gloryneko Glory Neko

Seu cabelo rosa, ondulando no sussurro gelado da penumbra, parecia cinza; sem dúvidas pela falta de luz, mas uma parte de mim contava que era porque Natsu lidava tanto com a melancolia e a morte que suas cores desbotavam junto às chamas do inferno; outra parte, a mesma que implorava para que ele me apertasse até que doesse, dizia que Natsu estava banhado em minhas cinzas. Coberto pelo resíduo queimado do que sobrava da minha alma que morria aos poucos dentro do cubículo pútrido de uma cela. [oneshot - NaLu]


Fanfiction Sólo para mayores de 18.

#nalu #fairy-tail #Lucy-Natsu
Cuento corto
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Submissão.

B U R N I N G

D E S I R E

Capítulo Único

O prazer me entorpece, mas eu ainda estou chorando; a dor boa e a ruim misturando-se tanto, como uma nuvem macia e outra densa com uma eletricidade que machuca, tão juntas que fica difícil discernir quando uma começa e outra termina. Só sei que meus dedos estão entrando e saindo, por cima e por baixo, molhados e calorosos, enfiando fundo pelo abismo da minha boca e do meio das minhas pernas. Eles ainda estão sangrando, mas minha alma também sangra, gotejante, tanto que meu corpo já se acostumou a nadar no mar grudento e vermelho. Mas, conforme chego perto de gozar, minhas pernas desistem de lutar, tremendo, e me afogar no meu oceano vermelho de dores e prazeres não parece ser um destino distante.

Escuto, mas não sei de ainda estou enxergando. Deitada no chão roto daquela cela, com pedaços de sujeira gelada chiando quando se grudam ao suor quente das minhas pernas abertas, penso se você me vê. Se está escondido na escuridão, o rosto amassado nas grades, conversando com as sombras da mesma forma com que conversa comigo. Penso, penso, penso. Penso se seus olhos escuros estão abertos, sem piscar, encarando minhas unhas arranhando minhas coxas quando me toco e penso (penso, penso, penso) nos seus dentes e em como queria que eles cumprissem o papel de me machucar.

Estou me afogando e pensando. Pensando e me afogando, não necessariamente nessa ordem, porque o que importa é que estou imaginando você. Ainda do lado de fora da cela, observando, querendo apertar minha carne dolorida nas mãos e beijá-la até que eu não possa pensar em nada que não seja sua língua sugando meu suor.

— Ah, Natsu — estou gemendo e alucinando. Abrindo os olhos depois de enfiar o dedo para dentro, olhando para as grades e imaginando ver olhos sombrios e tão fundos quanto meus dedos no meio das minhas coxas.

Escuto um rosnado e não sei se ele surgiu depois de entrar pelos meus ouvidos ou se meus demônios internos estão fazendo barulho ao rastejarem dentro da minha cabeça. Você também é um demônio, você também rasteja, tanto que quando percebo de novo alguém rosnando, sei que é você engolindo meus pensamentos. Fazendo morada no meu cérebro e se sentando no seu trono como um rei.

Você parece estar implorando, Lucy. Está implorando? Está?

Estou? Estou implorando ou estou escutando o ruído áspero da cela abrindo?

Estou implorando ou vendo você se aproximar e, cheirando a sexo e morte, torcer o pescoço para o lado e colocar a língua comprida para fora? Suas garras brilham e posso imaginá-las me cutucando por dentro.

Me responda, Lucy. Está implorando?

Seu cabelo rosa, ondulando no sussurro gelado da penumbra, parecia cinza; sem dúvidas pela falta de luz, mas uma parte de mim contava que era porque você lidava tanto com a melancolia e a morte que suas cores desbotavam junto às chamas do inferno; outra parte, a mesma que implorava para que ele me apertasse até que doesse, dizia que você estava banhado em minhas cinzas. Coberto pelo resíduo queimado do que sobrava da minha alma que morria aos poucos dentro do cubículo pútrido de uma cela.

Seus olhos brilhavam como bolas de vidro quando, me olhando no rosto, enfiei mais um dedo para dentro e gritei, gozando, explodindo de dentro para fora, me sentindo viva por um segundo, mas morta no outro quando o alívio do orgasmo durou um milésimo frio e cruel de segundo antes que outra onda de necessidade e desejo doloroso me afogasse, me empurrando para baixo, conforme você, Natsu, me observava ao longe e se alimentava do meu tormento.

Ainda me olha com seus olhos de demônio quando pensei (pensei?) e sua frase ecoou: Está implorando?

Está implorando?

— Estou. Toda e completamente.

26 de Febrero de 2018 a las 23:54 1 Reporte Insertar Seguir historia
5
Fin

Conoce al autor

Glory Neko 16 anos • Cisne Negro — Publico majoritariamente angst e romance e há 6 anos tento exceder meus limites como escritora.

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Karimy Lubarino Karimy Lubarino
Primeiro Nalu que leio. Gostei muito da tensão, das descrições sutis e da história em um todo. Parabéns!
March 04, 2018, 12:47
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