O Halloween tem suas travessuras | Yoonmin Seguir historia

Escrito por: @filtears

Notas iniciais: oi! aqui estou eu trazendo mais uma yoonmin para vocês, e dessa vez em um projetinho que eu sempre admirei muuuito :) confesso que estou me sentindo muito lisonjeado de poder fazer parte dele.
espero que vocês aproveitem essa threeshot do casal da nação. bjs!

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Na sexta-feira, assim que acordo, encaro a janela do meu quarto na tentativa de me acostumar com a claridade do local — estava um dia muito bonito lá fora, por sinal. Escuto uma algazarra vindo da sala de estar e sou obrigado a me levantar da cama, piso no chão frio e me arrepio por inteiro. Ah, se eu pudesse dormir por mais tempo... O que, de fato, seria impossível, já que em datas comemorativas a minha casa virava a própria zona de guerra.

Saio do meu quarto e a primeira coisa que procuro é por algum de meus pais e, como esperado, eles estão na cozinha preparando algo para a festa de mais tarde.

— Bom dia — mamãe diz assim que me vê, enquanto soca a massa de, provavelmente, pizza.

— Bom dia, mãe. — Caminho até a geladeira, mas sou impedido de abri-la quando uma princesinha para bem na minha frente. Yuna ergue os seus braços para que eu tivesse melhor acesso ao seu desenho. — Wow, está lindo! — minto; era impossível entender aqueles vários rabiscos coloridos, mas, ainda assim, era algo fofo. — Quem são? — questiono, e ela dá de ombros.

— Um arco-íris... — diz, tentando entender o seu próprio desenho. — Eu acho. — Sua carinha confusa se faz presente e eu não me aguento, solto uma risada e aperto suas bochechas gordinhas.

— Yuna, venha me ajudar aqui e não atrapalhe o seu irmão — mamãe diz, e Yuna a obedece logo em seguida.

Volto para o que eu estava fazendo e retiro de dentro da geladeira uma caixa de leite e cereais. Nunca entenderia a mania do meu pai de sempre esquecer os cereais na geladeira, logo eles iriam murchar por estarem tempo demais lá. Emburrado, pego tudo o que precisaria e ponho sobre a bancada de modelo americano.

— Sua fantasia já está pronta, Yoongi? — a mais velha pergunta.

— Ainda não pensei no que vou vestir, mas eu não vou ficar nessa festa por muito tempo. Taehyung vem me buscar e nós vamos juntos a uma festa de uns amigos aí — respondo, ignorando seu olhar mortal sobre mim.

— Não lembro de ter me pedido para ir em festa alguma. — Suas palavras me pegam de surpresa.

— É claro que não, você estava bêbada, querida — papai diz, rindo junto com Yuna. Segurei minha risada, não queria que ela me proibisse de ir a uma das melhores festas de Halloween da nossa cidade. Sem contar que a galera que estaria lá era a mais legal.

— O pai está certo. Ontem mesmo a senhora disse que eu poderia ir, contanto que eu não chegasse tarde nem com cheiro de álcool.

— É, você disse isso.

— Não é!? Se você não acredita na gente, eu posso te mostrar o áudio que eu gravei enquanto a senhora dizia isso — sugeri, gesticulando com as mãos, fazendo menção de retirar o celular do bolso.

— Não! Eu já entendi! — Ela estala a língua para mim. — Pode ir. Mas não voltem tarde, certo? — Mamãe para o que estava fazendo e me encara.

— Certo — respondo, sorrindo satisfeito. Até às onze da noite já era o suficiente. Volto a preparar o meu café da manhã antes de me arrumar para ir à escola.

Enfio uma colherada de cereais na boca e mastigo enquanto imagino como seria a festa de Halloween mais tarde. Seria a minha primeira vez em um lugar cheio de pessoas... como eu posso as definir? Descoladas?

Kim Seokjin era o dono do local onde seria feito a festa. Ele era conhecido por ser muito popular naquele meio. As meninas e meninos sempre estavam jogados aos seus pés. Ele era incrivelmente bonito e engraçado. Tinha muitos talentos e conhecia as melhores pessoas, incluindo Jimin, ou melhor, Park Jimin.

Eu não sabia ao certo quando acabei me apaixonando pelo garoto uns dois anos mais velho do que eu. Jimin era o típico adolescente rebelde de todo filme clichê, e de algum jeito, eu acabei me atraindo pela sua má fama. A única pessoa que sabia desse meu penhasco pelo ruivo era Taehyung. Afinal, eu não sabia disfarçar muito bem a minha queda pelo Park, e muito menos mentir para o Kim.

Termino de pensar no mesmo segundo em que termino de comer. Deixo a colher e o pote bem em cima da pia e saio de fininho da cozinha. Meus pais estão tão animados conversando sobre os preparativos da festa que sequer percebem que acabei de deixar louça suja para eles.

Ando calmamente pelos corredores até que chego no meu quarto. O cômodo era decorado por uma diversidade enorme de pôsteres, a cama bagunçada, meu armário de roupas implorando para serem arrumadas já. Tipicamente o meu estilo. Tranco a porta e vou até o banheiro tomar uma bela ducha antes de ir para a escola. Não chego perto nem dos trinta minutos e saio.

Solto o ar, vestido em um roupão de banho, questiono a mim mesmo "que roupa usar". Eu não tinha tantas opções porque já era final de semana, minhas melhores roupas já tinham sido usadas e, provavelmente, deveriam ir a lavanderia logo mais.

Decido usar uma calça jeans clara, rasgada nos joelhos e coxas, dobro a bainha dela e opto por usar um converse branco para combinar. Visto uma camiseta de abotoar preta, com umas estampas diferenciadas das outras. Penteio o cabelo, deixando os fios loiros sobre a minha testa.

Quando termino de me aprontar, verifico o horário no relógio de pulso, não estava atrasado e isso era bom. Pego a minha mochila jogada no assoalho de madeira e ponho nos meus ombros.

— Pai, você irá me levar? — grito do meu quarto, mas o meu velho não me responde. Saio pisando forte no chão e vou até a cozinha. — Pai!

— Não sei, você já está pronto? — Ele se levanta de forma presunçosa e me encara.

— Sim. Me leve, por favor, eu detesto ir de ônibus — reclamo.

Meu pai concorda com a cabeça levemente e vai até a porta, perto dela tinha uma pequena mesa e, sobre a mesa, estavam as chaves do carro, casa e garagem.

— Vamos logo, pirralho — diz ele, soltando uma risadinha enquanto vai para fora de casa. Antes de segui-lo, dou um beijo na minha mãe e outro na minha irmã. Ambas me dizem para ter cuidado e eu lhes asseguro de que terei.

Corro até o veículo azul estacionado na frente da nossa casa. Meu pai liga o rádio e, coincidentemente, estava tocando a minha música favorita do Leppard. Ficamos o caminho até a escola cantando as melhores dele, tanto que nem me dei conta quando meu pai estacionou o carro na frente do colégio.

— Até mais! — Aceno para ele e saio do veículo. Piso na grama fofinha e espero o carro do meu pai tomar partida. Quando não o vejo mais, giro os meus tornozelos em direção ao jardim da escola.

Havia rapazes de dezesseis, dezessete e dezoito anos perambulando pelo pátio, alguns alunos conversavam do lado de fora, outros andavam com seus skates ao lado do prédio, enquanto a outra maioria trocava beijos. Procuro por Taehyung no meio daquele aglomerado de adolescentes idiotas e não demora muito para que eu encontre o de cabelos azuis sentado bem perto de uma árvore. Corro até ele, e só quando estou bem na sua frente, ele percebe a minha presença.

— Ah, oi, Yoongi! — ele diz, sorrindo graciosamente.

— Oi. Faz tempo que você está aqui? — questiono, sentando-me ao seu lado.

— Na verdade, não. Cheguei faz pouco tempo, mas e aí, como você está? — Ele fecha o livro que estava lendo e enfia o objeto na mochila.

— Estou ótimo, mas quase morri hoje cedo quando a minha mãe disse que não se recordava de ter me permitido ir à festa do Jin.

— Sério? — Ele arregala os olhos e dá uma risada. — Meus pais estão "Ok" com o assunto da festa. E eu nem sei o porquê.

— Deve ser porque você vai comigo.

— Deve ser. — Nós nos entreolhamos e sorrimos um para o outro. Por Cristo, não sabia eu se ficava feliz ou com receio dos pais do Taehyung confiarem tanto em mim. Quer dizer, é, eu tenho mais senso do que o azulado, sou mais responsável do que ele, porém, caramba, Taehyung era quem sempre cuidava de mim no final das contas.

— Mas então, que fantasia você vai usar? — Encosto-me na árvore atrás de nós; estou praticamente deitado no gramado, não é nada confortável.

— Não pensei nisso ainda. E você? — Ele se vira para mim e cruza as pernas em estilo borboleta.

— Também não — respondo, fazendo um bico infantil.

— Quer ir comigo à loja de fantasias depois da aula? Sabe, eu trouxe dinheiro porque pensei em ir com você — ditou ele.

— Por mim tudo bem. Meus pais sabem que vou ficar fora até uma boa hora, então podemos ir sim. Pretendo comprar uma fantasia de pirata, o que você acha? — Levanto uma sobrancelha e encaro o Kim. Ele queria rir, era visível isso no seu rosto. Seus lábios pareciam segurar uma risada. Maldito!

— Eu acho que é melhor você esperar para ter certeza.

— Você não concorda que eu vou ficar muito bonito de pirata? Sua sinceridade me machuca! — Finjo uma expressão de dor, ponho a mão no peito, como se eu tivesse sido atingido; atingido pelas palavras do meu melhor amigo.

— Do jeito que eu imaginei, não. — Ele dá uma gargalhada e tenta se esquivar do soco que eu tenho para lhe dar nos ombros.

— Tudo bem, posso pensar em outra, mas é uma pena que não possa ter um gancho. Que tal se eu for vestido de Drácula?

— Você não disse isso. — Ele nega com a cabeça enquanto me olha incrédulo. — Ouvi dizer que o Jimin já vai fantasiado nesse personagem.

— E daí? — replico, tirando o cabelo escuro da testa proeminente.

— Não iria ser estranho? — Ele morde os lábios com hesitação às vezes, olhando para os tênis dele, que, por sinal, são bem legais.

— Não pode existir dois Dráculas em uma festa? Baboseira. Mas, pensando bem, perdi a vontade de ir vestido assim. Decidimos quando chegarmos lá.

— Tudo bem. Mas eu vou escolher o seu! — Arqueio uma sobrancelha para ele. Taehyung dá um dos seus típicos sorrisos retangulares. Era muito fofo, e eu amava esses seus detalhes.

Ficamos em silêncio por um momento, estávamos observando os estudantes com os preparativos da festa de Halloween. Eram muitas coisas, a festa seria grande, pelo que estava parecendo. Nossa professora de Artes direcionava os alunos que carregavam um monte de decorações para o ginásio. Taehyung não gostava muito das festas da nossa escola, sempre preferiu ir de penetra nas festas de outros estudantes. Ele achava mais divertido.

— Não entendo o porquê de eles se empenharem tanto nos preparativos — comenta o Kim, atraindo minha atenção para si. — A maioria dos estudantes nunca vem — Taehyung começa a dizer, sorrindo, enquanto lança um olhar para mim.

— Os alunos são uns puxa-sacos. Talvez todo esse empenho seja só para ganhar nota, ou eu sei lá — digo, levantando-me do gramado, e tiro o excesso de areia que ficou na minha roupa. Taehyung dá uma risada e concorda suavemente com a cabeça. Estendo a mão para ele poder pegar e se levantar do verde. Seus passos são desastrosos e ele quase cai.

— Aposto que a festa do Seokjin vai ser mil vezes melhor. Quer apostar? — Ele me olha de canto, enquanto eu me posiciono ao seu lado.

Tocou o sinal. Bem na hora. Taehyung segura na minha mão e me puxa para dentro do prédio do colégio antes de sermos esmagados por aquela multidão de adolescentes.

Nossa primeira aula seria de História, uma das melhores que tinha. Chegamos à sala de aula bem animados, lá encontramos nossos outros amigos, vulgo, Namjoon e Hoseok. Ficamos juntos e até fizemos dupla de quatro depois de tanto choramingar.

As aulas a seguir foram divertidas, até. Todas estavam relacionadas ao feriado do dia das bruxas. Algumas só citavam o feriado, e outras envolviam pesquisas e grandes trabalhos. Quando acabou, Taehyung e eu saímos juntos. Combinamos de ir juntos até a loja de fantasias, não era tão longe então decidimos ir a pé.

Conversamos sobre filmes e jogos até a saída do prédio. Estávamos rindo feito idiotas quando Taehyung parou de andar e me cutucou o ombro. Ele disse:

— Ei, olhe quem está ali. — Apontou com o queixo de maneira discreta. Com sutileza, virei meu rosto em direção ao portão da escola. Havia um Impala vermelho estacionado bem na frente, não demorei muito para me lembrar quem era o seu dono.

— O que eles fazem aqui? — questionei, nervoso. Taehyung deu de ombros e segurou minha mão. Caminhamos em direção à árvore que gostávamos de ficar antes das aulas começarem.

— Acho que vieram convidar o pessoal para a festa — disse ele, sacudindo o cabelo azul desbotado que sempre lhe caía sobre os olhos.

— Seokjin desvia os alunos que ajudam nos preparativos da escola para a sua casa, não é engraçado? — Ele olhou para mim e sorriu de leve.

— Acho que você tem razão — ditou, dando uma risada quase inaudível para mim.

— Ei, olhe, Seokjin está vindo para cá! — disse baixinho, mas possível para que Taehyung me ouvisse e engolisse a seco. Ele não tinha me dito, mas eu sabia que ele gostava secretamente do Jin.

— E o Jimin também.

Não tinha percebido a presença do ruivo ali até então. Meus olhos pousam no rapaz parado na entrada da escola, enquanto conversava com os amigos dele, vestindo uma camiseta de abacaxi preta e uma calça jeans apertada.

Quando ele se virou e veio em minha direção, ao lado de Seokjin, Jinyoung e Joy, senti o estômago revirar. Meu pulso acelerou quando ele fixou os olhos em mim. À distância, senti que meu coração ia saltar pela boca. Taehyung segurou os meus ombros, com medo que eu desmaiasse e caísse para trás.

— Oi! — diz Seokjin, animado, sorrindo graciosamente.

— Oi, Jin. — Tae estava sorrindo também, feito um idiota. Observei eles dois de longe; eram fofos, eu poderia dizer que apoiava esse casal. Mas pobre Seokjin, que teria de aguentar um marmanjo carente feito o Kim no seu pé.

— E então, vocês vão à festa? — o Kim mais velho perguntou, enfiando as mãos no bolso da jaqueta preta.

— Sim, vamos sim. Estávamos indo comprar nossas fantasias, por sinal — Taehyung diz, tocando nos meus ombros.

— Yoongi, não é? — Seokjin curva um pouco o corpo. Ele era bem alto e procura olhar nos meus olhos. — Esses são os meus amigos, Jiny…

— Eu sei quem vocês são — digo, sorrindo desconcertado. — Jinyoung, Joy e… Jimin.

Posso ver pelo canto dos olhos o Park tombar um pouco a cabeça. Ele sorri minimamente e olha na minha direção.

— Oh, como nos conhece? — dessa vez, quem questiona é a garota, Joy. Sua voz melodiosa distrai a minha vontade de querer olhar nos olhos do Park.

— É mais fácil perguntar quem não os conhece — digo.

— Acho que você tem razão — Jinyoung se gaba.

— Bom, irá ter bebidas e muita música. Vocês são de maiores, não são? — Seokjin cerrou os olhos para mim e Taehyung. Nós dois rimos fraquíssimo um para o outro e concordamos que sim.

— Tenho dezoito, mas não bebo. — Mordo os lábios com medo do que ele irá dizer depois disso.

Meus pais nunca tiveram problemas em me ver com uma bebida. Minha mãe bebia com frequência — quer dizer, existia um pouco de equilíbrio naquilo —, já eu preferia não arriscar, afinal, não era algo que me agradava, o gosto amargo do álcool me deixava enjoado, nunca me agradou.

— Mas por que não? — Jin perguntou.

— Você já me viu bêbado? Sou um desastre. — Dou uma risada sem graça, e o Kim mais velho concorda com a cabeça.

— Eu adoraria te ver bêbado. Assim poderia te dizer o que fazer. — Surpreendo-me de imediato quando ouço a voz do Park Jimin bem perto de mim. Não sei como reagir a isto, e Taehyung percebe, já que seus lábios se moveram como se estivessem segurando uma risada. Engulo a seco e sorrio nervoso para o ruivo.

— Não adoraria — rebati, encarando a figura um pouco maior do que eu e esbelta, com aquele cabelo laranja fogo e olhos bem escuros, tão profundos e bonitos. Park Jimin gostava de usar um pouco de delineador e isso fazia seus olhos parecerem mais destacados do que o normal.

— Costumamos fazer algumas brincadeiras nessas festas, se puderem levar uma muda de roupa extra, sabe, só se não quiserem voltar ensopados para casa. — Desviei rapidamente o meu olhar do Park e observo a garota que comentava sobre a festa. Ensopados? Não prestei muita atenção no que ela disse.

— Vou me certificar disso — diz Taehyung, com um sorriso nos lábios.

— Então nós vamos nessa. Vejo vocês dois lá. Feliz Halloween! — Seokjin ditou, afastando-se com seus amigos.

— Feliz Halloween! — eu e Taehyung dissemos em uníssono.

Eles acenaram para nós dois e deram as costas. Park Jimin foi o último a se despedir, ele parecia hesitante e pensativo. Ele dá adeus quando volta para o carro. Eu me sinto um tanto impressionado quando o observo ir embora. Seu traseiro era grande e se destacava com aquela calça apertada.

— Você ficou nervoso.

Soltei o ar e concordei sem encarar Taehyung nos olhos.

— Você também ficou nervoso com o Seokjin — provoquei, sorrindo minimamente. Taehyung engoliu a seco e revirou os olhos. Talvez tenha se dado conta de que nem eu e nem ele sabíamos esconder que estávamos apaixonados por alguém.

— Não é bem isso que você está pensando — disse ele, tocando nos meus ombros e fazendo uma careta, como se quisesse disfarçar o que tinha acontecido.

— E o que eu estou pensando?

— Com certeza baboseiras.

— Talvez.

— Você não é confiável, por isso não contei a você sobre eu gostar do Kim.

— E nem precisou, está escrito na sua cara que você está apaixonado por ele. — Ele encolhe os ombros e suspira.

— Acho que não sei esconder, e você também não. — Balanço a cabeça em concordância, mordendo o interior da bochecha. Ele tem razão.

— Não sei de onde eu tirei coragem para responder o Park. Por um momento, achei que o gato tivesse comido a minha língua.

— Ele sorriu 'pra você.

— É, ele sorriu — eu falo através da minha risada.

Encaro Taehyung, e rimos juntos. Senti minhas bochechas esquentarem, não duvido que elas possam estar vermelhas agora mesmo.

— Acho melhor nós irmos logo — digo, tentando esconder as danadas com as mãos. Taehyung assente e dá o primeiro passo em direção à saída do colégio.

— Estou ansioso para experimentar a minha fantasia. — Sua voz soa tão animada que me contagia.

Nós nos despedimos do porteiro do colégio e de alguns amigos que encontramos no caminho. O sol começa a mergulhar abaixo do horizonte enquanto caminhamos para a loja de fantasias. Taehyung comenta sobre como são divertidas as festas e isso acaba me deixando curioso sobre elas. Tenho vontade de tirar minhas próprias conclusões pessoalmente, então não pretendo faltar.

Nossa caminhada até a loja dura cerca de quinze minutos, A primeira coisa que percebo quando entramos no estabelecimento são os manequins bem na entrada. Uma variedade de fantasias sangrentas, outras nem tanto. Uma moça da mesma altura que eu se aproxima e pergunta educadamente:

— Olá! — Ela sorri amarelo para nós. Seus cabelos vermelhos vão até os ombros, ela usa um avental preto e uma tiara com uma temática de teias de aranha. — O que vocês desejam? — Taehyung coça a nuca e me olha de canto. Penso um pouco e olho para os lados.

— Nós viemos atrás de duas fantasias — eu digo, tomando a frente do Kim.

— Vocês imaginam como elas vão ser? Como elas tem que ser? Não se sintam acanhados, por favor. — Dou um sorriso para ela.

— Algo assustador…? — diz Taehyung, um pouco baixo, mas mesmo assim a vendedora ainda consegue o ouvir.

— Assustador? Com essa carinha que vocês têm? Venham aqui, eu vou mostrar algo que vai combinar muito bem com vocês.

Ela caminha até um corredor e nós a seguimos. A mulher retira um conjunto pendurado em uma cruzeta e eu aceito, Taehyung também o faz. Não consigo identificar o que era até a moça começar a dar detalhes do material e dizer o nome da fantasia.

— Acho que você ia ficar muito bonito vestido de anjinho — diz ela, estalando a língua na boca e olhando desgostosa para a fantasia nas minhas mãos. Olho para Taehyung e ele está rindo. Fala sério, qual era a graça?

— Não viemos atrás de fantasias desse tipo — Taehyung diz, enquanto tenta parar de rir. Reviro os olhos e devolvo a fantasia ao seu lugar anterior.

— Muito obrigado pela sugestão, mas eu não cogitei a ideia de ir vestido assim — tento dizer sem parecer um mal agradecido pela bondade da moça.

— Hm, acho que entendi. Desculpe a minha intromissão, mas é que você tem uma carinha tão fofa que não consegui imaginá-lo vestindo algo amedrontador.

— Ela tem total razão, Yoonie — ditou o de cabelos azuis, fazendo-me revirar os olhos e bufar.

— Decida a sua fantasia, vou dar uma olhada por aqui, pode ser?

— Fique à vontade — a moça diz, agradeço a ela e saio, deixando os dois para trás.

Caminho pelos corredores com suas decorações de Halloween. Eram tantas fantasias que me deixavam indeciso. Existia uma variedade bem ao meu lado, afasto algumas na tentativa de encontrar uma que me agradasse. Acho uma.

— O que é isso? — murmurei, pegando a roupa em minhas mãos. Ergo o braço e encaro o tecido, na etiqueta dizia que a fantasia era de "Noivo cadáver". Não sinto interesse em levá-la, pelo contrário, minha curiosidade vai para a roupa ao lado dessa.

— Steampunk. — Analiso o conjunto. Não era nada sangrento e isso me desanima um pouco. A roupa era bonita e sinto que ficaria bom em mim.

Estou a ponto de decidir levar essa roupa quando Taehyung se aproxima de mim, dizendo:

— Yoonie, que bom que te achei! — Sua voz soa animação, a moça de antes vem logo atrás dele, sorrindo amigavelmente.

— Acho que vou levar essa. — É notável o desânimo na minha voz e expressão quando mostro a ele a roupa que decidi levar. Taehyung solta um suspiro e ergue os braços, mostrando para mim a fantasia que encontrou.

— Dê uma olhada nessa — ditou ele, entregando para mim. — É de bruxo. Consiste em um chapéu pontudo e um vestido longo, com a saia um pouco transparente. É preto, do jeito que você gosta. Hyuna sugeriu que você fizesse uma maquiagem, já que você prefere ter sangue na sua fantasia — diz ele, com um sorriso grande no rosto. Aceito a roupa e olho para ela, e ela para mim. Não vou mentir que adorei a sugestão e que estou pronto para levá-la. — Não é possível que você não gostou! — exclamou o rapaz.

— Não é isso. Eu gostei, gostei muito! — digo entre uma risada. Taehyung solta um suspiro de alívio. — Qual foi a fantasia que você escolheu? — questiono ele.

— Uma de palhaço.

— Tipo o Bozo?

— Não. Um macacão branco com listras vermelhas, três bolas coloridas bem no meio. Não vou usar uma peruca colorida e um nariz vermelho, se é o que você está pensando.

— Era o que eu estava pensando. — Taehyung solta uma gargalhada e me dá um tapinha nos ombros.

Assim que chegamos a uma conclusão, entregamos as fantasias e as devidas notas de dinheiro nas mãos de Hyuna. A moça guarda as fantasias em uma sacola e entrega para nós dois depois de alguns minutos.

Na volta para casa, Taehyung e eu combinamos de nos encontrar às 19h no final da minha rua. Concordei, óbvio. Depois disso cada um tomou seu rumo, e, depois de alguns minutos, cheguei em casa. Fui recebido na porta pela minha irmã, que se disponibilizou em me apresentar cada decoração feita por eles naquela manhã para a festa. Abóboras, feno e espigas de milho meio mortas estão por toda parte da casa, adesivos de aranhas e insetos na parede, teias no canto do teto... Yuna me mostrou cada detalhe com muita animação.

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Notas finais: agradeço por terem chegado até aqui.

a capa lindinha foi feita por @peartae/peartae e a betagem pela @2minym/2minym

muito obrigado vocês pelo esforço, tempo e paciência que tiraram pra essa fanfic. agradeço muitíssimo por isso! ♡