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A voz de barítono do vocalista parecia fazer todo resto desaparecer, era linda, e carregava emoções que só eram transmitidas através da música, a paixão que ele exalava era inacreditável. A segurança e postura ao tocar e cantar me impressionaram​ desde o primeiro momento, ele parecia tão submerso, concentrado, quase como se estivesse sozinho e não na frente de algumas dezenas de pessoas. Se alguém ali havia nascido para música, esse alguém era ele. O encarei uma segunda vez senti o fôlego me escapar, olhos negros como o breu me encaravam de volta. E por um momento, apenas por um momento eu pensei ter dado meu telefone ao cara errad


Fanfiction Todo público.

#sasusaku #naruto #songfic
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Inazagi's Bar

Capítulo I



Delphic City em alguns dias havia se mostrado tão sem graça quanto a primeira impressão que eu havia tido ao por meus pés lá pela primeira vez. Era uma cidade pequena no litoral do estado de Oregon, com pouco mais de 60 mil habitantes, o litoral era uma vantagem inútil já que o tempo frio durante maior parte do tempo tornava a praia um atrativo quase sem valor para aqueles que a associassem a sol e calor, o que felizmente não era exatamente o meu caso. Eu preferia o clima ameno, nem muito quente, nem frio demais, a menos que eu pudesse ficar em casa embaixo de cobertores rodeada por porcarias que entupiriam minhas veias e posteriormente me levariam a morte, é eu tinha uma visão otimista do mundo.

Pelo pouco que eu sabia a economia da pequena cidade era movimentada na produção de madeira e energia, uma usina hidroelétrica a oeste da floresta, a abundância de rios e lagos eram consideráveis naquela área do estado. Minha mãe e eu havíamos nos mudado há exatos três dias, e hoje era meu primeiro domingo ali. Naturalmente, amanhã seria meu primeiro dia de aula quase na metade do ano letivo e eu sequer conseguia disfarçar minha insatisfação, minha mãe era gerente em um grande banco, com dezenas de filiais distribuídas pelo país.

A transferência dela havia nos pego de surpresa e não havia muito que pudesse ser feito, ela justificara como sendo uma medida que julgaram necessário para melhoraria do pólo em Delphic City e que seria uma mudança de excelente retorno financeiro para nós, éramos apenas eu e ela, sem irmãos, sem pai. Desde que eu me entendia por gente ela fora a única a estar ao meu lado e tinha dado duro para me criar com dignidade e conforto.

Como era meu primeiro domingo em Delphic, minha mãe insistira para que eu saísse, conhecesse o lugar, de acordo com ela eu deveria socializar e fazer amigos, ajudá-la a não sentir-se tão preocupada e culpada por ter me tirado da cidade onde crescera, e me levado para um estado onde não conhecíamos ninguém. E agora ali estava eu, dentro do carro estacionado na principal rua da cidade, observando o fluxo de pessoas e tentando decidir onde eu perderia algumas horas do meu tempo para fazer Mebuki Haruno feliz. Cinema, bar, lanchonete, uma cafeteria, e um pequeno shopping – que pelo pouco que pudera ver – não devia ser chamado de shopping.

Avaliei minhas opções naquele trecho do lugar. A rua estava um pouco movimentada, o fluxo de pessoas era frequente, entrando e saindo de todos os lugares disponíveis na cidade. Por fim, decidi que a cafeteria seria a melhor opção, o clima era propicio para um chocolate quente, ou um bom cappuccino, o outono naquele lugar parecia bem mais frio do que ao que estava acostumada. Analisei a fachada do lugar, parecia antigo, mas era bonito, com luzes neons que davam um contraste interessante com a cor das paredes de tom amarronzado. Apanhei minha bolsa e desci do veículo, adentrando o recinto e descobrindo que o ambiente era muito mais agradável do que aparentara ser a primeiro momento, talvez eu pudesse dar uma chance aquele lugar em especial.

Dirigi-me ao balcão onde uma bonita garota estava atendendo, dei uma olhada rápida sobre o cardápio e pedi por um chocolate quente, me contentaria em ficar por algum tempo lendo meu livro, bebericando o chocolate e observando as pessoas do local. Ocupei a mesa a esquerda do estabelecimento de onde eu teria a vista de todo o ambiente, inclusive seu exterior, já que a maior parte do lado direito graças a uma imensa vidraça me proporcionava uma visão do exterior e das pessoas que ali transitavam.

A garota do balcão parecia simpática, cabelos castanhos presos em dois coques no topo de sua cabeça, vez ou outra ela se virava para um garoto de cabelos escuros que também estava servindo as mesas e reclamava sobre algo que ele havia feito no dia anterior.

Havia notado alguns olhares curiosos sobre mim, inclusive dos funcionários do local, e eu não sabia bem se era por eu ser nova ali, já que ainda não tinha tanta certeza do tamanho daquela cidade e do quanto a população cuidava da vida um dos outros, ou se o interesse sobre mim era graças ao meu cabelo colorido. Era uma pena que a essa altura do campeonato diferenças como cor do cabelo ainda fosse tão exóticas a ponto de chamarem tanta atenção, e muitas vezes discriminação. E eu não me importava, eu me sentia bem dessa forma, e levara tempo para conseguir convencer minha mãe a me autorizar a me livrar das minhas mechas castanhas. Continuei voltando minha atenção para meu livro, e vez ou outra direcionava meu olhar as pessoas que entravam ou saiam do estabelecimento, era inevitável me sentir deslocada, eu não conhecia ninguém naquele lugar, por mim decidi que cansara e voltaria para casa. Levantei-me e despedi-me com um aceno para a garota do balcão, senti seus olhos me acompanharem até a saída.

Eu estava decidida a ir para casa, até que uma movimentação me chamou atenção, mais à frente algumas pessoas entravam em um bar que parecia bem movimentado. Que mal faria dar uma olhada? Afinal, pelo que havia visto não havia muito que eu pudesse fazer em um domingo à noite naquela pequena cidade. Definitivamente não estava vestida para ocasião, mas o que isso importava?

A música estava em um volume agradável, o que não dificultava que as pessoas conversassem, havia algumas mesas de sinuca, mesas dispostas por todo o espaço e vários bancos encostados no balcão, e foi onde me sentei. O som de risadas me chamou atenção, um grupo de adolescentes parecia comemorar algo, observei-os rapidamente, nada muito fora do padrão, quatro garotos com alguns copos sobre a mesa, e três garotas junto a eles. Uma delas, de cabelos castanhos estava pendurada no pescoço de um garoto alto e musculoso que provavelmente era bem mais jovem do que parecia ser, ele tinha cabelos longos e lisos.

Junto ao grupo também estava um garoto loiro que ria de uma forma estranha, quase que constrangedora, sem o menor pudor ou vergonha da risada indiscreta. As outras duas meninas estavam sentadas nas cadeiras em volta da mesa. Uma delas estava abraçada ao segundo cara que eu havia notado assim que entrei, ela tinha cabelo extremamente escuro e a pele muito clara, a outra garota era uma loira muito bonita. Outro menino era ruivo, e gato, bem gato, mas eles quase me passaram que despercebidos depois que vi quem era o centro daquela comemoração.

No centro da bagunça estava um rapaz que parecia ser também adolescente. Teria dezessete, talvez dezoito anos, ele ostentava um sorriso debochado e não parecia dispensar muita atenção e importância para confusão que se desenrolava ao seu redor. Parecia o tipo de cara que visivelmente estava acostumado a atenção, e na realidade não dava a mínima para ela, e talvez até mesmo desgostasse desse fato, mas quem poderia culpá-los, o garoto parecia arrancar suspiros por onde passava, não pude deixar de olhar em volta e notar que volta e meia alguém direcionava seu olhar para a mesa onde eles estavam.

Os cabelos escuros, um rosto de dar inveja em muitos modelos famosos, acompanhados por alguns músculos, formavam um conjunto perigoso. Balancei a cabeça e parei de observar por um momento, sorri disfarçadamente, refletindo o quanto aquilo soava clichê, e quando levantei minha visão fui pega por um par de olhos tão escuros, que pareciam enxergar minha alma. O olhar era curioso, ainda que parecesse desinteressado, o senti me avaliando, ergui o queixo e sustentei o olhar o máximo que pude até que uma ponta de timidez e constrangimento me traísse, fazendo que eu desviasse os olhos para outra direção e perder o contato. E por um momento, só por momento pensei que talvez Delphic City pudesse ser muito mais interessante do que eu imaginara.

Pedi uma cerveja, pretendia não beber muito, definitivamente não queria uma ressaca na manhã seguinte. Voltei minha atenção para o visor de meu celular, vária mensagens de Karin, minha melhor amiga, ela protestava firmemente sobre a minha falta de consideração em respondê-la e atualizá-la sobre as novidades da nova cidade. Eu sentiria falta disso, de seu interesse e animação sobre tudo que me envolvia, e o grande apoio e consideração que eu recebia dela. Graças à distância eu não conseguiria encontrá-la com a frequência desejada, talvez a faculdade facilitasse – ou não – mas até lá não restava muito a ser feito.

— Cabelo legal. — Me sobressaltei com a inesperada interrupção de meus pensamentos, eu estava tão absorta que sequer notara a aproximação do garoto ruivo. O encarei inquisitória e me dei conta que ele era uma das pessoas que eu notara mais cedo, ao chegar no local.

—Posso? — Ele perguntou indicando o assento ao meu lado. Balancei a cabeça afirmativamente.

— É nova em Delphic? —Perguntou.

— Tão fácil notar forasteiros?

— Digamos que você é bastante singular — Ele disse apontando para o meu cabelo, referindo-se a exótica cor dos meus fios. — E se eu houvesse encontrado com você em outra ocasião, eu com certeza me recordaria. — O rapaz sorriu, e lá estavam os primeiros níveis de galanteio. Eu teria revirado os olhos se ele não fosse tão bonito.

O barman àquela altura havia posto um copo a frente do rapaz, sem que esse precisasse dizer nada, o que me levava a pensar que a presença do jovem era frequente no estabelecimento.

Descobri que ele se chamava Gaara e tocava em uma banda com os amigos, e que se apresentariam ali naquela noite. O jovem era educado e simpático, fazendo várias perguntas de onde eu vinha e o que me levara a me mudar para o oeste do país.

— Já conheceu muita gente aqui? —Perguntou dando um gole em sua bebida. Eu não sentia o cheiro de álcool vindo do hálito do rapaz então julguei que ele talvez não estivesse bebendo.

— Na verdade, você é o primeiro.

Eu tinha que admitir que era uma boa coisa conhecer alguém, eu definitivamente não tinha vocação para me sentir largada como a novata, então ou chutaria o balde e focaria no meu egocentrismo, ou daria uma chance as pessoas que se aproximassem. E como se o fato dele ser legal não fosse o suficiente para ter a minha atenção, o cara era um gato.

— Posso te apresentar alguns amigos na cidade. – Ele disse sorrindo. — Me passa seu telefone — Ele estendeu o próprio aparelho em minha direção e continuou. — E se me der o errado eu saberei, tenho certeza que ainda vamos nos encontrar por aqui.

Por um momento cogitei em dar o número errado, só pela audácia de me cobrar isso, mas no último momento desisti, salvei meu contato e devolvi o aparelho a Gaara.

— Eu vou te ligar. – Ele disse. – Agora tenho que ir, está na hora. – O ruivo apontou para a mesa onde estava anteriormente e onde o grupo de garotos levantava um a um e se dirigia ao palco vários metros à frente. — Você devia ficar e nos ouvir tocar essa noite, prometo que nosso som vale a pena. — Acenou e saiu em direção aos companheiros.

Pensei por um momento em ir ou ficar, mas que mal teria de ficar um pouco mais? E no fim, talvez eu tivesse uma quedinha por bandas independentes.

Observei em volta, o local estava bem mais cheio do que quando eu entrara, a maioria das mesas estava ocupadas e pude notar um grupo de meninas que pareciam bem animadinhas pelo grupo que tomava posição no palco. Voltei meus olhos para Gaara e o observei apanhar um baixo e ajustar o som, e o microfone no pedestal a sua frente. O garoto loiro da risada indiscreta estava agora sentado a bateria, e o moreno que mais parecia um modelo da Calvin Klein se posicionou ao centro com uma guitarra. O rapaz de cabelos longos se posicionou a direita do moreno com outra guitarra em mãos.

— Boa noite, Inazagi. Nós somos Assault Rock 97 espero que possam aproveitar nossa música hoje. – O moreno com a guitarra falou com muita segurança, e pude ver algumas garotas sorrindo de orelha a orelha e encarando avidamente o palco, principalmente o jovem que falava naquele momento.

Ouvi a contagem na bateria, e logo o som do grupo preencheu o local, aos poucos pude compreender a pegada da banda, e eles eram bons. Gaara cantava bem, muito bem, mas àquela altura eu não conseguia mais dividir minha atenção, após ouvir a voz do garoto de cabelos negros, eu decidi que se o talento tinha forma, era aquela.

A voz de barítono parecia fazer todo resto desaparecer, era linda, e apaixonante. As primeiras estrofes me impressionaram de verdade e realmente me questionei se aquela era uma banda de garagem de uma pequena cidade. Eles pareciam um só, pareciam estar na mesma vibe e sintonia, ainda que o vocalista se destacasse, pois, a paixão que ele exalava era inacreditável. A segurança e postura ao tocar e cantar me impressionara desde o primeiro momento, ele parecia tão submerso, concentrado, quase como se estivesse sozinho e não na frente de algumas dezenas de pessoas. Se alguém ali havia nascido para música, esse alguém era aquele cara. E por um momento, apenas por um momento eu pensei ter dado meu telefone ao cara errado.

27 de Febrero de 2018 a las 18:20 0 Reporte Insertar Seguir historia
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