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Park Jimin era o príncipe herdeiro do trono de sua província. Alguns problemas passam a assolar a população, deixando seu pai sem escolha, a não ser fazer um acordo de casamento com o reino vizinho. Ele só não fazia ideia que, na verdade, seu filho estava apaixonado por um dos funcionários do castelo.


Fanfiction Bandas/Cantantes No para niños menores de 13.

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Escrito por: @agustcandyy


Notas Iniciais: Olá, mais uma estória dos minmin para vocês, narrar esses dois é terapêutico hahaha, enfim, espero que gostem e boa leitura <3


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Jimin estava furioso, o som de seus passos rápidos e fortes ecoavam pelas paredes feitas de pedra dos longos corredores do castelo. Dentre tantos momentos, por que justo naquele? Não conseguia pensar qual assunto seria tão urgente ao ponto de ter uma reunião de emergência e atrapalhar totalmente seus planos para aquela tarde.

Sua apresentação aos súditos como herdeiro do trono estava prestes a acontecer, o estresse envolvia seu corpo como uma grande armadura negra, os compromissos para tal evento estavam o engolindo sem deixar tempo nem para dormir direito e a saudade estava o matando. Por isso, sua raiva. Poderia finalmente vê-lo e tirar um dia de descanso, se não fosse aquela maldita reunião.

Parou em frente a enorme porta de madeira da sala do trono, respirando fundo, ajeitou a capa sobre os ombros e limpou o pouco de suor que escorria por sua testa, rezava para que não deixasse transparecer sua irritabilidade e manter a calma para não explodir na frente de todos aqueles homens velhos. Empurrou a porta de olhos fechados, contando até dez para depois abri-los e encarar aqueles que agora prestavam atenção em cada um de seus movimentos. Aquilo nunca deixaria de ser desconfortável.

Andou de cabeça baixa pelo espaço e sentou-se em sua cadeira ao lado esquerdo do pai — ou de sua majestade, como era obrigado a chamá-lo nessas ocasiões —, instintivamente desviando sua atenção para a mãe, que já o encarava com pesar. Franziu as sobrancelhas para a expressão da mais velha. O que estava acontecendo? Não teve muito tempo para pensar sobre aquilo, a voz potente do rei atravessou seus ouvidos fazendo seus pelos se arrepiarem por pura intimidação, o homem causava esse efeito em si: medo.

— Como todos aqui sabem, o festival de primavera está chegando — começou, ajeitando sua postura no trono acolchoado. — E junto com ele, a apresentação de meu herdeiro aos súditos como manda a tradição. — Todos os presentes concordaram com um aceno de cabeça, e o rei continuou: — No decorrer dos anos, nossa província está apresentando cada vez mais decadência na produção de comida, e tenho pensado em soluções para não matar nosso povo de fome. No dia de ontem, uma carta do rei Jung chegou até mim, e bem, temos uma alternativa... — Passou a língua pelos lábios, umedecendo-os. — Sua proposta foi uma aliança entre nós; precisamos de comida; eles, de apoio militar, ou seja, seria bom para ambos os lados.

Os membros da corte se olharam interessados, tentando entender de que tipo de aliança estavam falando, e Jimin não estava diferente, olhava para seus pés esperando um esclarecimento da situação, o nervosismo fazendo suas pernas balançarem involuntariamente.

— Do que estamos falando, majestade? — alguém se pronunciou em meio ao burburinho formado.

— Um casamento... — O olhar do rei se dirigiu até seu herdeiro. O mais novo prendeu a respiração. — Entre meu filho e Jung Jiwoo.

O salão caiu em silêncio. Os diversos pares de olhos esperando por uma reação do príncipe faziam a pele do jovem coçar; não era hora de surtar, não na frente daqueles homens, e principalmente, não na frente de seus pais. Apertou suas mãos em punho, afundando as unhas curtas na pele macia de sua palma, olhou para frente e concordou com a cabeça, sentindo-se um covarde por não se impor.

A partir desse momento, sua mente viajou, não ouviu quando todos deram votos positivos à decisão e comemoraram a salvação do reino, não ouviu sobre o andamento da organização do festival, e nem quando foi anunciado a data do casamento (aparentemente, um dia antes do grande evento). Agora, ele se encontrava além das paredes do castelo, pensando naqueles olhos pequenos, donos de uma imensidão escura e expressiva, onde Jimin amava se afogar. Pensava em como contar, na possível compreensão que teria como resposta acompanhada com um olhar triste.

Seu estômago estava embrulhado, o suor frio escorria por suas costas, arrepiando sua espinha. Poderia vomitar ali mesmo se a reunião não se desse por encerrada a tempo de correr até seu quarto, colocar até as tripas para fora e nunca mais sair de lá para não encarar o mundo e suas obrigações.

Estava extremamente decepcionado consigo mesmo, não era homem o suficiente para rejeitar aquela ideia que acabaria com sua vida, com sua felicidade? Mas seu futuro povo passava fome lá fora, milhares de vidas jogadas sobre suas costas, dentre elas, crianças inocentes, que nem tinham consciência de suas situações. Isso o fazia tremer. Não sabia o que fazer, não conseguia pensar em outras soluções para a situação.

Assim que as grandes portas se abriram novamente e tudo aquilo acabou, o príncipe subiu as escadas até parar no banheiro de seus aposentos, curvou-se e despejou dentro da latrina tudo o que estava segurando. Sem fôlego, sentindo sua garganta arder pelo esforço e o gosto amargo do suco gástrico na boca, sentou-se no chão de mármore do banheiro com os joelhos contra o peito. Não tinha forças para chorar, seus pensamentos estavam embaralhados e sua cabeça latejava.

Passou a noite ali, sem coragem para levantar-se, atravessar os jardins e ir até o celeiro para encarar nos olhos quem tanto amava, porque assim toda aquela situação se tornaria real, e não só mais um de seus sonhos ruins. Esperava acordar no dia seguinte e respirar aliviado ao sentir sua cintura ser rodeada por braços fortes tão familiares e reconfortantes. Estava envergonhado demais, enjoado demais e confuso demais.

Enquanto isso, Yoongi dormia desconfortavelmente sobre o feno. Não sabia quanto tempo havia ficado esperando até que adormeceu ali mesmo, no celeiro, onde tinham combinado se encontrar, desesperados para matar a saudade um do outro — mas Jimin não apareceu a noite toda e nem se deu ao trabalho de avisar.

Um estrondo alto fez seu corpo despertar de uma vez, puxando-o do mundo dos sonhos a força. Sentou-se rapidamente e arregalou os olhos assustado para a porta de madeira e ferro enferrujado, pensando ser alguém do castelo pronto para lhe dar uma bronca, mas relaxou assim que viu uma figura alta familiar o encarar ofegante. Passou a mão pelos fios negros de seu cabelo, descendo até o rosto para esfregar os olhos, triscou a língua e relaxou os ombros, ouvindo a voz grossa de Taehyung ecoar pelo lugar.

— Você me assustou, sabia?! — indagou o mais novo. — Não sabe as milhares de situações que se passaram pela minha cabeça quando levantei de manhã e não te vi no quarto. Deixei meu Gguk quase chorando em casa para vir conferir se estava tudo bem!

— Aish, você também me assustou, Tae-ah. Precisava entrar dessa forma? Achei que fosse alguém... — o Min tentou se defender, fazendo uma careta logo depois por sentir uma pontada chata na coluna, causada pela noite do chão duro. — E eu sou seu hyung, tenha respeito!

— De que adianta, se parece que tenho mais juízo do que você? Apaixonar-se te fez perder alguns neurônios? — Respirou fundo, tentando não se exaltar mais do que isso e encarou Yoongi com o uma expressão irritada, este que fez um biquinho e olhou para baixo. Taehyung nunca admitiria, mas sua frustração se esvaiu como se nunca tivesse estado ali, esse maldito sabia ser adorável quando queria.

O Kim andou até o mais velho, que ainda estava sentado no chão frio, finalmente dando falta do outro rapaz de bochechas gordinhas. Estranhou sua ausência ali, afinal, Yoongi estava lá para vê-lo, era naquele local que sempre se encontravam escondidos.

— Hyung... cadê o Ji? — questionou curioso, preocupando-se imediatamente ao perceber o outro ficar cabisbaixo.

— E-eu também queria saber... Fiquei aqui a noite toda esperando por ele — murmurou, em seguida, coçou a garganta, tentando disfarçar o tom meio decepcionado —, mas ele não apareceu. Desculpa por preocupá-los, Tae, nem vi quando adormeci...

— Tá tudo bem, hyung. — Sorriu sem mostrar os dentes, em uma tentativa de confortá-lo. — Apesar das circunstâncias, achei que ele viria mesmo assim... — disse sem pensar, arrependendo-se de imediato. Não deveria ser ele a dar a notícia.

— Que circunstâncias, Taehyung? — O Min sentiu seu coração acelerar por antecipação. — Eu deveria estar sabendo de algo? — Ficou ainda mais aflito ao ver o mais novo abaixar os ombros tensionados e olhá-lo um pouco triste. — Desembucha, está me deixando nervoso!

— Ok… — Com um suspiro, Taehyung começou a falar.

O Min não conseguia assimilar o que ouvia, era como se as palavras fossem soltas pelo espaço e seu cérebro fizesse um bloqueio para impedir-se de entendê-las. Não podia ser, não era real, era um pesadelo.

Parecia que seus pulmões desistiram de trabalhar, estava sufocado com um bolo na garganta, a barriga gelada em desespero, o peito comprimindo até ter a impressão que seu coração virou pó. O que faria agora? Perderia seu Jiminie? Seu amor? Não sobreviveria a isso.

Mas não tinha como impedir. Na verdade, sempre soube que um dia aconteceria. Jimin era um príncipe herdeiro; ele, apenas um dos empregados daquele enorme castelo que cuidava dos cavalos e jardins. Enquanto o Park estava sempre limpo, elegante e arrumado em seus trajes de tecido fino, os quais demoraria uma vida para pagar com o pouco ouro que recebia, Yoongi estava sempre meio sujo e desarrumado, vestido em trapos velhos. Queria seu amado vivendo a vida que nascera para ter, e não que tivesse que passar fome, como às vezes acontecia consigo.

Fizeram muitos planos juntos, talvez fugirem, terem uma pequena casinha em um lugar bem afastado e trabalharem para sobreviver, ou talvez, assumirem-se para o reino, impondo respeito e cortando a cabeça de quem se opusesse ao amor deles. Mas... quem queriam enganar? Nada disso aconteceria.

Algo em seu interior o avisara disso tantas vezes, para não se apegar tanto, que logo tudo acabaria, porém preferiu ignorar aquilo, se deixou levar e, quando viu, estava profundamente apaixonado. Agora, estava se sentindo culpado por amar. Poderia se deixar ser egoísta pelo menos uma vez na vida e tentar impedir esse casamento, entretanto, ao pensar no conforto de Jimin e em como ele viveria muito melhor se estivesse em meio ao luxo e conforto, perdia as forças no mesmo instante.

Os braços grandes de Taehyung agarraram-no como se seu corpo fosse um escudo, foi quando percebeu que estava chorando — na verdade, que estava afogando-se em lágrimas, com o coração esmagado e o corpo doendo. Só conseguia pensar em ver o Park feliz, mesmo que isso significasse ter um eterno buraco em seu coração com o formato do mais novo, que ninguém jamais seria capaz de preencher.


~


O príncipe estava nervoso, havia acabado com a pele em volta de suas unhas até que sangrassem e agora atacava os lábios fartos com mordidas. Já fazia semanas desde de o anúncio do casamento, semanas que sua “liberdade” fora tirada de si e semanas que não encontrava Yoongi em lugar nenhum, e apesar de não saber como encarar o mais velho — porque àquela altura, ele com certeza sabia — queria apenas observar seu rosto, ou sentir o seu cheiro. A falta do Min estava consumindo-o e o levando a loucura.

Mas, naquele momento, o motivo de seu nervosismo era outro. Estava sentando em uma das cadeiras acolchoadas com detalhes em ouro da sala de jantar, sua mãe ao seu lado e o rei Park à ponta da mesa. Não se lembrava direito como foi parar ali, ou quando foi que o avisaram que esse jantar aconteceria, só chegou e sentou-se à mesa posta. Seus olhos estavam grudados nas calças de linho preto, evitava ao máximo levantar a cabeça e ter que encarar sua futura noiva bem ali, na sua frente; tinha medo que, assim que olhasse para a moça, não conseguiria segurar suas lágrimas e acabaria por causar um vexame na frente de seus pais e dos convidados.

A situação era de uma estranheza imensurável, o ar pesava toneladas e as únicas vozes ouvidas vinham dos reis falando sobre algo político — que o príncipe não prestava atenção — enquanto bebiam vinho e se empanturravam de codorna assada. Às vezes, outra voz masculina melodiosa participava da conversa, cuja o dono era Jung Hoseok, o herdeiro dos Jung. Já as mulheres, permaneciam caladas, aparentemente cumprindo seus papéis de esposa, juntamente de Jimin, que não abrira a boca nem para comer.

— Park Jimin!

A voz grossa vibrou nos ouvidos do príncipe, tirando-o de seus devaneios e fazendo-o levantar a cabeça no mesmo instante.

— Onde estão seus modos? Cumprimente a princesa, seja educado, nem comendo você está. Participe do jantar! — ditou o rei com um sorriso irônico nos lábios.

Jimin engoliu em seco antes de direcionar sua atenção calmamente até a jovem à sua frente. Ela era bem bonita, os cabelos castanhos compridos caindo em ondas emolduravam bem o rosto delicado com pouca maquiagem, realmente parecia uma princesa. Mas não se comparava à beleza de Yoongi; nada, nem ninguém, era comparável a beleza dele.

Ela sorriu fechado, claramente desconfortável, até meio triste, Jimin fez o mesmo, os dois desviando os olhares para seus colos ao mesmo tempo. Nenhum dos dois queria estar ali.

— Eles estão com vergonha, que fofo. — Percebendo o que estava acontecendo ali, Hoseok riu, consequentemente, fazendo ambos os reis rirem e concordarem com a fala do Jung, mandando para longe a tensão instalada pela situação.

O jantar chegou ao fim sem muitos problemas, Jimin continuou sem comer ou falar algo, apenas pensando em tudo o que estava sentindo; pensando em Yoongi; no seu corpo; nas mãos grandes e bonitas, meio ásperas por conta do trabalho árduo; o nariz de botão fofinho que amava apertar; os olhos felinos profundos; a boca macia, fina e rosada, que continha o sorriso gengival mais bonito que o príncipe já havia visto; nos cabelos pretos que faziam um conjunto perfeito com a pele clara repleta de pintinhas que pareciam constelações. Min Yoongi era perfeito, de todas as formas, em todos os mínimos detalhes, o Park o amava com todo o seu coração, com todas as forças que tinha e achava que não poderia sobreviver sem esse sentimento, era como tentar respirar sem oxigênio.

Por isso, no meio da madrugada, muito tempo depois que os convidados foram embora e depois de levar uma bronca de seu pai pelo comportamento no jantar, ele desceu silenciosamente a grande escadaria de mármore e, tentando não chamar a atenção de nenhum guarda, andou até a parte do castelo que abrigava os empregados. Era difícil ele e Yoongi usarem aquela parte para se encontrarem por ser muito arriscado, mas, mesmo assim, ele sabia muito bem em que porta teria que bater para falar com o mais velho.

Depois de esperar por o que achou ser uns dez minutos, Taehyung atendeu a porta com o rosto amassado e os olhos inchados de sono, estes que se arregalaram quando percebeu quem havia atrapalhado seu descanso.

— Jimin? Sabe que horas são? — o Kim disse, claramente meio irritado. — Quer dizer, o que você está fazendo aqui?

— Tae, eu preciso falar com o Yoon, desculpa atrapalhar seu sono, mas eu preciso vê-lo — declarou ofegante.

— O quê? — perguntou, meio inconformado com a audácia do Park. — Olha, Ji, me desculpa, mas ele não quer te ver, e mesmo que quisesse, eu não deixaria.

— Eu não aguento mais ficar longe dele, Taehyung, por favor — implorou, quase se ajoelhando em súplica, estava realmente desesperado.

— Ele já sofreu demais nessas semanas, agora que ele tá aceitando comida direito e-

— Espera! Ele não tem se alimentado? — Jimin se desesperou. Yoongi já não tinha fartura, e ainda estava ficando sem comer? Não podia ser...

— Muito mal, mas aos poucos eu estou tentando fazer isso melhorar… — O Kim deixou seus ombros caírem, cedendo ao desespero do príncipe. — Tenho medo que, se ele te ver, possa piorar de novo. Não quero meu hyung naquela situação de novo.

O coração do herdeiro apertou-se no peito, havia deixando Yoongi tão mal assim? A culpa começou a roê-lo por dentro — não que ele tivesse estado em uma situação melhor nas semanas que se passaram, na verdade, ele não conseguia dormir de forma alguma, porque, além de suas obrigações só crescerem, sua mente não descansava por um minuto sequer, sempre pensando no Min e em sua saúde, no que estaria fazendo naquele momento ou se sentia sua falta tanto quanto sentia a dele. E conhecendo tão bem o mais velho, Jimin conseguiu imaginar os pensamentos que importunavam-no, isso fez seus olhos arderem e as pernas fraquejarem. Estava quase desmoronando ali, na frente de Taehyung mesmo.

Respirou fundo, tentando manter-se firme, pelo menos para conseguir falar:

— Tudo bem, você tem razão, eu não posso fazer isso com ele de novo — murmurou com a voz embargada e os olhos marejados. — Só… só fala para ele que eu o amo muito, que peço perdão por não ter ido naquele dia, mas eu estava muito envergonhado e com medo. — Fechou os olhos para impedir as lágrimas de caírem e continuou: — Fala para ele que eu o conheço bem e sei o que está passando pela cabeça dele. Eu nunca seria feliz sem ele ao meu lado.

Pegou nas mãos do Kim com força, abriu os olhos, sentindo o rosto se molhar pelo oceano de dor que saía dos seus canais lacrimais.

— Promete para mim, Taehyung… Promete que vai cuidar dele, por favor. — O mais novo assentiu, quase chorando também, sabia que aquele pedido era verdadeiro, sabia que ambos os corações estavam despedaçados naquele momento e que faria de tudo para que as coisas ficassem bem de novo.

Jimin virou as costas para ir embora, andando pelo corredor sem conseguir controlar seus soluços. Kim observou sua silhueta sumir nas sombras da madrugada e fechou a porta para voltar para a cama; o dia havia sido bem conturbado, cheio de emoções fortes, estava exausto, precisava imediatamente das cobertas quentinhas e dos braços confortáveis de Jungkook. Mas ao se virar, deparou-se com um corpo menor que o seu, a cabeça baixa e os ombros tremendo. Seria uma longa noite.


~


Os dias seguiram arrastados. Jimin trancou-se no quarto, não saía nem para se alimentar e ninguém sabia se ele comia as refeições levadas até sua porta. Todos estavam preocupados com a saúde do príncipe e rezavam por sua melhora, o isolamento fora muito repentino e ninguém entendia o motivo para tal ação.

O fato é que, quanto mais próximo o dia do festival estava, mais Jimin afundava-se na cama, sem dormir nem comer, só passava dias e noites encarando o dossel acima de sua cabeça. Às vezes chorava, mas, na maior parte do tempo, não pensava em nada.

Toda vez que se encarava no espelho, só podia ver a imagem de Yoongi encolhido atrás de Taehyung, soluçando, de cabeça baixa. Queria ter entrado à força e o agarrado para nunca mais soltá-lo, mas seria muito egoísta de sua parte, precisava deixá-lo viver sua vida sem estar por perto, o mais velho não merecia sofrer mais. Sentia-se totalmente vazio, nem parecia que seu coração estava batendo dentro da caixa torácica; para ele, já estava morto, seu corpo apenas não havia obedecido sua alma e continuou funcionando.

Estava acostumado a escutar sua mãe abrir a porta lentamente na calada da noite, sentar-se ao lado de seu corpo, passar as mãos por seus cabelos e repetir palavras como "vai ficar tudo bem" ou "eu te amo, filho", achando que ele estava dormindo. O príncipe até tinha vontade de sorrir nesses momentos, mas se contentava em manter-se parado, fingindo estar mergulhado em um sono tranquilo, aproveitando os carinhos da mais velha até que realmente dormisse.

Mas daquela vez foi diferente, ao invés de pegar um canto da cama com cautela, ela apenas chacoalhou um dos ombros de Jimin, chamando por seu nome e alguns resmungos baixos de "eu sei que você está acordado, levanta agora". O Park abriu os olhos, estranhando aquela atitude, e franziu as sobrancelhas ao perceber que a rainha parecia meio ansiosa, andando de um lado para o outro no quarto grande iluminado apenas pela luz da lua.

— Mamãe? O que está acontecendo? — perguntou, levantando minimamente o corpo sobre os cotovelos para ver a mais velha colocando algumas coisas em uma mala.

— Eu preciso te explicar algumas coisas antes de você ir… — disse, um pouco apressada. — Vamos, Park Jimin, vista-se, estamos sem tempo, vai amanhecer daqui a pouco!

— Ir para onde? Sem tempo para quê? Que mala é essa? — Jimin estava muito confuso com toda aquela agitação. Mas o que diabos estava acontecendo afinal?

— Apenas levante essa bunda da cama e faça o que estou mandando enquanto te explico. — Sua voz soava quase raivosa, então Park apenas murmurou um "OK" e obedeceu a mais velha. — Bom, você sabe que o casamento era para ser hoje à noite, não é? Ou passou tanto tempo olhando para o teto que se perdeu nos dias?

— Sei, mãe — confirmou o príncipe, não precisava lembrá-lo de algo que acabaria com a sua vida. Então se deu conta do que ouviu. — Espera… como assim "era para ser hoje"? Mudaram a data? Não estou enten-

— Cale a boca! Deixe-me falar. — A rainha passou as mãos pelos cabelos bem penteados antes de começar e dobrar algumas roupas e voltar ao assunto. — "Era para ser", pois não haverá mais casamento. — Jimin arregalou os olhos e seu coração errou uma batida. — Você sabe que casei com seu pai porque nos amamos, sim? — O mais novo concordou com a cabeça, ajeitando as calças enquanto tentava prestar atenção no que sua mãe dizia. — Pois bem, queria isso para você também, eu já estava preocupada com essa ideia maluca do seu pai, sabia que não era isso o que queria para a sua vida. Tentei pensar em várias soluções, porém nenhuma ideia vinha até mim.

"Então, no dia do jantar com os Jung, vi Jiwoo tão triste, com um olhar tão opaco, fiquei bem curiosa, mas não tive a oportunidade de falar com ela naquele dia e perguntar o que a afligia. Na mesma noite, vi você voltando para o quarto chorando muito, soube na hora o que havia acontecido, então decidi agir.

"Primeiro, chamei Jiwoo para conversar, não imagina a surpresa dela ao escutar que eu não queria que esse casamento acontecesse, e nem a minha ao saber que sua pretendente não queria se casar de forma alguma, nunca quis. Eu estava desesperada ao te ver naquela situação e pedi ajuda a ela. Ela disse que o príncipe Jung percebeu o clima naquele dia e foi questioná-la, como ela não mente para o irmão, contou tudo o que sentia, Hoseok apoiou ela, alegando que não iria contra a felicidade da própria irmã, um verdadeiro cavaleiro. Ou seja, eu tinha dois aliados, só faltava falar com um.

"Nosso plano era que os dois tentariam convencer o rei Jung a desistir do casamento, permanecendo apenas com as trocas, assim beneficiando todos os lados sem que ninguém saia infeliz, diminuindo a fome do nosso povo e aumentando a proteção do povo deles. Demorou, mas o velhote finalmente aceitou, afinal, quem quer ver os filhos infelizes, não é? Fui logo falar com a última pessoa que faltava para o plano finalmente estivesse concluído, e você, livre.”

"Então, visitei o quarto de Min Yoongi, ele ficou muito assustado ao me ver lá no meio da noite — ele é fofo, você fez uma boa escolha. Contei tudo a ele, enquanto eu falava, seus olhos brilhavam tanto que pareciam estrelas em uma imensidão preta. Eu podia ver suas mãos tremendo em ansiedade, claro que ele relutou um pouco, dizendo que você não viveria bem com ele e mais um monte de baboseiras. Falei da sua situação, que você o amava tanto que estava definhando na cama por dias, sem comer ou dormir direito, e eu não queria te ver assim, queria te ver feliz, com quem você ama de verdade, mesmo que tenha que ser longe de mim. Ele ficou tão preocupado, dava para ver como ele te ama também. Aquele rapaz que vive com ele, Taehyung, eu acho, ofereceu-se para ajudar também, outro fofo. Yoongi nem precisou pensar muito e aceitou, marcamos o dia para a fuga, e aqui estamos."

Jimin estava estático, parado no meio do quarto, já vestido, boquiaberto com tudo aquilo que ouviu, milhares de coisas passando por sua cabeça. Então sua mãe sempre soube e não disse nada? Queria gritar; rir; abraçar sua mãe até que o ar faltasse para os dois; agradecer aos Jung e a Taehyung de joelhos; mas principalmente, queria descer aquelas escadarias pela última vez e encontrar-se com Yoongi, dizer que o amava até essas palavras pararem de fazer sentido em seu vocabulário.

Quando percebeu as lágrimas molhando seu rosto, ele correu até a rainha, circulando os braços em sua cintura e girando-a no ar, murmurando tantos obrigados que a mais velha foi obrigada a ameaçá-lo para que parasse.

— Eu vou sentir muito sua falta, querido. Você sabe que seu pai nem os súditos aceitariam, por isso você precisa ir. — Passou as mãos pelo rosto do primogênito, enxugando suas lágrimas e admirando o homem que ele se tornou. — Mas quero que saiba que eu te aceito e só quero que seja feliz. Eu te amo muito, você é meu bem mais precioso, por favor, se cuide e tome cuidado. — Fungou, sem perceber que também estava chorando. — Coloquei uma boa quantidade de ouro para vocês viverem bem. Tem uma casa esperando por vocês, e não se preocupe com seu pai, ele ficará bravo quando souber da notícia, mas vai passar.

— Muito obrigado, mamãe, por tudo. Eu te amo, serei eternamente grato a você — disse, abraçando a mais velha uma última vez e deixando um selar em sua bochecha.

— Está tudo bem agora, vá ser feliz. — Beijou sua testa, vendo seu filho pegar a mala e lhe dar as costas, olhando uma última vez para o quarto e para ela. — Eu não encobri esse relacionamento por tanto tempo para vocês desistirem tão fácil um do outro. — Sorrisos idênticos abriram-se nos rostos de ambos. O mais novo abriu a porta e desapareceu, deixando sua mãe com um sentimento de dever cumprido e orgulho no peito.

Jimin correu o mais rápido que podia até parar do lado de fora de uma das laterais do castelo. E lá estava ele, sua fonte de felicidade; amor; esperança; sua fonte de vida, parado esperando com os braços abertos para si, o luar iluminando todos os traços, deixando-o mais bonito ainda, se é que era possível.

Abraçou Yoongi com toda a sua força, mergulhando o rosto molhado no pescoço do mais velho, não querendo sair dali nunca mais. Aqueles braços eram sua verdadeira casa, seu conforto e consolo para os dias ruins.

— Eu te amo tanto, senti tanta a sua falta, amor — disse o mais velho, beijando os fios do Park enquanto passava a mão por seus braços.

— Eu também te amo, Yoon, senti muito a sua falta — respondeu, levantando a cabeça e encarando a imensidão daqueles olhos, logo depois, puxando-o pela nuca para um beijo.

Foi como respirar de novo; estava em abstinência daqueles lábios, daquele corpo, de sua risada, estava em abstinência de Yoongi. Os lábios moviam-se devagar, bem familiarizados um com o outro, não era o primeiro, e nem seria o último beijo deles, porque agora estavam livres para se amarem, para viverem juntos, como sempre quiseram, longe de tudo.

Jimin finalmente se sentiu vivo de novo, completo e feliz, como nunca antes.

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Notas Finais: Eai? O que acharam? Muito obrigada por terem lido; a @je0n pela capa incrível (fiquei apaixonada, sério); @2minym pela betagem e ao projeto pela oportunidade <3

Até a próxima!

3 de Agosto de 2021 a las 01:29 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Fin

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