menezess Maria Eduarda Barcella de Menezes

Um desaparecimento de meses em Washington, no ano de 1932, acaba tendo as suas buscas encerradas. Porém, o detetive Will encontra, por acaso, o objeto chave para resolver o crime esquecido há mais de uma década.


Crimen Todo público.
Cuento corto
19
3.1mil VISITAS
Completado
tiempo de lectura
AA Compartir

09:00hPM

“Após cinco meses do desaparecimento de Mark Jones, – conhecido por J. Mark - 32 anos, a equipe policial de Washington decide encerrar as buscas. É momento de acolhermos uns aos outros, desejamos força para seus familiares.“

- Noticiado pela rádio de Washington, 1932.


Quinze anos após o trágico e longo caso de desaparecimento do grande empresário J. Mark, o detetive William Willians, que naquela época investigava o caso, decide voltar à capital – visto que havia se mudado para um lugar mais distante – para relembrar os velhos tempos da sua infância. Porém, além de boas lembranças, carregava junto a ele, também, um sentimento imenso de vazio por não colocar os pés naquele lugar há mais de dez anos. Aquele caso, em especial, o marcou bastante por ser o único jamais desvendado mesmo com diversas equipes trabalhando dia e noite, juntas.

Will seguiu rumo em um trem, e ao descer na estação do seu destino resolveu sentar-se para descansar um pouco, visto que a viagem foi longa e um tanto cansativa. Aproximou-se, então, de um banco de madeira que estava perto da estação, no entanto, ao largar a sua maleta para acomodar-se, acabou derrubando alguns papéis que andavam sempre com ele. No instante em que Will se abaixou para juntá-los, deparou-se com um objeto no chão, próximo aos pés do banco, em um lugar pouco perceptível.

- O que será isso? – pensou com os dedos já entrelaçando a coisa – um relógio antigo e quebrado, não deve funcionar mais, mas acredito que eu possa dar um trato nisso.

Quem diria que aquele velho relógio de couro faria com que todo o seu foco fosse desviado para ele. Will guardou o relógio e logo em seguida seguiu caminho em direção à antiga casa onde seus pais viviam, que por algum motivo ainda estava lá intacta. O detetive não perdeu tempo, já que a primeira coisa que fez ao chegar à sua antiga casa foi colocar o relógio sobre a mesa e procurar algumas ferramentas essenciais para o conserto. Ao abrir o relógio, percebe algo estranho e logo supõe:

- Meu Deus! Isso é... É sangue seco?! – assustado ao se deparar com aquilo entre os minúsculos cantos nas bordas do relógio, continua – e tem um papel aqui, o que diz nele? Meus olhos estão embaçados, mal consigo ler, maldita hora em que fui esquecer os meus óculos.

Aproximando-se um pouco mais daquele pequeno e amassado papel, Will finalmente consegue ler o que diz nele.

- “Rua Olive, 7000, Washington.” Um endereço? Por qual motivo teria um endereço escrito em um papel dentro de um simples relógio de couro? Isso está me deixando preocupado.

Na parte traseira do relógio havia algumas letras escritas, sendo elas: J. M. Estranho, não? Elas pareciam ser iniciais de algum nome... E eram! Aquele relógio era de J. Mark, mas qual seria a probabilidade de uma possível prova de um crime estar logo ali, frente a frente com o detetive? Logo que Will percebeu o que estava acontecendo, decidiu que dessa vez não sossegaria enquanto não desvendasse, de fato, o que acontecera com aquele homem. Não querendo perder mais nenhum minuto, ele pede um táxi e decide checar se aquele endereço ainda existe ou se ainda há algum morador vivendo nele.

Chegando lá, Will desce do táxi, paga pela carona e caminha lentamente em direção a casa número 7000, tentando imaginar o que precisaria enfrentar ao bater naquela porta. Ficou em torno de três minutos esperando do lado de fora, quando, de repente, um homem aparentemente sem saber como reagir, abre a porta e o recebe:

- Boa tarde. Desculpe-me, mas quem é o senhor? – indaga o proprietário da casa.

- Oi! Eu me chamo Will, William Willians. Você já deve ter escutado o meu nome em algum lugar. Será que podemos conversar sobre o caso de Mark Jones? Prometo ser breve.

- Sim, entre e fique à vontade. Desculpe-me recebê-lo de tal maneira, a minha casa está realmente uma bagunça, ando sem ter tempo para me dedicar às minhas coisas.

- Coincidentemente eu encontrei este relógio, – diz o detetive ao puxar de dentro do seu bolso – que por acaso têm as mesmas iniciais do desaparecido e, também, o seu endereço. O que me diz?

- Ah... Certo, eu vou tentar falar isso sem parecer estranho, mas o Mark era um amigo meu muito próximo, e a noite em que ele sumiu foi justamente o dia em que ele saiu para entregar... Bem... Uma papelada importante – respira fundo.

- Papelada importante? Do que você está falando? – interrompe Will, ainda mais curioso a cada segundo que passava.

- A empresa que ele trabalhava estava passando por um momento muito complicado, devido à queda da bolsa de Nova York em 1929, – diz – e como se não bastasse, havia alguém muito importante lá dentro que estava desviando dinheiro, e eram essas as informações que ele carregava, ele estava com documentos que comprovavam tais ações – complementa o homem.

Ao ouvir tudo isso, Will fica sem reação pensando em como ninguém soubera antes dessas informações e, também, fica perplexo ao pensar no número de consequências que a partir daí poderiam ter sido geradas, prejudicando, assim, J. Mark.

- Muito obrigado por compartilhar essas informações comigo, com certeza elas me ajudaram a dar um enorme salto no caso. Mas, se não for pedir muito, – diz Will – você poderia me levar até essa pessoa que recebeu os documentos?

O velho homem concorda em ajudar, e assim que eles chegam ao destino, o detetive desce do carro, se despede e o manda embora. Esse lugar onde o procurado estava era um tanto desagradável, um bar antigo e meio “quebrado”, aparentemente sujo e rodeado de pessoas mal-encaradas. Will perguntou por ele pelo seu nome, e sem pensar duas vezes, o chamaram para ir ver o que estava acontecendo. Assim que o homem viu o detetive, reconheceu-o no mesmo instante, e, num passe de mágica, saiu correndo. Começou aí uma perseguição, pois já era certo que aquela pessoa tinha envolvimento com o sumiço de J. Mark.

Após um tempo fugindo, o homem desiste e acaba por se render, ele assume ter sido enviado por outra pessoa para assassinar Mark, impedindo, assim, que ele entregasse os documentos nas mãos de outra pessoa. O horário que o relógio da vítima parou não foi uma coincidência, o trincado e a marcação às 09h00pm foi o horário certo em que Mark Jones foi atacado, matando-o e quebrando o relógio em seu pulso – que logo após o crime, foi roubado e, futuramente, perdido naquela estação de trem na qual foi encontrado por William –. Os dois envolvidos foram presos, e quinze anos após o crime acontecer, as notícias vieram à tona, tornando o detetive Will ainda mais reconhecido.

12 de Marzo de 2022 a las 21:06 1 Reporte Insertar Seguir historia
11
Fin

Conoce al autor

Comenta algo

Publica!
Marcus Soares Marcus Soares
Parabéns... Conseguiu prender meu foco do início ao fim na história, se vc gosta de escrever... Adaptar ela em uma série ficaria muito bom, tem potencial.
July 04, 2023, 02:48
~