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Min Yoongi e Park Jimin construíram uma boa história de amor e, com a proximidade do Dia dos Namorados, Yoongi se sente perdido em como demonstrar como é a vida amando Jimin, então resolve levá-lo em uma viagem pelos seus clichês românticos favoritos para conseguir dizer sobre seu amor.


Fanfiction Bandas/Cantantes Todo público.

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Escrito por: @laire_94


Notas iniciais: Olá!

Todo mundo passa por seu momento romântico exagerado na vida, certo?

Todos nós desejamos viver, independente, de qual seja seu estilo de vida, um romance, tem seu filme favorito, seu casal favorito. Espero que esta versão Yoonmin também possa ser uma das suas favoritas.

Para o momento conturbado que vivemos, espero que se deliciem com esses dois.


~~


**

De todas as certezas que Yoongi tinha sobre si, a de ter se apaixonado louca e facilmente por Jimin era aquela da qual ele mais se orgulhava.

Não sabia ao certo se foi ao vê-lo dançando através dos vidros do pequeno estúdio de dança, se foi pela forma com ele ensinava pacientemente crianças quando elas estavam emburradas, ou se era a forma desastrada que ele caía sempre que sorria. Só sabia que era apaixonado pelo jovem de 21 anos de cabelos pretos que hoje era o homem de 31 anos, louro e que ocupava o seu lado na cama, na vida e, agora, o seu colo no sofá, com aquele cheiro de maçã e canela vindo da sua pele, e de moletom fofinho que engolia suas mãos.

O fato de estarem há 10 anos juntos fazia do casal uma relíquia entre os amigos, aqueles que já viveram mais emoções a dois, os que tinham mais de uma coletânea inteira de histórias para serem contadas; aquele casal que todos queriam ser, porém poucos tinham a coragem de se aventurar.

Apesar de não formalizarem o casamento oficialmente, tratavam-se como maridos. Construíram suas vidas baseados em crescer juntos, mesmo que em áreas diferentes, porém complementares: Jimin era dançarino profissional, e Yoongi, um produtor importante no cenário musical.

O Min possuía uma aura musical insana, suas músicas fortes, cheias de letras explícitas sobre a vida, sem poupar sinônimos para dizer sobre os desafios diários. Já o Park, presenteava o mundo com a leveza de seus passos e a intensidade das coreografias cheias de brilho. E mesmo que suas artes fossem conhecidas por muitos, eles não se prendiam a isso. Prendiam-se ao fato de estarem lado a lado.

Ao longo dos anos, eles construíram uma rotina muito bem balanceada entre sábados de filmes românticos e domingos de preparação da semana: havia as sextas de baladas, os dias dos jantares românticos, os dias dos ciúmes dos clientes charmosos de Yoongi, e dos alunos com corpos deslumbrantes de Jimin; eles conseguiam sobreviver.

Quando se conheceram durante a aula interdisciplinar no segundo ano da faculdade, eles não imaginavam que chegariam a tal ponto. Talvez quem os visse até diria que eram um casal bonito, mas ninguém imaginava que eles ficariam mais que 2 semanas juntos.

Por serem extremos um do outro em personalidade, ninguém imaginava que durante a junção pudesse haver uma fusão tão natural, onde um absorveria algo do outro e se abriria de maneira simples.

Não, não foram apenas flores, afinal são necessários alguns tropeções para se conhecer algo. Como da vez que o Jimin invadiu o estúdio de Yoongi com edredons e pijamas, brigando porque ele havia esquecido de tirar a roupa do varal, fechar as janelas de casa quando saiu e o quarto deles estava alagado. Ou quando Yoongi descobriu que, um dia, Jimin estava dando aulas para o ex-namorado, e eles discutiram no meio da rua e vários carros pararam para ver.

Mas, sempre depois das brigas e discussões, eles paravam, respiravam e olhavam para o dedo anelar, resolviam conversar e acabavam com momentos extremamente boiolas. Seja dormindo em colchões de ar no meio do Genius Lab, seja fazendo amor intensamente lembrando da promessa secreta de anos.

Na história deles, não houve grandes declarações pensadas, apesar de Jimin ser apaixonado por comédia romântica e sempre lutar com afinco contra os suspenses policiais de Yoongi nos sábados de cinema. Eles nunca se importaram com isso, porque sempre houve algo muito claro entre eles: AMOR. Daqueles que só quem sente o frio na barriga, o coração acelerado e seria capaz de abrir mão pelo bem do outro sabe viver.

E mesmo após 10 anos, eles ainda sentem na mesma intensidade, senão Yoongi não estaria paranoico após a conversa que tiveram com Jimin a caminho do trabalho, perguntando-se como ele se deixou ludibriar pelas vitrines se enchendo de corações, os comerciais nos outdoors; até na loja de pet shop os animaizinhos estavam em clima de Dia dos Namorados. O centro respirava corações coloridos e cheirava a chocolate.

E agora, sentado na mesa do seu escritório, observando pela única parede de vidro que havia naquela sala, monocromática de cinza e marrom, ele via um letreiro de LED piscando, fazendo-o lembrar da conversa de mais cedo com o marido.

― Amor, qual será o presente que eu irei ganhar esse ano, hein? ― Yoongi falava enquanto dirigia com um sorriso torto no rosto. ― Por favor, não me dê uma chaleira.

Ambos riram, lembrando-se do jantar de casais que fizeram com os amigos no Dia dos Namorados de 2 anos atrás, onde NamJoon presenteou Hoseok com um regador esmaltado, dizendo que era para eles cuidarem do jardim juntos.

― Meu Deus, Yoon! ― Jimin ria com sua mão na boca. ― Mas, respondendo à sua pergunta ― ele respondia com uma carinha de sapeca ―, já sei o que darei a você esse ano, na verdade, já preparei ― terminou com um olhar vitorioso no rosto.

― Como assim preparou? ― Yoongi virou com seu olhar acusador. ― Jimin, o Dia dos Namorados ainda é daqui a 29 dias, como você já preparou algo?

― Yoonie, eu tenho pensando nisso há algum tempo ― esclareceu. ― E eu acho que esse ano podíamos construir nossos presentes, procurarmos uma maneira diferente de festejar, afinal é nosso 10° aniversário juntos.

― E como você está pensando? O que você imagina de presente? ― O Min indagava já pensando em algo que poderia ser uma pista.

― Não há algo que posso imaginar, hyung, mas seria interessante viver esse dia de maneira surpreendente ao seu lado ― Jimin dizia enquanto encarava seu Yoonie de maneira terna e recebia um beijo carinhoso nas mãos.

― Eu me esforçarei, amor ― prometeu.

E agora ele se encontrava ali, revendo e estudando o que poderia fazer, qual seria a forma de expressar, em um presente, o amor de 10 anos — algo que nem consegue medir em palavras, e isso ele já até tentou no 5° aniversário quando fez uma música para Jimin, que não funcionou muito bem para ele, porém Jimin jurou que amou, e de vez em quando, Yoongi até o pegava cantarolando no chuveiro.

Não poderia ser um jantar romântico feito por ele, até porque eles já faziam isso, e quando Jimin fez isso no 3° aniversário deles juntos e o 1° na casa nova, eles perceberam que não era lá tão legal como nos filmes, porque ninguém conta quem lava a louça no outro dia, e nem que o processo culinário é cansativo.

Já era o 10° ano, e ele precisava encontrar uma forma de demonstrar seu amor, como foi viver com ele durante esses anos, dividir as lágrimas e os sorrisos, as perdas e as surpresas. Jimin era, para Yoongi, um porto, aquele em que se atraca apenas uma vez na vida, mas que nunca se esquece do rumo quando solto ao mar.

Mesmo vivendo em meio a rimas e poemas, ele ainda não conseguia imaginar o que fazer nesse momento. Jimin era formado e graduado em romantismo, mas ele, apesar de amante, não encontrava em sua mente nada que pudesse representar suas histórias.

E mesmo com o pensamento voando, Yoongi resolveu que precisava iniciar seu trabalho, havia uma música para entregar e uma visita para receber em poucos minutos. Ligou os aparelhos do seu estúdio, colocou uma cápsula de expresso intenso na cafeteira e sentiu o aroma invadir suas narinas, deixando o ar com o seu sabor favorito, fazendo-o relaxar na sua cadeira, enquanto abria o notebook e sorria. Estava espelhada na tela a página da Netflix, bem na cena que Leonardo DiCaprio e Claire Danes se veem pela primeira vez, através aquário na festa dos Capuletos, no filme de Romeu e Julieta, uma das cenas favoritas de Jimin, que vivia dizendo que essa era sua versão favorita do clássico.

Após fechar a exibição, acabou entrando na aba do marido e começou a passar o mouse despretensiosamente pela página, vendo a lista de favoritos, as indicações, percebendo a quantidade de romances clichês existentes ali. Ele sempre soube sobre a paixão do outro pelos clássicos de romances, como ele ficava derretido pelos grandes atos heroicos dos mocinhos e como as trilhas sonoras deixavam-no emotivo. E então, começou a pensar na conversa que teve com o marido no último sábado de cinema que ele acabou ganhando.

Me dê um motivo, Min Jimin, só um pequeno motivo, para eu ceder esse sábado ― Yoongi dizia enquanto colocava o balde de pipoca em cima da mesinha da sala, que normalmente era de centro, mas no dia de cinema acabava indo para o lado, porque o casal enchia o tapete de almofadas coloridas e de edredom.

Hyung, como produtor, você pensa em uma história para contar em uma música, certo? ― O Min assentiu enquanto Jimin chegava para seu colo para iniciarem o filme. ― Seja sua ou outra qualquer, no meu caso, eu conto história por passos e preciso dos romances como inspirações. ― Sorriu. ― Mesmo eu vivendo um lindo romance com você, não seria interessante para outras pessoas como é para mim ou para você. ― Ele virou-se e olhou para o marido, que lhe roubou um beijo.

Yoongi carregava muitas lembranças diárias de sua vida ao lado de Jimin como momentos favoritos na vida, ele se permitia lembrar no intuito de conseguir encontrar algo que ele considerasse verdadeiramente importante, porém foi despertado pelo toque do telefone, onde sua secretária avisou que a sua visita havia chegado. Ele liberou a entrada, mesmo sendo claro que não era necessário aquele ritual com o seu amigo.

E assim, com aquele sorriso iluminado que permite as bochechas ficarem ainda mais cheias, Hobi adentrou a sala saudando o amigo. Ele e o Yoongi também se conheceram na época da faculdade, cursaram música juntos e criaram laços fortes, e então, a amizade só cresceu e atualmente Yoongi o representava como produtor no cenário musical do rap.

Hyung, como está? Hobi falava enquanto se arrumava na cadeira na frente de Yoongi.

Estou levando, meu amigo dizia, servindo um pouco do café ao outro. Quais as novidades? NamJoon vai demorar a chegar da turnê?

Nenhuma, hyung, ele chegará no final do mês. Tomou um gole de café. Ele vai chegar com um milhão de mudas de flores diferentes da Tailândia, é só isso que me preocupa. Ambos sorriram. E o Minie? Como está?

Bem, ele está aprontando algo para o dia dos namorados. Sacudiu a cabeça, lembrando. E não faço ideia do que seja.

Já? Hope perguntou, sorrindo. Mas faltam dias ainda ― mesmo sabendo que Jimin era assim, detalhista em presentear alguém, ainda mais quando esse alguém era o seu marido.

Diga isso quando você for completar o 10º Dia dos Namorados junto com o seu marido dizia Yoongi, refletindo que agora o tempo parecia curto, visto que nada surgia em sua mente.

— E você está uma pilha, hein? — Hobi assistiu seu hyung se levantar e andar pelo escritório com a mão dentro do bolso do jeans rasgado no joelho, como se procurasse algo que realmente o inspirasse.

— Eu não faço ideia do que fazer, Hobi.

Ele se conteve em admirar o porta-retrato dele e do marido, que estava em cima do aparador do lado esquerdo da sala. Era uma foto tirada no 1º dia que ele e Jimin se mudaram para a casa nova, estavam no jardim interno da casa, bem bagunçados e sujos, mas ele gostava daquela foto. Considerava aquele momento o dia que eles casaram, afinal foi quando foram morar definitivamente juntos, apesar de terem passados os últimos 5 anos antes daquele momento vivendo como nômades no apartamento um do outro.

Yoongi ainda olhava o porta retrato com o sorriso quando continuou:

— Não tenho ideia de como contar a ele como eu amo cada parte da nossa história, ou como fazer algo importante. Às vezes eu penso que talvez nunca tenha dito, em um grande ato de amor, que eu o amo.

— Hyung, qualquer coisa que você fizer, o Jiminie vai amar. — Hobi levantou e caminhou até o amigo, dando um tapinha nas costas. — Vocês vencem qualquer clichê da sessão da tarde — finalizou.

Yoongi sacudiu a cabeça positivamente e voltou ao amigo, deixando o porta-retrato no local e mudando totalmente a postura. — É, meu amigo, mas não estamos aqui para falar de Dia dos Namorados. — Caminhou, direcionando-se ao estúdio no fundo da sala e continuou: — Vamos trabalhar.

Hobi deu uma pequena gargalhada, acenou positivamente e o seguiu.

---

Ainda naquele mesmo dia, à tarde, do outro lado do movimentado centro comercial de Seul, Min Park Jimin encerrava a aula com sua última turma daquele dia. Havia desmarcado todos os outros compromissos para iniciar o seu projeto para presentear Yoongi, afinal ele merecia cada minuto de dedicação.

Para ele, seu romance favorito era a maneira como ele via sua vida ao lado do marido, que esteve com ele a cada momento desde fevereiro de 2011. Foi seu Yoongi que segurou sua mão e o acalmou quando ele teve uma torção no pé após uma queda durante uma apresentação de Natal em 2014; foi ele quem estava ao seu lado quando foi padrinho de casamento da sua irmã durante o inverno de 2016.

Jimin via o marido nas pequenas coisas da vida, no abraço quentinho das primeiras horas da manhã, quando ele ficava emburrado e tinha que levantar, até nas respirações fortes que eles davam após um momento de briga. Então, tornava-se necessário dizer a Yoongi que sua história favorita no mundo era ele.

E ele tinha claro em sua mente; não seria com dança, música, flores ou jantares, seria através do próprio Yoongi que ele contaria o quanto o amava. Talvez ele demorasse mais tempo e precisasse de mais dedicação que nos anos anteriores — até mesmo do que no jantar desastroso de 3º aniversário —, mas era o Yoonie hyung, aquele que sempre se tornava o herói, mesmo sem perceber.

*****

Os dias passaram para os Min Park de maneira diferente. Yoongi estava cada vez mais analista dos detalhes de Jimin, e o mais novo todos os dias chegava com uma caixa ou sacola nova e subia correndo para o seu pequeno estúdio para esconder do seu hyung, seja lá o que tivesse dentro das embalagens.

E assim, cada dia, Yoongi se via mais próximo de não ter um presente para Jimin. Ele foi a lojas, museus, até mesmo em um pet shop, e apesar de ver um cachorrinho lindo marrom, nada representava o que ele queria. Mesmo conversando com Hoseok, Tae e NamJoon, nenhum dos amigos conseguia iluminar sua memória.

Em uma noite quando voltou do trabalho um pouco mais tarde que o normal, encontrou o marido todo enroladinho em uma manta azul claro, cochilando no sofá, todo encolhido, enquanto passava na TV uma cena de Dexter tentando convencer a Emma a nadar nua em um lago, no filme Um Dia. Ele se recordava daquela cena, Jimin já havia o feito assistir aquele filme antes, mas ele não lembrava de quase nada.

Ele seguiu para dentro de casa, sacudindo a cabeça, porque sabia que, apesar de ser estranho, o pequeno zumbido das vozes falando fazia Jimin relaxar e dormir, então apenas deixou.

Após o banho, voltou à sala, e ele continuava ali, encolhido, com um biquinho vermelho, ressonando. Yoongi ficou ali alguns minutos, com a mão no bolso do moletom preto, e aproveitou para colocar água no fogo para fazer um macarrão. Só chamaria o marido quando a comida estivesse pronta, pois sabia que ele ficava muito preguiçoso quando tirava cochilos antes do jantar.

E assim, enquanto ele fazia os preparos necessários para o jantar, acabou prestando mais atenção ao ritmo do filme, vendo e ouvindo os desencontros dos personagens ao longo da trama, também durante a finalização da preparação do jantar. E assim, ele se encaminhou para chamar sua pequena preguiça no sofá e desligar a TV.

— Amor — chamou enquanto fazia carinho nos cabelos loiros. — Amor, acorda. — Deixava beijinhos por todo rosto do Park.

— Hmmm, Yoonie. — Jimin espreguiçava-se e, ao mesmo tempo, se enroscava no marido. — Não podemos acordar ainda, temos que ficar de preguiça mais um tempo — falava com um biquinho nos lábios.

— Ah! Então vou comer macarrão com queijo sozinho! — Yoongi segredou no ouvido do mais novo, sabendo que esse era um dos pratos favoritos do marido.

— Yoongi! — Deu um pulo do sofá, agarrando-se ainda mais ao marido. — Já disse que você é meu herói hoje? — perguntava, fazendo carinho na barriga do Min, que apenas meneou com a cabeça sinalizando o “Sim”. — Hmm, então você é meu par romântico do nosso filme, amor. — E deu um leve selinho nos lábios do marido, finalizando com um sorriso encantador, que ele sabia que derretia o marido, e tendo como resposta a gargalhada vinda com o sorriso gengival favorito do Park.

Seguiram o jantar com conversas aleatórias sobre o dia um do outro, os compromissos da semana, como as agendas estavam cheias e eles estavam agradecidos. Fizeram valer o acordo de que “quem faz o jantar, não lava a louça”, e Yoongi apenas retirou a mesa e esperou o marido terminar a limpeza dos pratos para irem para o quarto.

Porém, enquanto escovava os dentes, Yoongi lembrou do filme. Algumas cenas ficaram no seu pensamento, e ele se perguntava por que filmes tinham aquele problema em mexer tanto com as pessoas. Encerrou a limpeza e voltou para o quarto, vendo Jimin procurar algo na TV para eles assistirem enquanto cantava a música que havia feito para ele. Ficou assistindo do batente da porta quando o marido utilizou o controle como microfone e sorriu.

E nessa noite, antes de fechar os olhos, Yoongi admirou as mãozinhas pequenas, o biquinho e as bochechas amassadas no seu peito, e percebeu que ele e o marido também tinham momentos de filmes da sessão da tarde. Assim, Yoongi pensou em usar o romantismo dos clássicos favoritos de Jimin para dizer a ele sobre seus anos juntos; o faria viver com ele, em um só dia, todos os atos de amor mais bregas, e finalizaria com o seu. Era isso, era assim que contaria os 10 anos juntos.

Yoongi dormiu bem nesse dia, descansou e começou o dia agitado. Faltava exatas 2 semanas para o Dia dos Namorados, e agora que ele definira o que faria, precisava “pesquisar” quais eram os atos de amor dos filmes favoritos do Park.

Ele utilizou todas as ferramentas para conseguir identificar, utilizou a lista de favoritos da Netflix, perguntou para os amigos próximos, ligou para mãe, buscou entre as camisas e moletons, e assim, foi criando a lista dos filmes românticos favoritos do marido, desde a sua infância até aquele momento.

Mas, esse era apenas o início do trabalho, Yoongi teria que assistir alguns dos filmes que selecionou para recriar o seu ato de amor. Então, em sua sexta-feira, desmarcou toda sua agenda, chamou Hobi para o escritório e iniciaram o trabalho.

Começaram sentados no sofá marrom, assistindo A Bela e A Fera — a mãe de Jimin disse a Yoongi que esse era seu filme favorito na infância, que ele adorava rodopiar pela casa cantando a música tema do filme. Após quase 1:45min de Fera, garfo, relógio e xícaras falando, Yoongi já identificava seu primeiro ato. Hobi ainda se sentia empolgado com tudo aquilo, achou a ideia do amigo incrível.

Ainda empolgados, seguiram para o segundo filme. Aos 12 anos, Jimin ainda era apaixonado por clássicos da Disney, mas também era apaixonado por Step ou H, O Badboy — criado por Frederico Moccio —, e agora estavam em Três Metros Acima do Céu.

Em meio aos filmes e às descobertas, Yoongi se viu, durante longos dois dias, com algumas dores de cabeça e na coluna, pelas horas jogado entre o sofá, a cadeira e o tapete. Ele se sentia agora um adulto que tirou um dia para porre e se encontrava de ressaca.

Yoongi se empenhou, era nítido para todos os amigos que ao longo dos dias lhe deram apoio, seja moral, assistindo os filmes, seja verificando os detalhes necessários para os momentos que ele pensava em recriar.

E depois de assistir todos os filmes, ele pôde perceber que realmente havia coisas em todos os filmes que remetiam a Jimin e a suas diversas formas de amar e de viver, até mesmo a sua dança.

Yoongi, ao pensar e começar a criar o presente de Jimin, percebeu que não era ele o herói do filme romântico dos dois; ele poderia ser a donzela indefesa ou o par romântico que deveria ser convencido a viver o amor, mas nunca foi o herói. Porque, para ele, em todas as vezes, foi Jimin que o salvou, que o mostrou sobre o perdão, sobre o cuidado; foi ao lado de Jimin que ele se permitiu viver e confiar em alguém, que ele deixou alguém adentrar o seu mundo e dá-lo cor.

Jimin nunca foi a Rose, ele sempre foi o Jake — aquele que se sacrifica pelo amor, mesmo que ele prefira ficar da parte de dentro da conchinha.

***

Motivados com a aproximação do 10º Dia dos Namorados juntos, os Min Park sentiram o dia chegar devagar e, ao mesmo tempo, voando. Na manhã daquele 12 de junho, Jimin acordou primeiro, com muito cuidado, se levantou e foi até a cozinha fazer o café da manhã para o seu hyung.

Fez panquecas com calda de morango, um café forte, com pouco açúcar e uma gota de creme de leite, suco de laranja e tangerinas, coisas que Yoongi iria adorar. Então, subiu as escadas com todo cuidado para a bandeja não virar e sujar toda a escada, ou quebrar as louças especiais que ele ganhou da mãe quando se mudaram, aquele conjunto de louças verde jade era herança de família.

Após desviar do aparador e conseguir fazer um malabarismo para abrir a porta do quarto, ele, enfim, pôde chegar e ainda encontrar seu marido deitado, enrolado da cintura para baixo e com o dorso nu e branquinho à amostra.

Devagar ele deixou a bandeja no móvel ao pé da cama e se pôs a fazer cócegas e espalhar beijinhos molhados por todas as costas exposta do marido, que, mesmo discordando de acordar cedo, se virou sorrindo e se enrolou no marido, contra-atacando com uma chuva de cosquinhas também.

— Hyung... Aaaaah! — vermelho como uma pimentinha, o Park pedia socorro. — Para, Yoongi! — Gargalhava e enrolava-se na cama.

— Ahhh! Você não consegue acompanhar o meu ritmo, Jiminie. — Yoongi parou, mesmo adorando a vozinha do Park se perdendo em meio aos sorrisos deles.

Depois de se recuperar do ataque do marido, Jimin mostrou sua obra.

— Feliz Dia dos Namorados, Min Park Yoongi — disse, trazendo a bandeja até o colo do marido.

Yoongi sorriu, porque via ali toda a dedicação do seu marido.

— Hmm, você está tentando me deixar mais apaixonado por você? — dizia enquanto dava um pequeno selar em Jimin.

E foi assim que eles passaram a manhã; eles curtiram a sua manhã ali na cama, trocando sorrisos, beijos e se amando, da maneira que ambos gostavam e sentiam um do outro.

Ao passar do dia, combinaram que fariam as entregas dos seus presentes à noite, mas concordaram que não haveria jantar, os restaurantes estavam lotados, os parques também, e eles queriam ficar apenas juntos em um lugar calmo. Assim, surgiu a ideia de irem passar a noite na pequena cabana que tinham afastada da cidade; era pequena e ideal para passarem a noite. Jimin ficaria responsável em providenciar comidas, e Yoongi iria cuidar das bebidas. Iriam para o trabalho e voltariam a tempo para irem juntos.

No horário marcado, eles deixavam o movimento intenso de Seul e seguiam. Pegaram 45 minutos de rodovia, embalados pelo vento frio do fim da tarde e a playlist de viagem de Yoongi.

Ao chegar no terreno, Jimin percebeu algo diferente: a casa possuía uma pequena iluminação. Porém, pensou que os caseiros deveriam ter deixado alguma luz acessa para quando eles chegassem. Desceram, porém, antes de começar a tirar as coisas do carro, Yoongi o parou.

— Por que não entra logo, amor? — Yoongi sugeriu.

— E quem vai te ajudar? — disse, colocando as mãos na cintura.

— Vai logo, Jiminie, vê se tá tudo limpo mesmo, ou se vamos ter que limpar — Yoongi insistia.

— Tudo bem. — O mais novo suspirou e foi subindo os degraus do pequeno deck que antecedia as portas da cabana.

As cortinas da sala estavam fechadas e pareciam limpas pela janela. Colocou a chave e abriu a porta, adentrando o pequeno salão que compreendia a grande parte da casa. Mas, o que deixou Jimin petrificado na porta não foi a disposição dos móveis, ou as velas dispostas em alguns cantos da casa, mas os outros detalhes que não pertenciam a ali.

Perto das cortinas da sala, havia uma pequena faixa com uma frase escrita: Tu e Yo a Tres metros sobre el cielo, e junto dela, havia uma foto sua e de Yoongi juntos sentados em mureta com a ponte de Londres ao fundo com uma nota: “Eu queria poder pichar essa frase em todas as pontes do mundo se isso fosse sinônimo de amor a você”.

Ele olhou ao redor e desceu o pequeno degrau que dava acesso à sala. Tinha uma pequena caixinha de música que, quando ele abriu, tocou a sua música de A Bela E A Fera, e havia dois bonequinhos dançando, só que, dessa vez, eram dois meninos de cabelos pretos, um vestido todo de preto e o outro vestindo uma calça azul e uma camisa amarela com uma frase escrita “I’m sunflower”. E Jimin já era uma bagunça de lágrimas, afinal ele lembrava e guardava aquela camisa até hoje, foi a que ele usou no primeiro encontro com Yoongi.

Ele nem percebeu quando o outro entrou na sala; ele estava perdido, olhando o pequeno cenário montado na direção do corredor que levava à suíte. Havia ali várias fotos dele em uma parede para onde havia um telescópio apontado, com uma plaquinha no cabo, dizendo “Você é meu fenômeno astronômico favorito”.

Jimin sorriu e falou:

— Yoon-nie... — Virou-se para o mais velho e sorriu, colocando as mãos no rosto que, nesse momento, estava todo vermelho. O outro sorriu de volta e estendeu-lhe a mão pronto para guiá-lo pelo resto da noite.

Ele aproveitou e mostrou para Jimin o quadro colocado próximo ao sofá. Uma pintura de autoria própria. Uma tela azul com uma sombra clara de Jimin dançando, os pequenos detalhes da roupa esvoaçante, o momento e o cenário escuro de um teatro; isso tudo permitia ao Park lembrar que aquele era um das suas coreografias favoritas: "My Heart Will Go On", de Celine Dion, que ele apresentou durante um festival e o teatro inteiro o aplaudiu de pé, e Yoongi estava na primeira fila.

Jimin virou e abraçou seu hyung como forma de agradecimento pelo momento, que retribuiu calorosamente, dando-lhe um curto selar nos fios dourados, e aproveitou para entregar mais um de seus singelos presentes. Agora, uma pequena caderneta, que continha em suas folhas vários bilhetes, pequenas cartas, alguns comprovantes de cinema e parques, e também, alguns rabiscos de letras de músicas que Yoongi escreveu ao longo dos 10 anos juntos.

E mesmo com os olhos já levemente inchados por conta do sentimento de gratidão e amor crescente em si, Jimin ainda aceitou o convite de Yoongi de irem para o outro lado da casa. Foram até o quintal da pequena cabana, onde existia um pequeno espaço com luzes, e Yoongi ligou uma música bem calma, se aproximou ainda mais do marido e entregou-lhe uma máscara preta acetinada.

— Aceita uma dança comigo, cavalheiro? — perguntou, fazendo uma breve reverência.

Jimin gargalhou e aceitou.

— Claro, cavalheiro.

Ambos seguiram para seu singelo baile de máscara secreto e ficaram ali, vendo o céu e as estrelas por alguns bons minutos, até Yoongi deixar um pequeno selar no seu Jimin e sorrir.

— Amor, feliz Dia dos Namorados — disse ao pé do ouvido do loiro.

— Obrigado, Hyung. — O Park ergueu o olhar para o do Min e continuou: — Eu nunca imaginei isso... — Levou a mão até o rosto do marido e fez um carinho. — Eu sempre soube que você era o grande amor da minha vida, o homem com quem eu iria dividir e viver as coisas mais emocionantes da vida. Feliz Dia dos Namorados, hyung. — Yoongi sorriu e o beijou, um beijo longo e cheio de significados que foi partido apenas quando o fôlego sumiu.

— Eu queria que o céu tivesse colaborado comigo, amor. — Jimin olhou para o marido, encarando-o com dúvidas, o céu estava lindo.

— Mas o céu está lindo, hyung. — O Park virou-se, apoiando no peito do marido e olhando para o céu. — Ele está brilhante e feliz, como você.

— Senhor Park — Yoongi disse, aproximando-se do ouvido do marido —, obrigado pelo elogio, porém eu preciso continuar a sua noite.

Jimin fechou os olhos, embalado pela voz de Yoongi, porém, assim que as gotículas fortes e geladas da água vindo dos irrigadores do jardim atingiram sua derme, espantando-o...

— AAAAHHHHH! Yoongi!!! — Foi ouvido pelo mais velho, que segurou o menor pela cintura e sorriu.

— É o seu último filme, deixe-me ser o Noah por alguns minutos? — pediu o Min.

Jimin sacudiu a cabeça e gargalhou.

— Você é incrível, hyung. — O Park virou e abraçou o marido.

E ali estava, em vários detalhes, todos os seus filmes favoritos ao longo da sua vida. Tinha A Bela e A Fera, Três Metros Acima do Céu, Titanic, Um Amor Para Recordar, Um Dia, Romeu e Julieta e o Diário de Uma Paixão. Todos os clichês que Park sonhou viver na adolescência, mas que agora faziam Jimin ter claro em sua mente e coração que ele vivia algo ainda mais bonito: a sua história ao lado de Yoongi.

— Hyung. — Jimin olhou para o rosto de Yoongi, que agora já estava com o cabelo molhado e escorrendo. — Você esqueceu de uma coisa... — Yoongi o olhou com interrogação, o que poderia ter esquecido? — As minhas histórias favoritas não são essas. — O Min encarou-o incerto. — Viver ao seu lado é meu clichê favorito, Min Yoongi, em todas as suas versões possíveis.

E então, Yoongi se permitiu deixar as lágrimas escorrerem e lavarem seu rosto enquanto retirava do bolso uma caixa azul turquesa.

— Park Jimin, você me ensinou que a beleza interior é o bem mais precioso que podemos carregar, que cada momento é uma oportunidade única de amar intensamente a pessoa que carregamos em nosso peito. Eu viveria ao seu lado qualquer história. — Sorriu, abriu a caixa e enxugou o rosto. — Mas e você, Park Jimin? Viveria mais um clichê comigo? — finalizou o Min.

As gotas no rosto do Park já estavam uma mistura de lágrimas e água, mas, mesmo naquela mistura de sentimentos, sacudiu a cabeça, em uma tentativa quase inútil de concentração, e tirou de seu bolso também uma caixinha, só que preta. Sorriu e a abriu.

— Min Yoongi, viver ao seu lado tem sido uma aventura diária, com montanhas de descobertas e cavernas escuras de medos, mas que no fim compensam, porque depois de cada pôr do sol sem graça ou anoitecer sem lua, você pode segurar na minha mão. Então sim, Yoongi, eu viveria qualquer coisa ao seu lado. — Ele olhou naquela imensidão escura dos olhos do marido e disse: — Deixe-me ter a honra de também te amar eternamente, hyung.

E ali, eles trocaram, sorrindo, as alianças. Resolveram usar as duas, afinal estariam juntos assim para sempre e sempre.


~~


Notas finais: Obrigada por ter finalizado comigo essa aventura!

Queria agradecer ao 2min por esse momento, por ter me ofertado essa oportunidade de escrever e mostrar minha pequena estória para o seu público e por trabalharem de uma maneira tão responsável e com tanto empenho conosco, que estamos iniciando nesse mundo.

Obrigada gente!

8 de Octubre de 2021 a las 19:59 0 Reporte Insertar Seguir historia
1
Fin

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