e surpreendente de que naquela noite em específico tão próximo ao natal, ele havia encontrado aquele "duende" e o ajudado com o que precisara — um pouco de biscoitos e doces. Tinha certeza absoluta que este continuou a aparecer nos outros anos seguintes, tudo porque onde ele deixava os petiscos e estes sempre apareciam vazios. Com isso, ano após ano continuou a se esgueirar em busca de encontrá-lo novamente, todavia a criatura era tímida demais e acabava sempre sendo mais rápido do que Togata, impossível de ser visto.

Após aquele breve incidente, permaneceu muito difícil desacreditar na existência de espécies não humanas, inclusive era esse o principal fator que fazia com que o loiro estivesse ali parado em sua janela, naquela noite natalina, esperando que talvez aquela pequena criatura aparecesse e perdesse a timidez para que pudesse vê-lo novamente. Esperou e esperou cansado durante aquela noite, sempre ouvindo seus pais lhe dizerem que ele não era mais uma criança para esperar o "Papai Noel"; mal sabiam eles que não se tratava do bom velhinho, qual nunca fez parte das crenças de Mirio. Nesse caso continuou esperando durante toda a noite, ao lado da travessa de biscoitos e com uma carta que havia escrito ao tal dizendo que nunca conseguiu esquecê-lo. Seria cômico, para não dizer trágico, que a revelação a seguir fosse feita, contudo era impossível à essa altura evitar contar que o tal indivíduo não só ficou cravado em suas lembranças como também em seu coração, e isso era sim bastante problemático por assim dizer: se apaixonar por um ser mágico que só vira uma vez em toda a sua vida. Um fardo que talvez tivesse de lidar para todo sempre.

O que não contava era que quando menos esperava naquela noite, o garoto de dez anos atrás apareceu com seus cabelos negros arrepiados e suas orelhas pontudas características, porém alto e de aparência jovem assim como ele, ou seja, não mais pequeno como um duende ou uma criança, mas sim crescido como um jovem quase adulto.

Togata estava agarrado à travessa e a carta, dormindo profundamente, ou ao menos era o que estava tentando transparecer. De primeira abriu um dos olhos de maneira sorrateira, visualizando o tal e se surpreendendo com o quão crescido — e lindo — ele estava. Permaneceu com a saliva engasgada na garganta tentando a todo custo deixá-la assim e não assustar o tal rapaz, que despretensiosamente pegou um dos biscoitos e tirou a carta de seus dedos, deixando encostarem os seus nos do loiro e causar um arrepio que quase terminou de afogá-lo de vez.

A tal criatura se sentou no chão, mostrando a sua roupa em farrapilhas verdes listrados com adornos marrons bastante adornados com fios brilhantes. Abriu o papel ainda não percebendo que à essa altura Togata tinha os olhos bem abertos e o encarava, ansioso pelo que estava por vir. Leu enquanto comia mais alguns biscoitos, ganhando uma vermelhidão tão única na face e variavelmente escondendo a própria com uma das mãos, fazendo questão de deixar um vão entre os dedos para prosseguir a leitura. Ele estava envergonhado e o loiro conseguia ver muito bem isso.

Aproveitando que o garoto duende de cabelos negros continuou a ler sem olhá-lo, se ajeitou minuciosamente pronto para mostrar que estava acordado e que não o deixaria fugir, não agora que tinha o visto tão maduro e sentia seu coração pulsar em seu peito ainda mais do que antes.

— "... Com amor e biscoitos, eu termino essa carta. Atenciosamente, Togata Mirio" — repetiu as últimas três linhas, presenteando Mirio com sua voz magnífica e que provava vir mesmo de um ser mágico. — Então seu nome é Mirio? — perguntou retoricamente e finalmente direcionando seus olhos ao loiro, notando que este estava acordado o apreciando. Na mesma hora o rapaz de orelhas pontudas se pôs em pé, pronto para partir, com os dedos já trêmulos.

— Sim, e eu gostaria muito de saber o seu — Togata segurou seu pulso crente de que isso o seguraria ali, mas a cor quase roxa que se formou na pele deste, misturada com a tremedeira e a total timidez, o fizeram soltar aquele braço.

— Ta… Tamaki Ama... Amaijiki — disse por fim com a pouca força que tinha e que a vergonha não havia levado.

— Então, Tamaki-kun, você é um duende ou algo assim? — o moreno virou de costas escondendo seu rosto entre as mãos e a carta, provando que não tinha intenções de fugir como antes.

— Eu sou um elfo — respondeu minimamente, a voz abafada pelas mãos.

— Ah, me desculpe então ter achado que você era duende. Sabe, quando éramos mais jovens e você era pequeno, eu realmente achei que fosse um. Me sinto bem patético agora por isso — riu a contragosto, mostrando o melhor de sua personalidade animada. Amaijiki retirou um pouco das mãos para que pudesse virar a cabeça ao menos um pouco e assim olhá-lo de soslaio para contemplar o sorriso vívido em sua face.

— O que… O que você disse é verdade? — questionou tentando controlar sua vergonha, mesmo que não conseguisse manter um contato direto nos olhos do loiro por muito tempo. Percebeu então que este não havia entendido o teor de sua pergunta, por conta das sobrancelhas loiras franzidas que se formaram. — Digo, sobre você sentir algo à mais como disse na carta…

— Sim! Com certeza, sim! — exasperou mexendo as mãos animado e obtendo total atenção do moreno elfo, agora totalmente virado de frente para si. — Parece patético, eu sei, mas havia algo nos seus olhos naquela noite que eu nunca consegui esquecer — se aproximou sem intimidar o outro e podendo até mesmo empurrar alguns fios negros que estavam pendendo sobre os olhos levemente puxados. A diferença de altura ficou um pouco clara, assim como o porte físico de ambos, todavia havia uma receptividade em Tamaki após ter permanecido olhando para o constante brilho incandescente de Togata. — Esse brilho continua aí.

O rubor se concentrou apenas nas bochechas do moreno, se dissipando do resto do rosto e relaxando os músculos do maxilar que haviam tensionado fortemente há minutos atrás.

— Você gosta deles? — perguntou ainda carregado pela leveza e animosidade que o loiro lhe passava, perdendo um pouco de seu nervosismo, ou no caso o suficiente para levá-lo à situação adiante e permitir receber aquele leve afago nos fios negros.

— Eu os amo — não muito diferente de Amaijiki, Mirio permanecia sendo puxado para uma maré profunda da qual não controlava suas próprias ações, prosseguindo o carinho dos cabelos até o polegar deslizando as bochechas, e em seguida roçando nos lábios inferiores; ambos carregados por um sentimento mútuo e anestésico. — Não está assustado com isso?

— Eu somente venho a essa casa todos os anos porque está aqui e porque queria sempre vê-lo — admitiu sentindo a timidez voltar bruscamente, e assim fazendo com tentasse se esconder entre as palmas das mãos novamente.

— Então isso é recíproco? — fora a vez sucinta de Togata questionar, erguendo o rosto de Tamaki, o fazendo olhá-lo nos olhos mesmo que estivesse bastante nervoso. — Me diga, por favor, Amaijiki-kun. Eu preciso saber se tudo que escrevi nessa carta é recíproco ou se estou enlouquecendo.

— S-Sim… — sussurrou baixo, quase inaudível aos ouvidos do humano à sua frente, porém este tinha os olhos tão fixos nos seus lábios que jamais poderia deixar de entender o que aquela resposta significava. E assim como era de seu desejo, não se limitou nas ações seguintes, não se importando em como ou por quê, nem se isso era correto ou não, ou então se conseguiriam manter isso no futuro. Apenas o beijou com toda a vontade e ansiedade no mundo que aflorava seus desejos, terminando de se deixar levar pela onda que aquele elfo trouxe em sua vida naquela noite em específico. E como seu maior presente, fora correspondido em automático, desfrutando do sabor único que o amor recíproco tinha.

4 de Marzo de 2018 a las 21:10 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Fin

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