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Yoongi e Jimin são casados desde que se mudaram para os Estados Unidos, há dez anos, e há pouco mais de quatro anos estão passando por um processo um tanto cansativo e extremamente burocrático na tentativa de adotar uma criança, o que torna as coisas ainda mais complicadas pelo fato de serem estrangeiros. É o terceiro fim de ano que Jimin espera ansiosamente pela criança, para decorarem a casa juntos, acordar no dia seguinte da véspera natalina e ir para a sala abrir os presentes que se encontravam debaixo da grande árvore ornamentada por luzes de cores vibrantes e enfeites fofos, assim como fazia com seus pais. Entretanto, ele já se encontrava sem esperanças de que conseguissem dessa vez, mas Yoongi, o seu amor no Universo, sempre estaria ali para lhe confortar, lhe amar, e lhe dar o melhor presente natalino que ele poderia receber em toda a sua vida.


Fanfiction Bandas/Cantantes No para niños menores de 13.

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Escrito por: @minangel90s/@sugatelepathy

Notas Iniciais: Olá, essa é a minha primeira fic aqui no projeto... Na verdade, foi um pequeno desafio pra mim, mas escrevi cada palavra com muito carinho e espero de coração que vocês gostem 💙


~~~~

A paisagem através do vidro escuro parecia tão monótona quanto seus dias haviam sido ultimamente. Ele se sentia frustrado, triste, insuficiente... Inúmeros sentimentos negativos passavam por sua cabeça nesse momento. E era inevitável se sentir assim diante da situação em que se encontravam. Jimin não costumava ser calado — na verdade, esse era mais o papel de Yoongi —, mas quem ele poderia culpar? A corte? O orfanato? O destino, quem sabe?

Mudaram-se para os Estados Unidos em busca de uma certa liberdade que notavelmente não possuíam devido ao conservadorismo sul-coreano. Foi difícil e muitas vezes desanimador no início dessa mudança repentina, afinal era uma cultura distinta, o idioma era complicado, as pessoas nem sempre eram receptivas... Mas fora necessário, pois eles sabiam que algumas conquistas só poderiam serem alcançadas caso deixassem seu país de origem.

Jimin se sentia um tanto perdido nos últimos dias. Preferia não dizer muito sobre sua frustração para Yoongi simplesmente, porque não queria vê-lo preocupado. Ainda assim, o mais velho o conhecia tão bem quanto conhecia a si mesmo, afinal seus corações pertenciam um ao outro.

Observava de forma distraída as pequenas gotículas de água que se acumulavam no vidro escuro do carro, o som baixo de alguma música calma tocando na rádio local e as luzes coloridas acompanhadas de enfeites natalinos em tons variados de vermelho, prata e dourado das lojas do centro. Era sua época favorita do ano, aquela que lhe trazia ótimas memórias de sua infância e família. Para si, o Natal sempre fora um feriado acolhedor, revigorante e reconfortante. Agora já não conseguia focar-se em sentimentos bons, mas, ainda assim, se sentia grato por tudo o que conquistaram até agora. Sentia-se grato por ter Min Yoongi ao seu lado, sempre lhe apoiando e lhe dizendo palavras tão bonitas que até mesmo às vezes não se sentia merecedor de tanto amor.

Não pôde evitar que uma lágrima caísse, nem havia notado quando começou a fungar e mais outra escorreu pela bochecha corada pelo frio.

— Meu amor? — o Min o chamou, a voz sempre soando compreensiva e suave.

— Sim? — Prontificou-se a secar as bochechas, pois não queria preocupar seu esposo novamente.

O Min estacionou o carro em frente à uma loja de artefatos decorativos. Soltou um suspiro fraco, esfregou as palmas das mãos e olhou para o lado. Jimin já se encontrava com o nariz e olhos vermelhos e o lábio inferior preso sob os dentes numa tentativa um pouco falha de conter o choro. As mãos pequenas tremiam levemente e os dedos estavam tão pálidos quanto os finos flocos de neve que começavam a cair do lado de fora. Sentiu os dedos longos de seu esposo lhe tocar o rosto e suspirou fundo apreciando o calor daquele a quem tanto amava.

Ele jamais poderia negar que, de todas as coisas boas que já aconteceram em sua vida, Min Yoongi foi a melhor entre elas. Amava-o tanto... Por vezes, sentia que só palavras e ações nunca seriam suficientes para expressar tal sentimento.

— Há algo que eu possa fazer para que você se sinta melhor? — A voz do mais velho soou ainda mais baixa e suave que o habitual. — Jiminie, me diz... Se houver qualquer coisa que eu possa fazer... Eu quero te ver sorrir até seus olhinhos se fecharem e você reclamar que não consegue enxergar quando sorri...

E ele sorriu. Com o coração ainda um pouco pesado por não terem conseguido o que haviam planejado há anos, mas sorriu porque, mesmo depois de anos, o Min ainda estava ali, ainda era o mesmo bobo apaixonado que fazia de tudo para colocar um sorriso em seu rosto.

— Só... — Suspirou pesado novamente. Os olhos castanhos encararam o homem à sua frente, os traços delicados de aparência jovial, mas ainda assim maduros e extremamente atraentes. — Me beija, hyung.

Seus lábios formaram um bico inconscientemente fazendo com que Yoongi sorrisse com a cena.

— Bom, já que você insiste, Jimin-ah.

Antes que pudesse receber o típico tapinha no braço, o mais velho o puxou. A mão grande pousou delicadamente sobre a nuca, lábios se envolvendo de uma maneira sútil, mas ainda assim arrebatadora. Afastaram-se, mantendo apenas as testas coladas e respirações baixas enquanto o breve calor do beijo se dissipava. A sensação de calmaria se instalou no peito de Jimin, assim como ocorria toda vez em que se beijavam dessa forma.

— Vamos, senão a loja irá fechar. — O Min deixou um selar em sua testa antes de se afastar completamente e o mais novo apenas assentiu.

{...}

— O que acha dessa aqui, Jimin? — O mais velho apontava para uma guirlanda verde com detalhes em branco que se assemelhavam a neve.

— Está linda, amor. — Jimin se aproximou, apoiando o queixo sobre seu ombro e circulando sua cintura com os braços. — Acho que podemos levar alguns laços vermelhos para decorá-la também. Ou talvez dourados.

— Uhum. Estava pensando em levarmos uma árvore maior dessa vez. O que acha?

Apenas concordou silenciosamente, distraindo-se com um barulho semelhante ao choro de uma criança. Afastou-se de Yoongi caminhando com pressa em direção ao som que aparentemente estava a três seções dali. Os olhinhos grandes da garotinha à sua frente estavam inchados, e ela tentava limpar a ponta do nariz com a manga do casaco rosa acolchoado. Uma touca felpuda lhe cobria os fios loiros e, em uma das mãozinhas, segurava um ursinho de pelúcia.

— Oi. — Jimin caminhou em passos suaves. — Você se perdeu? — A criança apenas assentiu.

— Jimin-ah, tudo bem?

— Ela se perdeu, Yoon.

Abaixou-se para ficar na mesma altura da criança.

— Você sabe onde seus pais estão? Eu posso te levar até lá.

— Podemos levá-la até um dos caixas na entrada da loja e pedirem pra anunciar que ela está perdida — Yoongi sugeriu e o outro apenas concordou.

O mais novo estendeu a mão para a garotinha, que hesitou antes de colocar a palma coberta por uma luva sobre a de Jimin. Em passos lentos, seguiram até um dos caixas e não demorou muito para que a mãe dela chegasse até ali, agradecendo-os pelo cuidado.

Jimin continuou em silêncio no caminho de volta para casa. Lidar com crianças estava o deixando ainda mais sensível que o habitual e, toda vez que visitavam o orfanato — já havia se tornado um hábito semanal —, Jimin sentia que deixava um pedacinho de si dentro daquele imenso prédio de tijolos.

Às vezes ele sonhava.

E em seus sonhos, via Yoongi, o garotinho e ele fazendo um piquenique no parque. Ou ele o ensinando a andar de bicicleta. Ou até mesmo Yoongi o ensinando a tocar algumas notas no piano velho que ficava no canto da sala.

E havia os sonhos ruins.

E ele procurava apagar todos esses de sua memória, varria-os para debaixo do tapete, dizendo para si mesmo que se tratava apenas de imagens trazidas pelo subconsciente porque se sentia impotente às vezes.

{...}

Três anos atrás

O nervosismo tomava conta de seu corpo já que seria a primeira vez que iriam visitar o Lar de Crianças em Trenton. O Min, aparentemente, se manteve calmo durante todo o percurso até o orfanato, mas ele sabia que, no fundo, o mais velho estava apenas tentando lhe transmitir tranquilidade como sempre fazia. Conhecia-o bem o suficiente para saber que estava tão ansioso quanto a si próprio.

Estacionaram em frente à grande construção de tijolos com vidraças enormes. Sentiram a brisa fresca do verão tocar seus rostos e o sol aquecendo suas peles quando saíram do carro. Seus corações também foram aquecidos quando entraram no prédio. Os cômodos eram aconchegantes por dentro, diferente da visão tediosa que o prédio exibia por fora.

As paredes das salas eram pintadas em diferentes cores, algumas estavam rabiscadas com giz de cera e em outras haviam desenhos ou fotos de crianças sorridentes coladas em murais.

A responsável pelo orfanato os guiava entre os pequeninos, explicando a eles sobre cada atividade que lhes eram oferecidas, sobre os horários estabelecidos para cada coisa durante suas tarefas, sobre as gincanas que promoviam aos fins de semana...

A porta principal dos fundos dava acesso para uma área gramada e extensa. Havia um pequeno campo de futebol mais ao fundo, alguns brinquedos e duas mesas grandes de madeira densa.

Os olhos de Jimin se focaram em apenas uma criança no meio de todos. O menino de aparentemente dois ou três anos estava pintando uma folha com tintas guaches, misturando algumas cores e sujando as mãos e a própria camiseta branca. Ao seu lado, uma moça lhe auxiliava, assim como fazia com outros que estavam ao redor.

Seus cabelos eram extremamente escuros e as mãozinhas eram tão pequenas que fez com que Jimin lembrasse de si mesmo quando criança. Quando o garotinho se virou, foi impossível não se encantar por aqueles olhos grandes e expressivos. Yoongi riu quando ele mostrou a língua para ambos, fazendo uma careta fofa e engraçada.

— Yoongi-ah, é ele... Eu sinto que é ele — sussurrou.

O mais velho apenas assentiu.

— Nós podemos nos sentar com eles? — Yoongi questionou a senhorita Evans.

— Sim, claro que podem.

Aproximaram-se da mesa, meio incertos ainda em como agir ou o que dizer. A senhorita Evans os apresentou às crianças, pedindo espaço para que ambos pudessem se juntar a eles. Jimin se sentou ao lado do garotinho, e Yoongi, de frente para ele.

— O que você está pintando? — Jimin o perguntou.

— Uma folesta — respondeu mostrando os dedinhos sujos de tinta verde.

— Ah sim, uma folesta — Jimin repetiu.

— E qual animalzinho você vai colocar nessa folesta? — O Min o perguntou com um sorriso gomoso, não conseguindo disfarçar a sensação de conforto e ternura que sentia em seu peito.

— Um atinho.

— Atinho? — O mais novo sorriu.

— Ga-ti-nho — a moça que estava ao lado repetiu.

O garotinho desviou sua atenção para ela, com olhos curiosos. A boca pequena se abriu, mas nada fora pronunciado. Jimin repetiu a palavra pausadamente assim como a moça havia feito, atraindo a atenção dele novamente para si.

— A... Gatinho...

Yoongi o olhou sentindo seu coração se encher com tanto amor. Na verdade, era um sentimento que ia muito além do que ele poderia explicar. E naquele momento em que trocou olhares com seu esposo, em que sentiu seu próprio eu em estado de plenitude, cheio de sentimentos bons e puros, ele soube que ali era seu lar. Ele, Jimin e o pequeno Jungkook.

{...}

Ele não conseguia dormir e, em meio a tantos pensamentos, começou a chorar, fungando o mais baixo possível para não acordar o mais velho.

Havia tido mais um sonho e fora um daqueles ruins.

Sua garganta seca lhe incomodava e, mesmo com os braços de Yoongi em volta de si, ainda se sentia frio.

— Jiminie, está tudo bem. — A voz rouca e sonolenta de Yoongi preencheu o quarto escuro e silencioso.

O mais novo virou-se encostando a ponta gelada de seu nariz na bochecha do outro.

— Me perdoe, Yoon.

— Te perdoar pelo quê, meu amor?

— Por não ser a luz que você precisa nesse momento. Eu sei que você não gosta de me ver triste. Eu só achei que... — Fungou novamente. — Achei que iríamos conseguir dessa vez.

— Jimin, você sempre será a minha luz. Sempre. E o senhor Kim disse que há uma chance de que possamos conseguir vencer esse processo.

— Mas as chances são mínimas, Yoon.

— Eu sei, meu amor, mas não há nenhuma resolução definitiva ainda. Você confia em mim? — Yoongi pressionou os lábios levemente contra a sua testa.

— Você sabe que confio.

— Eu sei. — Beijou-lhe a pontinha do nariz. — Então vamos apenas esperar e deixar nas mãos do nosso advogado. Tudo bem?

Jimin assentiu.

— Está com dificuldades para dormir? — O polegar massageava carinhosamente o queixo do mais novo.

— Sim. Estou com um pouco de frio também. Você poderia pegar outro cobertor? — Jimin tentou se aninhar ainda mais nos braços do outro.

— E se eu te aquecer de outra forma, hum?

— Min Yoongi! — repreendeu-o, mas não conseguiu conter um riso quando os lábios se juntaram para formar um bico fingido.

Um suspiro alto escapou pelos lábios espessos assim que sentiu a respiração quente contra sua pele. Os braços de seu esposo sempre fora e sempre será seu lugar favorito no mundo. Naquele momento, ele soube que não importava onde estivesse, contanto que Yoongi estivesse consigo, amando-o como sempre fizera.

Seu coração pulou mais forte dentro de seu peito quando sentiu a boca macia deslizar por seu pescoço, pressionando a língua levemente nas áreas em que o outro sabia se tratar das mais sensíveis. Jimin se entregou completamente ao sentimento de excitação que começava a surgir dentro de si. E mesmo com todo o frio que sentia, não fora necessário um outro cobertor, porque a pele, a boca e o corpo de Yoongi sobre si lhe aqueceram de uma maneira descomunal.

{...}

Haviam passado o Natal sozinhos como quase sempre fora desde que chegaram ao Estados Unidos, já que não tinham muitos amigos ali e nenhum parente.

Yoongi pegou algumas almofadas para se sentarem no banco de madeira que ficava na varanda. A noite estava fria, mas seus corpos estavam devidamente mornos devido ao vinho que bebiam durante o jantar.

O ar tinha cheiro de grama molhada e o céu estava tão escuro a ponto da mais pequena das estrelas ficar em evidência. Ele se ajeitou entre o cobertor espesso que também havia pegado, e Jimin apoiou a cabeça em seu peito, fechando os olhos e se permitindo ouvir apenas o som de suas respirações.

— Eu te amo muito — o mais velho sussurrou.

Jimin apoiou as mãos no encosto de madeira para se virar. Os olhos castanhos brilhando tanto quanto as estrelas acima deles enquanto fitava cada detalhe do rosto de seu esposo. Os dedos gelados tocaram a nuca de Yoongi, fazendo-o suspirar. Dobrou os joelhos e sentou-se sobre as pernas do outro, beijando-o na testa, em ambos os olhos, bochechas, nariz e finalmente selando os lábios delicados, esbanjando ternura em cada ato. Sentiu as pontas dos dedos do outro lhe acariciar a pele sob o suéter de lã e arrepiou-se com o contato. Sugou suavemente o lábio inferior do mais velho antes de se afastar minimamente com narizes colados.

— Eu também te amo.

— Eu tenho um presente pra você, meu amor.

— Um presente? — O outro apenas assentiu com a cabeça. — Mas eu nem comprei nada pra você, Yoon. Aish, como eu fui me esquecer...

O Min sorriu. Os olhos se tornando ainda menores e os dentes pequenos deixando seu rosto com um aspecto infantil.

— Hum... — Ponderou antes de prosseguir. — Você pode me presentear com uma massagem. Eu posso até deixar você escolher o local... — Apertou-lhe a cintura, trazendo-o para mais perto.

Jimin riu quando ele tentou fazer uma expressão maliciosa, tapando o rosto com a mão pequena. Um hábito que o outro sempre achou fofo em si.

— Como você é safado, Yoon.

— Vou ir pegar o seu presente. — Deu dois tapinhas na coxa dele sinalizando que precisaria se levantar.

Yoongi se afastou em direção à casa, gritando para Jimin que não demoraria.

Dois minutos se passaram.

Depois três.

Cinco.

Ele já se encontrava ansioso, como sempre fora quando se tratava de surpresas ou situações não planejadas.

Sete minutos depois, o Min apareceu na porta da varanda com algo que se assemelhava à um envelope embrulhado em um papel acetinado de tom de vermelho com um laço dourado e pequeno em uma das bordas.

Sentou-se ao lado de seu esposo, que mal conseguia disfarçar a curiosidade.

— O que é? — Jimin o questionou antes de receber o embrulho. — Passagens? Nós vamos viajar? Vamos pra Europa, como você havia prometido?

— Jimin, calma. — Ele riu.

— Aish...

— Abra. — Estendeu a mão, entregando-lhe o presente. — É algo muito além do que uma viagem pra Europa.

Franziu o cenho tentando entender o que o outro queria dizer com aquilo. Sua intuição lhe dizia que ali, dentro daquele simples envelope, algo mudaria suas vidas completamente. Sentiu sua garganta secar e suas pálpebras tremeram com tamanha tensão ao que rasgava o papel vermelho.

Abriu o envelope, puxando o conteúdo com as pontas dos dedos com o máximo de cuidado possível para não rasgar ou amassar. Sentiu o coração pular com mais intensidade dentro de seu peito quando começou a ler o papel fino que segurava em suas mãos.

— Termo de adoção... — A voz quase falhando na última palavra enquanto a visão começava a ficar turva.

— Conseguimos, meu amor.

Jimin o fitou. As lágrimas acumuladas no canto de seus olhos encontraram o caminho até suas bochechas e as mãos trêmulas começavam a suar mesmo com o clima frio. A voz de seu amado ecoando em sua cabeça, como se fosse uma trilha sonora de um filme clichê de Natal.

— Conseguimos — repetiu, mais para si mesmo, com a intenção de verbalizar o que queria há tanto tempo.

— Podemos ir buscá-lo essa semana ainda para que ele possa passar o Ano Novo conosco.

Yoongi pegou o papel de suas mãos com gentileza, guardando-o novamente no envelope como se aquilo fosse algum tipo de joia extremamente valiosa. Tomou as palmas entre as suas maiores, aquecendo-as, trazendo calor não só para a pele, mas para o coração de seu esposo também quando beijou os dedos um por um.

Jimin não conseguiu mais segurar o que sentia. As lágrimas continuavam a escorrer e de repente, em meio ao choro, caiu em gargalhadas. Respirou fundo e limpou as bochechas úmidas antes de beijá-lo, pegando-o de surpresa.

— Quer receber o seu presente agora? — sussurrou com a boca ainda encostada na do outro.

— Quem é safado agora, hum?

O mais novo saiu de seu colo, correndo para dentro da casa enquanto ria. Yoongi o seguiu, abraçando-o por trás e distribuindo beijos por seu pescoço. Jimin gemeu como resposta, permitindo que o outro o erguesse pelas coxas, entrelaçando-as em sua cintura. Caminharam dessa forma até o quarto. E entre sorrisos bobos, olhares intensos, toques íntimos e confissões românticas, fizeram amor.

{...}

Ajeitava os fios castanhos para um lado, depois para o outro, para trás, analisava as roupas em frente ao espelho, tirava o casaco, colocava outro e depois outro de novo. Sabia que essa mudança constante era uma forma de se distrair de qualquer pensamento negativo, já que hoje seria o dia em que buscariam o pequeno Jungkook, que agora já tinha seus seis anos de idade.

Receber a guarda da criança não fora um processo fácil e Jimin queria que cada detalhe fosse o mais especial possível para ele. Por isso, começou a arrumar o necessário logo no dia seguinte ao Natal. Comprou algumas coisas básicas, mas preferiu deixar as principais para que fizessem como um programa em família.

Yoongi apoiou-se no batente da porta, observando-o e rindo baixinho quando ele bufava mais uma vez sobre como deveria deixar o cabelo.

— Você sabe que fica lindo de todas as formas possíveis, não sabe?

— Só estou um pouco nervoso... — Coçou a nuca, sorrindo um tanto sem graça. — Eu sei que ele gosta da gente, mas fico me perguntando se ele irá gostar de morar aqui, da nova escolinha, enfim...

— Fique tranquilo, okay? Vai dar tudo certo.

O mais velho beijou sua bochecha e o abraçou, apertando-o forte contra si, sentindo o cheiro levemente adocicado de sua essência e a textura de seus fios enquanto lhe acarinhava o topo de sua cabeça.

Estavam prontos. Prontos para serem pais agora.

{...}

As perninhas balançavam freneticamente para cima e para baixo, os olhos escuros estavam atentos a cada movimento da sala enquanto esperava o buscarem e as mãozinhas pequenas apertavam as orelhas do coelho de pelúcia que havia ganhado da última vez em que eles o visitaram.

Moveu a cabeça assim que ouviu o som da porta se abrindo e sorriu ao ver aqueles que esperava à sua frente. Desceu da cadeira num pulo e correu até Yoongi, que logo o pegou no colo.

— Como você está? — Jimin perguntou a ele.

— Animado. — Ele sorriu deixando em evidência a ausência de um dente da frente.

Jimin passou a mão pelos fios escuros dele, ajeitando uma mecha que caía sobre os olhos grandes. Yoongi o colocou no chão e segurou sua mãozinha que parecia ainda mais pequena entre sua palma grande.

Assinaram os papéis necessários, pegaram os pertences de Jungkook e seguiram para casa.

— O que você quer comer, Jungkookie? — o mais velho perguntou assim que estacionou o carro na garagem de casa.

— Hum... Pizza!

Comeram pizza na sala enquanto assistiam alguma animação, com Jungkook vez ou outra parando de mastigar para mostrar outro dente que estava mole e que logo iria cair. Abriu os presentes que Yoongi e Jimin — agora oficialmente seus pais — haviam deixado sob a árvore grande de Natal, soltando um gritinho de felicidade a cada brinquedo novo que conhecia apenas por já ter visto em comerciais de televisão.

Já cansado e cheio da torta de chocolate que comeu após a pizza, apoiou a cabeça nas almofadas que estavam no colo de Jimin.

Ele se sentia finalmente em casa. Seu coração, tão puro, já sabia que ali seria seu lar, com pessoas que o amaram desde o primeiro instante e que seriam capazes de tudo o possível para vê-lo feliz.

Yoongi observava a cena de Jungkook com o rosto sereno deitado sobre o colo de Jimin, enquanto tinha seus cabelos sendo acariciados pelo esposo.

— Vamos levá-lo para o quarto.

Jimin assentiu, sorrindo em seguida.

Colocaram-no na cama, cobriram-no e, antes de se afastarem, Jungkook abriu os olhos, tão brilhantes quanto a mais bonita das galáxias.

— Obrigado. — A voz infantil saiu baixinha e sonolenta. As pálpebras quase se fechando novamente pelo cansaço.

— Pelo quê, Kookie? — o mais velho o questionou carinhosamente.

— Por serem meus papais. — Os olhinhos cederam ao sono assim que sentiu Yoongi deixar um beijo em sua testa e Jimin acariciar sua mãozinha.

{...}

A véspera de Ano Novo havia chegado. Jimin e Yoongi andavam pra lá e pra cá na cozinha preparando tudo pra virada, já que receberiam visitas.

Jungkook estava na sala brincando com o mais novo integrante da família, o pequeno Holly que parecia mais uma bolinha de pelos marrons.

— Jimin-ah, que horas eles chegam? — Yoongi perguntou enquanto decorava um bolo. Havia glacê em sua bochecha, e Jimin não pôde evitar de passar o dedo e lamber, expressando um som de satisfação em seguida.

O mais velho sorriu.

— Eles chegam... — Olhou para o relógio em seu pulso. — Exatamente daqui uma hora.

Tirou o avental de seu corpo e lavou as mãos.

— Vou buscá-los. — Deixou um selinho rápido nos lábios do mais velho antes de sair da cozinha.

— Posso ir também? — Foi questionado assim que passou pela sala.

Jimin pegou um casaco para ele e ajeitou seus cabelos o mais rápido que pôde, pois não queria deixá-los esperando no aeroporto.

O trajeto levou pouco tempo, já que era a véspera de Ano Novo e, pelo horário, a maioria das pessoas já estariam em casa com suas famílias.

Vinte minutos de espera foram necessários para ver Kim Taehyung, Jung Hoseok e seu pai passarem pelo portão de chegada com Taehyung exibindo o típico sorriso quadrado assim que avistou o amigo mesmo que parecesse um pouco cansado pelo longo período em que esteve no avião. Já Hoseok, estava radiante, como sempre. E seu pai, bem... Havia sentido tanto sua falta que não conseguira conter o choro assim que ele se aproximou.

— Pai... — Abraçou-o forte, sendo retribuído com tanto amor e afeto, como sempre foram um com o outro.

— Como você está? — Seu pai parecia checar cada detalhe de si, fazendo com que Jimin sorrisse.

— Estou bem — garantiu-lhe, com os olhos formando uma linha fofa por ainda estar sorrindo.

Viver longe era difícil para ele, já que sempre fora muito apegado à sua família.

Cumprimentou seus amigos e lhes apresentou Jungkook, que segurava a perna dele um tanto tímido.

— Oi, Jungkook-ah. — Hoseok estendeu a mão para o garoto que a apertou e logo voltou a agarrar a perna de seu pai.

— Vamos, Yoongi está nos esperando. Ele fez um bolo de morango só porque sabe que Taehyung gosta.

— Por isso que Yoongi sempre foi meu hyung preferido. — Hoseok o beliscou, fazendo-o resmungar como resposta.

{...}

Jimin estava feliz. Na verdade, estava mais do que feliz. Sentiu que uma palavra nova deveria ser inventada para descrever o sentimento que lhe tomava o peito. Todos que amava estavam ali, reunidos naquela sala de jantar. Yoongi e seu pai conversavam sobre como estavam as coisas na Coreia, Hoseok lhe contava sobre a promoção que havia recebido em seu emprego e Taehyung servia mais um pedaço de bolo de morango para si e Jungkook.

No final daquele dia, quando o relógio marcou meia-noite, abraçaram uns aos outros, desejando coisas boas entre sorrisos e corações aquecidos por estarem juntos depois de tanto tempo.

Jungkook já havia perdido a timidez, por vezes fazendo caretas para Taehyung ou Hoseok, ou se jogando no colo do avô, contando-lhe coisas aleatórias, como toda criança sempre faz.

Mais tarde, ali em seu quarto, com Yoongi abraçando-o e a respiração dele tocando sua bochecha, teve certeza de que aquele era um dos dias mais felizes de sua vida.

— No que está pensando? — o mais velho o questionou baixinho.

— Em você, Jungkook, todos nós juntos de novo...

Sentiu Yoongi o apertar ainda mais forte, como se seus braços fossem um muro alto que o protegesse de coisas ruins.

— Eu te amo, Jiminie — sussurrou.

— Eu te amo, meu amor no Universo.

Yoongi sorriu satisfeito, fechando os olhos e caindo no sono.

— Você e Jungkook são meus amores no Universo — sussurrou ao que acariciava o nariz de Yoongi, antes de adormecer também.

~~~~


Notas Finais: Espero que vocês tenham curtido a leitura e que essa fic tenha aquecido o coração de vocês 😘

Desejo a vocês um Feliz Natal e próspero Ano Novo... Beijinhos e nos vemos na próxima 😉😉😉

27 de Diciembre de 2021 a las 23:43 0 Reporte Insertar Seguir historia
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