maria-natalia-messias-camargos Maria Natalia Messias Camargos

Ruas desertas de uma cidade fantasma, era a isso que as cidades do mundo inteiro haviam sido reduzidas. Apenas o som do silêncio podia ser ouvido em meio aos destroços do que um dia fora um mundo habitado por humanos. É como dizem, um dia do caçador, outro da caça. Os humanos feriram esse mundo e hoje… ele nos fere de volta. Um jogo de sobrevivência, onde dentre desastres naturais, pragas divinas ou doenças, ficaram simplesmente apenas os mais fortes, dignos de dominar esse novo mundo, nascido dos destroços do antigo mundo.


Post-apocalíptico Sólo para mayores de 18. © Todos Os Direitos Reservados

#apocalípse #ação #recomeço #reconstrução #Ínicio #morte #violência
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Prólogo

18 de Fevereiro de 2021


Ruas antes movimentadas, agora se encontram desertas. Onde antes diversas pessoas um dia caminhavam, hoje, apenas uma jovem caminha pela calçada. O mundo como antes conhecíamos caiu, um novo mundo se levanta das cinzas do o que um dia fora o mundo que desbravamos. Quando fechamos nossos olhos, ainda é possível ouvir os gritos de desespero, os pedidos de ajuda, as súplicas e orações por clemência do um dia tão adorado Deus, nosso pai criador.


A jovem então para, cruzando seus braços sob o peito enquanto olha para cima, seus olhos se perdem no cinza nublado e morto do o que já fora um belo céu azul, os olhos castanhos se perdem no vazio cinza. Uma garota que ainda não acreditava no fim do mundo, hoje o presenciou em primeira mão, como o destino é hipócrita e irônico ao mesmo tempo. O cheiro de podridão toma o local, invadindo as narinas alheias, queimando seu interior, porém, isso já não mais importa, já estava acostumada ao odor podre rotineiro desse novo mundo já fazia quase dois anos após o desastre global.


A jovem coloca suas mãos nos bolsos do jeans surrados e volta a andar. Por onde passava, cadáveres deformados de jovens e velhos, homens e mulheres, pintavam o cenário digno de um filme de ficção científica e terror, cadáveres empilhados ou simplesmente jogados por ai se misturavam ao sangue seco ao chão e o fedor de carne em decomposição, porém, a jovem não se importava com rotineira cena, a mesma já sabia que a primeira cheia, as águas limpariam aquela cena mórbida e as criaturas aquáticas fariam bom proveito daqueles cadáveres.


- Por erro dos outros, por erro dos outros os que não tinham culpa de nada pagam, pagam caro sendo obrigados a caminhar por este mundo mórbido, lutar por sua própria sobrevivência e de seus familiares, neste mundo hostil _ A jovem sussurra para si mesma enquanto andava _ Mas que merda! _ A jovem esbraveja com raiva, acertando um chute em uma latinha enferrujada que se encontrava em seu caminho.


Enquanto anda, lembranças pairam no ar, tomando seus pensamentos, flash de cenas horríveis, acontecimentos passados que mesmo já tendo passado, ainda a assombravam a noite. A garota de cabelos de fogo observa o cenário à sua volta, frio, escuro e vazio, essas três palavras resumiam o que restou do o que um dia já fora uma grande cidade.


Ela se lembrava de cada rua, o movimento, as pessoas atrasadas para o trabalho pela manhã, os usuários de drogas nos becos pedindo esmolas para comprar o beque do dia ou sua amada cocaína. Drogas, meio encontrado por pessoas de espírito fraco para esquecer seus problemas, se aventurando em meio à ilusão de um mundo feliz proporcionado pela brisa decorrente ao uso das drogas.


A jovem para, voltando sua atenção para o muro de tijolos úmidos com odor podre de fungos e sangue. Ela reconhecia aquele muro, conhecia bem aquele beco. Antigamente, aquele beco era frequentado por drogados e meretrizes, vendendo seus belos corpos em troca de alguns trocados para comprar comida ou alimentar seus vícios em drogas e bebidas. Aquele lugar sempre fora podre.


Fechando seus olhos novamente com sua face voltada novamente para o céu nublado e cinza, uma pequena lágrima quente insiste em rolar por seu rosto pálido e frio ao se lembrar de sua amiga que se prostituía naquele beco todas as noites para de manhã ter com o que alimentar seus irmãos mais novos. A mesma amiga que ela assistira petrificada pelo medo, sendo morta por uma criatura a qual não pertencia mais a este mundo. Ela assistiu petrificada por seu medo, sua amiga sendo rasgada e devorada viva por aquelas coisas vindas do próprio inferno, congelada no mesmo lugar, o mesmo tomava conta de seu corpo em um momento de pura covardia.


- Serena! _ Voz masculina pode ser ouvida ao longe, chamando a jovem.


Ainda com os olhos fechados e a face voltada para cima, a jovem levanta um de seus braços para frente, em sua mão, objeto bem conhecido na situação atual do mundo, um cano metálico mirado para seu alvo, um puxar de gatilho e pronto.


- Volta pro inferno de onde não deveria ter saído _ A jovem diz tranquila, antes de puxar o gatilho da pistola equipada com silenciador para não chamar mais atenção indesejada para si.


Segundos, este foi o tempo necessário para se ouvir algo pesado caindo no chão, com um giro no ar, a pistola já se encontrava guardada novamente na capa localizada na cintura da ruiva. Ao abrir os olhos, a jovem se depara com uma mutação humanoide em acelerado estado de decomposição, aquilo tinha a estatura de uma criança de 12 anos, agora, caída à sua frente, já esvaída de vida, o corpo de um cadáver inerte no chão.


- Bom tiro, tem meu respeito depois dessa _ Diz um jovem alto, de cabelos castanho claros, quase loiros e olhos amendoados. O rapaz se aproxima da jovem trajando de uniformes militares, mais especificamente, das forças armadas locais.


- Ainda era tão jovem... _ A ruiva diz se abaixando, ficando próxima ao corpo enquanto observa atentamente o cadáver, sua feição não era de nojo ou repulsa, mas sim... pena _ Ainda tinha muito pela frente para ter uma morte miserável dessas _ Completa em um suspiro antes de se levantar e seguir em silêncio para fora do beco, novamente com suas mãos em seus bolsos surrados e cheios de poeira pela rua deserta.


- Não encare isso como um fim meu amor. A morte não é um fim, mas sim, merecido descanso aos bons soldados que já cumpriram seu dever aqui na terra _ O rapaz diz acompanhando a ruiva até a saída do beco, logo, abraçando os ombros da mais nova enquanto andavam lado a lado.


- Hum... _ A jovem resmunga sem muito interesse, retornando ao vasto perdido de suas lembranças.


- Vem... _ O jovem diz enquanto segura a mais nova pela mão _ Vamos para casa antes que mais companhias indesejadas decidam aparecer para nos incomodar _ O rapaz completa com fraco sorriso direcionado a mais nova enquanto param ao lado de uma moto preta, claramente não nova, porém, bem conservada.


A jovem apenas suspira em resposta, logo pegando o capacete preto das mãos do rapaz, o qual ainda sorria para ela, mesmo na situação em que ambos se encontravam, não apenas eles, como o resto do mundo. Antes da jovem colocar o capacete, o rapaz a puxa delicadamente pelo queixo, unindo seus lábios aos dela em tranquilo e casto selar, o que consegue de certa forma, tirar um pequeno sorriso do rosto de porcelana da jovem ruiva.


Ambos colocam os capacetes e finalmente sobem na moto, dando partida e saindo em disparada pelas ruas agora desertas da cidade. Um sorriso surge em meio aos lábios do mais velho, sendo percebido pela mais nova através do retrovisor, porém, antes que a jovem possa dizer qualquer coisa, o motor da moto ronca alto, ecoando por cada beco daquela deserta avenida. A jovem apenas tem tempo de atingir o mais velho com mediano soco nos ombros após o ocorrido, nos tempos em que o mundo se encontrava, barulhos altos no meio de campo aberto poderia significar morte, e garota agora observa com feição quente de raiva, o homem que a acompanhava nessa vistoria de campo, rindo feito uma criança após muito provavelmente, ter decretado a sentença de morte de ambos.


- Você perdeu completamente o juízo ou a sanidade seu idiota?! _ A mais nova esbraveja na garupa da moto, com clara raiva tatuada em sua voz, que a segundos atrás assumia tom melancólico.


- Amor, um pouco de diversão faz bem de vez em quando! Evita a mente de pirar de vez! _ O rapaz responde risonho, o que apenas piora o mal humor da jovem na garupa, a qual lhe desfere maus um soco nas costas, dessa vez mais forte enquanto o encara pelo retrovisor da moto com a viseira do capacete aberta.


A jovem está repreendendo o rapaz, quando seus olhos se arregalam ao ver três figuras saindo de um beco através do retrovisor da moto, a forçando a olhar para trás, eram três daquelas coisas, três seres que um dia já foram humanos, e hoje, são o que apenas o diabo pode descrever. O mundo como antes conhecíamos caiu em ruinas, dando lugar a um verdadeiro inferno onde humanos competem espaço com seres irracionais que simplesmente atacam e devoram qualquer ser humano em seu raio de detecção de audição e olfato. Seres irracionais que retornaram dos mortos apenas para arrastar os vivos para a mesma foça em que caíram.


As três criaturas assim que avistam a moto apenas liberam o que parecia o som esganiçado da mistura de um urro e gemidos estridentes, antes de começar a perseguir a moto, percorrendo o caminho em velocidade quase normal para humanos, porém, humanos com alguns pedaços faltantes e sangue seco manchando suas roupas esfarrapadas e corpos. Em fração do o que pareceram segundos, mais daquelas figuras começam a sair dos becos, atraídos pela agitação dos demais mortos vivos e o som do motor da moto movida a gasolina.


O que antes eram apenas três criaturas, se pouco a pouco começa a se tornar uma horda de proporções medianas, pelo menos cem daquelas coisas agora estavam perseguindo a moto como cães perseguem o entregador dos correios e jornais quando a cidade ainda era habitável. A jovem saca sua arma novamente e começa a tentar derrubar os que chegavam mais perto da moto, tentando os manter afastados da moto em fuga.


- Merda.... Seu imbecil sem juízo! Eu devia te jogar pra horda! _ A jovem grita com seu colega, agora com ainda mais raiva do que antes, derrubando uma figura seguida da outra com tiros certeiros em suas cabeças, pois se alguma coisa ainda estava viva naquelas corpos em decomposição ambulantes, eram minimamente algumas funções cerebrais.


- Lembrete, o imbecil com quem você teve trigêmeos chefia! _ O rapaz responde, ainda com o mesmo ar divertido de antes enquanto a jovem ainda tentava mantê-los vivos naquela perigosa situação a qual o rapaz os submeterá.


- Por isso mesmo temos que voltar pro acampamento vivos, eu não vou deixar meus filhos órfãos nesse mundo de caos por suas aventuras insanas! _ A jovem responde séria, recarregando a arma com novo cartucho de balas e voltando a atirar na horda de mortos vivos que a cada momento parecia aumentar cada vez mais.


- ... _ O jovem de nada responde, apenas acelera mais a moto, tentando afasta-los da horda de mortos vivos, procurando utilizar os carros abandonados na avenida a favor da fuga de ambos, fazendo curvas fechadas entre eles e acionando o alarme de outras, na intenção de prender a atenção do mortos vivos para terem maiores chances de fuga.


- Tá maluco?! Avisa antes! _ A jovem grita, tentando se segurar melhor ao jovem piloto após quase ter caído da garupa em uma curva fechada, feita para disparar o alarme de um camaro abandonado.


- Foda-se o motorista consciente, os tempos agora são matar ou morrer, para sobreviver temos que fazer o necessário e proteger quem amamos. Também não quero passar para o outro lado e deixar nossos filhos à mercê deste mundo caótico _ O rapaz responde, acelerando a moto a seu limite, porém, evitando maior barulhos que os dos alarmes dos carros que acionaram atrás de si.


- Categoria quatro, estimados quatrocentos, acha que sobrevivemos ainda?! Nunca pegamos uma categoria quatro sozinhos! _ A jovem diz firme, porém, sua voz já vacilava em preocupação.


Não importava quantas daquelas coisas fossem abatidas ou o quanto tentassem despistá-los, a horda permanecia ali, perseguindo-os, atrás de suas caveiras. Era inútil continuar gastando balas naquilo, a jovem apenas estava gastando balas, jogando-as fora a cada cartucho que recarregava de suas pistolas, um praticamente seguido do outro. A moto logo ficaria sem combustível e teriam que seguir trajeto a pé, tentando fugir daquelas coisas como podiam com os próprios pés, praticamente uma missão suicida.


Quando as chances de escaparem já se mostravam mínimas, uma van preta blindada invade a avenida principal através de uma das ramificações de ruas que antes desembocavam na avenida principal, surpreendendo a jovem e o rapaz que pilotava a moto, porém, sorrisos aliviados brotam em seus rostos ao verem a van se colocar a frente da moto, abrindo ambas as duas portas traseiras, baixando uma espécie de tampa para que a moto possa subir. Ao lado de cada porta se encontrava uma pessoa armada com uma metralhadora e um rifle, trajando de uniformes militares completos com capacetes e viseira baixada.


- Deixe-me adivinhar, o Ethan sendo o maluco imprudente e desmiolado de sempre, só pra ter um pouco de ação e se divertir um pouco, acertei chefia? _ Uma das pessoas uniformizadas pergunta enquanto aponta sua metralhadora, também equipada com um silenciador adaptado, em direção a grande horda, logo, começando a atirar e a abater o máximo de criaturas o quanto possível enquanto o segundo uniformizado mantinha a horda separadas com tiros de seu rifle, dividindo a horda categoria quatro em duas hordas menos categoria pelo menos dois.


- Isso meio que tá na cara não acha Jacob? _ A jovem responde, enquanto a moto entra na van pela rampa suspensa sob o asfalto, logo trocando suas pistolas por um rifle para ajudar o snipper a dividir a horda e manter o controle de mortos vivos para que o uniformizado com a metralhadora possa abatê-los com mais facilidade.


- Admito que foi inconsequência minha, mas não precisa esculachar _ O rapas responde em meio a suspiro após retirar seu capacete, recebendo da jovem apenas um olhar sério de desaprovação.


- Conversaremos sobre isso assim que chegarmos em casa, Jones _ A jovem responde em tom sério e seco, a frieza em sua voz lembrava o frio fio de uma lâmina em contato com quente carne viva.


- Vish, irritou a patroa _ Um dos rapazes uniformizados diz antes de voltar a atirar em direção a horda, afim de diminuir os números de mortos vivos os perseguindo.


- Nunca provoque a ira da patroa, vai por mim amigo, descobri por experiência própria _ O outro rapaz de uniforme militar comenta enquanto recarregava sua arma.


Ethan estava prestes a abrir a boca para dizer algo, quando de repente, a jovem ruiva dispara uma bala, encarando Ethan com sua visão periférica enquanto sua bala empalava dois mortos vivos de uma vez através do meio do crânio, fazendo Ethan engolir o que iria dizer a seco.


- Entendido, nunca pise no calo de ex militar, ou pode acabar com uma bala alojada no meio da testa... _ Ethan sussurra antes de seguir ajudar o pequeno grupo que estava atirando contra a horda.


Todas as armas do grupo de sobreviventes, ou pelo menos a maioria, eram equipadas com miras e silenciadores, para melhor precisão nos tiros e redução de ruídos para evitar de chamarem a atenção daquelas coisas que eram movidas pela audição e olfato. Para mexer com aquelas coisas, o grupo precisava tomar de postura de militares, ao mesmo tempo que caçadores e predadores, mantendo-se sempre em silêncio e contra o vento para não serem descobertos e atacados, porém, os seres dependiam mais de sua audição do que olfato.


- Daniel, vamos voltar pro acampamento, estamos só gastando munição aqui, não é de serventia ficar praticando tiro ao alvo com essas coisas _ A jovem instrui o motorista da van, o qual responde com aceno de mão antes de tirar a van da avenida principal, despistando a horda com algumas curvas fechadas e caminhos sinuosos, pelos quais a horda não conseguia passar toda de uma vez.


Os dois rapazes com uniformes militares puxam a rampa de volta para dentro da van antes de fecharem as portas, enquanto Ethan e a ruiva retiravam da moto alguns suprimentos que conseguiram encontrar, colocando tudo no chão da traseira da van. Havia mochilas com medicamentos e utilitários médicos para o pequeno hospital improvisado que conseguiram para o acampamento de sobreviventes onde estavam sobrevivendo com mais alguns amigos de antes do apocalipse.


Os quatro se sentam nos bancos enfileirados nas laterais internas da traseira da van para descansar enquanto Daniel dirigia de volta para o acampamento, despistando qualquer vestígio da horda anterior no trajeto. Isso é apenas a ponta do iceberg. O início do fim do mundo como o conhecemos, e a quase extinção completa da raça humana. Sejam bem vindos, ao Apocalipse.

15 de Diciembre de 2022 a las 08:10 1 Reporte Insertar Seguir historia
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Lucas Lira Lucas Lira
uma historia fantástica que certamente nos prende do inicio ao fim com personagens cativantes, uma narrativa coerente e super imersiva alem de ter uma trama intrigante que nos faz querer saber ainda mais sobre o que vai acontecer no próximo capitulo. aguardo ansiosamente por mais capítulos
January 09, 2023, 23:35
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Apocalipse
Apocalipse

A destruição e reconstrução do mundo. De seu inicio ao fim. Serena, uma jovem criada em meio militar, detinha da crença que o mundo apenas acabava para os que morriam, porém, descobre da pior forma o possível, que o mundo não era eterno e que a vida do ser humano pode ser mais delicada e frágil do que a vida militar lhe apresentava. Leer más sobre Apocalipse.