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Co-autoria - Cupcake_ruivo & XixisssUchiha Acordar ao lado dos caras mais gatos da universidade não foi o maior choque daquela manhã. Ver a bagunça que sua colega de quarto fez em seu dormitório também não foi. Ele devia estar estudando, não cedendo as suas vontades mais íntimas ao comparecer àquela festa. E era isso que não saía de sua mente naquela manhã. Todas as coisas que tinham acontecido na noite passada.


Fanfiction Sólo para mayores de 18.

#YuriOnIce #JJ/Otabek/Yuri #Otapliroy #3some #poliamor #lemon #hardlemon #yaoi #salamilabella #festa #romance
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Você quer, Yuri Plisetsky?

Acordou com a luz da manhã incomodando seus olhos claros, a cabeça latejava e ele se recusava a abrir as pálpebras ou levantar-se e fechar as cortinas, tateou a cama em busca de um travesseiro que poderia ser usado para cobrir as vistas, quando notou uma pessoa ao seu lado, pela firmeza dos músculos deduziu ser um homem. Céus, como tinha ido parar na cama de um homem?

Tentou levantar-se e ver quem era o felizardo a estar deitado consigo, mas foi abraçado pela cintura por outro corpo. Foi então que se enrijeceu. A pessoa que estava ao seu lado o abraçou também, pareciam estar dividindo um mesmo travesseiro, que nesse caso era Yuri. Tentou se livrar como pôde dos corpos, notando que um era o DJ da festa da noite passada e o outro o anfitrião, o maldito riquinho que tinha cedido a casa com piscina para a festa da fraternidade da qual era líder.

Yuri tinhas vagas lembranças, mas ainda não sabia dizer como tinha parado naquela cama, que ele já tinha notado não ser a sua. Aproveitou o sono pesado do morenos e levantou-se catando suas roupas espalhadas pelo quarto que cheirava a sexo, maconha e bebida: calça e boxers no chão, camisa jogada em cima de uma escrivaninha, jaqueta embolada em cima de uma cadeira, sapatos em lugar nenhum à vista. Saiu pela porta cambaleando, percebendo estar em uma casa de fraternidade, provavelmente a Beta Sigma Kappa. Grunhiu em protesto, sua cabeça doía, seu estômago estava embrulhado, suas pernas tremiam - o que indicava que sim, ele tinha se divertido com os dois gostosões da fraternidade - e seu alojamento ficava a cerca de um quilômetro de onde estava, então seria um longa caminhada.

Não encontrou ninguém pelos corredores da grande casa, o que deveria ser normal, porque ainda era cedo, todos deveriam estar dormindo mas assim que desceu as escadas se deparou com a bagunça que era o primeiro andar, vários corpos desacordados pelos grandes sofás, copos descartáveis por toda parte, bem como garrafas vazias de cerveja e de bebidas quentes. “A festa deve ter sido animada”, pensou.

Saiu pela porta da frente, arrependendo-se em seguida. O sol estava alto e quente, sentiu sua cabeça girar e mal teve tempo de se agachar entre alguns arbustos e regurgitar seja lá o que tenha ingerido.

Seguiu a passos lentos em direção ao alojamento, ainda não conhecia bem o campus, mas o caminho até seu quarto ele lembrava-se. Usou a jaqueta de couro bordô que estava amarrada em sua cintura para cobrir a cabeça, numa tentativa falha de amenizar a dor.

Quando finalmente avistou a porta do quarto que dividia com Mila, não hesitou em abri-la e entrar sem cerimônias, indo em direção ao banheiro, precisava escovar os dentes. Com a escova ainda na boca, começou a andar pelas bagunças de roupas espalhadas pelo quarto, procurando por um analgésico.

— Yuri, para com esse barulho, que inferno! - a voz da ruiva o fez dar um pulo.

— Mila, ‘cê não vai acreditar onde eu acordei… - Yuri virou-se para encarar a russa, mas levou um susto - Você não é a Mila! - disse para a garota de cabelos castanhos e olhos azuis que estava sentada na cama da ruiva, calçando os sapatos.

— Isabella - foi o que ela limitou-se a responder.

— Mas que inferno, eu quero dormir merda! - Agora sim, a russa havia sentado na cama, levantando a máscara que tinha sobre os olhos.

— Mila, você traiu a Sala? - o russo estava chocado - Como pôde?

— Eu ‘tô aqui também Yuri! - a Italiana sentou-se ao lado da ruiva, dando-lhe um beijo entre os cabelos.

— Mas que porra? - Yuri não conseguia processar, pensar que tinham feito uma suruba em seu quarto era demais para assimilar. - Vai sair mais alguém aí debaixo? - Perguntou apontando para as cobertas que cobriam as garotas.

— Na verdade… Georgi deve estar em algum lugar, eu tenho certeza que ele estava aqui ontem.

— Presente! - ouviu-se a voz rouca que vinha do chão, no lado oposto ao que o loiro estava.

— Meu deus, que nojo, eu vou sair daqui antes que eu entre no meio dessa maluquice.

— Não pareceu que você estava odiando ontem, quando era o recheio do sanduíche dos gostosões da fraternidade.

A frase trouxe um flash à sua memória, no qual ele dançava provocantemente entre os dois morenos.

Precisava parar em algum lugar e pôr os pensamentos em ordem, juntar os flashes e descobrir como tinha parado na cama dos dois caras mais desejados de toda a universidade.

Mas sabia que isso não seria possível naquela zona que tinha se transformado seu quarto, então ele apenas pegou a carteira e o analgésico que procurava e saiu do dormitório, seguindo em direção à lanchonete onde trabalhava meio período. Era sua folga, mas poderia sentar em uma mesa e tentar recordar-se o que diabos tinha acontecido na noite passada.

(***)

Era sexta à noite, e Yuri estava decidido a passá-la toda estudando. Apesar de ser calouro e ser início do semestre, ele estava dedicando mais tempo do que poderia no trabalho que tinha conseguido, e isso estava o prejudicando nos estudos. Por esse motivo tinha se negado veemente aos pedidos e súplicas de sua colega de quarto que tinha passado aquela semana inteira o perturbando para que a acompanhasse na “festa mais esperada do retorno às aulas” - palavras dela.

A questão é que, ao contrário da maioria das pessoas que o cercavam, Yuri não estava exatamente animado para ter a experiência universitária regada a festas, álcool e sabe-se lá mais o que. Queria apenas realizar seu sonho de ser veterinário, e beber até cair não iria ajudar. Tentava explicar exatamente isso para a garota ruiva que o rodeava enquanto se preparava para a tal festa, mas ela sequer parecia escutar.

— Só uma passadinha - dizia - Olha, vamos fazer assim. A gente vai, você bebe comigo por meia hora, se não tiver gostando pode voltar pros seus livrinhos. Por favor - fez um biquinho, querendo parecer fofa - Aproveita o começo do curso, porque depois não vai ter tempo. Aí quando estiver velho vai se arrepender de não ter ido nas festas universitárias e morrer amargurado.

Yuri revirou os olhos. Uma historinha ridícula daquelas não era o suficiente para…

— É sério - a garota voltou a falar - Ou você vem comigo e tenta se divertir como um cara normal, ou eu vou dar o meu jeito de te ligar a cada cinco minutos, mandar alguém invadir o dormitório… Sei lá. Mas não vou te deixar em paz. Eu ‘tô avisando.

— Eu coloco fogo nas suas roupas - respondeu sem nem olhar pra ela - ‘Cê sabe que eu faço.

— Credo Yuri! Tá bom, não vou insistir mais. Sabe, eu só queria te ajudar a relaxar, ver gente, dançar um pouco. O Altin vai tocar e dizem que ele é muito bom com os dedos.

Mila falava com um tom inocente, como se estivesse comentando a coisa mais natural. Mas seu olhar denunciava que ela sabia exatamente o efeito que sua última frase teria sobre Yuri. Porque sabia o poder que Otabek Altin tinha sobre ele.

Embora saber que o cazaque estaria na tal festa realmente mexesse com o loiro, ele não se deixaria convencer por isso, afinal, não é como se o gostoso Altin, o estudante de engenharia mais popular da Universidade, desse alguma atenção para sua existência. Então apenas observou quando Sala, a namorada da ruiva chegou para buscar a mesma e as duas saíram afoitas porta afora.

(***)

Duas horas depois Yuri tentava se concentrar na sua matéria, mas a tarefa estava cada vez mais difícil já que o celular não parava de vibrar com notificações. Yuri bufou e pegou o aparelho decidido a mandar Mila ir à merda antes de desligá-lo, mas antes mesmo de desbloquear a tela viu que várias notificações eram do Instagram de ninguém mais ninguém menos do que Otabek Altin. Sim, o crush do loiro no cazaque tinha chegado ao ponto de fazê-lo ativar as notificações de postagem dele em todas as redes sociais possíveis. A curiosidade foi mais forte e Yuri clicou duas vezes na notificação, abrindo a página e dando de cara com uma foto de Otabek de óculos escuros, ao invés do óculos de grau com armação escura que costumava usar, e com a camisa social preta aberta, deixando à mostra o tórax musculoso e… “Meu Deus isso é um piercing no mamilo dele?”

O rosto de Yuri esquentou na mesma hora com a visão e ele precisou se controlar para não dar like na foto e se fazer notar. Continuou rolando o feed e viu várias fotos da festa em que o moreno estava marcado - embora não aparecesse em todas - junto com a hashtag ‘verdade ou desafio’. Nas fotos diversas pessoas, algumas conhecidas e outras não, faziam as mais variadas coisas, desde virar o que pareciam doses exageradamente grandes de bebida até darem beijos indecentes.

Quando se deparou com um vídeo curto, cuja imagem de capa era uma versão borrada da foto de Otabek quase sem camisa, Yuri teve sua atenção completamente voltada para a festa que tentava evitar. No vídeo Otabek dançava de maneira sensual, baixando lentamente o cós da bermuda que usava, claramente exibindo-se para alguém. Conforme ele se movia a luz refletia nas lentes de seus óculos e nas jóias que tinha não em um, mas em ambos os mamilos. Em seguida a pessoa que recebia atenção do moreno entrava no foco da câmera e Yuri viu que era JJ, o estudante de advocacia extremamente popular, egocêntrico, espalhafatoso… e irritantemente lindo. Finalmente reparou que foi o canadense quem postou o vídeo, com a descrição “Mon danseur Personnel”, e Yuri nunca se odiou tanto por ter largado o curso de francês.

Yuri não tinha como negar que o vídeo tinha lhe deixado inquieto e sabendo que era isso que encontraria na festa a perspectiva de passar a noite olhando para os livros parecia cada vez mais estúpida.

Rolou o feed para ver mais fotos, Pichit um rapaz de sua classe tinha feito várias postagens, e estava atualizando seus stories a cada dois minutos, nas fotos dava pra ver como a tal brincadeira de verdade ou desafio tinha rendido. Mila ja tinha beijado mais de dez pessoas, Sala fazia uma espécie de strip tease em frente a uma morena de olhos azuis, e Yuri via ao fundo da imagem, Emil segurar Mike, o irmão gêmeo da Italiana, que tinha uma expressão frustrada no rosto - Yuri sabia que ele era ciumento em relação a irmã. Tinham outras fotos de pessoas que ele não conhecia, todos fazendo seus devidos desafios, pelo jeito verdade não existia no jogo.

Otabek aparecia em muitas imagens, e Yuri estava admirado com a espontaneidade que ele demonstrava apesar da aparente seriedade. Sentia-se tentado a ver de perto esse lado do intercambista cazaque.

Tentava decidir se devia mesmo ir até lá e o que faria se realmente fosse - nunca tinha conversado verdadeiramente com Otabek afinal - quando o celular vibrou novamente.

Dessa vez uma notificação que indicava que Mila o tinha marcado em uma publicação. Yuri franziu as sobrancelhas e clicou na aba para abrir a foto. Nela, a ruiva mordia o lábio inferior de Otabek, que tinha uma das mãos pousada em sua cintura. A legenda dizia: “Vc quer @yuri-plisetsky?”. Era demais. Estava decidido. Yuri iria a essa festa.

Correu em direção ao banheiro, tomando um banho demorado, fazendo uma bela chuca - é sempre bom estar preparado não é mesmo? Passou uma boa quantidade de perfume, escovou os dentes, secou os longos fios loiros.

Seguiu até o armário, sabia exatamente o que vestir. Colocou sem pressa a calça preta justa cheia de rasgos, bem como a regata da mesma cor, com um grande X na frente e rasgos na parte das costas, calçou os coturnos, deu uma olhada no espelho, poderia fazer um contorno preto nos olhos, mas preferiu deixar o rosto ao natural. Fez um rabo de cavalo, pegou o celular e chaves, uma jaqueta de couro bordô, jogou-a sobre os ombros e deixou o dormitório.

Somente quando chegou em frente à casa onde acontecia a festa e pegou o celular para ligar para Mila e saber aonde ela estava, Yuri se tocou: não podia entrar nessa festa! Bem de cara estava a notificação de que Otabek Altin tinha curtido a publicação em que Yuri fora marcado, o que significava que ele tinha lido a legenda e com certeza a essa altura Mila já tinha falado algo sobre o crush colossal que Yuri sentia pelo cazaque.

Nunca mais iria olhar na cara dele de novo! Que dirá ir para a mesma festa que ele! Onde estava com a cabeça quando pensou que poderia aparecer e, quem sabe, tentar a sorte com o moreno?

Já estava dando meia volta quando foi abraçado por alguém bem mais alto - e completamente sem noção de espaço pessoal.

— Gatinho! Até que enfim você chegou!

Jean segurava uma sacola preta em uma das mãos e estampava o sorriso enorme de sempre. Cheirava a perfume amadeirado e vodka e, estranhamente, Yuri achou o cheiro muito bom. Mas o loiro mal tinha trocado algumas palavras com ele antes, que intimidade era essa para o abraçar e ainda o chamar de gatinho?

— Me solta, seu idiota!

— Nossa, o gatinho é arisco! Eu tenho algo aqui que pode te acalmar. - e mostrou o conteúdo da sacola, rindo como uma criança travessa.

Yuri estava ainda mais decidido a ir embora e esquecer que tinha sequer saído de casa, quando alguém surgiu na porta.

— Jean, você… Ah, Yuri, que bom que você veio. Vem vamos entrar logo, está quase na hora da gente ir pro palco, JJ.

Otabek, já usando seu óculos habitual, que o deixava ainda mais absurdamente sexy na opinião do loiro, pegou a mão de Yuri, que ainda estava sendo abraçado por JJ, e os puxou para dentro. Yuri não conseguiu sequer falar alguma coisa, imagina ter a força de vontade de dar meia volta, ao ver o meio sorriso de Otabek e sentir a mão dele na sua.

Yuri estava encarando, sem nem conseguir se controlar. Jean notou e não deixou de provocar.

— Ainda bem que olhar não tira pedaço, senão a essa altura já teria um bom bocado faltando no meu namorado.

“Namorado?”. Jean sorria e completou, falando mais baixo antes de soltar Yuri e alcançar Otabek:

— Mas, cá entre nós, ele não se importa nem um pouco com mordidas.

Yuri ainda estava um tanto atordoado quando entraram na grande sala da casa da BSK. O local estava tomado por pessoas já um tanto quanto “altas”, alguns demonstravam claramente estar sob efeito de álcool e drogas alucinógenas, outros apenas riam do nada e tinham os olhos vermelhos.

Havia uma quantidade considerável de pessoas ao redor de uma mesa, onde uma garota de biquini estava deitada,- Yuri não se chocou ao notar ser Mila - com vários copinhos de tequila sobre a barriga, ela tinha sal espalhado pelos seios e uma fatia de limão nos lábios. Não demorou para Sala se aproximar e beber de um dos copinhos, sendo seguida pela morena de olhos azuis que o russo havia visto nas fotos, ambas lamberam do sal sobre a pele da ruiva, Sala pegou o limão de sua boca, e a morena pegou da boca de Sala. Yuri realmente não queria saber como aquilo iria terminar.

— Sua amiga sabe se divertir! - fora tirado do seu devaneio com o sussuro de Otabek em seu ouvido.

— Por sorte, nós também sabemos - JJ sussurrou no outro ouvido do loiro, fazendo-o se arrepiar por ter os dois tão perto de si, aquela afirmação soou mais como uma promessa, e o interior de Yuri vibrava em antecipação.

Os dois morenos o guiaram até a parte de fora da casa, a festa tinha se estendido até a piscina, e muitas pessoas já se pegavam pelos cantos, entre os arbustos do jardim e até mesmo dentro da água. Pararam em frente a um pequeno palco, onde a mesa de som de Otabek estava instalada.

Antes que fossem até lá, porém, um rapaz de traços asiáticos se aproximou do trio:

— JJ, você trouxe mais?

— Claro! Aqui Guang-Hong. Mas guarda um pouco pra gente!

— Não posso garantir, o Leo ‘tá muito louco!

— Ah não! Yuri! Gatinho, não fuja! Aqui, guarda pra gente.

JJ deu uma piscadela, pegou um pacotinho da sacola dando a Guang-Hong e a deu mesma para Yuri.

Com isso o canadense se juntou à Otabek próximo à mesa de som.

Logo o som ambiente que tocava deu lugar a música de Otabek, a voz de Jean soava de forma calma, sexy, mesmo a batida sendo um tecno-eletrônico. O canadense cantava olhando ora pra Otabek ora para Yuri, quando os azuis encontravam os verdes, o moreno esfregava-se no cazaque. Yuri sentia-se hipnotizado pela cena, como se só existissem os três ali. Algum tempo havia se passado, o loiro já não sabia dizer de fato quantas músicas a dupla havia tocado, a tensão que rolava entre os três era quase palpável. O calor dos corpos que dançavam ao seu redor, a música sensual cantada naquela voz de sotaque francês e a pouca iluminação do ambiente afloravam seus instintos. Iria enlouquecer. Decidiu que deveria se afastar, estava suado e com sede. Então trocou um último olhar com os dois morenos antes de deixar a pista.

Parou em frente a uma mesa cheia de aperitivos e diversas bebidas, desde garrafas e mais garrafas de vodka, até whiskys caríssimos. Havia um balde cheio de garrafinhas com líquidos coloridos, Yuri pensou ser algum drink não muito forte, e como não era acostumado com álcool, foi o que escolheu. Bebeu praticamente o conteúdo todo em um gole, tamanha era sua sede, ficou satisfeito pela bebida não ser muito doce e nem ter gosto de alcool. Na verdade não tinha gosto de nada. Mas tinha lhe aliviado a sede, era o que importava. A verdade era que o loiro não fazia questão de beber algo alcoólico, estava completamente sóbrio e já tinha perdido completamente o controle de suas ações ao se enfiar no meio do casal de morenos, imagine sob efeitos de alguma substância?

Rondou o jardim, se infiltrando entre os convidados buscando por algum conhecido que fosse, que pudesse distraí-lo. Estava um pouco afastado da festa quando deu por si, tinha caminhado sem rumo pelo jardim. A garrafa já vazia em uma das mãos, enquanto a outra segurava a sacola preta que JJ lhe entregara. Sentiu o rosto enrubescer ao lembrar-se o que tinha lá dentro. Abriu-a devagar, colocando a embalagem vazia dentro e retirando o objeto roxo que havia visto mais cedo. Um bongue roxo em formato de pênis, era grosso e tinha até mesmo linhas que imitavam veias. Sobre as bolas a abertura que deveria ser acesa e logo acima escrito “Otaconda”. Guardou rapidamente o objeto na sacola, sentindo-se ainda mais constrangido. Os dois eram um casal. Eram namorados, não parecia certo Yuri estar entre eles, trocando olhares que ele sabia muito bem o que significavam.

Foi tirado de seu devaneio com uma risada que pensou ser conhecida. Olhou ao redor notando que vinha da sacada da casa ao lado. A luz estava acesa e um rapaz de cabelos escuros estava agachado de costas para fora. Yuri não o reconheceu de imediato.

— UOU AMAZING! - gritou a voz que Yuri achava conhecer, e o loiro deu grito abafado quando o reitor da faculdade levantou de sabe-se lá onde e abraçou o moreno.

O rapaz de cabelos escuros levantou-se, com Viktor no colo e quando ele virou-se de frente, sentando o platinado sobre o para-peito da sacada o russo tapou a boca. Era seu professor de Embriologia Animal, Yuuri Katsuki. Yuri carinhosamente o chamava de Katsudon, já que era o prato que o professor sempre pedia na lanchonete que trabalhava.

O fato era que agora ele estava vendo o pequeno Katsudon, com os cabelos penteados para trás e um ar um tanto quando Eros, meter com selvageria no reitor da universidade,- que parecia sempre tão sério-, mas que agora usava os óculos do japonês e gemia palavras em russo que Yuri gostaria de não entender; correu dali querendo com todas as forças tirar aquela cena de sua mente.

E não demorou muito para que esquecesse, assim que voltou para a pista, sentiu-se quente, a cabeça dava voltas, sentia uma vontade de se mexer, se soltar. Então começou a dançar, esfregando-se nos corpos de algumas garotas que ali dançavam. Uma delas tinha uma garrafinha igual a que o loiro bebera anteriormente, e ele não tardou e sorver o liquido que lhe foi oferecido. Requebrava os quadris e jogava os braços para o alto, balançando o longo rabo de cavalo, foi quando sentiu mãos segurarem sua cintura, sentiu uma cintura roçar contra seu traseiro, e quando abriu os olhos querendo virar-se para aquele que o abraçava, encontrou o par de olhos castanhos que o encarava com intensidade.

— Beka - aproximou-se mais, segurando na cintura do cazaque - Eu estava sentindo a falta de vocês, onde está aquele canadense egocêntrico?

— Eu estou aqui Kitty Cat - sentiu o corpo arrepiar-se ao ter a voz do Leroy tão próximos de seu ouvido, as mãos de Jean voltaram a apertar ainda mais a cintura do russo e apertar o pau contra seu bumbum.

Yuri soltou um gemido sôfrego, apoiando-se nos ombros de Otabek que estava a sua frente, antes de em um ato impensado, lhe puxar os lábios inferiores com os dentes.

— Yuri - a voz de Otabek finalmente fez-se presente - Por que bebeu isso? - perguntou olhando a garrafa na mão do russo.

— Eu estava com sede. - desdenhou, virando-se para o canadense antes de lhe beijar com volúpia.

— Deixa de ser careta, Beks - Jean disse quando Yuri afastou o rosto do seu - Deixa nosso gatinho se divertir.

Otabek apenas riu para o namorado e voltou a aproximar-se, Yuri tinha um olhar lascivo, de quem faria qualquer coisa que aqueles dois pedissem. E o cazaque gostava disso. Segurou ambos pela nuca, aproximando-os de si e iniciou um beijo triplo, enquanto os corpos se mexiam na batida da música.

Quando sentiram as pernas cobrarem o preço por todo aquele tempo dançando, os três entraram na casa. Agora estavam sentados sobre um sofá grande, se agarravam sem pudor, não se importando com quem passasse por ali e pudessem vê-los. Foi Jean quem se afastou primeiro, pegando a sacola que Yuri antes segurava e tirando de lá o objeto roxo chamado “Otaconda”. Preparou a erva e não tardou a acender o mesmo, levando a boca até a cabeça do mesmo e sugando a fumaça que dali provinha.

— AAAh, essa é boa mesmo. Como o Pichit disse. - falou antes de sugar mais uma vez - Vem cá gatinho, sente. - Jean baforou a fumaça no rosto do loiro antes de puxá-lo para um beijo.

— Eu… Eu quero tentar. - o russo disse, sentando-se como o canadense estava e pegando o bongue de suas mãos.

— Sabe Yuri, esse bongue foi moldado do pau do Beks. - JJ soltou como se fosse a coisa mais normal do mundo. Yuri imediatamente começou a tossir, não saberia dizer se pela forte tragada que dera na maconha ou por aquela informação - Calma gatinho, você ainda vai ter sua chance de ver ao vivo e em cores.

Otabek apenas observava a cena com um sorriso de lado enquanto dexavava com calma sua própria erva, antes de bolar seu baseado e começar a fumá-lo.

Jean ainda estava na missão de ensinar o mais novo a não morrer sufocado a cada tragada.

— Puxa com mais calma, gatinho. Isso, assim, devagar é bom também, né, Beks?

Otabek concordou com um sorriso de canto, acariciando a coxa de Yuri sem tirar o olhar do namorado. O clima voltou a ficar quente e logo Yuri sentiu a respiração de Otabek em sua nuca ao passo que Jean lhe beijava a orelha.

— Quer conhecer meu quarto, Yuri?

Yuri sentiu o sorriso de Otabek contra sua pele e respondeu, convicto:

— Agora.

(***)

A festa continuava a todo vapor no andar de baixo quando os três entraram no quarto de Jean, o riso solto e as mãos bobas passeando pelos corpos uns dos outros. Não parecia haver necessidade de que alguém assumisse o controle, mas foi Otabek quem tomou a iniciativa de despir-se primeiro, retirando a bermuda e a boxer de uma vez — a camisa já tinha sido esquecida em algum lugar há tempos — e deitando-se na cama sem quebrar o contato visual com os outros dois. Deu um leve aperto no membro que dava sinais de que começava a endurecer e sorriu pequeno quando Jean falou

— Assim eu não aguento, Beks — ao mesmo tempo em que se aproximava, passando as mãos pelas coxas do namorado.

No segundo seguinte JJ já deixava beijos molhados pela virilha de Otabek, apreciando os suspiros que ele deixava escapar. O olhar do cazaque agora estava pregado em Yuri, que parecia hipnotizado pelas ações dos dois morenos, mas ainda permanecia distante.

— Vem cá. - foi tudo o que Otabek precisou dizer para que o loiro saísse do transe e se aproximasse da cama o suficiente para que o Dj o puxasse para um beijo no mesmo instante em que Jean colocava seu membro na boca.

Estes simples contatos já seriam suficientes para que Otabek ficasse dolorosamente duro, mas para intensificar ainda mais a sensação tinha o fato de que JJ nunca fora do tipo que começava devagar. Logo de início já se dedicava ao boquete que fazia no namorado, ora deixando lambidelas na glande, ora correndo os lábios por toda a extensão. Uma de suas mãos ainda apertava a coxa do cazaque, enquanto a outra dedicava-se a uma masturbação lenta, quase torturante, na parte do membro de Otabek que não abrigava em sua boca. Quando Jean engoliu boa parte do pau de Otabek, soltou um gemido que mexeu com todos os sentidos do cazaque, fazendo-o jogar a cabeça para trás.

Yuri aproveitou a quebra do beijo para retirar sua blusa e tão logo percebeu a movimentação, Otabek levou a mão até o fecho da calça do loiro, que a retirou com pressa, junto com a boxer, jogando-as para longe de qualquer maneira.

Mal o membro de Yuri foi liberto e Otabek já o abrigava em sua boca, comprimindo as bochechas ao sugá-lo, dando atenção especial à ponta, de onde já se liberava o pré-gozo. Jean parou de chupar Otabek, mantendo apenas a masturbação lenta e levando a outra mão para acariciar o mamilo esquerdo do namorado, puxando levemente o piercing que havia ali, ansioso por observar a cena que se desenrolava à sua frente. Ele sabia bem como Otabek podia ser bom com a boca, mas vê-lo proporcionar este tipo de prazer à outra pessoa lhe causava um conjunto novo de sensações.

— Caralho, vocês são gostosos demais.- Jean disse, atraindo a atenção dos outros dois para si.

— E você está vestido demais pro meu gosto. Não acha, Yuri?

A resposta do loiro foi levar a mão até as costas de Jean, subindo sua blusa e deixando um arranhão que causou uma ardência instantânea e com certeza deixaria uma marca. Otabek já tinha voltado a chupar Yuri e JJ deixou mais uma lambida no membro do cazaque antes de se sentar na cama e começar a se despir, sendo atentamente observado pelo olhar de desejo do mais novo.

— Você está me comendo com os olhos, gatinho.

— Eu quero te comer de todas as maneiras possíveis, JJ.

As palavras do loiro fizeram os dois morenos soltarem gemidos profundos. O de Otabek causou vibrações no membro de Yuri, que mordeu os lábios com força para suprimir o som de prazer que ameaçou sair. Jean livrou-se das roupas sem pressa, satisfeito com o olhar que Yuri lhe dirigia; sempre gostou de ter as atenções voltadas para si, afinal.

— E essa boquinha linda… só fala sacanagem ou também beija? - JJ perguntou, no momento em que retirava sua boxer, fazendo a boca de Yuri salivar ao ver que o membro de Jean, bem naquela pele esticada que liga a cabeça ao comprimento, era atravessado por um piercing prateado,uma bolinha em cada ponta.

Jean percebeu onde a atenção de Yuri estava concentrada e sorriu safado, já se aproximando a fim de tomar os lábios de Yuri com os seus.

— Gostou do que viu, Yuri? Quer sentir ele dentro de você? - Jean sussurrava entre beijos e mordidas na boca do loiro.

Yuri pôde sentir levemente o gosto de Otabek na boca de Jean e, se é que isso era possível, seu membro endureceu ainda mais na boca do DJ, que notou a reação do loiro e abriu bem a boca, permitindo que ele ditasse o ritmo.

Yuri quebrou o beijo deixando uma lambida obscena nos lábios do canadense e, sem parar os movimentos de quadril, fodendo a boca de Otabek lentamente, e nem soltar a nuca de Jean, olhando fixamente em seus olhos azuis, falou:

— Minha boca beija e faz muito mais. E eu vou sentir esse seu frenum* em mim, ah se vou.

No segundo que levou para Jean abrir um sorriso maldoso e Otabek abandonar seu falo para observar a interação que se desenrolava entre os dois, Yuri pensou que era inacreditável que estivesse nessa situação, falando e fazendo tais coisas. Como o que era pra ser uma noite de estudos tinha acabado assim? Geralmente não era tão atirado mas, fosse pela onda das drogas que tinha usado, pelas bebidas que tomara ou simplesmente por causa da presença e dos toques dos outros dois, nada lhe parecia errado ou constrangedor. Sua mente só se concentrava em todas as formas possíveis de obter e dar prazer.

Otabek tinha visão privilegiada da pequena batalha de egos que ocorria entre os outros dois. Ambos sustentavam um olhar que misturava desejo e desafio e a cena seria cômica se a situação não fosse tão fodidamente excitante.

— E você, Jay-jay - o russo disse, zombeteiro, exagerando na pronúncia do apelido do de olhos azuis - só sabe falar e dar esses sorrisos enormes o tempo todo?

— Ah, eu garanto que não. - foi Otabek quem respondeu, fazendo os outros dois lhe olharem com certa curiosidade. - Por que não mostra pra ele, Jean?

O olhar significativo e repleto de luxúria do namorado fez JJ estremecer. Logo ele estava deitado na cama, tendo Otabek ajoelhado de um lado e Yuri do outro, ambos com os membros rígidos e pulsantes na direção de sua boca. JJ alternava entre um e outro com lambidas, estocadas e sucções audíveis.

Yuri e Otabek beijavam-se sensualmente acima de Jean que, observando atentamente, trouxe os membros de ambos mais para si, abrindo a boca e deixando que os dois se encostassem ao mesmo tempo em que tocavam sua língua. Foi recompensado com um puxão de cabelo da parte de Yuri e um palavrão suspirado da parte de Otabek.

Aproveitando que tinha os cabelos do canadense num aperto firme entre seus dedos, Yuri virou-o de encontro a si, levando seu pau lentamente até a boca de Jean. Parou quando recebeu um pequeno aperto em sua coxa, entendendo que este era o limite de JJ. Apesar de não ser tão grande quanto Otabek, Yuri tinha um tamanho considerável. Talvez, se relaxasse bem a boca, Jean conseguiria engolí-lo por inteiro. Porém, era impossível se concentrar nessa tarefa enquanto podia ouvir os gemidos de Otabek, que observava a cena e se tocava num ritmo acelerado, e sentir seus toques passeando por sua pele.

Otabek deslizava a mão pelo corpo de JJ, aproveitando para causar sensações suaves no namorado. Um toque gentil em seu rosto, conseguindo sentir o movimento que Jean fazia ao chupar Yuri com fervor; um carinho com a ponta dos dedos pelo pescoço, fazendo a pele do canadense se arrepiar; um beliscão com a pressão certa no mamilo esquerdo de Jean, que não pôde conter um gemido, que por sua vez fez Yuri impulsionar o quadril involuntariamente, fazendo JJ quase engasgar.

— Desculpa. - Yuri disse, acariciando os lábios de Jean, que estavam abertos por conta de sua respiração ofegante.

— Tudo bem. - o de olhos azuis respondeu, e como que para comprovar que não tinha ficado chateado, deixou um beijo molhado na glande do loiro, que revirou os olhos com a sensação. Nesse momento Otabek arranhava o tórax de Jean levemente, apreciando a contração dos músculos definidos deste em reação ao seu toque.

— Eu pensei ter ouvido você dizer que queria comer o JJ, Yuri. Vai fazer ou não?

O tom de voz do cazaque era grave e seu olhar parecia fazer Yuri entrar em combustão. Entendendo a deixa Jean abandonou o membro de Yuri e virou-se para Otabek, lambendo-lhe toda a extensão, desde as bolas até a ponta, deixando todo o pau avantajado de seu namorado bem molhado com a mistura de saliva e pré-gozo e iniciando uma masturbação firme e bem lubrificada.

Yuri não hesitou e inclinou o corpo para beijar o pescoço exposto de JJ, logo descendo os beijos para seu peitoral, seu umbigo, sua glande, passeando a língua no piercing tão fodidamente excitante. Os dois morenos anteciparam que neste momento o russo tomaria o falo de Jean em sua boca, mas foram surpreendidos quando ele o tirou do caminho, continuando o trajeto dos beijos molhados até as bolas do canadense, que separou e ergueu as pernas para dar mais acesso ao loiro, que seguiu até encontrar sua entrada.

Jean, que a essa altura já concentrava-se em sugar a glande de Otabek, da maneira como sabia que o namorado gostava, precisou parar para soltar um gemido sôfrego ao sentir a umidade da língua de Yuri lhe tocar lá. O loiro passou um braço por baixo do corpo de Jean, ajustando a posição, e passou a concentrar-se em lhe chupar e lamber ora na entrada, que começava a pulsar, ora no membro grosso, passando a língua por uma veia particularmente saltada que levava diferente ao frenum e se divertindo com os tremores involuntários que causava no canadense.

— Porra, que delícia. - Otabek disse, mordendo o lábio inferior fortemente enquanto observava Yuri fazer movimentos de penetração com a língua no ânus de JJ e sentia a língua deste lhe rodear cabeça do pau.

O cazaque levou a mão até o membro de JJ, capturando com o polegar o rastro de líquido que saía da ponta e espalhando em toda a cabeça do pau do canadense com a ponta dos dedos, fazendo uma leve pressão. Jean por sua vez abria mais a boca, recebendo mais de Otabek e deixando que dois de seus dedos da mão que segurava o pau do Dj adentrassem junto em sua boca. Em seguida, guiou esta mão até a bolas de Otabek, acariciando-as de leve antes de posicioná-las em sua palma enquanto o dedo médio alcançava a entrada do cazaque e começava a lhe estimular ali.

Yuri pareceu ter tido a mesma ideia, pois afastou-se de Jean apenas o suficiente para alcançar a bisnaga de lubrificante que tinha visto na cabeceira da cama e logo retornou, afastando a mão de Otabek e chupando o pau de JJ com energia enquanto levava os dedos lubrificados até a entrada já úmida e um pouco alargada pelo beijo grego.

Jean impulsionou seu dedo para dentro de Otabek no mesmo momento em que sentiu o de Yuri romper a resistência de seu músculo e adentrar lentamente em si. Ao longe, ainda era possível ouvir a música e algumas risadas da festa que acontecia fora daquelas quatro paredes. Mas ali, dentro daquele quarto, só era possível escutar as respirações descompassadas, os gemidos, suspiros e barulhos molhados que os três produziam ao encontrarem o ritmo ideal.

Não demorou até que Jean se visse obrigado a abandonar o boquete que fazia em Otabek, pois só conseguia gemer ao ter sua próstata estimulada pelos dois dedos de Yuri já dentro de si e pela língua atrevida do loiro em seu pau. JJ rebolava nas mão dos dois homens que lhe tocavam o corpo com potência e, quando sentiu Otabek lhe lamber o pescoço sensualmente enquanto lhe apertava o mamilo com um pouco mais de força, não se refreou:

— Ah, Yuri, Beks… por favor.

Otabek trocou um olhar com Yuri, que retirou os dedos de dentro de JJ e voltou a lhe lamber o membro pulsante, e perguntou, a voz séria:

— Você está pronto, Jean?

— Ah, mon dieu, sim, mais que pronto Beks, me…

Mas o que quer que Jean fosse pedir morreu em sua garganta com um ofego quando Yuri lhe sugou antes de se afastar. Otabek se deitou na cama e apenas observou quando JJ ficou de pé sobre ela, posicionando-se com as pernas ao lado do corpo do cazaque e indo de encontro ao membro que Otabek segurava provocativamente.

Jean ficou de costas para o outro moreno , por dois motivos: primeiro, porque sabia que Otabek gostava de vê-lo quicando assim sobre si, com uma visão privilegiada da tatuagem que o canadense ostentava no cóccix; segundo, pois de jeito nenhum quebraria o contato visual com Yuri. Desceu lentamente sobre o pau de Otabek, se apoiando nas pernas do namorado, rebolou suavemente, acostumando-se com o volume dentro de si e esperando a leve ardência passar. Yuri passou a tocar JJ novamente, bem como a si mesmo, impondo um ritmo errático e rápido com ambas as mãos. Logo, JJ já movia-se com mais intensidade sobre Otabek e o cazaque não tardou em lhe segurar os quadris com força e começar a arrefecer para dentro dele em seu próprio ritmo.

Yuri observava o membro de Otabek entrar e sair em JJ cada vez mais rápido e, ansioso, abandonou a tarefa que fazia em si mesmo e em Jean e pegou novamente o tubo de lubrificante. Deitou-se na cama, passando uma de suas pernas sobre uma das pernas de Otabek, querendo manter o contato com os outros enquanto começava a se acariciar na própria entrada.

— Caralho, Yuri! - Otabek falou, conseguindo ver o que loiro fazia, já que JJ tinha inclinado o corpo mais para frente, se empinando sobre o colo do namorado. JJ também olhou para Yuri e disse, ofegante:

— Quer ser o próximo, gatinho?

— Ainda não JJ, - Yuri movimentava um dedo dentro de si e já sondava a entrada com o segundo - não antes de comer você.

Otabek apertou com ainda mais força a cintura de JJ, arranhando levemente a área tatuada, ao sentir ele se contrair ao seu redor pelo prazer que as palavras do loiro lhe causaram. Aumentou ainda mais o ritmo das estocadas, sem tirar os olhos do que Yuri fazia. Quando sentiu a conhecida pressão começar a tomar conta de si, empurrou Jean com firmeza, mas ainda carinhosamente, para fazê-lo sair de cima de si.

— Yuri também precisa de um pouco de atenção, Jean.

Yuri retirou os dedos de si e segurou o próprio membro, olhando fixamente para JJ enquanto ele se posicionava acima de si, de frente, apoiando as mãos na cabeceira da cama. Quando estava todo dentro, Yuri girou os olhos e mordeu o lábio, antes de dizer:

— Quente…

Otabek levantou-se e se recostou na cabeceira. Jean rebolava no colo de Yuri e só percebeu o que o namorado tinha em mente quando este já tinha o membro bem à sua frente e lhe puxava em direção a este. Jean passou então a chupar Otabek, erguendo a mão para também acariciar o mamilo direito do namorado, área que sabia ter ficado ainda mais sensível depois da aplicação das jóias. Yuri passou a controlar o ritmo da penetração, agarrando as bandas da bunda de Jean com força, separando-as e apertando-as em si ao seu bel prazer.

— Mas que delícia de cu, Jay-jay.

A única resposta de Jean foi gemer profundamente com o membro de Otabek quase em sua garganta, sentindo sua próstata ser acertada por Yuri mais uma vez. E esse foi o limite para Otabek. O cazaque segurou a cabeça do de olhos azuis contra si e deixou que o prazer lhe inundasse, assim como seu líquido enchia a boca de Jean.

Yuri pôde ver quando Otabek se inclinou para beijar Jean e provar o próprio gosto da boca dele antes de se sentar ao lado deles, relaxando o corpo após seu orgasmo. O loiro ainda impunha um ritmo acelerado e Jean começara a se tocar também, em busca do próprio ápice. Quando percebeu isto, Otabek segurou a base do membro de Jean com certa força e disse, a voz mais séria do que de costume, quase autoritária.

— Não.

JJ entendeu e deixou escapar um gemido frustrado, saindo do colo de Yuri. Se não o fizesse não poderia se refrear como o cazaque queria. Otabek se aproximou do loiro e o beijou demoradamente, calando os xingamentos de protesto que este proferia e acariciando as coxas esguias suavemente, se deliciando ao perceber o arrepio que corria a pele pálida.

Instintivamente Yuri separou as pernas e logo Otabek lhe tocava lentamente, inserindo o dedo dentro de Yuri um pouco de cada vez. Quando já havia inserido dois e procurava pelo ponto de prazer do loiro, Otabek sentiu o toque de Jean em sua lombar. Seus dedos eram frios e estavam úmidos e o cazaque logo se reposicionou, ficando de quatro e dando acesso para que Jean fizesse consigo o mesmo que fazia com Yuri.

Otabek abafou o gemido que daria ao sentir a invasão do primeiro dedo de Jean beijando Yuri novamente. O loiro puxou-lhe pelos cabelos, tomando o controle do beijo e esticando a mão para tocar em seu pau, que já dava sinais de voltar a endurecer.

— Eu quero você dentro de mim Beka. - o loiro disse, com um olhar tão firme que fez Otabek se arrepiar.

— E eu mal posso esperar pra estar dentro de você, Beks. - Jean disse, inserindo outro dedo, e só a perspectiva de ter os dois ao mesmo tempo fez Otabek ficar fodidamente duro mais uma vez.

Ajustaram as posições, Jean ficando em pé ao lado da cama, Yuri deitado com as costas no colchão e as pernas suspensas de encontro ao peito, Otabek entre os dois, uma perna apoiada no chão e a outra dobrada sobre o colchão, inclinando o corpo sobre o do loiro.

Otabek ficou pronto para Jean primeiro, e deixou uma mordida no ombro de Yuri ao sentir o membro do canadense forçar a entrada em si. Por mais que tivesse sido bem preparado, a sensação ainda era um tanto incômoda, pois Jean era bastante grosso e Otabek não costumava assumir tal posição tão frequentemente.

— Aah, Beks… tão apertado… délicieux.

JJ ficou parado, tanto para deixar que Otabek se acostumasse, quanto para se controlar um pouco. Já estava perigosamente perto do limite desde que estivera sendo fodido por Yuri.

Yuri estava maravilhado pela expressão que Otabek tinha feito logo após ser penetrado por Jean. Quando o cazaque soltou seu ombro, tinha os olhos fechados e a boca aberta em uma expressão que misturava prazer e surpresa. Observar isso deixou Yuri ainda mais excitado e o loiro começou a se tocar no mesmo ritmo em que estimulava o moreno.

Não demorou muito e Otabek roçava sua glande no orifício de Yuri, apenas provocando, sem penetrar de fato. Mexia os quadris em movimentos circulares, arrancando suspiros de JJ atrás de si. O canadense metia em Otabek devagar e passava a mão nas costas largas dele, numa carícia reverente. Otabek podia sentir o metal de o piercing de Jean em seu interior e a sensação lhe causava arrepios deliciosos.

Yuri, que nunca foi muito paciente, já não aguentava mais a tortura que Otabek lhe impunha e, quando o moreno se encaixou sem forçar a entrada mais uma vez, o loiro prendeu as pernas na lateral do corpo do cazaque e puxou, forçando-o a penetrá-lo de uma vez só.

O movimento brusco fez os três gemerem alto e Otabek, estando no meio, foi quem começou a ditar o ritmo. Saía um pouco de dentro de Yuri, sentido Jean chegar mais fundo em si, e quando voltava a se enterrar no loiro, o membro de seu namorado atingia sua próstata deliciosamente. Depois de alguns movimentos lentos, as sensações começaram a ficar intensas demais para todos, e o ritmo se tornou mais urgente.

Agora era Jean quem determinava a velocidade das estocadas, e esta era cada vez, mais forte. Os sons dos três corpos se chocando só não era mais alto do que os dos gemidos dos três. Jean apertava a bunda de Otabek com força suficiente para deixar marcas e Yuri se masturbava, sentindo o cazaque lhe surrar a próstata. Otabek literalmente grunhia de prazer com o estímulo duplo.

Antes, porém, que fosse demais para os três, Yuri falou, ofegante.

— Troca.

Os outros dois não haviam entendido, então Yuri se afastou de Otabek, ficou de joelhos na cama e olhou diretamente para os olhos azuis do canadense.

— Troca. Eu falei que ia sentir JJ dentro de mim.

Trocaram as posições, Yuri ficando no meio dessa vez, Otabek de costas para si, com os braços apoiados na cama e a bunda levantada em sua direção. O loiro penetrou Otabek primeiro, lentamente, apertando a coxa do cazaque. Quando estava todo dentro sentiu Jean lhe provocar, passando a cabeça de seu membro e o piercing em sua entrada. Yuri rebolou, querendo logo sentí-lo dentro de si.

— Não enrola JJ. - Yuri queria soar exigente, mas sentiu Otabek se mover e sua voz saiu mais como um pedido.

— O que quiser, mon petit chaton. O que quiser.

Jean empurrou dentro de Yuri de uma vez só, aproveitando que a entrada do loiro já estava mais do que preparada. O russo gemeu alto, deliciado ao ser preenchido e com a novidade da sensação de sentir o metal do piercing em suas paredes. Jean, mais grosso do que Otabek, acertou sua próstata de primeira e Yuri não conseguia definir o que lhe dava mais prazer, o membro do canadense dentro de si ou sentir o interior de Otabek lhe apertando.

— Uau. Isso é…

O loiro sequer conseguia raciocinar o suficiente, sua visão nublando de prazer.

— Yu...Yura, mais forte.

A voz de Otabek soou ainda mais rouca, fazendo Yuri obedecer no mesmo instante e Jean gemer profundamente, também acelerando o ritmo.

— Está gostoso, Yuri? Fala pra mim o que você está sentindo.

JJ apertava o quadril de Yuri deixando a pele pálida vermelha sob seus dedos.

— Delicioso… Ah… Jean!

Yuri foi o primeiro a se desfazer, saindo de dentro de Otabek, sujando a curva das costas do cazaque com seu líquido, um grito rouco lhe rasgando a garganta.

— AH! Caralho! Hmmm… Beka!

Jean não parou os movimentos até sentir o próprio orgasmo lhe atingir, gozando na bunda de Yuri. Otabek deitou com as costas na cama, se tocando ferozmente enquanto observava as feições de prazer dos outros dois, Jean atacando o pescoço de Yuri, que tinha os olhos fechados, lhe sussurrando palavrões em francês entre os beijos e mordidas.

Quando sentiu o segundo ápice da noite, o corpo inteiro de Otabek se contraiu e arrepios passaram por sua espinha num orgasmo insanamente intenso, sendo atentamente observado pelos orbes azuis do namorado.

— Sempre tão gostoso, Beks. - Jean disse, fazendo Yuri abrir os olhos para observar o cazaque, que tinha gozo espalhado pelo abdômen e sorria pequeno na direção dos outros dois. Otabek se levantou, não se importando com o líquido escorrendo por sua pele, e se aproximou. Beijou Yuri primeiro, acariciando os cabelos loiros. Em seguida, trocou um beijo carinhoso com o namorado, mordendo seu lábio inferior.

Otabek quebrou o beijo, mas Jean ainda não estava satisfeito e puxou tanto o namorado quanto Yuri para um beijo triplo, as línguas se tocando fora das bocas. JJ deixou um selinho em cada um antes de dar um sorriso brilhante e dizer:

— Se a gente não deitar logo acho que vou cair.

Ao fim, os três limparam-se como podiam com lenços, exaustos demais para tomarem um banho. Quando se deitaram, Yuri se viu entre os dois morenos e os ainda três beijaram-se e deixaram as mãos passearam pelos corpos uns dos outros suavemente por alguns minutos, sentindo os resquícios do sabor das bebidas e um dos outros e apreciando as sensações dos toques antes de se entregarem ao sono.

(***)

As lembranças da noite anterior vinham como um soco.

Yuri não sabia definir o que sentia.

Caralho.

Tinha fodido os dois caras mais gostosos do campus.

O que faria? Morreria de vergonha se precisasse encarar um dos dois novamente. E deus, tinham se agarrado na frente de praticamente toda a universidade.
Dividia-se entre, orgulho e vontade de correr até a Rússia.

Sem contar que os dois eram namorados, Yuri tinha se metido no meio de um casal. Talvez fosse apenas um fetiche, uma diversão. Ainda não sabia dizer se deveria se sentir usado ou honrado.

A verdade era que tinha muitas coisas pra assimilar, e aquela dor de cabeça e fome dos infernos não estavam colaborando. Achava que a essa altura já não sentiria esse efeito, mas ao que parece foram poucas as horas de sono e definitivamente a larica se fazia presente.

As panquecas que tinha pedido foram postas sobre sua mesa e ele apenas agradeceu, não se dando ao trabalho de olhar a cara de quem entregara.

— Então é assim - ouviu a voz de sotaque forte dizer antes de sentar-se ao seu lado, logo o outro moreno sentou-se em seu outro lado. - Entra na nossa casa, usa do nosso corpinho delicioso, e nos abandona sem nem deixar o dinheiro do táxi?

— Menos Jean - Otabek interrompeu o monólogo canceriano do namorado - Por quê fugiu Yura?

Yuri não sabia o que deveria responder, não era óbvio? A festa acabara, sendo assim cada um tomava seu rumo, certo? Ele tinha sido a diversão e agora tinha acabado, vida que segue.

— Não pense que temos o costume de nos entregarmos assim - Jean começou, a boca cheia de panquecas, um filete de mel descia por seu queixo. Yuri queria lambê-lo. - Você não pode nos foder, literalmente, e nos largar. Somos um time, um trisal.

— Mas que porra vocês ‘tão falando?

— O que o Jean ‘tá querendo dizer Yura, é que nós gostaríamos, e ficariamos honrados, se você saísse com a gente - as bochechas do cazaque tornaram-se rosadas, ajeitou os óculos no nariz. - Em um encontro. Pra, você sabe…

— Meu deus, você consegue ser tão fodidamente lindo quando fica tímido Beks - JJ disse o interrompendo - Para namorarmos gatinho, para sermos namorados.

Yuri arregalou os olhos. Isso era sério?

— Que? De onde veio isso?

Foi Jean quem começou a responder:

— Na verdade a gente já tinha reparado em você, sabe? Até enchemos o saco da Mila pra te convencer a ir pra festa. Foi bastante decepcionante quando ela chegou sem você.

— Mas aí eu tive a ideia dela te marcar naquela foto nossa - Otabek continuou. - Eu tinha ouvido falar sobre como você enfrentou uma professora na aula, sua pose orgulhosa, e pensei que poderia funcionar apelar pra esse lado. Não me arrependo de nada.

— De nada mesmo. - Jean concordou.

— E você, Yura? Se arrepende? Olha , eu sei que a gente começou de um jeito muito…

— Gostoso.

— Eu ia dizer intenso, Jean. Enfim, se for demais pra você a gente entende, mas, gostaríamos de ter uma chance.

— Você aceita, ou não? - Otabek perguntara por fim.

Yuri olhava de um para o outro ainda sem acreditar totalmente no que estava acontecendo. Mas era real. Estava mesmo sendo chamado para ser namorado dos dois caras mais lindos que já tinha visto na vida.

Um sorriso brotou nos lábios do russo antes que respondesse.

— Eu aceito. Podem começar pagando essas panquecas e pedindo um pedaço daquela torta pra mim. Eu ‘tô faminto!

Afinal, arrependimento era a última coisa que sentia ao lembrar-se da noite passada!

4 de Marzo de 2018 a las 15:21 0 Reporte Insertar Seguir historia
4
Fin

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