sapphire Saint Sapphie

Há seis meses atrás, Nishinoya Yuu e Asahi Azumane decidiram assumir namoro e permanecer juntos desde então. Porém, há algo a incomodar o menor, o que o leva à procura de seus amigos para conseguir auxilio quanto à questão que tanto mexe consigo. "É mais oficial do que a minha virgindade voltando."


Fanfiction Sólo para mayores de 21 (adultos). © Todos os direitos reservados.

#Haikyuu!! #Yaoi #Lemon #AsaNoya #Asahi/Nishinoya
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Capítulo I - Tem que ser ousado.

- Você e o Asahi tão namorando há seis meses e vocês nunca transaram?


Caralho, eu sei.


Eu sei. Isso é estranho para caralho e suspeito para caramba, mas eu juro que é verdade, juro de dedinho, e não é como se eu me orgulhasse disso. É mais real que o Tanaka fazendo careta aqui, agora, na minha frente, ZOANDO REAL OFICIAL, e eu nem deveria procurar esse bando de filhos da mãe para falarmos sobre esse tipo de assunto porque a probabilidade de me dizerem coisas absurdas ao invés de darem conselhos de verdade é de noventa e nove por cento de chances, mas vejam bem, se eu os procurei é porque, no mínimo, o desespero é grande. Então antes que a coisa piore, deixem-me fazer uma breve apresentação e introdução à essa merda aqui: oi, o meu nome é Nishinoya Yuu, um desvirgem que está vendo a hora se virginar de novo e eu não sei o que diabos eu tô falando, mas acho que já deu pra entender que o problema é unicamente falta de sexo e fogo acumulado na ré que se eu peidar eu viro um Power Ranger de tanta faísca.


Só para deixar claro, meu namorado é o cara mais incrível do mundo. Entretanto, fazem exatamente seis meses no qual eu olho para este homem, quase morro de tesão e fico só nisso mesmo. Infelizmente a vida parece ter ciúmes do neném aqui e me obriga à ficar só na bronha. Motivo? Eu juro, eu não sei, e é justamente esse o problema. Asahi Azumane foi o cara que conheci no qual me bagunçou todo, mas não de maneira ruim. Sabe aquela bagunça gostosa que tu não quer que se ajeite nunca, porque tu se sente bem com ela? Pela primeira vez eu senti as reais borboletas no estômago, vi o céu ficar rosa – mais viado que eu? -, vi florzinhas nascerem ao redor de seus pés enquanto ele caminhava em minha direção em câmera lenta ao som de Careless Whisper do George Michael, e foi quando eu olhei para aquela barbicha, o cabelo liso e sedoso e o queixo quadrado que eu disse “meu, eu dou muito é o cu”. E acabou que, por ironia – e auxílio – do destino, Asahi também apaixonou-se por mim, e depois de muita insistência dele – cof cof -, nós passamos de grandes amigos para namorados. Eu amo meu grandão e poderia considerar nosso relacionamento perfeito, mas nem tudo é um mar de rosas e existe um porém: nós nunca transamos. Seis meses, nenhuma transa, e isso pode não ser problema para alguns, mas para mim é, e um baita problemão. Qual é, já viram o meu namorado? Me perdoem as expressões chulas, mas é extremamente deprimente ficar só no beijo, ter que voltar para casa com o pau só o requeijão e ficar só naquilo ali mesmo porque você está irritado e chateado demais para tentar na mão ou qualquer coisa do tipo, além da sensação estranha de que tu não é atraente o suficiente para darem um passo à mais na relação, mesmo depois de seis meses.


A verdade é que eu e Asahi somos diferentes. Em absolutamente tudo, com exceção de ambos gostarmos de vôlei, nosso esporte favorito, inegavelmente o fator que nos uniu para a vida toda além do amor, claro. Mas Asahi é alguém no qual ninguém relacionaria à Nishinoya em quesito de características e particularidades. Sério, e é tipo, algo no qual tu percebe facilmente, só de olhar. Não é preciso muito esforço para distinguir nós dois, já que ambos acabamos por demonstrar nossas distinções de maneira notória. Não que eu não goste do Asahi do jeitinho que ele é, claro, acho que ele é aquela partezinha do quebra-cabeça que completa meu todo, mas existem os contras além dos prós porque uma desgraça sempre tem que ter. E sinceramente, sei que são fodendo seis meses de relacionamento, mas ainda sinto que não sei lidar com uma parte dele em específico; parte essa que bem, por mais que eu tente, eu não consigo explicar em palavras. Então...


- É... É isso aí.


- Nem uma mamadinha? – Tanaka indagou. Eu neguei, derrotado. – Cê tá zoando, buiú.


- Nem um beijinho na ponta do pau, meu. É sério.


- Real oficial?


- Mais oficial do que a minha virgindade voltando.


- Pois tá errado isso aí, termine.


- Puta que pariu, se liga aí. Eu sei que um namoro não se resume à sexo. – Kageyama comentou. – Mas é tipo uma consequência, tá ligado? Tipo, seis fodendo meses? Nishinoya, como diabos você...


- Nem uma pegadinha na bunda? Apertadinha na piroca? – Tanaka interrompeu. Hinata corou em resposta.


- Senpai, é constrangedor quando você fala normalmente como se não fosse nada.


- Meu querido, eu nunca nem tive vergonha na cara mesmo.


- Nam. Necas de pitibiriba. – Suspirei. – Eu tô pra subir pelas paredes de tanto fogo.


- Cara, já tentou falar com ele sobre?


- O quê? Tipo, chegar no Asahi e dizer “oi meu bebê, bora falar de trepa”? Nem fodendo!


- Então aí é que tá, viado. – Tanaka retrucou. – Tem que chegar no gingado, botar pra quebrar, balançar essa raba e conseguir a foda. Ou tá achando que é de mão beijada? Quer transar? You better work, bitch.


- Argh! – Cocei a nuca. – Isso é tãããão complicado, cara.


- É impressão minha ou cê tá nervoso?


- O quê? Eu? Nem!


- Noya. – Tobio me fitou. Admito, o olhar dele às vezes assusta. – Você tem vergonha de falar sobre isso com ele?


- Meu, mas que porra? – Indaguei estranhando. – Por que eu teria vergonha de bater papo sobre sexo com meu homem?


- Porque tu é ex raparigueiro. – Shoyou respondeu prontamente. Tanaka riu para caralho e eu fingi surpresa.


- Meu querido, licença!?


- Negue não que a gente tá de prova.


- Uati iu tolkin abau?[I]


- Tá se fazendo de besta por que? – Tanaka sorriu. – Nishinoya Yuu, éramos o quarteto parada dura.


- Ainda somos.


- É, mas tu começou a namorar e fodeu os esquemas. – Retrucou. – Tá achando que a gente esquece dos seus tempos sombrios? Minha cabeça é pior que privada, só decora as merdas.


- E só tem merda também, senpai. - Hinata provocou. Kageyama concordou.


- Show de bosta.


- Ih, pois tá é vendo, viu? – Pigarreei. Por algum motivo, me sentia um tanto nervoso.


- A verdade é que tu saiu de uma vida e começou outra completamente diferente depois de Asahi. Normal, pô, vida de quem se apaixona e só tem olhos pro boy magia. – Ele comentou tranquilamente. – Mas não vai negar que a coisa antes dele era completamente diferente.


- Noya-senpai começava a farra já na quarta. – Shoyou completou, com cara de “eu lembro como se fosse ontem”. Eu quis rir de nervoso. Tanaka apontou para ele como se dissesse “aí ó, tá vendo? Escuta o muleque que ele sabe das coisas”. – E que fosse o que Deus quisesse, porque só terminava os festejos no domingo à meia noite.


- Meia noite em ponto, porque se fosse 23:59 ainda era domingo e, segundo o senhor, ainda dava tempo de festejar mais um pouquinho.


- Exagero da porra é esse?


- Exagero nada, eu tava lá, irmão.


- Não se trata de vergonha, meu. – Tentei me defender, mas os meninos não pareceram muito convencidos. – É só...


- Só...?


- Só... Só não sei como chegar nele, sabe?


- Ah, qual é. – Tanaka riu. – Toda vez que tinha balada tu era o pior. Chegava e paquerava na maior cara de pau, conseguia pelo menos uma foda e agora tu vem me dizer que não sabe como chegar no cara? No teu namorado? Teu boy!?


- Não ria! – Meu rosto pareceu esquentar mais do que já estava. Precisei suspirar fundo. – É sério.


- Cara, ele tá realmente nervoso.


- Noya, é só relaxar. – Tobio pediu. – É normal ter vergonha do namorado.


- Mas eu não...


- Cala a boca, cabeça de papagaio. – Ryuu logo interferiu. – Tá estampado na tua testa, então nem vem de garfo que nóis é sopa. – Eu fiz bico e cruzei os braços. Kageyama pareceu concordar com a fala do meu melhor amigo.


- Aparentemente, cê não tá sabendo como chegar nele por vergonha ou coisa assim.


- É que Asahi é diferente! – Expliquei. Eles piscaram os olhos.


- Diferente em que sentido?


- Ah cara, essa porra toda é diferente, sabe?


- Por obséquio, explicais.


- Não sei, velho. Não é problema comigo, é tipo... Tipo com ele, tá ligado? Asahi é... Huh, ele é diferente. Asahi não é alguém que a gente encontra numa balada ou sei lá em que merda. Tá dando pra entender, né?– Cocei o pescoço, marcando-o levemente com as unhas. – É que tipo, são dois tipos de pessoa, sabe? Existem as descartáveis e as não descartáveis. E o Asahi...


- Asahi é reciclável?


- Asahi é meu eterno, cara.


- OWWWWWN! – Hinata colocou as mãos na face. Kageyama bateu palmas junto à Ryuu.


- Ah não gente, sem besteira.


- Não acredito que vivi tempo o suficiente pra ver “Nishinoya, o Comedor” sendo fofinho assim, bicho.


- Puta que pariu, tu vai me ajudar ou não vai?


- Ah seu vou. – Tanaka respondeu. – Ô ruivo, pega lá na bolsa um caderno e uma caneta que vai ser do caralho.


- Ih. – Tobio suspirou enquanto Hinata obedecia prontamente ao seu veterano. – Não sei no que o Tanaka tá pensando, e sinceramente eu imagino que seja merda de todo jeito...


- Vai zoando, buiú. – Ele fez careta. Kageyama pareceu nem ligar.


- ... E justamente por isso é que eu te pergunto: tem certeza que não prefere bater papo com alguém mais experiente, tipo o Daichi?


- Tá drogado, irmão? Daichi e Asahi são boceta e clitóris. Eu dou minha cara à tapa se Daichi não contar pra ele qualquer coisinha que a gente fale.


- Sem contar que ele é experiente só no papel, porque não era ele que tava nas rave de beco fritando pra caralho com a gente, né?


- Aqui! – Hinata chegou correndo com o caderno de Tanaka, que por acaso é dos TRANSFORMERS e eu gostaria muito que cês tirassem onda para caralho. Grato.


- Anota aí na folha, ruivo: “como conquistar um cara”.


- Misericórdia... – Kageyama pôs a mão na própria testa.


- Anotado!


- Pronto. Bem no centro?


- É pra pôr bem no centro? – Arqueou uma sobrancelha.


- No meio, pô. Pra ficar organizado.


- Eu errei.


- E foi? Me diga uma novidade.


- Espera. – Ele arrancou uma folha para escrever em outra. Quando terminou, mostrou a folha para Ryuu com as palavras escritas no centro, porém no meio da folha.


- Aí não, anão! – Tanaka gritou e Tobio riu. – Em cima. Lá em cima! Só que centralizado, tá ligado?


- O quê?


- Me dá aqui essa porra. – Kageyama puxou o caderno e a caneta das mãos do menor. Hinata fez careta.


- Abusado.


- Abusado que cê adora.


- HMMMMMMMMMMM BOIOLAS – Provoquei, porque se não for pra bagunçar eu nem falo. Tobio me mostrou a língua antes de voltar a escrever.


– Pronto. Fala, careca.


- Careca sua avó, carniça.


- Vai logo que eu tô ansioso. – Retruquei. Tanaka pigarreou.


- Vai. A ideia é fazer uma lista com coisas para se conquistar um cara.


- Conquistar ele já tá conquistado. – Arqueei uma sobrancelha. – Não seria “seduzir”?


- “Conquistar” soa mais classudo. Deixa.


- Tsc, fresco do caralho.


- NÚMERO UM! – Ryuu animou-se. – Quem tem ideia pro número um?


- Chegar nele e dizer que tá afim de foder?


Tanaka olhou para Tobio, que olhou pra mim, que olhei para Tanaka. Primeira coisa que Ryuu fez foi negar com a cabeça.


- Hinata, eu quero o teu ban do quarteto.


- E o que foi que eu fiz!?


- Vamos fingir que Shoyou não tá aqui, é isto. – Kageyama estalou a língua no céu da boca e Hinata tentou protestar, mas o rapaz não deu a mínima. – Acho que é uma boa ter brinquedinhos sexuais na gaveta. Apimentar essa porra.


- Eu tenho um plug anal...


- Plug anal é lei de todo viado, Noyado. – Ryuu comentou.


- Quando eu falo de brinquedinho, pode associar à vontade com amarras, mordaças e qualquer coisa para botar pra foder, literalmente.


- Okay... – Tive de aceitar, porque né. Kageyama mantinha a mão em movimento, anotando tudo. – E o que eu faço? Tipo, só comprar e pá?


- Compra e mostra pra ele.


- Puta que pariu, viu? Eu não consigo nem chegar e falar de uma mamada pra ele, imagine mostrar algema e essas merdas aí.


- Pois dá um jeito dele descobrir, oras. – Ryuu deu de ombros. – Noya, Noya, você tá é ruim dos esquemas.


- Então rasga[II], sabichão. Como eu desenrolo?


- Cof cof. – Tanaka levantou-se. – Hinata, me ajuda aqui. Tu é o Asahi e eu o Yuu.


- Mas que caralhos...


- Entendido! – Shoyou animou-se, parecendo concentrar-se no seu papel de Asahi Azumane depois de se levantar. – An-han...


- Amor! – Tanaka exclamou, se aproximando. – Tenho uma novidade, meu docinho de coco!


- Ah, minha cocadinha! – Hinata fica todo bobo e eu sinto minhas bochechas esquentarem. – Fale meu amor, sou todo ouvidoooos!


- Tu não sabe. – Ryuu fez pose, empinando a bunda. – Sabe o Tanaka? Meu melhor amigo do mundo todo, o cara mais legal dessa terra? Ele me deu um presente! Como sempre, Tanaka adivinhando tudo o que preciso e sendo maravilhoso.


- Vai se achando desse jeito, diabo do meu nojo.


- Sério, chuchu? – Shoyou ignorou minhas palavras. – E o que foi que ele te deu?


- Aih... – Ryuu pareceu gemer enquanto remexia-se levemente. É impressão minha ou ele está tentando ser sexy? – Ele me deu um kit bondage...


- Kit bondage?


- Ai amor, tava pensando.... Vamo testar? Ver se o produto é bom e tal...


- HAHAHAHAHAHAHAHA GENIAL! – Tobio ria em resposta enquanto Hinata se divertia, mesmo que corado. Eu cruzei os braços e inflei as bochechas.


- Tão achando que berimbau é gaita? Eu não falo assim nem ferrando!


- É aqui que chegamos ao segundo ponto, meu querido Noya: ser sedutor.


- Ser... Se... Du... Tor. – Kageyama anotou. Hinata assentiu.


- Faz caras e bocas, rebola essa bunda gostosa, seja ousado!


- Ousa... Espera, ousado é o terceiro ponto?


- Exatamente, caro Tobiano. – Tanaka respondeu. – Tá pegando a manha, hein?


- Aqui é sucesso, meu lindo. – Ele continuou à escrever. – Foi, terceiro ponto.


- Pra mim cês tão enfeitando demais. – Hinata cruzou os braços. Os meninos fizeram cara feia.


- E tu tem ideia melhor, ruivo? Porque sinceramente...


- Noya-senpai é sedutor e ousado. Sempre foi. – Comentou. Eu juro que chega senti o ar faltar em surpresa. – Custa ser ele mesmo?


- Ser ele mesmo é muito simplificado. – Ryuu logo respondeu. – Tem que dar um “tchan” na coisa.


- Sinceramente, vocês não tão com calor não?


De maneira inesperada, as portas da sala se abrem. Era Tsukishima encostando-se na porta com a cara de cu de sempre e bem, por um momento, eu realmente havia esquecido que estávamos passando tempo demais ali na salinha onde a galera guarda as bolas e essas coisas enquanto tava todo mundo treinando.


- Tsukki! – Shoyou exclamou em cumprimento.


- Não me chama assim, anão.


- Só quem pode é o macho dele.


- Ih, é mesmo. Esqueci.


- Que macho? – Kei piscou.


- Nem se faça de desentendido.


- Vai zoando, careca. – Ele suspirou, irritado. – Aí, Ennoshita já tá sentindo falta dos malas do time então é bom agilizarem aí essa merda.


- Quem são os malas do time?...


-...


- Somos nós, Hinata.


- Aí, zoa não! – Ele fez cara de choro. – Não sou mala!


- Chorão.


- Sério, tô só dando aviso, mas vocês que se fodam aí. – Tsukishima deu sinal de que ia sair, quando de repente Tanaka deu um pulo.


- PERA LÁ, QUATRO-OLHOS!


- Quatro-olhos sua mãe, nojento.


- Tsukishima, diz algo que a gente possa fazer pra conquistar um cara.


- Nascer de novo. – Estalou a língua no céu da boca. – Tchau.


- Tá fresquin, né? Tomou banho de bica, foi? – Ryuu fez careta. – Sério, ajuda aí, pô.


- É questão de vida ou morte. – Shoyou fez careta. Kei suspirou, cruzando os braços.


- Nem acredito que vou perder meu tempo... – Ele suspirou. – Meu, não especificamente um cara, mas pra conquistar qualquer pessoa é só tu não ser chato.


- QUARTO PONTO! Seja bacana.


- Mas eu sou bacana, qual é. – Me defendi. Tsukishima piscou os olhos.


- Você não tem namorado, Yuu?


- Ah... É que...


- Os dois nunca furaram. – Tobio diz enquanto anota o suposto quarto ponto. Eu quis matar Kageyama na mesma hora.


- Isso, rasga pra todo mundo, cão dos infernos...


- Espera. – Tsukishima Kei pareceu estranhar. – Vocês já estão há um tempo juntos, não estão?


- Estamos...


- Seis fodendo meses, Tsukishima. – Ryuu respondeu. O loiro assobiou. – Surpreendente, não é?


- Eu perguntaria se ambos ainda eram virgens e decidiram transar só depois do casamento, mas sei que Nishinoya perdeu o cabaço faz tempo.


- E quem não sabe, né?


- Nossa, vai se foder. – Eu estava incrédulo. Poxa, eu sou tão pervertido assim?


- Então o que quer, exatamente, não é conquistar o Asahi. Quer transar com ele.


- É...


- Merda. – Ele suspirou. – O que já botaram aí?


- Primeiro: ter brinquedo sexual. – Kageyama começou a ler. – Adendo: mostrar pra ele que tem. Segundo: ser sedutor. Terceiro: ser ousado e quarto: ser bacana.


- Coloque o quinto: ter iniciativa.


- Huh?


- É simples. – Tsukishima ajeitou o óculos na face. – Todos temos conhecimento sobre o passado de Yuu...


- Porra, quer me rebaixar diga logo, girafa.


- ... E sabemos que não é uma pessoa de cunho tímido e derivados.


- Viji como ele tá culto. – Tanaka riu. – “cunho”.


- “De cunho tímido e derivadooooos”. – Hinata fez careta, tirando a maior onda, fazendo os outros rirem para caramba. Kei revirou os olhos e fez como que ia sair dali.


- Tchau.


- PERA, CALMA! – Tanaka deu um grito. – Tava só de zoa, bicho. Vai, continua.


- Então. – Ele pigarreou, voltando. – Como eu já disse, é só olhar as personalidades de ambos. Não é difícil perceber que Asahi é bem diferente do Nishinoya. Ele é bem recluso e gentil.


- Tá dizendo que eu não sou gentil, quatro-olhos?


- Tô dizendo nada. Tô dizendo que ele provavelmente não consiga arranjar um meio de chegar em ti.


- E a conclusão?


- Tenha a iniciativa e veja no que dá.


- Como?


- Seja você, Nishinoya. Faça como sempre fez.


- Eu disse isso aí mais cedo. – Hinata bufou, cruzando os braços. – Eu disse, eu disse!


- Cala a boca, cabeça de abóbora. – Ryuu retrucou. – Kageyama! Anotou o quinto ponto?


- Faz tempo.


- Pronto, agora que já dei o ar da graça, tchau e tomem no cu. – Tsukishima saiu. Tanaka levantou-se, pegando o caderno de Tobio e arrancando a folha logo em seguida.


– Tó. – Me estendeu. – Eu tava querendo botar umas dez, mas...


- Mas...?


- Mas eu não quero mais, é isto.


- Poxa, muito obrigado, melhor amigo do mundo inteiro.


- Vai dar bom. – Ele sorriu, se achando. – É só seguir o que tem na lista. Tenta hoje, assim que ele chegar da faculdade.


- Cara, ele volta exausto.


- Por isso mesmo, tem que botar pra relaxar.


- WOOOOO EU ENTENDI! – Shoyou riu safado. Kageyama revirou os olhos.


- Sem-vergonha.


- Tua mãe, seu merda.


- Num fale de mainha não!


- HINATAAAAAAAAAAAAA!? – A voz do treinador pode ser ouvida lá fora. – Cadê os meninos? Que descanso demorado é esse?


- Tão fofocando ali no depósito. – Tsukishima logo respondeu. Tanaka fez careta.


- Loiro arrombado da porra! – Abriu a porta, saindo em disparada com os outros dois. – Tamo aqui!


Os rapazes se afastaram, caminhando até a quadra, iniciando uma série de provocações e farpas contra Tsukishima, que tava cagando e andando para eles. Eu pisquei os olhos um tanto atordoado, me permitindo observar aquela lista consideravelmente ridícula por um momento. Lá estavam os cinco ponto bem organizados, e provavelmente eu devesse me sentir melhor ao lê-la mas aquilo só serviu para me desanimar para cacete. Um suspiro. Veja bem, é difícil. Eu tive planos construídos em segundos para chegar em alguém por anos, mas com Asahi é diferente. Ele me transtornou todo como um tornado e desde então eu sou eu, só que diferente. Bem diferente, aliás. É aquela tal parte chata dele que me impede de tomar decisões ou iniciativas... Na verdade, eu vivo em cima do muro, e por mais terrível que seja eu sei muito bem o motivo. O Nishinoya Yuu do ano passado era um cara no qual não pensava muito bem, de fato – nem venham me chamar de burro, que a parada aqui é outra. -. Eu creio que agora eu possa admitir que as consequências para tudo existem e eu percebo cada uma delas. Nunca tive a oportunidade de me apaixonar por alguém antes de Asahi Azumane ou encarar a temida responsabilidade de estar em um relacionamento sério e não entrar em desespero profundo por causa dela. Qual é. Eu nunca pensei que um dia eu ficaria de merdinha com o boy, ia andar de mão dada na rua com uma penca de gente olhando e chamar alguém de “meu”.


Sabe, eu acho que tenho medo de perdê-lo. Por isso a cautela exagerada.


Quando o treino teve fim, finalmente voltei para casa. Pensei umas quarenta mil vezes em jogar a porcaria da lista fora, entretanto, segurá-la me deixava mais seguro. Eu sei lá, porra. Era tipo uma prova de que eu não tava sozinho nessa, tá ligado? Única decisão que prestou foi namorar o Asahi, porque de resto só deu ruim – ave Maria, dá ruim desde o dia que eu nasci. Era mãe me parindo, o médico olhando e dizendo “é, deu ruim”. -. Ao menos dessa vez meus amigos me ajudaram, então a decisão meio que já estava tomada e eu iria me esforçar. E, porra, não se trata só do sexo propriamente dito. Sexo não prova nada, mas é um meio de demonstrar confiança e amor quando se ama alguém, não é? Cara, eu não sei exatamente. Nunca transei com alguém que amo. Dizem que é diferente, e eu aposto meu rabo que é, por isso quero fazê-lo.


Entrei em casa, comi alguma coisa, tomei um puta banho demorado e saí, vestindo somente a calça azul do pijama. Antes de me deitar, tive a sensação estranha de tudo estar quieto demais, então logo liguei a caixinha de som na bancada ao lado – que por acaso custou minha dignidade. -, conectei-a ao celular e deixei rolar já que meu gosto musical varia para caramba. A melodia gostosa de “If I Don’t Have You” pairou sobre o local, e por um curto período de tempo, senti-me relaxado. Sabe, Tanaka havia me falado para ter com Asahi assim que ele chegasse da faculdade, mas porra, tava tarde para caramba e eu não queria atrapalhar. Deitei-me na cama. Ainda havia uma toalha mediana em minha cabeça, no qual eu usava para esfregar os fios e secá-los. Olhei para o celular. Nenhuma chamada, nenhuma mensagem. Eu deveria ligar para ele? E se ele estivesse estudando? Ah não, velho, eu não quero ser estorvo não, bicho. Faculdade é diferente, né? Dizem que na faculdade não pode ficar de vagabundagem não senão ó, o pau come. Um suspiro. Cacete, eu quero falar com meu namorado. Eu sinto falta dele.


Será que um “oizinho” atrapalha? Atrapalha não, né?


É só um oi, vai ser top.


Logo, desconectei o celular da caixinha de música, mas para conectá-la ao notebook, que estava próximo. Por algum motivo, meus ouvidos ainda não deram-se por satisfeitos após o término da música. Logo, meus dedos digitaram o número dele em uma rapidez que me surpreendera. Levei o telefone até a orelha. Uma chamada. Duas. Três chamadas. Quatro. Merda, ele dormiu? Cinco chamadas.


- Noya! – Atendeu. Sua voz do outro lado da linha me causou arrepios junto ao calor no coração.


- Grandão! – Um sorriso formou-se em meus lábios. Pareço um idiota, não pareço? – Ah, eu te acordei?


- Claro que não. – Respondeu. – Eu acabei de tomar banho... Está ouvindo aquelas músicas coreanas de novo?


- Mas não vai estudar? – Indaguei. Ignorei deu comentário sobre “Electric Heart” que tocava ao fundo.


- Terminei faz pouco tempo. Hoje nós saímos mais cedo.


- Tá zoando?


- Legal, né? – Riu. Caralho, que risada gostosa.... – E você? Já tá em casa?


- Cheguei já faz uma meia hora.


- Comeu? Tomou banho? Estudou?


- Tô de bucho cheio, cheiroso pra dedéu e... Olha, sobre estudar...


- Não parou pra revisar matéria, né?


- Bem...


- Pequeno. – Asahi me chamou. Já estava preparado para a “bronca”. – Sabe que daqui à pouco tu faz dezoito, sai do colégio e presta vestibular.


- Eu sei, eu sei...


- Sei que se esforça, mas só mais um pouco. Okay?


- Okay!


- Promete dar tudo de si?


- Juro de dedinho.


- Tanto quanto no vôlei?


- Tanto quanto no... Ah, pera aí. – Cocei a nuca. – Aí já é demais, viu? Vôlei pelo menos me interessa.


- Tsc, ao menos finge, Noya...


- Tá bom. Eu juro solenemente que eu vou me esforçar.


- É assim que se fala.


- Mas não hoje! – Comentei rapidamente. Asahi suspirou do outro lado da linha. – Digo, cara, eu acabei de chegar e quero falar contigo. Já fazem quantos dias que a gente não se fala direito? Uns três, quatro?


- Ah, isso é saudade? – Ele riu. Ruborizei, viado.

- N-não, é que... Bem...


- Vai fazer mais alguma coisa? Arrumar quarto, organizar material...?


- Bem, não exatamente.


- Então, eu sou todo seu.


Ah, meu. Todo meu.


Meu corpo estremeceu dos pés à cabeça em resposta ao efeito que Asahi Azumane me causa todas as vezes em que decide falar assim. Caralho, esse homem, de verdade, olhem para esse homem e sintam comigo a pressão que ele faz surgir em meu peito. Asahi é como virose que se alastra pelo corpo gradativamente e te deixa sem reação. Quando tu percebe ele já tomou conta de si, do seu corpo, dos seus pensamentos, do seu todo. Ele faz estrago se está longe, faz estrago se tá perto, imagina se vem com a audácia de me dizer algo como um “eu sou todo seu”. Puta que pariu, meu! Cara, dá pra acreditar que esse cara é meu? Só meu? Só para e pensa um pouco, olha pra ele. Qual é, não é difícil perceber o motivo do meu baixo ventre doer toda vez que meu olhar encontra o dele ou quando sua voz me invade o corpo como onda do mar. Eu mordi o lábio inferior impulsivamente, sentindo-me extremamente vulnerável naquele momento. Eu o quero, ah, merda, como o quero. Todo pra mim, só pra mim, aqui, agora.


- O que está fazendo?... – Indaguei baixo. Ele logo respondera.


- Eu estou deitado agora.


- No quarto?


- Sim, no quarto. – Confirmou.


- Já se vestiu?


- Uhum. Você também?


- Sim. – Suspirei. – Tô deitado também.


- Agasalhado? Tá fazendo frio.


- Você sente frio para caramba, mas eu não. Sabe que sou calorento. – Sorri.


- Às vezes esqueço que tu é meu oposto, pequeno.


- Asahi.


- Hn?


- Eu sinto tua falta.


Suspirei novamente. Suas palavras anteriores ainda rodavam por minha mente, deixando-me inquieto. Ele calou-se. Provavelmente surpreso demais para ter uma resposta pronta na ponta da língua.


- Eu te quero aqui. – Continuei. A voz baixa e mansa, sinais de alguém que está se esforçando para controlar os hormônios e parecer firme. – Aqui, do meu lado. Queria que estivesse deitado comigo.


- Ah, pequeno... – Finalmente, deixou-me ouvir sua voz carinhosa. – Eu também sinto sua falta.


- Sente? Sente da mesma forma que eu sinto?


- Como... Da mesma forma que sente?


- Eu sinto falta do teu carinho. – Desabafei. Fechei os olhos, porque queria vislumbrar um Asahi deitado ao meu lado, acariciando meus fios como sempre fazia. – Teu abraço, teu contato. Eu quero sentir seu toque em mim, seu beijo no topo da testa ou na minha boca.


Esse não era o tipo de conversa que nós tínhamos normalmente. Mas mesmo que tudo aquilo parecesse acanhado demais ou algo do tipo, no fim das contas, aquela lista mal feita não parecia ser tão inútil assim. Subitamente eu me recordei de cada palavra, mais especificamente o último ponto abordado por Tsukishima, e percebi que ele conseguia englobar todos os outros diretamente. Inclusive me amaldiçoei por um momento por ter coragem o suficiente para seguir qualquer conselho que viesse da boca de um cara tão grosseiro e atrevido como Kei, mas parecia correto. Fazia tanto sentido quanto toda a insegurança que eu vinha sentido, e provavelmente não haveria mudança se tudo não partisse de mim, em primeira instância. Suspirei. Eu nunca havia tentado uma sex call antes, todavia, já havia feito sexting[III], então deduzi que fosse praticamente a mesma coisa... Porém, usando de sua voz ao invés dos dedos em movimento constante para saciar ao outro e à sí próprio também.


- Você sente minha falta, Asahi? Do meu carinho, do meu...


- Eu sinto falta de ti todo, Nishinoya Yuu.


Meu ar falhara por um momento quando ele me interrompera de repente. Respire fundo, Noya. Não pira agora.


- Sabe, se cê tivesse aqui, eu iria me entregar pra ti. – Suspirei, recuperando o ar perdido. Meu coração parecia querer sair pela boca, provavelmente em resposta à ansiedade e o nervoso aparente de reconhecer o quão imprevisíveis eram as respostas de meu namorado. – Te deixar deitar no meu peito, afagar os pelinhos da tua nuca.


- Nuca...?


- Sim, amor. Gosta de quando toco na tua nuca?


- Eu... – Ele parecia confuso. Contive a vontade extrema de desligar o telefone na cara dele e fingir que caí no sono. – Sim...


- Ah, ótimo! – Sorri. – Então, eu tocaria ali e onde você mais quisesse.


- Noya, isso é tortura. – Comentou. Ri baixinho.


- Você quer? Feche os olhos, Asahi. É só imaginar meus dedos na tua nuca. Consegue?


- Eu... – Ele sussurrou. Eu sabia que ele estava tentando de verdade e não consegui conter o riso gostoso.


- Estão se movendo lentamente, de cima para baixo. – Completei. Asahi calou-se, o que me preocupou um pouco. – De baixo para cima... De cima para baixo... – Sem ao menos perceber, meus dedos moveram-se levemente em conjunto às palavras, tocando o lençol. – Sente? – Não obtive resposta imediata. Por um momento, minhas cordas vocais pareceram travar. Entretanto, por sorte, logo Asahi fez-se presente do outro lado da linha novamente.


- Eu sinto. – Respondeu baixinho. – Céus, Noya...


- Que há? Não é bom?


- Está me arrepiando.


Meus pelos provavelmente reconheceram a palavra, pois assim que a mesma fora proferida, eles eriçaram em resposta. Merda. As borboletas no estômago não paravam quietas.


- Meu polegar. – Dei continuidade. – Ele encosta no teu maxilar e te faz carinho bem ali. Ainda está arrepiado?


- Estou. – Respondeu de imediato. – É que... Deus, seus dedos não param...


Merda. Mil vezes merda.


Asahi Azumane vai me fazer perder qualquer resquício de sanidade.


- Posso te beijar?


Indaguei, quase como que em um impulso. Fitei o teto de maneira fixa, mas não como se houvesse algo ali no qual me chamasse atenção. Na verdade, minha mente trabalhava duro quando tratando-se de imaginar meu namorado ali, comigo, bem pertinho, todo arrepiado e vulnerável pra mim.


- Me beijar?...


- Imagine meus lábios onde meu polegar te toca. – Retomei a fala. Meu baixo ventre já respondia com leves pontadas. – Ali. Eles estalam baixinho.


- Eu ouvi. – Ele respondeu. Meu corpo esquentara como fogo se alastrando em uma fogueira.


- Eles sobem mais um pouco. Eu formo uma trilha de beijos até tua boca. Nossos lábios se unem, Asahi, e eu não quero sair dali agora, porque tô louco pra matar essa saudade que sinto de ti. Minha boca se moveria contra a tua devagar, porque quero sentir o gosto de cada pedacinho do teu lábio. O gosto amargo do cigarro que você fuma vez ou outra.


O sabor invade minha língua e eu salivo. Não seria dos mais agradáveis se não viesse da boca do cara mais sexy do mundo.


- Deve ser ruim pra ti... – Baixinho, ele comentou.


- Não é. Na verdade, é até bom. – Sorri pequeno. – É bom porque estou te beijando.


- Então você não liga?


- Claro que não. – Sussurrei. – Nunca seria algo ruim pra mim, grandão.


- Amor... – Ele murmurou. Meus sentidos se aguçaram e um arrepio percorreu por minha pele.


- Diga.


- Eu ainda estou arrepiado.


- É porque teu corpo quer mais. – Eu não sabia bem o que dizer. Asahi estava acabando com meu auto controle.


- Eu... – Ele hesitou por um momento. O ouvi suspirar do outro lado da linha. – Acho que quero...


- Ainda está de olhos fechados?


- Estou.


- Quero que sinta cada palavra minha, Asahi. Pode fazê-lo?


Silêncio. Meu coração mantinha-se em disparada depois do rapaz ter, praticamente, confirmado que queria mais do que aquilo. Meu corpo fervia e eu era vulcão prestes à explodir. À espera pela voz do maior parecia durar uma eternidade enquanto meus ouvidos faziam o trabalho árduo de focarem-se tanto no telefonema quanto na melodia coreana que acabara de ter início: “Today Somehow”. Minha mente tão atrevida ousava em imaginar o quão belo seria o contraste da voz de Asahi junto aos graves da canção.


- Eu creio que posso, amor.


Explosão. Meu íntimo era bagunça. Minha respiração tornara-se ofegante e meu interior parecia pulsar em resposta às contrações de meu corpo.


- Minha mão se move enquanto tua boca ainda se encosta à minha. – Suspirei. Minhas veias queimavam.- Ela quer mais te ti, mas a camisa está atrapalhando.


- Eu vou tirar.


- Tire.


Ele se cala. O tinido da camisa sendo rapidamente arrancada é audível do outro lado da linha. Nunca achei que um dia eu teria a iniciativa de fazer acontecer um sex call, e de repente senti as palavras se embaralharem na minha mente. Mesmo assim, desistir não era uma opção.


- A destra percorre pelo teu peito. – Continuo. – Ela o sente por inteiro, inclusive desce um pouco para teus gominhos. Eu sinto cada um deles, Asahi, bem delineados nesse abdômen malhado. – A imagem dele deitado ao meu lado me fez salivar.


- Você acaricia...


- Sim, amor. – Confirmei. – Está sentindo?


- Estou. – Respondeu firmemente, mesmo que baixo.


- Sente frio?


- Um pouco.


- Então deixe-me ajudá-lo. – Suspirei. – Imagine meu corpo colado ao teu. Minha mão gosta dos seus gominhos, mas acho que ela prefere tocar um outro lugar.


- Ela vai descer?...


- Quer que ela desça?


- Eu preciso que ela desça, Noya. – Seu tom mais me pareceu uma súplica e havia certa entonação no “preciso”. Ao fundo, OFA proferia um dos poucos versos em inglês contidos na música: “uh, we’ll go out for the stars, no matter where you are”.


- Ela desce. – Comentei. Minha mão seguia à risca as instruções que eu dava ao meu namorado. A direita tocara o abdômen magro e desnudo, lentamente arrastando-se até a cós da calça azul e folgada. – Devagarzinho, sem pressa... Eu quero te sentir, amor.


- Hn... – Asahi suspirou pesadamente. Eu nem estava acreditando naquilo tudo.


- Mais um pouco...


- Eu sou um pouco impaciente, Noya.


- Ah, é? – Minha voz saíra rouca. Era impressão minha ou Asahi já estava perdendo as estribeiras?


- Eu guiaria tua mão. – Ele começou. – Entrelaçaria meus dedos entre os seus e os levaria para um lugar mágico.


“Uh, come come hop in my car, he’ll take us very far”.


Minha respiração falhou. Meu membro pareceu acordar de um segundo para o outro.


- Hum... – Minha mão encontrara-se com o pênis rijo por cima da calça. Lentamente, ela o acariciara.


- Meus dedos o tocariam, Asahi. – Continuei. – Ainda devagar, porque quero que tu sinta cada pedacinho do que posso proporcionar à ti.


- Só serei conivente se me deixar compensar depois.


- Estou ansioso para isso, amor. – Sorri. – Eu o massagearia enquanto minha boca brincava com teu abdômen...


- Ele quer te ver.


- Eu sei que quer. – Respondi, afoito. – Quer mostrá-lo?


- Eu o tiraria. – Ele comentou. – O deixaria bem à vontade e à tua disposição.


- E o que quer que eu faça, Asahi Azumane?


- Brinque com ele. Ele quer tua atenção. Anseia por isso há tempos.


Acho que perdi o mínimo da sanidade que me sobrara quando o ouvi ditar tais palavras.


- Céus. – Suspirei. – Ele é grande, Asahi?...


- Dezoito centímetros está bom para ti?


- Pelos deuses. – Meu ar pareceu desaparecer. Senti o pênis pulsar por dentro da calça e, de maneira desajeitada, lhe dei liberdade fora dela. A cabeça já encharcava-se com o pré-gozo.


- Não o quer?


- Quero. Ah meu Deus, eu quero. – A excitação do momento me obrigara à gemer baixo. – Eu o tocaria. O envolveria com minha destra e o sentiria.


- Ah, Noya... – Ele gemeu. Meu interior remexeu-se tanto à ponto de me fazer gemer também.


- Eu beijaria a ponta dessa glande inchada e vermelha. – Mordi o lábio inferior por um momento. – Lamberia com gosto esse pré-gozo e colocaria na boca a cabecinha do teu pau.


- Chupa, amor.


- Eu vou. – Respondi ao seu pedido manhoso. – Lambuzar toda a cabecinha... Quer que eu a deixe bem molhada?


- Quero... – Pude imaginar Asahi tocando o membro do outro lado da linha. A cena fantasiosa só me atiçou mais.


- Você sente, amor? – Indaguei rouco. – Minha língua passeando pela ponta do teu membro?


- Põe ele na boca...


- Quer que eu mame todo?


- Uhum. – Respondeu entre suspiros. Asahi estava se masturbando e isso me enlouquecia.


- Então eu o abocanharia. – Sussurrei. – Chuparia de cima para baixo, subindo e descendo, gostoso... Do jeito que tu gosta.


- Se garante na oral, Yuu?


- Te faço alcançar o paraíso em poucos segundos.


- Puta merda. – Ele murmurou. Não sei ao certo, mas o palavrão me fez arfar de tesão. – Eu empurraria tua cabeça pra baixo. Quero sentir meu pau na tua goela.


- Droga, enfia fundo, Asahi. – Meu pênis pulsou em resposta aos movimentos de minha mão. – Ah, merda. Goza na minha boca.


- Ah, quero gozar dentro de ti.


- Então faz. – A voz saíra falha, sendo dificultada pela respiração ofegante. – Eu quero que me foda.


- Não agora. – Respondeu. Respirei fundo. – Quero que sinta minha boca molhada aí embaixo.


- Ah, céus... – Gemi manhoso.


- Eu inverteria as posições. – Iniciou, fazendo um arrepio percorrer por meu corpo. – Levantaria essas tuas coxas grossas e beijaria teu pau, de cima para baixo.


- Oh...


- Minha língua desceria um pouco mais, Noya... Bem para o lugar onde você quer que eu te foda.


Em segundos, minha calça fora parar em qualquer canto do quarto. Meus dedos lambuzaram-se com o pré-gozo do membro e percorreram até chegarem à intimidade, tocando-a levemente.


- Meus lábios estalariam em beijos e mais beijos em teu ânus e minha língua brincaria com ele. Ela é um pouco curiosa, se importa se entrar?


- Entra... – Supliquei. O êxtase invadia-me o corpo e me deixava louco.


- Ela entra e sai. Quero te deixar bem molhadinho pra poder te foder gostoso. Não é isso o que quer?


- Ah, eu... – Meus dedos me penetram. Meu lábio inferior é mordido com força. – Hn...


- Eu coloco dois de meus dedos ali dentro, no lugar da língua. Eu os pressiono para cima e vou bem fundo.


- Droga. – Sussurrei. Meus gemidos escapavam sem permissão alguma. – Ah, grandão...


- Estoca com vontade, Noya. – Ordenou. Imediatamente eu o fiz, sem nem pensar duas vezes. – Ah, Deus...


- A-Asahi... Tá pulsando...


Meus dedos moviam-se ali dentro com gosto. Meu membro suplicava por atenção, mas meus dedos da mão esquerda mantinham-se firmes no telefone, apertando-o com certa força, provavelmente para garantir que eu não perdesse nenhum dos gemidos deliciosos que Asahi soltava do outro lado da linha. Era maravilhoso. Minha imaginação fértil construíra toda a cena de um Asahi Azumane ali, um pouco abaixo de mim, penetrando-me com seus dedos ágeis como ele bem queria. Quanto mais eu os movia, mais o êxtase alastrava-se em meu interior e o baixo-ventre respondia em pontadas fortes de prazer; eu estava perto. Parte do lençol estava molhado, meu pênis untuoso de sêmen dava-me sinais o suficientes para que eu soubesse que só precisava de mais um pouco para que eu me desmanchasse por completo pensando nele. Meus dedos dos pés esticaram-se, e eu me contorci levemente. Meu corpo todo baguncava-se em alerta, como se anunciasse de todas as formas mais gostosas possíveis que queria mais, necessitava de mais. Entre gemidos e suspiros fundos, tentei avisá-lo com certa dificuldade.


- G-grandão... Eu v-vou...


- Não, amor, não goza.


- Hn?... – Indaguei um tanto desnorteado.


- Para essa mão. Para.


- Asahi...


- Eu disse para parar.


Eu parei.


Meu corpo tremia em resposta ao orgasmo inalcançado. Levei a mão até a boca, cobrindo-a, sentindo o corpo mover-se em razão da força que eu usava para poder normalizar a respiração. Por um momento, tive de permanecer em silêncio enquanto concentrava-me em conter o gozo, que já estava prestes à sujar todo o colchão. Suspirei. Aos poucos, fui retomando a minha atenção à tudo que não fosse tão somente o pulsar descontrolado de meu membro: o quarto, a música que tocava baixa ao meu lado... O telefone. Um segundo suspiro escapou de meus lábios. Finalmente havia parado para refletir sobre as palavras de meu namorado, e por um momento tentei ouvir algum gemido ou qualquer tinido seu que denunciasse o mantimento de seus atos depois de pedir-me, estranhamente, para parar. Mas não havia. Asahi parara com os suspiros e qualquer coisa que me deixasse louco naquele momento. Eu havia feito alguma coisa errada? Merda. Estava em cima do muro de novo. O que ele queria?


- Asahi?...


Eu o chamei, baixinho. Em primeiro momento ele não me respondera. A ligação havia caído? Ah, não. Eu ouvia. O tinido de tecidos ou alguma coisa do tipo, baixo, ao longe, mas ouvia. Comprimi os lábios. Pensei em chamá-lo novamente, mas aguardei por sua resposta.


- Noya?


- Grandão?...


- Você não gozou, gozou? – Finalmente, senti meu corpo relaxar ao ouvir sua voz. Eu neguei com a cabeça.


- N-não, eu... Quase...


- Pode aguentar só mais um pouco?


- Asahi, o que você...


- Dez minutos e eu estarei aí.


- O quê? – Pisquei os olhos, atordoado. O ouvi rir baixo.


- Dez minutos, Nishinoya Yuu. – Respondeu, rouco. – Dez minutos e eu te farei ter a melhor foda da tua vida. Vale a espera?


Um suspiro.


Minha mente não conseguira digerir cada uma das palavras dele com rapidez. Sabe, à cada segundo que passava-se, ele me surpreendia mais. Eram seis meses de namoro e mais alguns anos de convívio, mas só agora eu pude conhecer uma parte de seu eu que manteve-se às escondidas durante todo esse tempo. Meu baixo-ventre fisgou. A ficha havia caído e meu corpo voltara a queimar como brasa. Um sorriso delineou-se em meus lábios avermelhados e inchados por conta das mordidas enquanto minha destra, ainda trêmula, encontrava-se aos fios de cabelo um tanto mais secos, afagando-os em seguida. Droga. Eu estava ansioso e excitado, e esperava que, no mínimo, ele tivesse noção do que me causara e soubesse de uma boa maneira para compensar esse “tempo” que havia tomado. E quando minha respiração ofegante finalmente havia me dado a chance de poder dar-lhe uma resposta, as palavras logo saíram lentamente, sem pressa alguma, não contendo o desejo por trás de cada uma delas.


- É claro que vale.


Puta que pariu, agora vai.




×××××

I - "Uati iu tolkin abau?" seria "What you talking about?". É uma maneira bem errada de se usar o inglês, embolando a lingua. A ideia não é realmente ser bom no inglês, mas zoar utilizando o idioma de maneira errada.

II - "Rasga" é uma expressão usada equivalente ao "diz", "fala", "desembucha".

III - "Sexting" é sexo por texto.

×××××


26 de Febrero de 2018 a las 18:59 1 Reporte Insertar Seguir historia
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Leer el siguiente capítulo Capítulo II - Nossa canção de amor para maiores.

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Machadorisos . Machadorisos .
EU TO CHOCADA EM PARIS COM ISSO MIGA DO CÉU QUE CAPÍTULO FOI ESSEEEEEEEEEEE?! Fazia tempo que eu não lia um hot bom assim, Sassinhora foi babadeiro viu! Eu adorei! Você escreve de uma maneira bastante fluída, isso faz com que seja muito fácil imaginar as cenas, eu realmente adorei!
May 25, 2019, 08:34
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