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LUCAS LEO GUERRA AZEVEDO


Na primeira noite das luas cheias, um festival é realizado em todo o mundo conhecido da Noite Eterna, porém no reino dos humanos, são poucas as vilas que podem celebrar esta ocasião, uma delas sendo a própria capital, que nesta noite em particular será palco de acontecimentos que impactarão no futuro não só dos humanos, cada capítulo contara um ponto de vista diferente, o lado do ladrão e da elfa que fogem de um passado complicado, o lado de dois cavaleiros que lutam para alcançar seus sonhos, o lado de uma comandante que tenta esquecer os erros que cometeu e o lado do vilão ainda pelo ponto de vista de seu pai.


Fantasía Medieval Sólo para mayores de 18. © Lucas Léo Guerra Azevedo

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A Fada e O Ladrão

Era a primeira noite do mês das luas, e eu caminhava pela capital do reino, olhando em volta, analisando os guardas. Não era minha primeira vez na cidade, mas ainda sim, o lugar parecia realmente agitado, talvez fosse por conta do festival, afinal durante um mês, a partir de agora, Morgana e Merlin estariam em sua fase cheia. A escuridão sem fim nesta Noite Eterna se tornava por um tempo, menos ameaçadora, imagino que isso faça com que os nobres queiram comemorar o máximo possível.


— Ahf… — Suspirei.


— Viu algum problema Gwin? — perguntou a pequena fada escondida no bolso do meu casaco.


— Não, nenhum, na verdade, os guardas da cidade parece que já estão bêbados também, nossa fuga deve ser tranquila.


— Não tenha tanta certeza, ainda temos que checar a muralha do castelo.


Do jeito que as coisas estavam na praça central, eu só conseguia imaginar um castelo cheio de guardas bêbados e desmaiados. Caminhamos por um tempo pelo festival, a praça que normalmente só tinha alguns mercadores ambulantes, nessa noite mais parecia um labirinto, formado por barracas de bebidas e carne assada, mesmo a gigantesca fonte da capital quase não estava visível.


— Ah! Esse cheiro! É carne de cordeiro com molho laranja… Gwin… Sera que podemos… você sabe… roubar na volta?


— Ha ha ha… certo Ais a gente passa nessa barraca quando fugirmos do castelo.


Sem mais nenhum desvio nos encontramos de frente para os muros internos, de seu outro lado estava o castelo real, feito de costas para a montanha que divide o continente. Uma imensa construção onde moravam, a família real, algumas dezenas de servos e cavaleiros. Totalmente desprotegida e com o portão levantado, parecia até um convite aos ladrões e assassinos, em terra não havia um único soldado sóbrio ou acordado, enquanto nos corredores da muralha não tinha nem mesmo uma tocha acesa.


— Olha, eu sei que o capitão da guarda não esta na cidade, mas isso já é um pouco demais sabe — murmurei.


— De qualquer jeito ainda conjurarei o “Mõna Acwenca” — Aisling afirmou com uma expressão seria.


De baixo do portão da muralha, escondidos na sombra, Ais saiu flutuando de meu bolso, com asas semi transparentes e cabelo esverdeado a bela fada de rosto jovem começou a entoar seu feitiço.


“Hỹran mĩn wisian sylphides and nymphs, bringan hit sceaduwe. Mõna Acwenca.” As asas da pequena fada, enquanto batiam gentilmente, gradualmente reluziam com uma mistura de cores verde e azul até terminar em um rápido fulgor, quase imperceptível para os cidadãos já muito bêbados. Poucos momentos depois, ainda escondidos na sombra do portão, o brilho das luas começava a se esvair, pois, lentamente enormes nuvens começavam a surgir no que antes era um limpo e estrelado céu noturno.


— Já podemos ir, devo conseguir manter essa magia por algumas horas — disse Aisling com uma voz gentil enquanto voltava a se esconder no meu bolso.

Passamos facilmente pela caserna da guarda real, que parecia estar abandonada, se não fosse por um único quarto mal iluminado, o qual fizemos questão de evitar. Já no castelo, o plano era seguir até a sala dos tesouros, apagando o máximo de tochas possíveis, mas por alguma razão encontramos apenas uma tocha acesa em nosso caminho, ao lado de uma grande porta entreaberta. Vi de relance o que devia ser o quarto da princesa, uma enorme cama com dossel, de frente para uma lareira, apagada e de lado para uma varanda, escancarada.


— Estou com a impressão de que este castelo já estava mergulhado em sombras antes do seu feitiço, Ais — comentei enquanto subia as escadas do castelo.


— Mais um bom motivo para nos apressarmos — ela respondeu, pensativa em meu casaco.


Segundo as memórias do visconde Wulf, que de alguma forma havia se tornado o tesoureiro a poucos meses, a sala do tesouro ficava no quinto andar, no lado voltado para as montanhas, a metade do caminho para o topo. Um castelo de dez andares, eu só podia imaginar a quantidade de moedas de ouro que tiveram que gastar só para levantar as pedras de mármore escuro.


— Nenhum cavaleiro até agora, ou estamos com sorte, ou…


— Fique bem atento Ronan! — gritou uma voz feminina vinda do fim do corredor — não é só porque o príncipe mandou apagarem todas as tochas que você pode dormir no meio da ronda.


— Mas qual o problema Jessie? Nada nunca acontece nesse trabalho…


— Não é só porque todas as outras noites foram monótonas que as coisas serão sempre assim — interrompeu a baixa soldado de cabelos vermelhos e feições cansadas, o jovem recruta alto, magro e de cabelos curtos.


Os dois guardas seguiam discutindo conforme caminhavam pelo estreito corredor, suas botas de metal pareciam ressoar simultaneamente. O jovem cavaleiro, equipado com uma espada leve, e um báculo, se divertia ao admirar a amazona que carregava uma grande espada larga e o interrompia sempre que possível, no que parecia uma forma de aliviar seu estresse.


— Finalmente se foram…


— Você tinha que abrir a boca né — exclamou minha parceira, com voz baixa e um olhar de quem tomara um susto.


— He he he… deixando isso de lado a sala do tesouro é logo ali, vamos rápido, não quero ter que enfrentar aqueles dois.


Destrancando a porta, encontramos uma sala grande o bastante para caber uma casa comum, cheia de móveis finos, artes caras, tapeçarias coloridas e baus de joias.


— Uau… Como eu queria poder me teleportar com tudo isso daqui.


— Mas já que não dá… chega de devaneios, não temos todo o tempo do mundo Gwin.


Chacoalhei a cabeça e assenti em seguida, indo para cima dos tesouros menores, enquanto Ais se escondia na moldura das janelas do corredor, observando atenta a qualquer sinal de perigo. A quantidade de joias nesse cofre poderia alimentar um vilarejo inteiro por um ano, isso sem mencionar o valor das obras no Mercado das Sombras. De longe os objetos com menor valor ali eram os moveis, e ainda sim um visconde iria à falência tentando decorar sua mansão com todos esses.


O silêncio se manteve por alguns minutos, até a chuva começar a cair, lavando as pedras no pátio do castelo e acordando alguns poucos bêbados que não haviam desmaiado. Eu já havia enchido dois sacos quando os trovões começaram a rugir sobre os céus, agora cinza rosado, preparado para partir, algo cutucava em minha mente, uma estranha sensação que parecia me forçar a olha em uma direção. O canto esquerdo mais próximo da porta, mal iluminado, afinal não tínhamos tochas e nem as luas, lá estava uma estranha adaga, feita de uma pedra escura e fosca…


— Gwin, já estamos ficando sem tempo, já pegou tudo — Ais sussurrou sem tirar seus olhos da janela.


— …


— Gwin, você me ouviu?


— …


A estranha faca de pedra, ornamentada, com algumas inscrições em linguá antiga, parecia me absorver em um mar de escuridão. O mundo ao meu redor desaparecia, quanto mais eu focava nas letras estranhas que nela estavam cravadas, suave voz de minha companheira se mesclava com o tranquilo som da chuva que caia…


— Acorde de uma vez seu tolo — disse a pequena fada enquanto seu rosto se afastava lentamente de mim, me surpreendendo com uma estranha sensação de suavidade e carinho.


Desnorteado, em um meio salto para trás, derrubei a adaga e tentei falar — Ahn… Ma… Mas… Mas o que aconteceu…


— Você foi pego de surpresa, foi isso que aconteceu seu idiota — ela me respondeu, cobrindo a lâmina com um pano que havia catado na sala — parece que você encontrou uma relíquia encantada…


Com a cabeça ainda um pouco confusa me levantei e guardei a faca na bolsa em meu cinto — essa não é… a primeira relíquia que encontramos… porque nenhuma outra reagiu assim?


— Eu também não sei, e já estamos sem tempo para tentar descobrir isso aqui, vamos dar…


Antes que Aisling pudesse terminar sua frase, nossos ouvidos captaram o som de botas de metal se aproximando, provavelmente os dois guardas de antes, que aparentemente eram os únicos trabalhando aquela noite, com a porta aberta, mesmo sem tochas seria impossível eles passarem pelo corredor sem perceber.


— Maldita chuva — disse a voz feminina que vinha pelo corredor, seguida dos estrondos dos trovões — … já não bastassem as tochas apagadas… agora… nem mesmo a luz das luas.


— Veja pelo lado bom Jessie, aqueles bêbados vagabundos… — o trovejar seguia com seu ritmo — … tomando um baita banho frio agora.


— Ha ha h… — uma alta e doce risada foi o que ouvimos, antes de um raio passar brilhando pela janela — … A porta está aberta?!


O brilho, que não deve ter durado sequer um segundo, foi mais que o suficiente para alertar os dois, ainda uns quinze passos distantes de nós e o que parecia ser um silêncio, criado pela surpresa, logo foi quebrado pelo som das lâminas saindo da bainha.


— Droga… Teremos que pular — gritou Ais ao fechar as portas com o vento, e se virar para mim quem já estava arremessando uma cadeira na única janela da sala.


O barulho da janela se quebrando logo deu espaço o ruído da chuva que caia sem descanso. Com os dois sacos nas minhas costas, já na janela, preparado para pular, esperei a primeira batida na porta e me joguei do quinto andar, eram pelo menos vinte metros que eu teria de cair antes de começar a correr com um prêmio de quase vinte quilos sobre os meus ombros.


— “Sylphides biddelettaþ mĩn hryre” — gritei enquanto o vento se movia a minha volta e diminuíam a minha velocidade — ha… ha… ha…


— Você está bem, Gwin? — ela me perguntou ao me ver ofegante.


— Tranquilo… Vamos só… Sair logo daqui, ainda temos que passar naquela barraca… — o som do alarme nos interrompeu e me botou a correr.


Eu estava atrás do castelo, no jardim de inverno voltado para as montanhas, com um enorme penhasco para escalar não tínhamos opção além de dar a volta e tentar passar por onde entramos, saber que a maior parte dos cavaleiros estavam bêbados no festival, com certeza me dava confiança. Enquanto cruzávamos aquele enorme campo bem cuidado e enfeitado com pequenas construções de pedra, notei as silhuetas de cinco pessoas ameaçando uma criança.


— Ais, quanto tempo ainda temos com as luas encobertas?


— Não muito, uns 15 a 20 minutos talvez… Você não está pensando em… antes que ela terminasse a frase eu já começara a correr em direção as pessoas que apontavam suas armas para uma garotinha.


— … Ha ha ha! — ouvi a gargalhada digna de um vilão vir do meio dos cinco, enquanto eu me aproximava — desista garota, não tem ninguém no castelo para salva-la.


— E seu irmão também não vai ajuda-la — dessa vez um cara de voz esganiçada gritou ao se aproximar da jovem.


— Facilite as coisas para nós, e quem sabe a deixemos viver um pouco mais… he he he…


Com uma das lâminas quase tocando o rosto da garota, que vestia uma roupa chique de mais para uma serviçal, eu finalmente havia os alcançados por trás, chegando com uma voadora na nuca do que parecia ser o líder. Em seguida, se passando menos de três segundos, com o chefe caindo imóvel no chão e os outros quatro surpresos agarrei a garota pela cintura e expliquei — me desculpa garotinha, nós vamos balançar um pouco… Ais agora.


A pequena fada chacoalhava no bolso do meu casaco, quase tonta ela ainda conseguiu se concentrar para lançar outro feitiço — “Sylphides uncscūfaþ!” — um brilho verde-claro oscilava em meu bolso enquanto uma rajada de vento com cor verde fosca, quase imperceptível naquela escuridão molhada e ruidosa, se aproximava de mim, me impulsionando para frente a uma velocidade de galope.


— Parece que os espíritos do vento também derrubaram os outros quatro — comentei momentos depois, olhando para trás enquanto já fazia a curva para o pátio da frente — parece que você é realmente amada pelos elementais, he he.


— É, é, muito engraçado, agora que tal esquecer do passado e se concentrar no caminho?


A saída estava a só mais 300 metros de nós, ainda escancarada como se esperasse nossa fuga, quando uma moça, no fim dos seus vinte anos, vestida com uma mistura de armadura leve e pesada, se pôs em nosso caminho. Em sua mão esquerda ela segurava um mangual, quase tão comprido quanto um chicote, parece que aqueles dois conseguiram avisar a vice-capitã da guarda, a única além deles, que ainda estava de serviço naquela noite. Assim que a notei, reduzi minha velocidade e não demorou muito até eu poder ouvir o som do sino de uma das torres soar.


— Se renda de uma vez e você ainda pode ter uma chance — a mulher a minha frente gritou.


— Tenha cuidado… Gwin… essa cavaleira… tem um poder magico… estranho — Aisling sussurrou ofegante.


Ambos estávamos próximos do limite, para começo de história, eu não tenho muita aptidão com magia, e Ais já havia conjurado uma de larga escala, talvez tivéssemos força para mais uma ou duas cada, isso antes de desmaiarmos logo em seguida.


— Não vai ter jeito. Segura firme, Ais — avisei e logo em seguida voltei a acelerar, menos de 50 metros até a amazona — “hyge ãscian gifweorþaþ fõere!”

O vento que embalava meus pés, se dividiu e cobriu as minhas costas como uma capa, a garota em meus ombros, parecia desacordada a um tempo, talvez fosse o melhor, o que eu estava prestes a fazer, tende a assustar um pouco a pessoas.


Conforme eu me aproximava, a moça de armadura preparava o seu ataque, enquanto os outros dois cavaleiros apareceram de trás dos alojamentos, e mais atrás, vinham ainda os quatro assassinos restantes, o arrependimento de não tê-los matados antes pesou em minha mente por alguns instantes. A chuva que começava a enfraquecer limitava a minha visão, mas o portão ainda aberto e sem ninguém se aproximando, indicava que mais nenhum inimigo chegaria, mesmo com os sinos tocando.


— Foi mal, mas eu não curto reuniões — comentei enquanto ajeitava minha máscara com a mão livre e desarmada.


Com tudo preparado, me posicionei, a menos de cinco metros da cavaleira, que havia aparentemente ignorado meu comentário, e saltei, o vento esverdeado me impulsionou como um canhão, liberando uma pequena onda de choque, em menos de um segundo eu já podia ver toda a cidade da Capital. Algumas tochas ainda estavam acesas, e era possível observar o reflexo das luas, que finalmente voltavam a brilhar, na grande fonte, cercada de barracas.


— Por que você sempre fala aquelas besteiras… Quando a gente mal consegue escapar — Ais me perguntou entre um bocejo.


— Ainda acordada? Você usou muita magia hoje, deveria… — uma corrente de metal se enrolou em meu pé, interrompendo nossa conversa, no meio de nossa lenta queda.


Um forte puxão em minha perna esquerda desfez a magia, me levando ao chão, mas antes soltando a garota no ar, que logo foi pega pelo soldado mais jovem, que carregava uma varinha. Ele havia erguido as raízes de uma árvore próxima, quase 15 metros no ar, um cavaleiro mágico problemático de enfrentar se estivéssemos preparados. De alguma forma sobrevivi àquela queda somente com alguns arranhões e dores nas costas, me levantei com dificuldades, e os três já vinham em minha direção.


— Ais… tudo bem? — perguntei sussurrando — Eu devia ter dito que não gosto de ser arrastado para essas reuniões! — gritei enquanto puxava uma adaga meio enferrujada de minhas costas.


Em cima da hora, a amazona baixinha já estava em cima de mim com sua espada larga, quando nossas armas se encontraram e um som estridente ecoou pelo pátio, o ataque dela quase partira a minha faca em duas. Acuado, dei um chute em seu colete para afasta-la e pulei para trás, com ela parecendo não se mover, sem tempo para me recuperar a ponta do chicote de metal arranhou meu rosto em uma esquiva mal feita.


— Gwin… estou pronta… já me recuperei… o bastante — Aisling sussurrou, quase sem folego — mas depois dessa você… vai ter que fugir… eu… dormirei por um… tempo.


Assenti com a cabeça, firmei a adaga em minha mão esquerda e disparei em direção ao cavaleiro, que parecia estar preparando uma magia a um tempo. A baixinha de cabelos vermelhos percebeu rapidamente meu alvo e se pôs a minha frente, descendo sua pesada espada contra mim, as laminas se rebateram algumas vezes, enquanto eu tentava afasta-la com socos e chutes e a rachadura em minha arma crescia a cada batida.


— Ha ha… Isso é tudo que você tem? — debochei — até uma criança das vilas lutaria melhor.


— … Ladrão maldito… — disse ela serrando os dentes e apertando o punho da espada.


— Acalme-se Jessie, se atenha ao plano!


— Então esse ai longe… da batalha… que deve ser a vice-capitã hein?! — comecei a gritar, tentando esconder o meu cansaço — baixinha não tem vergonha…


Nossas laminas se cruzavam enquanto nos movíamos, quase como uma dança, girando pelo campo, a tensão da batalha fazia os segundos parecerem horas, minha faca não aguentaria muito mais, já era muita sorte ela ainda não ter se partido.


— … você recebe ordens de uma garotinha mais jovem… — continuei — que nem mesmo a ajuda… enquanto um novato tolo… tenta se concentrar em um feitiço… tão longo… que acabará perdendo a parceira… antes mesmo de pensar em lutar com a espada em sua cintura!


Finalmente eu acertara um golpe, embora leve, o corte sobre sua sobrancelha sangrou o suficiente, não apenas para atrapalhar sua visão, mas também para distrair o jovem cavaleiro.


— Ronan! — alertou a moça do chicote.


— Agora só falta o seu nome… ó grande comandante ingenua… nem passou por sua cabeça se juntar a batalha? — continuei a zombar, com Jessie entre nós dois, a atenção dos três estava em mim agora — mas que líder incompetente… você já me revelou praticamente seu plano todo… pelo menos essa baixinha aqui consegue lutar… ha ha ha… enquanto tudo que você faz… é gritar e estragar tudo, você acabará levando eles pras próprias covas!


— Maldito… Como ousa! — gritou a vice-capitã que disparou em minha direção com uma velocidade surpreendente, enquanto a raiva tomava seu rosto.

Jessie, que ainda segurava meu último golpe com sua espada larga, notou um sorriso que surgia em minha máscara e tentou me empurrar com sua arma, finalmente despedaçando minha adaga e quase perdendo o equilibro em minha finta.


— Merida é uma…


— “Ƿind of norþ!” — Ais gritou, e com um fugaz brilho branco a interrompendo.


Um vento gélido, vindo das montanhas, cobriu o pátio, congelando as pernas de ambas e derrubando Ronan no chão, coberto de neve. A falta de experiência da guarda real me surpreendia, eu não conseguia parar de rir, ao pensar que consegui engana-los, fora da capital, nenhum bandido jamais me deixaria falar tanto. Ais já estava dormindo em meu bolso e eu não tinha mais nenhuma arma, peguei o meu saque e corri até a garota, deixada inconsciente próxima ao portão. Já estava de baixo do portão da muralha, quando a adrenalina passou e cansaço começou a tomar conta do meu corpo.


— Ahf… Será um longo caminho… até em casa.


Dei mais um passo e ouvi um som de estalar, minha espinha gelou antes de eu olhar para trás, devia ter imaginado, estavam quietos demais, principalmente após serem tão humilhadas. Assim que me virei uma bota metálica que irradiava uma luz vermelha quente, acertou o meu rosto, com força o suficiente para finalmente me jogar para fora da área do castelo.


— Ai ai ai... vocês realmente não se importam com essa garota né? — indaguei enquanto falhava em me levantar.


— Desista, não há mais escapatória — afirmou Merida, confiante e arrogante.


— Não faça mais nada e o deixaremos viver até o julgamento — disse Jessie empunhado a longa espada largar.


— Ha… parece que vocês da Capital nunca aprendem… enquanto o inimigo estiver chutando… você não para de cortar!


Disparei para o combate com as mãos vazias, mas algo me prendia ao chão, eram raízes, que acabaram de quebrar as pedras da rua e se enrolado nas minhas pernas, me deixando de joelhos.


— Esta é sua última oportunidade, ainda escolhe a morte? — Merida pergunto após os três se aproximarem e ela me apontar a espada que havia emprestado do jovem cavaleiro.


O meu fim estava próximo e o cansaço não me permitia nem mesmo o desespero, minha mente estava calma enquanto eu tentava pensar em uma saída, quando minha mão, meio oculta pela sombra, encontrou aquela velha adaga de pedra de antes. Uma frase apareceu em minha mente, me dando esperanças, algo nela me dava a garantia de uma fuga. Segurando-a bem firme, atrás de minhas costas, encarei os olhos verdes da vice capitã e disse — Sim.


— Pois bem — ela respirou enquanto preparava o seu golpe — morra sob a luz de Morgana e Merlin, ladrão!


Com a lâmina se aproximando, em um corte semi circular, de meu pescoço, com o resto de minhas forças, joguei meu corpo para trás enquanto arremessei a misteriosa faca na direção de Ronan e mais uma vez aquela frase surgiu em minha mente.


— Scieran Niht!

5 de Febrero de 2022 a las 17:41 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Pedra Encantada
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Siga a história de diferentes personagens, em mundos diferentes, um onde a noite nunca acaba e a terra é dominada pela magia e outro, um mundo aparentemente normal, mas que guardas segredos antigos. Leer más sobre Pedra Encantada.

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