ruanaarethabeckman Ruana Aretha

Pertenço a tribo Kamutá da Amazônia, mas a minha arte é viajar no tempo, conhecer novos ares de outros tempos, aprender com cada um, se isso te contagiar, vem comigo conhecer a minha história indígena que permeia do passado ao presente.


Fantasía No para niños menores de 13.

#indigenas #amazônia #viagemnotempo
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Quem sou eu

O meu nome é Uri, nascida na tribo Kamutá da Amazônia, possuo 17 anos, tenho uma linhagem um pouco distinta, a minha bisavó é quem me passou esses dons antes de ir embora, é ela partiu, mas me deixou o seu legado de viajar pelo tempo, porém é diferente, pelas pessoas, somos conhecidos como “socorros momentâneos”, como se fossem anjos que no momento de aflição você lembrasse deles.

Embora apenas alguns conheçam essas histórias, esses tipos de “socorros” ainda acontecem, e independente do que você tiver fazendo, se a pessoa souber a correta oração, a gente surge, acreditem, até pelada já apareci, porque eu estava tomando banho, foi a maior vergonha da minha vida, e isso começou recente, quando a minha bisa resolveu me passar as orientações.

Na minha tribo existem outros nativos que também fazem esse trabalho, mas a gente não conversa muito sobre, é como se fosse restrito, embora quando a gente pode, trazemos objetos desenvolvidos de outros lugares, não é só porque comemos peixe frito com açaí que temos que andar de tanga.

Não moramos em ocas também, embora o formato de nossas casas relembre um pouco, mas são casas de fato, como fazemos viagens e temos essas linhagens antigas de nossas bisavós, tataravós, que passam para os netos, a gente costuma aprender com quem nos chama também sobre algumas tecnologias avançadas por exemplo, o tipo de cultivo, de moradia, até mesmo de comunicação, não paramos no tempo, continuamos nele.

O lugar que prefiro estar é um laboratório de antiguidades e relíquias que montei nas viagens que faço, lá posso mexer nas peças, montar e desmontar, embora quem faça mais essa parte de engenharia seja meu primo Arati, ele é muito inteligente, já cansei de trazer, como ele diz “ferro velho” e ele simplesmente transforma em algo totalmente novo, temos uma coleção de bicicletas de guerras, é, infelizmente nos chamam para esse tipo de barbárie, não defendemos, apenas criamos mais desertores.

Devem estar se perguntar o que somos de fato, nós também não sabemos direito, mas somos conhecidos como os “Uriyah”, como se fossem os filhos do Divino, tanto que colocaram meu nome de Uri, no entanto, nossa tribo é politeísta, apesar de que atualmente tenham outras crenças dentro dela, mas todos respeitam igualmente cada um, as viagens permitem o conhecimento, e a lei universal também, de respeito.

O dia se passou rápido hoje, bom, estou indo descansar, a lua está bem bonita, pode ser uma noite sem embaraços.

—Onde eu estou? E corro em direção aonde posso me esconder e pegar algumas vestes da época.

Ao fundo, som de bombas, som de morte, muito barulho, gritos.

—Ouviu o meu chamado? Dizia um rapaz alto, de cabelos loiros.

—Parece que sim, mais uma guerra, vocês não se cansam de serem egoístas... Não ajudamos em guerras, somente a desertores, se essa for a você uma opção, se não, estou indo embora.

—Eu não escolhi entrar nessa guerra, vim contra minha vontade, me ajude a sair dela. Ele dizia cabisbaixo.

Olhei bem nos olhos dele, e ele nos meus, como se pedisse clemência, e apenas senti um barulho no nosso lado, era uma bomba, voamos igual retalhos para o lado, e depois senti meu ouvido doer bastante, não conseguia mais ouvir nada, ele realmente estava no olho na guerra, e eu não tinha lidado com um caos tamanho daquele, mas teria que utilizar das minhas simples habilidades para lidar.

Apoiei a mão no ombro do rapaz, e fiz um teleporte a poucos metros, para que nos retirasse do meio das bombas, isso é possível, até porque não somos super heróis, somos apenas salvadores de almas.

—Se você podia fazer isso, porque não fez antes? Ele perguntou agoniado.

—Quer que eu te deixe lá de novo?

—Preciso saber quais são as cidades daqui que posso te deixar, você sabia que vou precisar apagar você? Eu disse a ele, depois de uma pausa na corrida em meio de escombros.

—Como assim apagar? Ele não acreditou nas palavras.

—Sua feição irá mudar, é como se você fosse morrer na guerra, desculpe, mas não me resta opção...

—Não, eu não gostaria que isso fosse acontecer... prefiro viver e ser encontrado como um desertor.

—No momento, apenas sigo ordens do universo, e se você me chamou, é para isso, sua memória também se vai.

Fiz o rapaz desmaiar, e a sua jovialidade modificou, poucas mudanças, porém significativas, só iria reconhecer a ele, seus pais, foi esse o contrato, e a memória daquela guerra se apagou, fiz um acordo com a justiça que o universo me impôs, pobres almas juvenis, não tem culpa do egoísmo que os homens os colocam a prova de balas. Deixei o rapaz próximo a casa dele de origem, em um beco, chamei a mãe, como se eu fosse uma jovem que conhecesse a família de longa data, e a mãe o levou.

—Meu garoto estranho retorno. E ela o levou para casa.

O rapaz tinha marcas de bala no corpo, marcas de cortes nas costas. Soube que o desejo foi concedido a ele, porque ele não teve coragem de atirar nos inimigos, não queria ir à guerra, foi obrigado porque apanhou bastante no campo de treinamento, são visões que nos concedem de cada um que ajudamos. Eu sou Uri, mas também sou justa, já concedi alguns desejos meus em benefício dos outros, a guerra continua para uns, e para outros com a mente ainda sã fazemos o nosso trabalho.

Protege a mim do mal e a quem proferir, salvem-me, Uriyah, vocês possuem a dádiva da alma, a dádiva da luz, que o divino me livre de todo o mau que a vida assolar, retire de mim as sombras que tentam me tingir, aos Uriyah peço que surjam como anjos dos justos e me retirem daqui.”

E então mais uma vez, apareci.

—Quem é dessa vez?

16 de Agosto de 2022 a las 12:21 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Conoce al autor

Ruana Aretha Sou a escrita do norte, filha da terra, em minha alma ressoa a natureza, e possuo amor pela ciência. Se quiser ecoar pelo desconhecido, me chame, que lhe convido também para se encantar pelo não visto.

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