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Yoongi e Jimin são dois agentes de inteligência aposentados que se casaram, mas depois de três anos longe da ação, Jimin se vê com um novo mistério para solucionar, será que seu marido o está traindo?


Fanfiction Bandas/Cantantes Sólo para mayores de 18.

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Im not the only one?

Escrito por: Rahmuharara3/@Rahmuharara


Notas iniciais: Oi amores! ( ˘͈ ᵕ ˘͈♡)

Mais uma fanfic para esse projeto maravilhoso ♥♥

Gostaria de agradecer a maravilhosa Bru @formynamjoonie pela betagem and paciência com as minhas confusões ❤️ e a Xu @xuggi por ter feito capas tão incríveis (eu simplesmente amei os detalhes). ❤️

Espero que vocês gostem!! Escolhi um tema meio polêmico para essa, por favor leiam de mente aberta e se atentem nos detalhes, nem tudo é o que parece...

Boa leitura!


~~~~

Tudo começou com uma observação inocente de Taehyung.

Mais tarde, Jimin se envergonharia em admitir que não havia percebido a situação antes, logo ele, que se considerava um bom observador, não tinha notado o que estava acontecendo em sua casa, com o seu próprio marido.

Ele e Taehyung estavam em sua sagrada noite de pizza, uma tradição mensal dos amigos que se iniciou quando ainda eram dois estudantes ingênuos recém-chegados a Seul. Uma noite por mês, eles se reuniam para fofocar e comer o máximo de pizza que conseguissem, uma tradição quase imutável que não havia alterado sua essência nem mesmo com o casamento de Jimin. E naquela noite, não se encontrava nada de diferente do que faziam normalmente, exceto pela descoberta que Taehyung induziu.

— Onde está o Yoongi-hyung? — Tae diz, olhando ao redor da sala com a boca cheia de pizza calabresa. O Park apenas deu de ombros em resposta, ainda muito ocupado comendo sua fatia de quatro queijos. — Ele não tem passado muito tempo em casa ultimamente, não é? — o Kim observou.

Naquele momento, algo instantaneamente clicou na mente de Jimin, uma luz de alerta que ignorou, em favor de desconversar o assunto, até que Taehyung tivesse ido embora e ele estivesse com a cabeça em seu travesseiro observando o lado vazio na cama.

Yoongi sempre estava por perto na noite da pizza, ele os dava privacidade, mas sempre vinha para roubar uma fatia de pizza antes de se entocar em algum canto da casa. E aquele já era o segundo mês sem a sua presença, e não era só nisso que ele andava ausente atualmente.

Jimin pensou em todas as vezes que Yoongi chegou tarde em casa durante essas semanas, e nos dias que quase não o via; nem mesmo sabia onde o marido estava agora, nenhuma notificação no seu celular, nenhuma satisfação.

Poderia culpar suas rotinas atarefadas por isso, mas algo lhe dizia que estava apenas tentando se enganar. Quando conheceu Yoongi, ele já era um workaholic, mas sempre arrumou tempo para Jimin; mesmo antes, quando ainda eram agentes de inteligência super sobrecarregados com seus cargos, entocados em missões, ainda tinham tempo um para o outro.

E a constatação desse fato lhe trouxe mais perguntas.

Qual foi a última vez que Yoongi o tocou? Que olhou em seus olhos? Que conversaram por mais tempo que a cortesia normal da convivência requerida?

Uma semana? Duas? Um mês? O que isso significava?

Jimin estava apreensivo com isso, porém disposto a conversar antes de tirar conclusões precipitadas e dar uma chance ao marido de dizer o que estava acontecendo.

O sábio seria dormir e ter uma conversa pela manhã, mas ele não conseguia dormir. A mente dando voltas em tudo que aconteceu nos últimos tempos, analisando cada momento que Yoongi parecia diferente, mas ignorou.

Ele esperou e esperou, e por fim, sua mente agitada foi vencida pelo cansaço. Acordou no meio da noite com o som do chuveiro, Yoongi estava em casa. O relógio de cabeceira marcava as três da manhã. O Park pensou em onde ele poderia estar até tão tarde, e com quem?

Mas o som do chuveiro desligando afastou as dúvidas. De onde estava deitado, ele pôde ver a porta do banheiro meio aberta, o vapor embaçando o espelho da pia, e ouvir os passos de Yoongi enquanto ele caminhava ao redor do cômodo. Fechando os olhos novamente por um momento, ele tentou clarear sua mente o suficiente enquanto seu corpo começava a acordar. A porta rangeu um pouco, e Yoongi saiu.

— Desculpe por acordar você — seu marido diz em um tom baixo, quase um sussurro, como se ainda temesse despertá-lo.

— Tudo bem. — Jimin o olhou com ternura e sentou-se na cama para observá-lo melhor. Só de olhá-lo assim, com sua expressão culpada por tê-lo despertado, todos os seus temores, de repente, desaparecem.

O cabelo negro de Yoongi ainda estava molhado do banho, pingando gotas em seu peito desnudo, descendo pelo abdômen até serem aparadas pela toalha envolta em seus quadris. Jimin levantou-se da cama e se aproximou de seu marido com cautela, puxando a outra toalha que estava envolta em seu pescoço e o secando com delicadeza. Primeiro os cabelos, depois o peito e os braços.

Jimin sempre o achou um homem muito bonito, seus traços firmes e suaves. Enquanto ele próprio era inegavelmente mais trabalhado fisicamente, mas de ombros e cintura estreitos, Yoongi tinha ombros largos e um corpo esguio e delineado por músculos firmes. Algumas cicatrizes antigas pontilhavam seu tronco, costas e braços, fruto dos seus anos como agente, algumas espessas, outras delgadas e algumas quase imperceptíveis. Jimin conhecia todas elas muito bem, suas formas e suas histórias, já havia traçado muitas vezes os seus contornos distraidamente depois de uma noite de amor.

Ele se distraiu analisando-as novamente, pensando nas várias noites tão envolvidos um no outro que já não se podia dizer onde um começava e o outro terminava, para depois Yoongi cuidar dele e beijá-lo lenta e apaixonadamente em meio à água e ao vapor. Há quanto tempo eles não faziam isso?

A pele do marido já estava seca a essa altura, mas o Park seguiu acariciando seus ombros distraidamente com a toalha, até que os dedos gelados de Yoongi tocaram a vértice de sua cintura. Jimin olhou em seus olhos, mas eles não lhe disseram nada. Escuros e indecifráveis como o céu noturno. E isso torceu algo em seu coração.

— Onde estava até tão tarde, Yoonie? — O marido não o respondeu de imediato. Ele escondeu seu rosto no pescoço de Jimin, inspirando seu cheiro, causando ao Park arrepios gostosos que desceram por sua espinha, só para, por fim, se afastar suspirando antes de dizer em um murmúrio.

— Saí com Hoseok para beber. — E Jimin ouviu a mentira em sua voz, algo na hesitação de sua fala, em seu tom, em como se recusou a olhá-lo nos olhos para falar.

— Você sabe que pode me contar tudo, não é? — sussurrou. — Vou estar contigo não importa o que está acontecendo. — Yoongi apertou seus dedos mais forte na cintura do marido, seus ombros se tencionando e antes que Jimin percebesse, seu toque se foi.

— Não há nada de errado, eu só estou cansado. — Ele se afastou, e o Park foi deixado para observar suas costas enquanto Yoongi se vestia. Depois, ele passou por ele e foi direto para a cama, como se assim o assunto se encerrasse.

Confusão, raiva e mágoa se confundiram no seu peito. E ele observou o marido se acomodando na cama, antes de também se render e deitar junto dele.

Suas costas estavam voltadas para Jimin. Como uma barreira, havia uma distância que nunca houve entre eles, ou talvez houvesse e só agora ele a enxergasse bem. Não só no espaço em seus lençóis, mas entre seus corações.

Quando Jimin acordou pela manhã, seu coração se contraiu ao contemplar o lado de Yoongi na cama, vazio.

Apesar do que seu marido disse, ele sabia que havia alguma coisa errada. Não era somente uma intuição, mas algo dentro dele que dizia que algo não estava certo, e a atitude de Yoongi só comprovava ainda mais o ponto.

Muitos tomavam Yoongi por uma pessoa fria; por sua calma e introspecção, ele era conhecido na agência por não demonstrar nenhuma emoção além de 50 tons de chateado ou indiferente, mas, para Jimin, ele não havia sido nada menos que caloroso.

Mesmo que fosse mais fechado quanto seus sentimentos para outras pessoas, ele sempre os compartilhou com o Park, seu relacionamento continuamente aberto ao diálogo. Era estranho que ele agora evitasse falar.

Jimin foi compreensivo quanto a isso, mas, depois de três dias de total silêncio e zero abertura, ele finalmente deu voz ao seu pressentimento e decidiu investigar.

Precisava saber o que havia de errado com Yoongi e, talvez assim, ajudá-lo.

Jimin não gostava disso. Ele poderia estar sendo um péssimo esposo; talvez devesse dar mais tempo para que Yoongi estivesse pronto para contar, talvez eles estivessem em uma daquelas fases estranhas que todo casamento tem, ele já tinha lido sobre isso em algum lugar — depois dos três anos de casado, era comum casais se afastarem um pouco. Mas mesmo com tudo isso, ele não poderia ignorar o que sentia, não com a imagem do espaço entre eles tão nítida em sua mente, o qual ele não podia deixar que aumentasse.

Assim como foi treinado a fazer ainda na academia de polícia, Jimin traçou um plano. Sua primeira estratégia havia sido a espera, então era hora de partir para a ação. Se não pudesse persuadir Yoongi a contar, havia outros meios pelos quais ele poderia descobrir. Ele teria que fazer uma boa e velha investigação.

O que ele precisava era de acesso ao celular do marido, mesmo que isso fugisse de seus princípios.

Jimin nunca, nem mesmo pensou em bisbilhotar o celular de Yoongi, ele não era assim, acreditava que cada um deveria ter sua privacidade e seu espaço, mas tempos desesperados pedem medidas desesperadas, e esse era um dos únicos meios possíveis. O celular de uma pessoa pode dizer muito sobre ela, contar seus segredos, e ele sabia que o marido estava guardando segredos que o estavam fazendo mal.

Mas o problema de espionar um ex-espião é que, mesmo depois de anos fora do ramo, ele ainda está sempre alerta. E o famoso agente especial Min Yoongi, que o Serviço Nacional de Inteligência Sul-coreano recrutou diretamente da Agência de Polícia Metropolitana de Seul quando ele mal tinha 20 anos, possuía sentidos e instintos precisos, aguçados e formidáveis.

Para o próprio Jimin era difícil se desligar da paranoia de resguardo adquirida nos anos de serviço, mesmo às vezes ao ir comprar leite no mercado ele ainda se pegava analisando o perímetro a sua volta em busca de ameaças potenciais.

Então, Park foi obrigado a ser cauteloso e estudar o seu alvo o mais detalhadamente possível enquanto esperava pela oportunidade perfeita. Entretanto, a tarefa, que outrora poderia ter sido só parte da rotina de um caso, se tornava hercúlea; saber que a pessoa que ele amava estava escondendo algo dele fazia com que, a cada momento daquela investigação, um peso se acumulasse em seu coração.

Yoongi sempre aparecia do nada quando Jimin avistava seu celular vulnerável, o que já era bem raro, considerando que agora o Min parecia estar sempre agarrado ao aparelho. O Park até mesmo tentou se aproximar dele quando o marido estava dormindo, mas seu sono leve frustrou seu plano, e ele teve que fingir que, ao invés de estar esticando o braço para alcançar o celular, estava pretendendo abraçar o marido.

A oportunidade se apresentou a Jimin em um dia em que ele estava prestes a desistir de sua investigação e implorar a Yoongi por uma conversa, porém, quando ele chegou ao quarto dos dois, o ex-agente percebeu o celular do marido sob a cômoda.

Ele aguçou sua audição para o banheiro e esperou pelo som do chuveiro. Quando o som da água descendo sobre os ladrilhos, enfim, pôde ser ouvido, Jimin entrou em ação. Deveria ser rápido, caso quisesse ter tempo para descobrir algo. O celular estava na cômoda, bem embaixo da carteira de Yoongi. Ele deslizou a carteira com destreza silenciosa para longe do celular, antes de pegá-lo.

Sua tela piscou ligada exibindo um wallpaper padrão da marca, apenas linhas e formas, não mais a antiga foto do casal de rostos colados e sorrisos amplos, e Jimin estranhou. Outro fato que causou confusão ao Park é que o celular requer senha. Yoongi não tinha senha antes, ele dizia ser mais prático apenas deslizar o dedo sobre a tela e ter o que queria, agora o celular exigia com letras brilhando na tela que seu dono inserisse sua digital para o desbloqueio, e Jimin sentiu vontade de gritar em indignação. Essa era mais uma evidência de que o marido tinha algo a esconder.

Jimin devolveu o celular para a cômoda e arrumou a carteira em cima dele da mesma forma que havia encontrado, depois silenciosamente desceu as escadas para fazer um chá.

Sua real vontade era entrar naquele banheiro e confrontar o marido, mas, depois do que descobriu, não confiava que Yoongi fosse sincero com ele. Então, Jimin decidiu seguir até o fim com a investigação. Do fundo do seu coração, ele esperava que estivesse apenas sendo paranoico e desconfiado, mas não se enganava com as perspectivas do marido não estar escondendo algo dele.

Enquanto a água na chaleira esquentava, ele pensou em novas estratégias para conseguir acesso ao celular. Não havia muita coisa que pudesse fazer para conseguir acesso, descobrir o pin ou padrão poderia levar muito tempo e muitas tentativas poderiam acabar por bloquear o aparelho. Ele poderia tentar adulterar a digital do marido, mas aquele era um trabalho muito minucioso, ele teria que conseguir um objeto que Yoongi tocou, depois colher a digital perfeitamente e então usar cianoacrilato para fixá-la, porém, o processo era todo muito delicado e qualquer erro levaria a um esforço em vão. Não era tão fácil como a Daphne de Scooby Doo o fez crer na infância.

Ele não queria envolver outras pessoas na equação, já era ruim o suficiente pensar em bisbilhotar o celular do marido, sua privacidade; mas, naquela altura, Jimin não podia ignorar os sinais de alerta em sua mente, colocando ideias que ele não queria contemplar.

Felizmente, para a interrupção de seus pensamentos intrusivos, a chaleira começou a apitar, indicando que a água estava fervida. Ele preparou uma caneca de chá para ele próprio em uma tentativa de relaxar, precisava ficar calmo e não levantar suspeitas se quisesse descobrir algo.

O Park já estava retornando em direção ao quarto quando Yoongi saiu do mesmo todo arrumado e parecendo apressado.

— Onde vai? — Jimin perguntou ao marido, que quase passou direto por ele em sua pressa.

— Eu… eu, hum… Jungkook me ligou para dizer que esqueci de verificar uma papelada no escritório e preciso ir ajudar a terminar — Yoongi diz um pouco tardiamente.

— Você não pode verificar isso em outra hora? Está tarde. — Um bico involuntário se formou nos lábios de Jimin.

— Me desculpe, Jiminie, eu realmente tenho que ir. — E depois de estalar um pequeno beijo na testa do esposo o Min saiu apressado.

O coração de Jimin contraiu no peito quando ele farejou mais uma mentira. No final das contas, o chá não funcionou; ele, na verdade, sentiu vontade de jogá-lo na cara de seu marido mentiroso.

Ele se viu ligando para Jeon Jungkook, parceiro de Yoongi na divisão que ele foi alocado depois de se aposentar do serviço de campo, e o único que podia confirmar ou desmentir o álibi de seu marido.

— Hyung, está tudo bem? — O Jeon atendeu em poucos toques.

— Oi, Jungkook, desculpe te ligar tão tarde, é que o Yoongi esqueceu alguns papéis em casa, e eu não sei se eles são importantes... Eu deveria levar para vocês no escritório?

— No escritório? Eu não estou mais no escritório, Jimin-hyung.

O Park de repente sentiu frio, Yoongi mentiu realmente, ele não foi encontrar Jungkook no escritório.

— Mas que papéis são esses? O Yoongi-hyung não levou nenhum caso para resolver nas férias.

Férias? Yoongi tirou férias?

— Tudo bem, Kook, eu devo ter me enganado, devem ser só papéis velhos, rah rah, que cabeça a minha. — Jimin riu de forma falsa, felizmente, foi convincente o suficiente para que o Jeon ecoasse sua risada em diversão. — Mas me diga, quando terminam as férias do Yoongi mesmo?

— Já quer se livrar dele em casa, Jimin-hyung? — O Park ensaiou outra risada falsa antes de responder.

— Algo assim.

— Você sabe, ele se afastou por dois meses, então em algumas semanas ele vai ter que voltar ao trabalho e você vai ter um pouco mais de sossego.

Isso indicava que Yoongi estava mentindo para ele por pouco mais de um mês.

Ele continuou a conversa fiada com Jungkook por mais um tempo para que ele não desconfiasse de suas perguntas estranhas. Ele se sentia culpado por estar usando o seu amigo assim, em outro momento, teria adorado conversar com o maknae, mas agora sua mente estava sobrecarregada de pensamentos. O Park tentou compensar chamando o Jeon para um jantar, pretendendo pagar o quanto de carne o seu dongsaeng quisesse. Quando enfim encerrou a ligação, Jimin soube o que tinha que fazer a partir de agora.

Um terceiro elemento precisava ser adicionado à equação. Então, ele marcou um encontro com a única pessoa que poderia ajudá-lo.

Naquela noite, Yoongi voltou tarde para casa novamente, e Jimin fingiu estar dormindo quando ele ocupou seu lugar na cama.


______________


Jimin avistou o seu amigo assim que entrou na doceria.

Quem visse Kim Seokjin tão entretido comendo uma fatia de bolo de morango e usando seu enorme moletom rosa, nunca desconfiaria que ele era o melhor hacker e programador do serviço de inteligência sul-coreano, e um recordista de Mario Bros. Uma mente brilhante que poderia passar por qualquer firewall e também um rostinho lindo, Jimin o considerava um pacote completo, uma ameaça a qualquer ser humano.

Seokjin podia ser sua solução ou um risco, Jin era tão próximo de Yoongi quanto dele, e ele poderia escolher não apoiar Jimin nessa loucura e não o ajudar, ou resolver contar tudo para o Min.

— Como vai o meu hyung favorito? — Jimin usou sua voz mais doce para perguntar assim que sentou em frente a Seokjin.

— Eu tentei me iludir ao pensar que você marcaria um encontro comigo só pela minha agradável presença, mas agora tenho certeza que você quer alguma coisa de mim — Jin disse de uma maneira monótona, quase sem levantar os olhos de sua fatia de bolo. Sua expressão era de aborrecimento, mas o Park podia ver a pequena inclinação dos seus lábios e o brilho travesso no olhar, que indicavam que a reprimenda era nada mais que uma brincadeira.

— É claro que eu também vim aqui pelo prazer da sua companhia, hyung.

— Também — o Kim bufou. — Você deveria ter vindo aqui principalmente por isso. — Ele gesticulou furiosamente com o garfo, e Jimin não resistiu a uma risada.

— Desculpe, hyung, mas dessa vez eu vim para te pedir principalmente sua valiosíssima ajuda, só você pode me ajudar com esse assunto — o Park diz dramaticamente.

— Tudo bem, chega de bajulação. O que você quer de mim, garoto? O que aconteceu?

— Preciso que você me dê acesso a informações de um celular. — O tom de Jimin se tornou um pouco mais sombrio quando ele, enfim, disse e, ao perceber a postura de Jin mudar, ele cessou as brincadeiras, de repente, soando como o hyung protetor que ele era.

— Que eu saiba, você não faz mais parte do serviço de inteligência, Jimin, por qual razão você me pediria algo assim? Você e Yoongi não se meteram em problemas de novo, não é?

— Não me meti em problemas, hyung.

— Então, por qual razão, motivo ou circunstância você está aqui me pedindo para fazer algo ilegal? — Jimin hesitou, era a primeira vez que ele iria proferir suas suspeitas em voz alta, e somente a perspectiva formava um bolo em sua garganta.

— Acho que Yoongi está me traindo. — O garfo de Seokjin caiu no prato com um tilintar, suas sobrancelhas franzidas em confusão.

— Não pode ser, Min Yoongi sendo adúltero? Ele olha para você como se fosse o responsável por fazer o sol brilhar todos os dias, é o tolo mais apaixonado que eu conheço.

— Aparentemente, a paixão acabou — Jimin disse triste, e então começou a contar para Seokjin tudo que o levou a acreditar que o marido o estivesse traindo. Toda a situação angustiante da distância e as atitudes suspeitas, e o amigo ouviu tudo sem dizer uma palavra. — É por isso que preciso de sua ajuda, hyung, eu preciso saber se ele realmente está me traindo, eu sei que ele também é seu amigo e o que te peço não é nem mesmo moralmente correto, mas eu tenho que saber.

Jimin nem mesmo percebeu que derramou uma lágrima até que Seokjin estendeu a mão para limpá-la.

— Eu sinto muito, Jimin — Jin o consolou. — Me parte o coração te ver assim, mas ainda me sinto mal em invadir a privacidade do Yoongi, mesmo que ele tenha se tornado um traidor. Vou ajudar você, mas não quero me envolver no problema, vou te dar os dados, mas vai caber a você analisar a situação.

Jimin suspirou aliviado, apesar de temer o que poderia encontrar, ele se sentiu mais leve por estar mais perto da verdade. Ele sorriu para Seokjin ao agradecer, só para tranquilizá-lo, mas a coisa toda era só um fraco erguer de lábios e não deveria nem mesmo ser chamada de sorriso.

— Eu realmente espero que isso tudo seja um mal-entendido, Jimin, e que vocês possam superar, mas caso não, eu vou estar aqui para te oferecer meu ombro.

Três horas depois, Jimin tinha tudo o que precisava, menos a coragem para finalmente ver o conteúdo do celular do marido.

Seokjin lhe entregou todas as mídias, arquivos, dados de telefonia e aplicativos de conversa dos dois últimos meses contidos no telefone de Yoongi, dois meses seriam o suficiente para fornecer as evidências de uma traição.

Por todo caminho de volta para casa, ele evitou ao menos olhar para o aparelho que Seokjin o deu, mas agora era inevitável encarar a coisa como se ela o tivesse feito mal. O drive externo em sua mão parecia ser muito gelado, e ele próprio sentia um estranho frio.

Não conseguia deixar de pensar em todos os momentos que tinha passado junto de Yoongi, todos os toques, carícias e juras de amor, tudo que ele achou que era real e agora já não tinha tanta certeza.

Finalmente tomando coragem, Jimin conectou o drive ao computador e encarou as pastas bem ordenadas em que Seokjin havia organizado os arquivos.

Ele começou com o mais óbvio, ligações telefônicas. Encontrou muitas chamadas suas e os contatos conhecidos da família de Yoongi e seus amigos, um número desconhecido aqui e ali, mas nenhum que se repetisse com frequência suspeita. Portanto, ele logo passou para os aplicativos de mensagens; novamente nada suspeito, apenas grupos em que Yoongi não falava muito e mensagens para família e amigos. Jimin já estava impaciente e aliviado quando chegou aos chats de redes sociais, mas esses também não mostravam nenhuma movimentação suspeita. Ainda assim, sua intuição gritava que havia algo errado.

Então, ele prosseguiu procurando, e encontrou uma pasta dentro dos arquivos deletados do celular, a qual ele quase deixou passar, e finalmente achou aquilo que procurava, mas não queria ver. SMS’s apagados, de um número que se repetia com frequência, mas não havia sido salvo.

Uma data em particular chamou a atenção de Jimin, a noite da pizza, o começo da desconfiança.

A pessoa nas mensagens dizia querer ver Yoongi, e o apressava a ir ao “lugar de sempre”, mas o que deu mais ânsias ao Park foram as respostas do marido: “Estou chegando, Go Woon”, “Me espere no quarto, e não no lobby", “Espero que você tenha algo bom para mim hoje”.

Go Woon, esse só poderia ser o nome da amante de Yoongi.

Jimin quis jogar o computador longe, quis vomitar, a cada frase, a cada encontro marcado que ele lia naquela tela, uma pedra se assentava em seu estômago e seus olhos já marejados ardiam quase o cegando para a leitura, mas ele leu até o fim, bebendo todas as palavras que a cada letra e significado envenenavam mais o seu coração com raiva e tristeza.

Só havia um pensamento claro na mente de Jimin, e ele era como cinzas em sua boca. Yoongi, Min Yoongi, seu marido o estava traindo.


______________


Jimin estava em lágrimas, ele se permitiu sofrer no melhor estilo, com vinho e músicas sobre traição. Quando Taehyung chegou trazendo sorvete e seu ombro amigo, o Kim encontrou seu soulmate revezando entre beber diretamente da garrafa de vinho e cantar a plenos pulmões o refrão de “I'm not the only one”.

— O que Yoongi-hyung fez? — Jimin soluçou involuntariamente ao ouvir o nome do marido, ele foi até Taehyung e tirou o sorvete de suas mãos, correndo para achar uma colher como um homem sedento por água que finalmente a encontra. Ele deu uma grande colherada no doce gelado antes de perguntar com a boca cheia:

— Como sabe?

— Isso é o clássico, Jimin, você me pedindo para trazer sorvete do nada, bebendo vinho ruim às nove da manhã e ouvindo as músicas tristes do Sam Smith. Só uma coisa causa isso em uma pessoa: coração partido. — O Park olhou para ele embasbacado, Taehyung era muito perspicaz, o serviço de inteligência da Coreia perdeu muito quando o seu amigo decidiu ser um modelo em vez de um investigador, Jimin pensou. — Agora me diga o que o hyung fez e onde ele está, para que eu possa ir lá fazer picadinho dele.

— Em primeiro lugar, esse vinho não é ruim, ele só é barato; em segundo, eu já não faço ideia de onde ele pode estar; e em terceiro, você não mataria o Yoongi — o Park desdenhou.

— Claro que não, eu posso ser mais alto, mas aquele baixinho foi treinado, e eu não seria páreo. Porém, existem outros meios de esculachar uma pessoa. — Jimin riu, Taehyung sempre foi capaz de arrancar risadas dele, mesmo em situações ruins. Mas dessa vez, o amigo não se juntou a ele em seu riso, ele o olhou sério e triste.

— Você está desviando o assunto, Chim, me conte o que aconteceu.

Em vez de falar, Jimin encarou o seu sorvete e se permitiu mais uma grande colherada. Engolir foi difícil com o bolo formado em sua garganta, e as lágrimas escapando de seus olhos lentamente, sem controle. Taehyung correu para o envolver em seus braços, e o Park se encolheu em seu abraço, permitindo ser confortado pelo calor do amigo.

Quando as lágrimas estavam mais controladas e seu corpo pareceu mais leve, ele sussurrou ao Kim:

— Yoongi me traiu — Taehyung prendeu o ar, e se moveu para olhar nos olhos de Jimin. — Ele me traiu, Tae — ele repetiu, afundando o rosto no peito do amigo, nem mesmo se importando em molhar sua roupa.

— Tem certeza disso? — o Kim perguntou cauteloso. Jimin se desenrolou de seus braços e foi para sala em busca de algo, Taehyung o seguiu, ao fundo “I'm not the only one” ainda estava tocando em repeat, e ele percebeu que Jimin a escolheu pela letra, e não simplesmente por sua melancolia. O Park entregou uma pasta de papel pardo cheia de papéis e fotos.

— Você fez um dossiê sobre o Yoongi-hyung? Por que você fez um dossiê sobre seu marido?

— Jin-hyung o fez para mim, eu só o imprimi. — Jimin encontrou a sua garrafa de vinho esquecida na mesa de centro e deu um gole longo. — O que você disse no dia do nosso encontro da pizza me fez abrir os olhos. Yoongi anda ausente, estranho, quase não me olha nos olhos. Ele tem me afastado, Tae, não quer conversar, não quis me dizer o que havia de errado. Então eu mesmo fui descobrir, e descobri… descobri que ele tem mentido pra mim, ele está tendo um caso. — O Park empurrou o bolo de tristeza em sua garganta para baixo com mais vinho, enquanto seu amigo observava confuso e chocado.

— Eu levantei a ficha da amante também, ainda consigo usar minhas senhas antigas para entrar no banco de dados da agência, veja as últimas páginas. — Taehyung folheou os papéis até encontrar o que parecia ser a ficha de identificação de uma garota. Ela era muita bonita, com cabelos negros sedosos e rosto em formato de coração.

— Lee Go Woon… — Taehyung leu.

— Ela tem vinte e três anos, foi uma das informantes do Yoongi nos tempos de agente. Na época, trabalhava em um bordel, mas se casou com um mafioso da tríade que era dezessete anos mais velho que ela e agora é viúva.

— Por que você acha que o hyung está te traindo com ela?

— Volte para as primeiras páginas, tem várias conversas de Yoongi com a garota, com eles marcando encontros há pelo menos um mês, e um desses encontros bate com a data da nossa noite da pizza. Ela marcou um encontro com ele nesse dia, em um hotel em Gangnam, “o lugar de sempre”, ela disse, e Yoongi confirmou que iria, e depois voltou para casa às três da manhã como se nada tivesse acontecido.

As lembranças daquela noite e da distância tangente entre ele e o marido voltaram à sua mente e as lágrimas de Jimin voltaram a cair. Ele estava positivamente embriagado e miserável, e acreditava que deveria ser perdoado por seu acesso de choro descontrolado, considerando que descobriu que o homem que lhe jurou amor estava mentindo.

— Eu confiei nele, Tae, confiei com a minha vida, confiei cegamente nele, porque ele prometeu me amar e proteger. Ele sempre disse que eu tinha uma bunda pela qual morreria, e eu acreditei.

— Bem, essa é uma jura de amor estranha, mas eu bem que concordo com o hyung.

— Não é isso. — Jimin riu. — Yoongi também costumava elogiar minha bunda, mas isso é mais como uma brincadeira nossa, uma coisa que ele falava para dizer que estaria sempre comigo. — Um sorriso e um olhar nostálgico cheio de lágrimas não derramadas se formaram no rosto do Park junto com a lembrança. — A nossa primeira noite foi tão selvagem que eu quebrei a cama de Yoongi e dei a ele uma lesão no quadril com a queda. Enquanto eu o levava para o hospital desesperado, ele me disse que não se importava com a dor, não era minha culpa e, além disso, ele faria tudo de novo, porque ele morreria pela minha bunda. — Jimin deixou as lágrimas irem novamente. — Acho que ele só queria me fazer rir, eu estava realmente muito nervoso. Pensei que tinha estragado tudo, sabe… e que Yoongi nunca mais ia olhar na minha cara, mas, mesmo morrendo de dor, ele só se preocupou em me consolar e acalmar.

— Ei, ei, Chim. — O amigo abraçou seus ombros. — Não chore. — Jimin não diz nada, tudo que ele podia fazer era choramingar e tentar proteger sua garrafa de vinho contra o peito para que não caísse.

— Só queria que isso tudo fosse um sonho ruim e o homem que eu amo não estivesse me traindo. — Jimin chorou agarrado a sua garrafa, o que, para Taehyung, seria uma cena hilária se não fosse trágica. — Temos anos de casamento, Tae, três anos, e antes disso mais três de relacionamento. Será que ele mentiu para mim por todo esse tempo?

— Eu não sei, Chim, eu nunca imaginei isso do hyung, mas realmente não sei o que pensar… você disse que ele já conhecia… — A continuação da frase pairou sobre eles com o véu das suspeitas.

— Eu não entendo muito sobre investigação, mas essa não é uma prova concreta de que ele te traiu, não é?

— Não, é apenas uma evidência, uma evidência bem contundente, porém... — Jimin suspirou e deu outro gole de seu vinho. — Não tenho provas concretas, mas logo vou ter.

Um silêncio caiu sobre os dois, ambos pensando em toda a gravidade da situação, e Jimin observou sua aliança ainda no dedo. O aro de prata parecia zombar dele naquele momento, mas ele não conseguiu forças para o remover. Em vez disso, ele cogitou levantar para buscar outra garrafa de vinho, porém tinha a impressão de que o seu melhor amigo não iria deixá-lo beber ainda mais. Ao menos a certeza que Tae nunca o deixaria se afundar ainda mais no fundo do poço era uma constante inegável em sua vida.

— O que você vai fazer, Chim? — O Park sorriu para o amigo de forma amarga e repousou sua garrafa vazia na mesa de centro.

— Vou conseguir uma prova irrefutável, um flagrante. Nós vamos segui-lo.

— Nós? — Tae recuou um pouco.

— Sim, você vai me ajudar, não é?

— Sempre que você precisar de mim, Chim! Mas como vamos fazer isso? Yoongi-hyung conhece o meu carro.

— Eu já pensei nisso, Tae. Aluguei um carro discreto, um utilitário simples, cinza, para não chamar atenção nenhuma, ele vai se misturar perfeitamente no trânsito de Seul.

— Você é realmente um geniozinho do mal. — Taehyung agarrou as bochechas do melhor amigo e sorriu.

— Sim, eu sou. — Jimin finalmente devolveu seu sorriso.


________________



No dia seguinte, Jimin saiu cedo de casa dizendo ao marido que iria correr, esse apenas resmungou um “Tenha uma boa corrida” por sobre sua xícara de café e se ocupou em ler alguma coisa em seu celular. Jimin teve vontade de ir até ele e virar o conteúdo de sua xícara na cara dissimulada do marido, mas apenas saiu antes de poder fazer qualquer coisa do gênero.

Ao invés de fazer uma corrida como o dito, o Park, na verdade, se dirigiu a um carro cinza estacionado na esquina do fim da rua. Dentro do carro, o esperava, seu melhor amigo.

— Por que você está todo vestido de preto, Tae?

— Porque estamos em uma missão de espionagem — Taehyung disse inocentemente e arrancou uma risada de Jimin.

— Com esse look, parece mais que você vai assaltar uma loja. Além disso, espiões devem se misturar ao ambiente. Você poderia no máximo se ambientar em uma tribo de góticos, se estivesse de delineador. — O Park observou a rua pela janela atentamente, esperando avistar o carro do marido.

— Hollywood mentiu para mim — o Kim lamentou.

— E a Disney mentiu para mim. — Jimin suspirou. — Não existem príncipes encantados que vão te amar para todo sempre.

— Ei, Chim — Taehyung chamou, e o Park desviou o olhar focado na janela para olhar para o amigo. — Eu vou te amar para todo sempre.

— Own, eu também te amo, Tae. — Jimin sorriu para o melhor amigo com o coração transbordando de amor por seu soulmate. — Agora foque na janela, Yoongi está prestes a sair, não podemos perdê-lo.

E bem quando terminou de proferir a frase, ele avistou o carro do marido descendo a rua. Taehyung imediatamente deu a partida para seguir o Min a toda velocidade.

— Dirija mais devagar, Tae — Jimin gritou, segurando na alça da porta.

— Mas isso é uma perseguição, não podemos perdê-lo. Nos filmes, eles sempre vão rápido.

— Eu já te disse para não confiar nos filmes, isso é uma perseguição secreta! Não queremos que Yoongi nos note, ele com toda certeza vai suspeitar de um carro em alta velocidade na cola dele. Vá mais devagar, fique a dois carros de distância, o importante é não o perder nos semáforos.

— Você pode ter se aposentado, Chim, mas não perdeu o jeitinho de superespião.

— Eu não era um superespião, Tae, só um agente de inteligência do governo. Na verdade, o meu trabalho era muito mais burocrático, com toda a papelada de validação das provas e relatórios para fazer, do que espionagem realmente.

— Mas eu sei que você e o hyung já trabalharam infiltrados e todas essas coisas legais.

— Não era bem o que se pode chamar de legal, tudo isso é bem perigoso, você sabe como eu e Yoongi acabamos daquela vez…

— Você não precisa falar sobre isso, Chim. — Taehyung apoiou a mão em sua coxa em um conforto. — Eu sei que é difícil para você lembrar desse tempo, me desculpe.

— Tudo bem, Tae, isso é passado. Só vamos focar na rua, não podemos perder o carro do meu querido maridinho.

Eles seguiram na perseguição pelas ruas de Seul, até que Yoongi entrou em um edifício-garagem para estacionar.

Felizmente, Taehyung encontrou uma vaga na rua em frente, e eles não tiveram que entrar no lugar. O Min poderia facilmente perceber que havia algo errado e localizá-los dentro do prédio.

Jimin chegou a duas conclusões com essa atitude do marido, 1: ele não queria que seu carro fosse visto; e 2: ele pretende demorar. Ainda do carro, eles foram capazes de ver o Min entrando em um dos prédios comerciais, uma cafeteria de aspecto caro e moderno, e para a sorte do Park, com amplas janelas de vidro do chão ao teto.

Ele tirou uma das câmeras profissionais que Taehyung trouxe para que pudesse conseguir as fotos do flagrante, dessa vez uma informação dos filmes que seu amigo podia aproveitar. O Park observou o marido andar pela cafeteria através das lentes da câmera, a qual ele nunca chegou a usar.

O mundo de Jimin desabou quando ele viu a cena, e ele se viu abaixando as lentes sem reação e forças para capturar qualquer imagem. O que ele viu, porém, ficaria gravado em sua mente para sempre. Ele quase esperou que o momento se desenrolasse em câmera lenta, mas ele foi rápido, fugaz como uma brisa, que destoava do furacão que provocou em seus sentimentos.

Ele viu a garota sorrir e acenar para Yoongi, e o Min ir ao encontro dela, e então ela se levantou animada e Jimin viu seu ventre proeminente. A garota estava grávida.

Jimin viu com dor no coração e um nó foi se formando na garganta quando seu marido levou as mãos para tocar na barriga da garota, ele chegou mais perto e lhe sussurrou algo ao ouvido e depois a levou dali para longe do lugar.

Tudo que o Park fez foi observar enquanto Yoongi se afastava. Muito tomado por sentimentos, ele só conseguiu visualizar o espaço entre eles aumentando à medida que o marido se foi, o espaço se transformando no vazio que corroía o peito de Jimin. E então o vazio deixado pelo que ele achou ser o amor do marido se transformou em tristeza e raiva.

Yoongi, que o segurava em seus braços e dizia que o amava; Yoongi, seu marido que dizia não gostar de mentiras; Yoongi, que prometeu ser sempre verdadeiro com ele; Yoongi, que ainda não estava preparado para filhos.

Alguma coisa na relação deles foi real?

Seu coração doeu no peito e as lágrimas nublaram sua visão. Respirando fundo, Jimin se deixou contar dez batidas do coração, antes de engolir a tristeza goela a baixo e alimentar com ela sua raiva. Se Yoongi tinha escolhido lhe trair tão descaradamente, Jimin escolheria não chorar uma lágrima por ele.

Houve muitas coisas que ele se arrependeu em sua vida; não tirar notas melhores na escola, não fazer uma faculdade de arquitetura como seus pais queriam e não ligar com mais frequência para eles. Mas, mesmo naquele momento, com o coração partido, sabendo que deveria se arrepender de ter conhecido Min Yoongi e caído em seu papo, Jimin ainda não conseguia reunir arrependimento suficiente para odiar pensar em sua história juntos. Mesmo agora, com o coração destroçado.

Lógico, ele se ressentia muito de ter confiado tão cegamente em Yoongi. Mas o que é um casamento senão isso? Confiar em uma pessoa a ponto de juntar sua vida à dela, lhe entregar seu coração e confiar que ela não vai quebrá-lo. Jimin tinha honrado os votos do seu casamento, o Min não. Ele não merecia suas lágrimas.

— Eu sinto muito, Jiminie. — Taehyung suspirou, apoiando a mão acalentadora em seu ombro. Jimin nem mesmo conseguiu falar, ele apenas balançou a cabeça, tentando clarear seus pensamentos em meio a dor em seu coração e a raiva que manchava sua visão de vermelho.

— Você não vai fazer nada com ela, não é mesmo? — Jimin percebeu que deveria estar fazendo uma expressão um tanto maníaca se seu amigo estava pensando nisso.

— Claro que não, ela pode nem mesmo saber que o desgraçado é casado. Além disso, quem me traiu foi ele, e não ela.

— Você está com um olhar assassino, Chim. — Suas suspeitas foram confirmadas.

— Estou pensando em tudo que quero fazer com ele agora. — Taehyung recuou no banco do motorista ao seu lado, como se ele próprio estivesse sendo ameaçado, Jimin apenas riu do amigo, mas era um riso seco, sem vida, que fez um trabalho melhor para aumentar a preocupação do Kim do que acalmá-lo.

— Não se preocupe, Tae, eu não vou fazer nada contra a lei. Mas também não garanto que seja moralmente aceitável.

— Você vai queimar as roupas dele e depois deixar ele então? Como a mulher de I’m not the only one?

— Mas ela não deixa ele. — O Park olhou para o amigo confuso.

— Eu sei, mas não gosto daquele final, então bolei um alternativo em que ela queima a casa e deixa ele. — Taehyung sorriu inocentemente como se não estivesse falando sobre incêndios. — Além disso, você não é do tipo que fica depois de algo como isso, mesmo que o Yoongi-hyung tenha sido seu grande amor.

A menção de grande amor fez o coração de Jimin bater descompensado, mas ele não podia negar que Yoongi realmente era o seu grande amor. Foi, Jimin corrigiu. Ele foi.

— Não, Tae, não vou queimar as roupas dele e a nossa casa. Estou pensando em uma coisa mais Beyoncé em Hold on.

— Bater nele com um taco de beisebol?

— Talvez — Jimin disse enigmático. Tae suspirou e massageou as têmporas. — Mas antes, eu vou confrontar o desgraçado.

— Eu meio que queria fazer isso com você, mas sei que esse é um momento seu e dele, é melhor que vocês se resolvam sozinhos. Mas saiba que eu vou estar aqui quando tudo acabar. — Taehyung segurou a mão do amigo nas suas, Jimin apenas sorriu e assentiu com um gesto de cabeça de repente, muito além das palavras que poderiam agradecer seu soulmate. — E por favor, Jimin, tente não machucar mais ainda seu coração. Só acabe com tudo logo, hoje vimos que ele não merece você, não quero te ver de novo com o coração partido por ele.

— Não se preocupe, Tae. — Jimin suspirou e apertou as mãos do amigo. — Não há mais nada para se partir aqui.

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Notas finais: O que acharam? Passaram muita raiva? Jimin vai vir com fogo nos olhos no próximo capítulo, vamos ver no que vai dar…
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Beijinhos ( ˘ ³˘)♥

9 de Diciembre de 2021 a las 20:31 0 Reporte Insertar Seguir historia
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