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Há muito tempo, na longínqua Grécia Antiga, havia um lugar onde nem todos tinham coragem de pisar: a floresta de Pan mais afastada do Monte Olimpo. Os boatos que corriam pelo povo grego eram de que os romances mais proibidos aconteceram ali, onde apenas as dríades e ninfas conseguiam chegar; onde apenas os mais loucos apaixonados conseguiam pisar. E foi nesta floresta proibida que a mais pura e verdadeira história de amor se iniciou. A história entre o filho de Hades e o filho de Eros, vivendo um dos romances mais inesperados de toda a história.


Fanfiction Bandas/Cantantes Sólo para mayores de 18.

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The destiny of dying for love

Escrito por: @mindokyu


Notas Iniciais: Olá, xuxus da Mari!!! Tudo bom com vocês? Espero que sim! :3

É sempre um desafio gostoso escrever sobre mitologia grega. A dedicação que se tem ao escrever uma fanfic dobra quando o assunto é mitologia, eu real passei umas boas horas estudando os deuses principais citados aqui e foi maravilhoso! Além de que sempre fica aquela pulguinha atrás da orelha sobre ter ficado bom ou não, e eu espero de coração que ela tenha ficado boa e que todos que tirarem um tempinho para ler essa bebê curtam tanto quanto eu curti escrever.

Quero agradecer primeiramente a @minie_swag pela oportunidade de fazer parte desse grupo incrível que é o 2Mp, obrigadinha! Quero agradecer também á INCRÍVEL beta @Im_Sky_ por ter tido a paciência de betar minha bebê e a linda da @je0n por ter feito essa capa incrível demais! Sem vocês essa fanfic não aconteceria <3

Me prolonguei demais aqui, disgurpinha!

Bora pra fanfic!


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Em meio às folhagens densas e verdes que encobriam toda a floresta de Pan, um pequeno caminho se formava entre elas, deixando rastros de passos que contavam histórias, muitas histórias. As árvores altas casadas com a luz da lua causavam sombras, dando um toque ainda mais sombrio ao lugar mais proibido do Olimpo. Muitos tinham medo de aventurar-se por ali na calada da noite, ser pego fazendo o proibido não era bom para nenhum semideus que fosse.

As dríades juravam não contar nada para ninguém, mas elas sabiam de cada casal que pisou ali; elas juravam de dedinho de caule que não abririam o bico, tudo em troca de alguns favores e pagamentos místicos. Elas não se sujariam com Pan à toa, não é mesmo?

O fato é que: apenas os mais corajosos já pisaram naquela floresta. Apenas os mais apaixonados ou loucos, por assim dizer, andaram por aquela mata. Alguns eram enfeitiçados pelas crias de Afrodite e não podiam ser culpados pelo destino que os aguardavam; outros criaram os rastros por sua conta em risco.

Mas a pergunta que não quer calar é: o que essa floresta tem de tão especial? Bem, não é o que ela tem, e sim o que ela esconde, meu caro.

Ela esconde as mais profundas e proibidas histórias de amor.


-x-


Min Yoongi não tinha medo do escuro. Na verdade, Min Yoongi não tinha medo de nada, ou quase nada. Sendo filho de Hades o temor quase era desconhecido por si, apenas dando o ar da graça quando seu pai o chamava para alguma missão, que provavelmente envolveria muitas mortes. Ou limpar as sujeiras do Cérbero, Yoongi odiava limpar toda a meleca que o cão de três cabeças fazia de vez em quando. Essas eram as únicas ocasiões onde algo mais próximo ao medo aparecia.

Então, o que Min Yoongi sentia na boca do estômago não era medo, era mais uma agitação, algo fora do comum para si que beirava o incômodo.

A cada passo que dava em direção à floresta, seu coração acelerava ainda mais, adentrando a mata densa que fora pisada poucas vezes antes pelo filho de Hades. Ouvia histórias, muitas delas, mas nunca pensou que ele mesmo estaria se aventurando por aqueles lados mais de uma vez. Andou por mais alguns minutos até chegar ao canto mais afastado, o famoso calabouço. Era assim que nomearam ali, as dríades que tiveram essa bela ideia de nome, já que, segundo elas, quem entrava ali quase nunca saía ileso.

— Tem alguém aqui? — perguntou ao vento, sua voz sendo ecoada pelos quatro cantos da floresta do Olimpo. Andou até chegar no meio da clareira, onde só uma pequena parte da luz da lua conseguia iluminar.

Respirou fundo. Min Yoongi não tinha medo, ele não tinha.

Mas, pelos raios de Zeus! Por que Yoongi estava ali, àquela hora da noite, correndo o risco de ser literalmente morto por seu pai?

Bom, isso é algo que apenas Yoongi poderá explicar.

— Pensei que iria demorar mais — disse uma voz atrás de si. A voz soava sedutora até mesmo para Yoongi, que jurava nunca cair nos encantos de semideus algum, nem mesmo os babacas filhos de Afrodite (palavras de Yoongi). — Chegou rápido demais para alguém que não queria nem me ver pintado de ouro, não é mesmo, querido?

Claro que Yoongi reconheceria aquela voz em qualquer lugar, até mesmo em meio a mil e uma vozes. Calmamente ele se virou para o menino que vestia apenas uma túnica branca e estava encostado na árvore mais próxima.

Era ele, Park Jimin, filho de Eros.

Os cabelos dourados do semideus caíam por sua testa, os olhos de mesma cor brilhavam até mesmo na escuridão que engolia a floresta.

— Quem disse que eu não queria te ver? — perguntou Yoongi, sua voz baixando uns dois tons. Andou lentamente até parar na frente de Jimin.

— Um passarinho de Ártemis me contou — debochou a cria de Eros, mordendo os lábios. — Você é sempre tão cheio de marra, Yoongi. Tão cheio de si.

— A culpa não é minha que seus encantos não funcionam comigo! — As mãos alvas foram parar ao lado do rosto perfeito de Jimin, encurralando o semideus. Não que Jimin fosse querer sair de seus braços, sabia muito bem que queria o contrário.

— Ah, não? — perguntou Jimin, o desdém escorrendo de sua voz. — Eu não sabia que o filho de Hades era bom com mentiras, isso não seria mais para o lado de Pseudeia? Pensei que era naquele sanguezinho mequetrefe que corria a mentira, não em Hades.

A cada palavra proferida pelos lábios carnudos de Jimin, Yoongi perdia a pouca sanidade que o restava.

— Eu não estou mentindo, eu realmente não sinto nada por você. Apenas gosto de foder esse corpinho que Eros te deu. — Avançou sem piedade alguma no pescoço de Jimin, beijos famintos sendo dados um após o outro.

— E quem aqui falou em sentimento? Hmmm… continua, por favor. — Um gemido rouco foi dado por Yoongi, que sabia já ter perdido a batalha entre a razão e o tesão que sentia por alguém tremendamente proibido.

Os sons dos beijos molhados desferidos na pele alva de Jimin eram os únicos barulhos que podiam ser ouvidos na floresta, nem mesmo o vento ousava atrapalhar tal ato. Jimin puxou o rosto de Yoongi para cima, colando os lábios nos do outro; as línguas não perderam um segundo para se enroscar em uma dança gostosa e lasciva. O tempo é precioso, como diria Cronos, ainda mais quando estavam fazendo algo tão imprudente quanto aquilo. Yoongi desceu as mãos para a cintura de Jimin, puxando-o para mais perto de si, roçando as ereções recém-formadas uma na outra. Forte era quem levava mais do que cinco minutos para ficar excitado na presença de um filho de Eros. Neste caso em específico, Yoongi era o mais fraco de todos, ele admitia.

— Nós não teremos tempo de fazer muita coisa hoje, querido — disse Jimin, parando os beijos com a maior dificuldade do Olimpo. — Então nem se anime muito.

Yoongi apenas riu, sabendo que ele sairia ganhando de qualquer jeito.

— Só quero que você me chupe, na verdade. — As mãos da cria de Hades não paravam de apertar e arranhar e puxar a cintura do outro para si, estava sedento por Jimin e não escondia isso.

— Amo o fato de você vir até a puta que pariu do Olimpo apenas para ter minha boca no seu pau.

— E eu amo quando você fala assim, bem sujo. — Riu Yoongi, a franja azulada de seu cabelo caindo por cima de seus olhos.

Enquanto Jimin descia até ficar de joelhos, Yoongi ia passando a mão por todo o corpo do menino, acompanhando seu movimento, chegando até os cabelos cor de ouro e dando um forte aperto, segurando firme.

— Qual parte? “Boca no meu pau” ou “puta que pariu do Olimpo”? — perguntou Jimin, o olhar inocente mais falso que Yoongi já vira na vida ali, estampado na cara de pau da cria de Eros. — Queria que eu falasse como? “Meus lábios de mel no seu falo gigante”? — E com essa o filho do senhor dos mortos caiu na gargalhada. Quem disse que ele não sorria? Jimin sabia muito bem que ele sorria, sim.

— Você é impossível, Jimin. — As mãos que antes apertavam os cabelos do outro, agora deixavam um carinho bem gostoso. — Vamos, a gente não tem muito tempo, coloque logo sua boca deliciosa no meu… falo gigante.

— Cadê a palavrinha mágica?

— Por favorzinho, querido Jimin — disse Yoongi em tom de deboche.

— Com muito prazer.

Os dedos hábeis de Jimin não tardaram a baixar a calça que Yoongi vestia, deixando-o nu na parte de baixo em segundos. Passou a língua por toda a extensão juntamente com sua mão, fazendo movimentos de vai e vem. Os gemidos que saíam de Yoongi eram altos e contínuos, deixando Jimin orgulhoso, pois era ele o único em todo aquele Olimpo a conseguir tal façanha.

— Por favor, Chim… Vai logo — disse Yoongi, não conseguindo em nada ser autoritário como queria. Ter a boca da cria de Eros em seu pênis deixava-o assim, completamente sem noção.

Sem esperar mais, Jimin abocanhou o que conseguia de Yoongi, fechando os lábios com força em volta dele, a língua brincando na parte mais sensível ali. As mãos de Yoongi voltaram a puxar os cabelos dourados, ditando o ritmo que queria que aquela boca o chupasse. Passou a dar leve estocadas, fazendo com que os olhos de Jimin marejassem por ter a boca fodida como tanto gostava. Os gemidos de ambos eram altos, qualquer um que passasse por perto conseguiria escutar toda a sinfonia que causavam.

Mas a floresta os mantinha salvos; o segredo de ambos estava guardado.

Não demorou muito para Yoongi atingir seu ápice, gozando na boca de Jimin enquanto gemia rouco, louco de desejo. Os lábios carnudos e vermelhos de Jimin eram mágicos demais, o poder estava na ponta de sua língua e Yoongi sempre caía em seus encantos, sempre se rendia a seus toques.

Assim que se levantou do chão, passando as mãos nos joelhos sujos de terra e ajeitando a túnica branca que vestia, Jimin avançou nos lábios de Yoongi.

— Você tem um sabor magnífico, sabia? — dizia o de cabelos dourados enquanto despejava selares na boca de Yoongi. — Melhor ainda quando fica quieto e só geme meu nome.

— Como se eu tivesse alguma escolha — segredou Yoongi, afastando o outro com um pouco de força e desencostando da árvore que o dava o apoio necessário para não cair aos pés de Jimin.

— E não tem? Pensei que você fosse o todo poderoso, filho de Hades, Deus dos mortos e blá-blá-blá. — O sorriso de Jimin era lascivo, ele não tinha a menor piedade. — O cara do Olimpo com quem não se brinca. O tal do ser sem sentimentos.

— E você não está nem um pouco errado. — Yoongi não ia perder para Jimin, não de novo. — Eu sou tudo isso e mais.

— Mas não pode me ver que já fica de pau duro. Conheço bem esse seu tipo — disse Jimin, dando alguns passos para trás e indo em direção à saída da floresta.

Quanto a esse argumento, Yoongi não tinha respostas. Ele estava completamente certo. Algo em Park Jimin deixava Yoongi louco de tesão e algo a mais.

— Espero que saiba onde está se metendo, Min Yoongi. Espero que saiba. — E com o andar mais sedutor de toda a terra habitada pelos seres mais místicos de todos, Jimin saía da floresta a passos lentos, provocante que só o diabo.

Yoongi passou as mãos no rosto assim que se viu sozinho ali, respirando fundo e tentando acalmar o coração que batia acelerado por algum motivo. Ele sabia muito bem onde estava se metendo, sabia muito bem que brincar com qualquer um de Eros era a pior coisa a se fazer, mas algo muito maior e muito mais forte do que ele não o deixava sair dessa emboscada.

Foi só provar dos lábios mais deliciosos do Olimpo pela primeira vez meses atrás que se viu sem saída; nem mesmo as ninfas que já beijara em sua longa vida tinham tal efeito sobre si.

Mas Yoongi sabia muito bem que não havia qualquer tipo de sentimento bom dentro de si, assim como sabia das intenções de Jimin.

Ele cuidava dos portões do submundo, porra, sabia muito bem o que estava fazendo.


-x-


Os pilares altos de mármore davam todo apoio para a gigantesca estrutura que formava o local mais importante do Olimpo: a Sala de Reuniões dos Deuses. Ali eram debatidos todos os tipos de temas e assuntos e era ali que os Deuses mais poderosos se reuniam para decidir o futuro de todos.

Quando Afrodite mandou um aviso para Zeus ordenando uma reunião de emergência, era óbvio que algo muito ruim estava para acontecer.

— Ele está passando dos limites, Zeus — disse Afrodite, sentada em sua alta cadeira. O clima estava tenso entre todos, os olhares se cruzavam, questionadores.

— Hades nunca foi o mais fácil de lidar, Afrodite, você bem sabe disso. Não tem o que fazer — disse Zeus, não sabendo onde a querida Afrodite queria chegar com aquela conversa toda.

— Ele não podia ter soltado as erínias daquela forma, ele quer começar uma outra guerra e isso é terminantemente proibido! — Por mais que tentasse não se exaltar, a voz de Afrodite ressoava poderosa pela grande sala.

— Eu não vou me opor a guerra nenhuma, deixo bem claro aqui — disse Ares rindo, tentando deixar o clima mais tranquilo.

— Calado, Ares! Não estou brincando! — Esticou a mão para calar o irmão, voltando sua atenção a Zeus. — Estamos em tempos de paz e não podemos admitir isso, não podemos deixar Hades espalhar terror e tristeza por essa terra, não de novo.

— Vou ter que concordar com Afrodite, querido — disse Hera, passando a mão pelo braço de seu parceiro. — Não podemos deixar outra guerra se instalar, a última quase acabou com o Monte Olimpo por completo. Esse é nosso lar, temos que cuidar bem dele.

Com um suspiro, Zeus olhou ao redor. Não poderia deixar Hades se safar dessa vez, ele já tinha passado pano para o irmão por vezes demais, mesmo contra sua vontade. Atacar outro povo com suas erínias era um chamado de guerra que não podiam correr o risco de ter.

— Pai, por favor, me ouça! — disse Afrodite, tentando pela última vez. — Precisamos fazer algo.

— E o que você tem em mente, minha filha?


-x-


Min Yoongi andava a passos calmos, voltando para casa depois de seu encontro com Jimin. Toda vez era a mesma coisa, não conseguia tirar o menino dos pensamentos quando saía com ele e isso o deixava muito puto. Com toda certeza era algo no encanto de Eros que deixava os lábios mais sedutores do Olimpo em sua mente por dias; com certeza era o encanto do Deus do sexo que o deixava louco de tesão por dias, ele sabia disso. Mas o que ele não sabia explicar era a calmaria que se instalava logo depois de um encontro proibido com Jimin. Entendam, Yoongi não era calmo, ele nunca fora. Ele não conseguia sentir coisas como tranquilidade ou amor ou alegria. O semblante fechado era sua marca registrada, assim como os cabelos azuis, que herdou do pai; ou seja, a calmaria que se instalava em seu peito era a coisa mais estranha que já sentira na vida. Mas, mais uma vez, Yoongi resolveu fazer o mais óbvio e fácil: ignorar tudo aquilo que seu coração sem vida tentava o dizer.

Um calafrio passou pela espinha de Yoongi assim que virou a esquina de onde morava. O portal do submundo não era o lugar mais bonito de todos, mas era onde ele conseguia chamar de lar. As pilastras eram escuras e feitas de ossadas de humanos, não com mármore branquinho como lá em cima. Yoongi já tinha se acostumado até com o cheiro de podridão de onde morava, mas algo para além disso não estava certo.

Um sentimento de preocupação o invadiu assim que percebeu uma estranha movimentação ali, toda a calmaria de outrora escapando por seus dedos.

— Mas que porra que tá acontecendo aqui? — disse em voz alta para ninguém em específico, já que as únicas companhias que tinha ao seu redor eram as almas recém-chegadas vagando sem rumo.

E isso era que o preocupava, elas estavam agitadas e com isso sabia que Hades estava tramando algo, conseguia sentir dentro de si que seu pai não estava tendo as melhores das ideias e, por mais que isso não devesse preocupá-lo tanto, dessa vez um sentimento ruim estava presente.

Adentrou o Palácio de Hades, que ficava bem do lado dos portões para o inferno, procurando por seu pai de imediato. Porém, nem precisou procurar muito, a voz alta e obscura de seu progenitor o chamou logo que sentiu a cria entrar.

— Yoongi... Min Yoongi, é você? — disse Hades, esperando que seu filho desse o ar da graça em sua sala.

— Sim, sou eu. — Fechou o semblante ainda mais, abrindo a pesada porta preta da sala de seu pai. Tudo ali dentro ficava pior, o cheiro de morte era quase palpável, as paredes eram pretas e as que não eram estavam sujas de sangue. Yoongi não tinha a menor intenção em saber detalhes do que acontecia ali dentro. — O que quer de mim?

— Nossa, meu Zeus, criança! Seu humor está pior do que de costume, que bicho te mordeu? Não conseguiu comer ambrosia de novo? — debochou o Deus dos mortos em seu trono.

— Não te importa. — Yoongi sabia que não era a melhor das escolhas falar daquele jeito com seu pai, mas também sabia muito bem que tinha um espaço especial no coração morto de Hades. — Anda, o que quer?

— Eu quero que me faça um favor, é bem pequeno, na verdade — dizia Hades. — Eu quero que suba até o Olimpo rapidinho e veja o que estão tramando contra mim.

Yoongi revirou os olhos o máximo que podia. Se ele estava querendo saber esse tipo de informação, Hades tinha feito merda de novo.

— O que você fez dessa vez, pai? — perguntou o menino, colocando a mão na cintura como se fosse dar uma bronca em Hades. Seria cômico se não fosse trágico.

— Nada de mais, filhão! — Balançou as mãos dando ênfase no que falava. — Eu apenas soltei umas erínias no povo de terra vizinhas.

— O quê? — perguntou incrédulo. — Como você fez isso? Quer causar uma guerra?

— Hmm… talvez sim, talvez não. — Sorriu maléfico, os cabelos azuis de Hades brilharam com a ideia. — Está tudo muito calmo, não acha? Vamos… apimentar um pouco mais, sacudir as estruturas, brincar um pouco, que tal? — Olhou para Yoongi, que mantinha o semblante incrédulo. — Fica chato só receber mortos o dia todo, preciso fazer algo para me entreter nesse inferno de lugar.

— Você é inacreditável — disse Yoongi, virando-se para deixar a sala sem nem olhar para trás.

— Faça esse favor ao seu pai que tanto ama e, por favor, me traga boas notícias… Ou seria melhor más notícias?

Enquanto fechava a pesada porta podia ouvir a risada maléfica de Hades.

Odiava ter que subir ao Monte Olimpo, fazia isso em poucos casos, como, por exemplo, encontrar-se com Jimin, e sabia que, se fosse andar por aqueles lados, a louca vontade de beijar o outro voltaria com tudo, além de que odiava mentir para Jimin, não podendo contar a realidade do que estava fazendo ali.

Mas não era como se Yoongi tivesse escolha.

Ele não tinha, essa era a vida de um filho de Hades, guardião dos portões do inferno.


-x-


O dia nem mesmo tinha amanhecido e Yoongi já estava de pé, pronto para fazer sua caminhada até o Monte Olimpo. Conhecia um dos filhos de Hermes e pediu para ser avisado assim que ficasse sabendo de outra reunião dos Deuses para falar sobre assuntos relacionados a seu pai, e hoje teria mais uma dessas reuniões chatas do caralho para falar sobre o futuro do povo grego. Um porre, na verdade. Yoongi já teve que ouvir uma dessas e confessa, sem nem se sentir culpado, que dormiu na primeira metade do rolê.

O caminho até o Monte Olimpo era longo e chato, deixando o humor de Yoongi ainda pior; já não bastava ser de manhã, ainda tinha que andar tudo aquilo para fazer um favor a seu pai. Ugh, o ódio! O dia seria um daqueles puxados que deixavam Yoongi do pior jeito possível, provavelmente nada poderia animá-lo.

Ao adentrar sorrateiramente os grandes portões do Olimpo, ainda em sua forma humana, avistou ao longe um grupo de pessoas que não deveriam estar ali. Assustou-se um pouco, escondeu-se atrás da árvore mais próxima, rezando aos Deuses para não ser visto. Um filho de Hades não era bem recebido no Olimpo por razões bem óbvias. O grupo consistia em três pessoas, aparentemente voltando de alguma festa e pelo jeito que falavam, embolados e felizes, o anfitrião era ninguém menos que Baco.

— Não tem melhor jeito de começar o dia do que saindo de uma festa — dizia uma das vozes desconhecida por Yoongi, e, por consegui-lo entender perfeitamente, estavam perto demais de si. Risos ecoaram depois que o menino se calou.

— Claro, Tae! Você ama ir para as festas de Baco, se acaba em todas elas. — Outra voz desconhecida falava para esse tal de Tae, aproximando-se cada vez mais.

O desespero começou a bater forte em Yoongi, que tentava a todo custo pensar em uma escapatória que não fosse usar o seu poder de semideus. Resumidamente, Yoongi tem o poder de virar fumaça. Sim, daquelas escuras e com cheiro de morte, e pode ser usada em apenas uma ocasião: quando pedido por seu pai, e com um tempo exato de uma hora de duração. Quer dizer, ele continuava com seu corpinho lindo e magricela, porém as outras pessoas apenas veriam uma névoa preta. E se usasse agora, acabaria com todo o seu plano de entrar no Monte Olimpo.

— Vocês dois não prestam, isso sim! Beberam até quase cair — disse uma terceira voz, mas essa era muito bem conhecida pelo filho de Hades.

Era Jimin, isso fez seu coração acelerar ainda mais. Tudo sempre podia piorar, não é mesmo?

— A gente nem bebeu tanto assim, Jimin-ssi! — disse um dos meninos, caindo na gargalhada como se o que disse fosse a coisa mais engraçada de todas. — O pior foi você seduzindo todos na festa.

— Exatamente! Você é o pior de nós três! — disse o tal de Tae.

Se arrependimento matasse, Yoongi estaria morto atrás daquela árvore.

— Ah, nem me venha com essa, Taehyung! — disse Jimin. — Quantas taças de vinho você e Jeongguk beberam nessa festa?

— Isso não importa, não é mesmo? — O tom malicioso do menino, que descobriu chamar-se Jeongguk, deixou Yoongi ainda mais em alerta. — O que importa é quantas bocas você beijou.

— Nossa, Kookie! — disse Taehyung. — Com certeza foi muito mais do que nossas taças de vinho juntas!

— Vão se foder vocês dois. — Por mais que estivesse xingando, o tom de sua voz era leve e despretensioso. — Não foi bem assim! — disse Jimin, forçando sua voz para que ela soasse fofa. — Foi quase assim, foram só algumas dezenas de bocas — disse rindo em tom de piada.

— E hoje você estava todo fofo, aí não teve para ninguém, hyung! — disse Jeongguk. — Parece até que está apaixonado.

— Eu ia dizer isso, Kookie — disse Taehyung —, mas fiquei com medo de Jimin me bater.

Aish, vocês dois! Eu sou uma pessoa muito fofa, sim! — Yoongi ia morrer se continuasse a ouvir Jimin falar manhoso desse jeito.

— Perceba que ele não negou nada sobre estar apaixonado. — Jeongguk realmente não tinha noção do perigo.

Yah!! Eu odeio amar vocês dois! — disse Jimin, correndo atrás de ambos os meninos bêbados que estavam zombando de si.

Ao ouvir a conversa que acontecia a meros passos de onde estava, uma conversa que provavelmente não era para ser ouvida por si, Yoongi fechou os olhos e segurou o ar o quanto podia, as vozes estavam próximas demais e ele tinha certeza que seria pego, mas não era isso que atormentava sua mente no momento.

Ele seria descoberto a qualquer segundo, mas os ecos de Jimin beijando sabe-se lá quantos lábios em uma festa rondava sua mente turva.

— Gente! Estamos indo para o lugar errado! — Era Jimin, chamando a atenção de ambos e também de Yoongi, que abriu os olhos de sobressalto. O menino agachado atrás da árvore conseguia ver a sombra do grupo se aproximando, seu coração estava saindo pela boca.

— Putz! Estamos mesmo — disse Taehyung, rindo. — Estou tão bêbado que nem percebi. — Mais risos e mais passos puderam ser ouvidos, porém ao invés de se aproximar os passos estavam ficando mais longe aos poucos.

Respirou fundo, tinha sido salvo por Jimin, que provavelmente nem tinha ideia de ter feito tal façanha.

Ou era assim que Yoongi pensava.

Esperou alguns segundos para se levantar e voltar ao seu caminho inicial. Jimin e seus amigos tinham atrapalhado seus planos e o atrasado um bocado, teria que correr para chegar a tempo da reunião. Cronos não iria ajudar Yoongi nem que este se ajoelhasse pedindo. Saiu de trás da árvore e voltou a caminhar pela rua vazia, vendo os rapazes agora de longe. Virou à direita, rua que dava acesso ao Monte Olimpo, e, ao olhar para trás, levou mais um susto naquele dia — se continuasse assim, seu coração não resistiria. Os olhos mais lindos e dourados que já vira na vida fitavam-no com intensidade, uma intensidade que só Jimin tinha.

De algum modo, o filho de Eros sabia da presença de Yoongi o tempo todo.


O Monte Olimpo era definitivamente o lugar mais bonito que Yoongi já pisara em toda sua vida. Tudo era muito claro, limpo, feito do melhor mármore produzido pelos Deuses, o cheiro era de flores diversas e tudo era calmo. Tudo aquilo deveria no mínimo incomodar Yoongi, com suas roupas pretas e cabelo azul, muito diferente de todos que moravam no Olimpo. Mas o que sentia era, na verdade, um incômodo um tanto diferente.

O silêncio reinava próximo a sala de reuniões, dando a certeza de que Yoongi fora o primeiro a chegar. Porém, para não levar mais sustos naquele dia, resolveu já se transformar em névoa. Melhor assim do que ser pego e arruinar sua ida para o Olimpo.

Não precisou esperar muito para observar os maiores Deuses do Olimpo chegando e tomando o lugar que lhes era designado. Zeus, Hera, Poseidon e Afrodite foram os primeiros a chegar, sendo seguidos por Ares, Atena e Hefesto. Muitos outros foram chegando, até mesmo Eros fora encontrado ali, sentado bem ao lado de Afrodite. Um calafrio percorreu a espinha de Yoongi ao observar Eros e toda sua beleza. Era impossível não se lembrar de Jimin, os dois tinham tanto em comum, o cabelo e os olhos principalmente. Porém, Yoongi achava Jimin mil vezes melhor.

— Silêncio, por favor — bradou Zeus, sendo escutado no mesmo instante. — A reunião hoje é apenas sobre um assunto, então espero que prestem atenção para resolvermos rápido. — Todos na grandiosa sala prestavam atenção. — Hades aprontou mais uma vez.

— Como já era de se esperar — falou Ares, interrompendo Zeus que o olhou severamente.

— O assunto é sério, Ares. Por favor, não me interrompa mais — disse Zeus, voltando a atenção para frente, encarando cada um dos presentes ali. — Como ia dizendo, Hades fez um chamado de guerra sem a nossa permissão, e não podemos tolerar isso.

— Estamos em uma época de paz — voltou a falar Ares, sendo permitido pelo Deus maior. — Saímos de uma das maiores guerras não faz nem 100 anos e não podemos admitir isso. Nem mesmo eu consigo entender os motivos de Hades ter feito isso. E eu amo uma guerra. — Alguns Deuses e semideuses riram.

— Exatamente, a guerra corre em nossas veias — disse Atena, um pouco mais séria que seu irmão. — Mas o que Hades fez foi extremamente errado.

— Tão errado que merece uma punição — disse Afrodite, olhando para Zeus, pedindo permissão para continuar a falar, permissão essa que lhe foi concedida. — Nós temos regras, vivemos em um tempo de paz e prosperidade, uma calamidade dessa deveria ser extremamente proibida.

— E tem alguma ideia do que fazer? — perguntou Zeus. Por mais que fosse ele quem mandava no Monte Olimpo, não executava nada sem a opinião de seus filhos e irmãos.

— Sim, nós temos — disse Eros, falando pela primeira vez na reunião. — Eu não vejo outra saída a não ser a expulsão completa de Hades.

O espanto era nítido entre todos presentes na reunião. Os Deuses se olhavam questionando e cochichando e sem demoras um burburinho instalou-se entre todos.

Yoongi, que estava quieto e prestando atenção em tudo em silêncio, levou as mãos à boca, espantado.

— Quietos! Por favor, quietos! — exclamou Zeus. — Como assim expulsão, Eros? Não seria isso um insulto aos Deuses?

Apesar de todas as merdas de Hades, ele é um Deus. Mas Eros não estava ligando muito para isso.

— Ele está pedindo para isso, querido Zeus! Não acho justo com todo o povo do Olimpo passar pelo terror de uma guerra. Não é a primeira vez que ele ameaça todo o nosso povo. — Eros soava sério e determinado. — Ele poderia ser expulso com todo o submundo para outras terras.

— Mas isso não é impossível? — perguntou Dionísio, um pouco mais afastado dos demais.

— Não, basta só Zeus concordar. Só ele tem o poder de tal façanha — disse Afrodite.

Zeus mantinha o semblante fechado, preocupado com a proporção que a situação estava tomando. Não esperava que logo Eros desse uma ideia tão maluca quanto aquela. Ele conhecia Hades, sabia do poder que o outro tinha e o estrago que poderia fazer quando contrariado ou irritado. Ninguém gostaria de bater de frente com Hades, muito menos ele. Não tinha como decidir algo agora, mas sabia que essa conversa entre eles nunca poderia chegar aos ouvidos de Hades, ou este ficaria enfurecido em magnitudes catastróficas.

— Sim, eu… Eu conseguiria fazer isso — concordou Zeus, apertando as têmporas como se sentisse uma forte dor de cabeça chegando. — Mas é algo a ser pensado, não podemos agir precipitadamente.

— A ideia é a mais sensata que eu consegui pensar, meu querido Zeus. Assim nosso povo estará para sempre em paz — disse Eros.

— Vamos ver, meu querido Eros, vamos ver.


Min Yoongi corria mais do que suas pequenas pernas permitiam, a roupa preta grudando em seu corpo banhado em suor. Ele estava assustado, deveras assustado, não sabia como dar essa notícia para seu pai, porém, sabia que não contar tudo o que havia escutado com detalhes era extremamente errado. Ele era seu pai, afinal, não tinha como virar as costas para ele por completo e deixar os Deuses do Olimpo acabarem com a vida Hades assim, com a vida de Yoongi também, aliás.

Corria tanto, o menino, que só percebeu estar perto da saída do Olimpo e sem o poder da névoa quando ouviu uma voz o chamar.

— Min Yoongi? — chamou a tal voz, fazendo com que Yoongi parasse de supetão, apoiando as mãos na grade dourada. Respirava com dificuldade pelo tanto que correu e o pouco ar que lhe entrava os pulmões quase sumiu por completo quando viu Jimin parado a sua frente. — Yoongi! Então foi você mesmo que eu vi atrás daquela árvore mais cedo! — falava Jimin, baixo, quase em um sussurro, puxando a cria de Hades para longe da rua que começava a ficar movimentada.

— Eu… Eu… — tentava falar, mas o coração acelerado da corrida deixava tal ato simples impossível. — Eu preciso respirar, espera um pouco — disse Yoongi, colocando as mãos nos joelhos, recuperando o fôlego.

— Alguém precisa entrar em forma — zombou Jimin, dando tapinhas nas costas do outro.

— Nem comece, Park — disse entrecortado, a respiração começando a voltar ao normal. — Como sabia que era eu mais cedo?

— Eu… eu senti — respondeu Jimin, simplório, dando de ombros.

Por puro costume, ou um desejo que vinha de dentro de si, talvez. Yoongi começou a andar em direção à floresta que sempre iam quando se viam, não era um ato que ele estava planejando, ainda mais com tanta informação em sua mente, toda essa confusão que seu pai se meteu.

— Sentiu? — perguntou Yoongi, olhando-o de soslaio. — Agora você tem esse poder, é?

— Eu… não sei, apenas sabia que era você ali, abaixado que nem um gatinho indefeso! — Enquanto falava e andava ao lado de Yoongi, o filho de Eros abriu as pétalas do suco de néctar, que Yoongi nem tinha percebido que ele carregava. — Quer um pouco? — ofereceu Jimin.

— Não, obrigado — recusou com educação. — E eu não sou um gatinho indefeso — revidou, o caminho muito conhecido pelos dois já sendo avistado a frente.

— Indefeso não é mesmo, mas um gatinho é sim! — O sorriso sapeca podia ser visto por detrás das pétalas da flor que virava em sua boca. Não importava quantas vezes Jimin tivesse transado naquele dia, ele sempre tinha um tesão sem fim por Yoongi.

Algo nele o atraía de forma surreal.

— Você não acabou de me cantar, assim, na cara dura, né?

— Por quê? Achou ruim? — Riu Jimin, deixando a flor que carregava o néctar em algum canto da floresta. E não, Jimin não estava jogando lixo no chão, a flor só voltava para o solo e cresceria novamente, com mais néctar para matar a sede dos Deuses.

— Muito! — respondeu Yoongi contrariado. Não gostava quando Jimin tirava uma com a sua cara.

Mas mal sabia ele que tirar Yoongi do sério era o passatempo favorito do filho de Eros. Ah, como ele gostava disso.

As folhagens verdes escuras já se faziam presente, a floresta era fechada a ponto de não deixar aparente se estava de dia ou não. O clima entre os dois ia mudando aos poucos, juntamente com a floresta densa ao redor.

Yoongi culpava as ninfas, os Deuses da floresta proibida, culpava tudo e todos por perder o controle perto de Jimin. Era só ele entrar ali com o outro que seu mundo virava de cabeça para baixo, todas as preocupações de outrora sumiam como névoa.

Chegaram até o lugar preferidos de ambos, não que precisassem falar isso em voz alta, estava explícito em pequenos gestos. O brilho dourado que se intensificava no olhar de Jimin; o brilho azulado do cabelo de Yoongi que quase chegava a cegar.

Eles eram lindos juntos, era o que as ninfas e dríades fofocavam por toda a floresta, elas amavam assistir os dois juntos. A melhor lenda que já acontecera ali.

Jimin já sentia o tesão correr por suas veias como sangue, não demorou um segundo para se despir por completo, o manto branco que usava indo para o chão. As folhas embaixo de seus pés estavam dispostas de um jeito que parecia uma cama; a luz que conseguia perfurar as folhas densas entrando por um feixe, deixando o clima perfeito. Tudo estava perfeito ali.

Toda vez que contemplava o corpo nu de Jimin diante de si, Yoongi se sentia o ser mais sortudo de todos. O brilho dourado que rondava Jimin era a coisa mais linda que o filho de Hades já pôs os olhos na vida. Não tardou a fazer o mesmo que o outro, tirando as vestes pretas que sempre usava, quase como um uniforme do submundo.

— Será que você consegue me cantar melhor do que eu fiz com você? — perguntou Jimin, aproximando-se vagarosamente.

— Eu não sou muito bom com palavras, na verdade. — Assim que Jimin ficou a meros centímetros de si, enlaçou a cintura fininha do outro nos braços, colando os corpos. — Eu sou melhor com ações, Chim.

Jimin sabia que, quando os apelidos entravam em jogo, Yoongi já era seu por completo.

— Que tipo de ações, querido? — disse Jimin. Os lábios cheinhos do filho de Eros indo em direção ao pescoço alvo de Yoongi, que soltou um gemido ao senti-los, a respiração profunda do outro fazendo-o se arrepiar por completo.

— Eu sou melhor te fodendo do que te cantando. — Ah, ele era direto. Muito direto, e Jimin se arrepiava a cada vez que Yoongi falava assim com ele. Park Jimin vivia por esses momentos.

— Ah, isso você é mesmo, não tenho dúvidas — disse Jimin, assim que parou de mordiscar o pescoço do outro. — Eu não sei o que você estava fazendo no Olimpo. — Um selinho fora dado nos lábios de Yoongi. — Mas o que importa é o que você vai fazer agora.

— Eu nem sequer lembro o que eu estava fazendo — brincou Yoongi, puxando Jimin para se deitar nas folhas macias como penas de Pégaso. — Eu só consigo pensar no quanto eu quero estar dentro de você.


Os sons que saíam dos lábios entreabertos de Jimin ecoavam pela floresta que os cercava. Os gritos e gemidos eram ritmados com as estocadas de Yoongi, o gostoso e frenético balanço do vai e vem estremecendo todas as folhas que eles usavam como cama.

— Yoongi-ah…. Hmm… Mais forte — gemeu Jimin, jogando a cabeça para trás e arqueando as costas, dando um melhor acesso para que Yoongi fizesse o que lhe foi ordenado.

As mãos do filho de Eros estavam presas em cima de sua cabeça, Yoongi as segurava com força enquanto metia sem dó. As pernas enlaçadas na cintura do filho de Hades o prendiam com tanta vontade que só o ajudavam ainda mais no ritmo e na força. Os lábios não se desgrudaram por um segundo sequer.

— Tão… bom… Ahmmm. Yoongi-ah… — Por mais que os olhos de Jimin estivessem fechados, Yoongi sabia que eles estavam se revirando de prazer. — Você me fode… tão bem... Continua, por favor!

Yoongi amava quando Jimin dizia o quão bem ele o fodia, o quão cheio ele ficava quando tinha Yoongi dentro de si, o quão forte ele ia e vinha. Min Yoongi amava cada segundo disso. Mordeu os lábios, apenas obedecendo o que a cria de Eros pedia e indo cada vez mais forte, mais fundo.

Soltou as mãos que antes prendia em cima da cabeça do outro, fazendo com que tais mãos, hábeis demais passeassem, por suas costas, arranhando com força, deixando marcas vermelhas de tesão. Yoongi fechou os olhos mantendo o ritmo extasiado de vai e vem. A mão que estava livre, já que uma segurava fortemente a cintura de Jimin, foi parar nas madeixas douradas que tanto adorava puxar. E ele puxava, e quanto mais puxava, mais Jimin deixava o pescoço à mostra, arqueando as costas de tanto prazer. Yoongi levou os lábios para o pescoço do outro, deixando suas marcas ali.

Park Jimin poderia ter passado por mil e uma mãos, mas as marcas de Yoongi iriam sempre se sobressair, o jeito que Yoongi o preenchia sempre seria diferente, os beijos de Yoongi eram mais lascivos.

— Estou… quase… — gemeu Jimin, o tremor já conhecido por Yoongi passando por todo seu corpo em êxtase, Jimin se contorcia de prazer embaixo de si.

— Jimin-ah… Hmmmm… Oh, Zeus. — Yoongi também estava próximo de seu ápice, acelerando ainda mais seus movimentos.

Não demorou muito para Jimin gemer alto e gozar sem nem mesmo se tocar, sujando todo seu abdômen, assim como o de Yoongi, com seu líquido dourado. Yoongi gozou em Jimin logo em seguida, sentindo seus braços fraquejarem de exaustão e felicidade, seu corpo caindo por cima do outro sem que conseguisse evitar.

As respirações estavam descompassadas, nenhum dos dois tinha a menor condição de se mover. Yoongi saiu de dentro de Jimin, mas permaneceu deitado sobre o corpo do garoto.

— Eu amo o jeito que você me fode, sabia? — As palavras de Jimin acertaram em cheio o pobre coração de Yoongi, fazendo este pular uma batida. Provavelmente Jimin percebeu a reação que teve sob o outro. — Você ama me foder? — Ele realmente não media palavras.

— Amar é muito forte…

— Para um filho de Hades — completou Jimin, ambos rindo do rumo desconexo que a conversa seguia.

— Mas confesso que a sensação de ter sua bunda para mim é uma das melhores que já senti na vida.

E era isso que Park Jimin queria. Ele queria todos caídos de tesão por ele, queria que seu corpo fosse a causa de sonhos eróticos de todos os semideuses; Jimin sabia que era desejado, ele amava isso, a sensação de ter os olhos todos nele.

Mas saber que Yoongi sentia isso quase o fez gozar novamente.

— Hmmm, pare, por favor, eu vou gozar só de te ouvir falar isso. — Com um toque nada delicado, empurrou Yoongi para o lado, ambos se virando de frente para o outro automaticamente.

— Você não presta, Park Jimin. — O brilho dourado dos olhos de Jimin era tão forte, Yoongi não conseguia desviar a atenção dos orbes mais lindos do Olimpo.

— Você muito menos, Min Yoongi — respondeu Jimin, passando os braços pelo ombro do menino a sua frente, puxando-o para um beijo lúbrico.


Os passos eram lentos, quase letárgicos, enquanto voltava para o submundo. A mente apenas raciocinando onde estava quando chegou próximo à entrada do palácio de Hades, onde podia sentir os ossos sendo amassados embaixo de seus tênis pretos. Até mesmo o barulho que tal ato fazia era melodia para seus ouvidos no estado que se encontrava. Completamente entorpecido.

Nada como uma foda com Park Jimin para aliviar todos os seus problemas. Não tinha como negar que estar com o filho de Eros era um de seus momentos favoritos do dia.

Tal calmaria, porém, não durou muito.

Seu pai estava lustrando alguns crânios que mantinha em seu escritório, ele adorava fazer essas coleções bizarras e era até entendível, crânios eram bem comuns onde moravam, era algo que tinha de sobra. Yoongi abriu a porta sem nem mesmo bater, o peso que antes o corroía por dentro voltando com força total.

— Eu espero que tenha notícia boa para mim, querido filho. — Ainda de costas para a porta, Hades falava calmamente.

— Eu tenho sim, senhor — disse Yoongi com respeito, fazendo o Deus dos mortos se virar rapidamente.

— Para você estar falando assim comigo, só pode ser merda. — O sorriso maléfico nunca saindo de seus lábios tenebrosos enquanto falava. — Vai, desembucha, moleque. O que meus queridos irmãos estão tramando contra mim?

Para que ficar enrolando algo que não tem como ser mudado? Só restava a Yoongi falar a verdade.

— Eles estão querendo te expulsar das terras do Olimpo — disse de uma vez.

— O quê? — O olhar de Hades, que antes era de descaso, endureceu na hora. O cabelo, que antes era naturalmente azul escuro, começava lentamente a mudar para vermelho fogo, a própria cor do inferno. — Como assim?

— Na verdade, eles querem que o submundo seja todo banido desta terra — disse Yoongi, que percebeu, ao falar em voz alta, o quão perigoso era aquele plano de Eros.

— Mas isso é impossível! — gritou Hades, o cabelo agora estando em chamas por completo. — Eles estão malucos, só pode ser!

— Eles estão com raiva, pai. — Toda vez que Yoongi chamava Hades de pai era sinal de problemas, ou assuntos muito sérios. — Eles não estão para brincadeira.

— Muito menos eu, pirralho. Muito menos eu! — Hades andava de um lado para o outro na sala. — Se eles pensam que vão conseguir acabar comigo, eles estão muito enganados! Isso é um ultraje! — bradou o Deus dos mortos, seu cabelo explodindo em labaredas de fogo tamanha sua raiva.

— Pai, calma… — Yoongi não queria ver Hades furioso, por mais que soubesse ser impossível evitar alguma catástrofe que estivesse por vir.

— Calma uma ova! Eu não fiz nada a não ser tirar com a cara de um povo qualquer! — Hade mexia as mãos dando ênfase no que falava. — Eu quero uma guerra, eu vivo por mortes e guerra, o que eles esperavam de mim?

— Eles querem é que você fique na sua, cuidando do mundo dos mortos, e que não cause problemas para eles, é isso que eles querem!

Yoongi respirava pesado, assim como seu pai. Hades olhou no fundo dos olhos de sua cria, aquele a quem ele deu a luz (ou as trevas) e esperava todo reconhecimento de volta. Aquele que carregava até mesmo as madeixas azuladas como brinde.

— E você acha isso certo? — perguntou Hades, parando bem na frente do menino que ficava tão pequeno perto de si.

— Não acho — respondeu Yoongi, sincero. — Eu não acho que a melhor solução seria te expulsar do reino dos Deuses, pai.

— Muito bom saber que você…

— Mas eu também não concordo em começar uma guerra agora. — E era isso que bastava para as labaredas flamejantes quase voarem da cabeça de Hades.

— Você é uma vergonha para mim! Onde já seu viu?! — Hades estava incrédulo, quase surtando de raiva contra tudo e todos.

— Eu apenas disse a verdade, pai! Não vê? — Yoongi não estava com medo do que seu pai poderia fazer consigo, mas ele tinha um grande receio do que o mundo estava prestes a presenciar caso Hades fosse levado pela raiva que o consumia.

O fogaréu que antes podia ser visto de longe voltou a ser uma mera chama azul. Hades respirava fundo, olhando pela janela de seu palácio que dava para o inferno. Dali ele conseguia ver todo o caos e tristeza que ele mesmo reinava. Sem nem mesmo olhar para seu filho — sabia que nada daquilo era culpa dele — continuou a falar:

— Não adianta, Yoongi, não adianta falar que acha errado ou que não concorda comigo. — O tom voltou a ser neutro, não mais gritado como antes. — Mas alguém vai ter que pagar.

Yoongi apenas concordou com a cabeça.

— Claro, Hades. Mas… — Antes mesmo de terminar a fala, foi cortado pela grossa voz de seu pai.

— Quem deu essa ideia?

— Como? — Não era exatamente essa pergunta que ele esperava ouvir de Hades.

— Quem dos Deuses maravilhosos deu essa ideia?

— Eros — respondeu Yoongi, o coração começando a palpitar.

— O quê? Eros? — A gargalhada com certeza foi ouvida até o fim do inferno, chacoalhando as estruturas de ossos podres que mantinha aquele lugar de pé. — Não é possível!

— O que não é possível? — Yoongi estava visivelmente confuso. O sorriso maléfico nas feições horrendas de seu pai não era exatamente o que ele esperava numa situação dessas.

— Eros! Eros, meu filho! — Hades estava incrédulo. — Eu não acredito que Zeus acatou isso.

— Ele ainda não acatou — continuou Yoongi —, disse que vai pensar!

— Mesmo assim, não esperava que meu querido irmão daria ouvido a alguém tão bosta quanto Eros — disse Hades, aparentemente mais calmo. — Vai ser muito mais fácil então, muito mais fácil.

— O que vai ser mais fácil?

— Me vingar! Eros vai se arrepender de ter dado essa ideia maldita naquela merda de reunião.

Yoongi apenas engoliu em seco, uma dor se instalando na boca do estômago.

— Amanhã de manhã, me encontre aqui. Tenho uma missão para você.


Dizer que Yoongi não conseguiu dormir direito seria uma mentira, já que a última coisa que ele fez foi dormir, ele não conseguiu pregar os olhos por um segundo sequer. Não acreditava muito nessa balela de intuição, mas algo dentro do seu ser sombrio sabia que, qualquer que fosse o plano de seu pai, ele estaria ferrado.

Rolou de um lado para o outro até que o dia amanhecesse, pegou apenas algumas coisas para comer e um suco de ambrosia para beber e já foi de encontro ao seu pai.

Pior que Yoongi só Hades mesmo, que parecia nem ter saído de sua sala, nem sequer movido um músculo. O sorriso ainda estava ali, como se ele fosse uma estátua.

— Bom dia, meu querido filho, dormiu bem? — perguntou em tom de deboche. Estava claro que Yoongi não havia dormido um segundo sequer. As olheiras estavam mais profundas do que as águas do rio Aqueronte.

— Claro, meu querido pai — respondeu com igual sarcasmo. — O que o senhor tem para me falar hoje? — Não sabia se a conversa seria longa, por isso resolveu sentar, seu corpo estava cansado demais das atividades do dia anterior, e juntando a falta de sono tudo ficou pior.

E graças a Hades ele estava sentado, porque caso contrário cairia duro no chão com o que ouvir a seguir.

— Sua tarefa é bem simples, fácil e rápida — disse Hades simplório. — Quero que você mate Park Jimin, filho de Eros.

— O quê? — sussurrou Yoongi, descruzando os braços, que caíram ao lado do corpo sem vida. Seu rosto estava em puro terror, impossível esconder o turbilhão de pensamento em sua mente. — O quê?

— É, meu filho. Essa é a sua missão. Matar Park Jimin para provar para aquele bosta de Eros quem é que manda aqui.

— Mas… mas…

Nananinanão, sem “mas”, meu querido filho — disse o Deus dos mortos, mexendo os dedos em sinal de negação. — Você é muito capaz de fazer isso e caso encerrado.

— Tem outras crias suas que podem fazer isso, eu não sou o único. — Por algum milagre de Zeus, a voz de Yoongi se mantinha estável, porque suas mãos e coração nunca tremeram tanto. — Convoque algum deles, sei lá.

— Min Yoongi, você não me ouviu? — disse Hades, levantando-se bem à frente de Yoongi, que ainda se mantinha sentado sem força alguma para reagir. A cena era assustadora. — Você, meu filho querido, vai matá-lo. Ou você tem algum motivo para não querer matar Park Jimin?

Yoongi sentiu o sangue sumir de seu corpo, deixando sua vista turva e seus olhos pretos como a noite mais escura do submundo. Seu pai não poderia nem em seus melhores pesadelos imaginar que Yoongi tinha algum tipo de ligação sequer com Jimin. Seria o fim de ambos.

Hades percebeu o estado que o filho estava, nunca viu Yoongi ficar de tal maneira. Sabia que seu filho era capaz de uma missãozinha mixuruca como essa. Seus olhos pretos estavam banhados de raiva e algo a mais.

— C-claro que não, pai… É que… eu nunca fui invocado para uma execução antes — disse Yoongi, essa sendo a melhor desculpa no momento.

— E para tudo tem uma primeira vez. — Hades andou calmamente até a porta, abrindo-a para sair, mas antes olhando para trás onde Yoongi continuava desfalecido. — Eu quero o corpo dele na minha mesa em no máximo dois dias.

O único som que pôde ser ouvido depois foi o baque da porta se fechando e o coração de Min Yoongi se quebrando em milhões de pedaços.


-x-


O céu brilhava azul no Olimpo, o dia estava ensolarado graças ao bom humor de Apolo, que naquele dia acordou mais inspirado do que nunca. Hoseok, seu filho, estava largado na grama verdinha do Jardim de Hespérides ao lado de seus amigos Taehyung, filho de Atena, e Jeongguk, filho de Afrodite. O jardim era um dos mais lindos do Olimpo, o lugar favorito dos amigos passarem o dia. O rio Oceano que beirava o lugar deixava tudo ainda mais impecável, o lugar mais lindo da terra, definitivamente.

— Seu pai realmente caprichou no dia de hoje, né, Hobi? — Taehyung estava deitado no colo de seu namorado, Jeongguk. Os três amigos esperando Park Jimin dar o ar da graça para que pudessem juntos ir ao Labirinto do Minotauro terminar uma das missões que tinham para fazer lá. Eles ainda estudavam, no que era chamado pelos humanos de faculdade, e, por isso, ainda tinham alguns trabalhos para fazer.

— Bem hoje que temos que passar o dia todo naquele Labirinto chato. — Jeongguk era o que menos gostava de estudar, ele já tinha toda a beleza do mundo para ele, não precisava daquilo para sua vida como filho de Afrodite, era o que ele pensava.

— Mas pensa, pelo menos estamos juntos — disse Hoseok, sempre otimista.

— Sim, amor. Pensa que vamos nos ferrar juntos — disse Taehyung, fazendo um carinho na mão do namorado, tentando tirar o bico tristonho de seus lábios. — Só basta a donzela Park Jimin chegar logo.

E foi só a cria de Atena proferir tais palavras que um brilho dourado pôde ser visto ao longe.

— Olha só se não é a donzela mais linda desse reino chegando depois de mais uma noitada! — disse o filho de Apolo, não poupando gargalhadas enquanto via Jimin já se aproximar mostrando o dedo do meio.

Park Jimin sabia muito bem da fama que tinha, sabia que seus amigos o viam basicamente como alguém que dormia com todos do Olimpo, não que estivessem errados, ser filho de Eros tinha seus muitos prós e alguns contras. Sim, ele dormia com todos do Olimpo, mas nessa última semana alguma coisa dentro de si havia mudado.

— Eu sei que estavam falando de mim, seus bando de mal comido! — disse Jimin, jogando-se ao lado de seus amigos na grama verde e viva. O dia estava belo demais para eles irem fazer algum trabalho chato. — Vamos desmarcar hoje e só ficar aqui conversando? A gente pode nadar também, e conversar.

— Se Jimin disse que precisa conversar, alguma coisa aconteceu — disse Hobi.

Jimin suspirou, passando as mãos pelo rosto e cabelos. Seus amigos o olharam esperando alguma resposta do semideus, que sabia não conseguir guardar segredo deles por muito mais tempo.

— Vai, Chim. Diz logo o que está te afligindo — disse Taehyung. — Você sabe que pode contar com a gente para tudo, né?

— Sim, Jiminzinho, pode desabafar — disse Jeongguk. — Esqueceu que eu sou filhote de Afrodite? Tem alguma coisa nesse seu coraçãozinho que eu sei.

Os três amigos sentaram-se de pernas cruzadas, Jimin imitando o ato e sentando-se da mesma forma, de frente para eles. O pensamento que rondava sua cabeça não o deixaria em paz se ele não compartilhasse, não adiantaria nada guardar para si. Os três ali eram os únicos que sabiam de tudo, literalmente tudo, que Jimin fazia. Até mesmo as idas à floresta proibida.

— Eu acho que não consigo esconder nada de vocês. — Suspirou o menino mais uma vez, um brilho estranho passando pelos olhos dourados. — Eu acho que tem algo de errado comigo.

— Errado como? — perguntou Taehyung.

Nem mesmo Jimin sabia explicar o que estava acontecendo dentro de si, então o melhor a fazer era contar o que aconteceu na madrugada passada.

— Eu… não sei o que está acontecendo, mas, noite passada, enquanto eu transava com Hongbin, algo muito estranho aconteceu.

— Vixi, lá vem — disse Hoseok, ainda não percebendo a seriedade do assunto. — Qual foi a aventura dessa vez, filho de Eros? Seduziu demais?

— Não, Hobi! — Jimin estava prestes a chorar. Isso nunca tinha o acontecido antes e ele estava aterrorizado. — É sério, me deixa contar, por favor — pediu Jimin, e assim que percebeu o quão sério o outro estava, Hoseok se calou. — Eu… eu estava lá transando com ele, como já fiz outras vezes, e como já fiz com várias pessoas. Mas… dessa vez, algo muito estranho aconteceu.

— O que aconteceu, Chim? — disse Tae, segurando ambas as mãos do amigo. Aparentemente ele era o único que estava levando a sério todo o assunto. Conhecia seu melhor amigo como conhecia a biblioteca do Olimpo, ou seja, muito bem.

— Eu não conseguia parar de pensar em Yoongi — segredou Jimin, finalmente falando em voz alta o pensamento que estava o corroendo de dentro para fora.

— O quê? — perguntou Jeongguk, quase berrando de olhos esbugalhados. — O filho de Hades? Puta que pariu, eu senti alguma coisa quando você chegou perto de mim, mas não imaginava que seria isso! — berrava o menino, espantado.

Jeongguk sentia quando o amor (ou algo próximo a isso) florescia nas pessoas. Achou estranho o que sentiu quando Jimin se aproximou, não esperava que isso fosse acontecer com um filho de Eros.

— Aquele com quem você vai para a floresta proibida quase todos os dias? — perguntou Hobi.

— Não é todos os dias, Hobi.

— Mas eu disse quase, quase todos os dias — disse Hoseok, segurando o riso, pois sabia que Jimin devia estar realmente sofrendo.

— Enfim… Sim, quase todos os dias eu vou… Mas não é esse o ponto! — As mãos pequenas do loiro quase arrancavam os cabelos de desespero. — Eu não sei… eu não sei de onde isso veio, hyungs e pivete.

— Pivete meu cu! — O respeito de Jeongguk passava longe de existir, como podemos ver.

— Eu não sei o que está acontecendo. Por que eu pensava nele enquanto estava com Hongbin? — Suspirou Jimin, o surto quase o fazendo chorar.

— Você realmente não sabe o que está acontecendo? — perguntou Taehyung. — Sério mesmo?

— Está tão claro para mim — disse Hobi. — Não é, Jeongguk? Não está claro, filho de Afrodite?

— Claro como a água cristalina que Poseidon e Namjoon cuidam com tanto esmero — respondeu o filho querido de Afrodite.

— Como assim? Parem de falar em códigos, porra! — O desespero era nítido, a confusão mais ainda. Seria cômico se não fosse trágico.

— Você está apaixonado — disse Taehyung, finalmente falando o que todos pensavam, mas tinham medo de falar em voz alta.

— O quê? Não! Não, eu não… Não pode…. — Jimin olhava de um amigo para outro, querendo tirar respostas que ele mesmo tinha medo de encarar. — Eu sou filho de Eros, eu não me apaixono.

— Não tem nada de errado em se apaixonar, só para deixar bem claro — disse Jeongguk, abraçando Taehyung de lado. — É bom para caralho, na verdade.

— Mas você é filho de Afrodite — disse Jimin, pausadamente para todos ali entenderem de uma vez por todas. — Eu sou filho de Eros, eu gosto de sexo sem compromisso, gosto de dormir com mil pessoas por noite.

— Uhum, sim, claro. Mas Yoongi é quem toma conta de seus pensamentos — disse Taehyung, voltando a chamar atenção de seu amigo, pegando em suas mãos novamente.

— Vocês estão malucos!

— Jimin… olhe… — Hoseok tentou falar, mas foi cortado por Jimin antes que pudesse completar o pensamento.

— Eu sei que vocês não fizeram por mal, eu precisava desabafar, mas… — Levantou-se rapidamente, tirando a sujeira de folhas e grama da roupa branquinha dos Deuses. — Mas eu preciso ficar sozinho. Podemos… podemos fazer o trabalho amanhã?

— Claro, Chim — disse Taehyung. — Qualquer coisa só me procurar, okay?

— Okay. Obrigado.

E, com a cabeça — talvez — pior do que antes, começou a andar sem rumo pelo Olimpo, tudo o que seus amigos falaram deixando-o ainda mais confuso.

Ele não poderia estar apaixonado por Yoongi, poderia?


Um líquido escuro escorria por seus olhos.

Ele era preto como a noite e manchava toda a pele alva de seu rosto. Yoongi nunca havia chorado na vida, mas, como disse seu querido pai, existe uma primeira vez para tudo. Ele tentava inutilmente limpar as lágrimas escuras com a mão, mas elas só deixavam uma bagunça de rastros escuros. Tudo estava uma bagunça, o rosto de Yoongi e suas recém-descobertas lágrimas, o coração que batia doído. Coração esse que ele nem mesmo sabia que podia quebrar, mas descobriu do pior jeito que sim, podia. E como podia.

Yoongi estava em seu quarto, o dia já amanhecendo, e ele teria que encarar a realidade. Ele sabia que não tinha escapatória, sabia que não deveria se importar com Jimin, não mesmo. Eles só transavam como loucos no meio da floresta, mas nada de mais. Nada que ele já não fizera antes, nada que Jimin já não fizera antes.

Por que seu coração doía tanto?

Min Yoongi respirou fundo, tentando a todo custo cessar as lágrimas e soluços que saíam sem que ele deixasse, era como se seu coração estivesse sangrando e doía, como doía.

Hoje seria o dia em que mataria Park Jimin. Hoje ele sairia de seu quarto no reino dos mortos, subiria até o Olimpo, iria convidá-lo para ir até a floresta como sempre fizera. Assim que terminassem, seja lá o que fossem fazer, Yoongi o mataria e, como prova, arrancaria seu coração e levaria até seu pai, junto com o corpo desfalecido do menino.

Mais soluços e lágrimas saíram de Yoongi apenas de pensar em seu plano. Plano esse que levou a noite toda para fazer, para se convencer de que ele seria capaz de colocar em prática.

— Vo-você é filho de Hades. Você consegue — disse Yoongi em voz alta para ele mesmo.

Mas sua voz soava fraca, apagada, sem qualquer resquício de força. Ele não acreditava em nenhuma palavra que dissera.

Mas ele não tinha escapatória.

Levantou-se arrastado, saindo pela porta em direção ao Monte Olimpo.

Yoongi não conseguiu parar de chorar até o momento em que viu os grandes portões de ouro em sua frente.

E, para a sua surpresa, Jimin estava lá, como se estivesse esperando-o. Como se seu corpo clamasse pelo de Yoongi.


— O que faz aqui? — Jimin parou de andar ao perceber que Min Yoongi estava chegando ao Olimpo.

Puta que pariu, Zeus do céu! Era a única pessoa que Jimin não queria ver, e lá estava ele, a tentação saída direto do inferno.

— Eu… eu vim te ver, oras! — disse simples, colocando as mãos nos bolsos da calça preta que vestia.

Jimin percebeu que algo estava diferente, Yoongi estava com umas manchas escuras no rosto e isso não estava certo.

— Sério? Mas… nós não combinamos nada hoje — disse Jimin, voltando a andar em direção à floresta, ele só queria se isolar de tudo e de todos, ficar sozinho com seus pensamentos.

Ele realmente não tinha combinado nada com o filho de Hades, pelo menos não se lembrava disso.

— Acho que tínhamos, sim — disse Yoongi, forçando um sorriso. — Não quer me ver, Chim? — A voz sedutora do menino de cabelos azuis arrepiava cada mínimo pelo de Jimin. Ele tinha um poder e tanto sobre o filho de Eros, não que Jimin fosse admitir isso.

— Claro que quero. Até parece que eu vou negar foder com você — provocou de volta. Esse era o joguinho que ele estava acostumado, era assim que tinha que ser. E ele iria forçar-se a agir assim até os sentimentos proibidos que consumiam seu corpo sumirem por completo.

Então por que seu coração batia de forma diferente?


A floresta continuava a mesma. Os beijos continuavam os mesmos. Os toques, os olhares. Jimin lambia cada parte exposta do pescoço de Yoongi, deliciava-se ali, deixando marcas. Ele era seu e de mais ninguém, pelo menos naquele momento. A cada beijo desferido, a cada toque dado, Jimin se entregava mais e mais ao pensamento de outrora.

Será que eu o amo? Não, isso é impossível.

Como se levasse um susto, afastou-se de Yoongi abruptamente.

— O que foi? — perguntou Yoongi, os lábios vermelhos como nunca antes, de tão forte que Jimin o beijava.

Ambos já estavam nus, os corpos vermelhos dos toques lascivos que deixavam como lembrança no corpo do outro.

— Jimin, o que aconteceu? — perguntou novamente quando não obteve resposta alguma do menino que o olhava espantado.

— N-nada… Nada, eu… — Riu sem jeito, voltando a colocar as mãos trêmulas no peitoral de Yoongi, forçando-o contra a árvore que dava suporte ao corpo do outro. — Eu pensei em uma coisa aqui, mas… já passou.

— Você realmente está aéreo hoje… — disse Yoongi, abraçando a cintura fina do outro e puxando para mais perto de si, roçando os membros já duros. — É falta de mim que eu sei. — Riu soprado, voltando a beijar ainda mais os lábios de Jimin.

— Acho que você não merece tantos créditos assim, meu querido — sussurrou Jimin, colando os lábios nos de Yoongi novamente.

— Do jeito que você está me beijando hoje, eu acho que deveria levar mais créditos do que você normalmente me dá. — Riu Yoongi, forçando Jimin para se deitar no chão debaixo de si.

O corpo quente e dourado de Jimin brilhava como nunca, nem mesmo a falta de luz no local fazia o brilho ficar menos intenso. Yoongi nunca tinha percebido como ele era belo, quer dizer, todos do Olimpo sabiam que Park Jimin era o ser mais lindo e sedutor a andar por esta terra, mas especialmente hoje…

Yoongi voltou a beijar toda a pele do pescoço de Jimin, querendo esquecer o que sua mente o dizia, o que seu coração gritava.

Jimin estava, sim, diferente, porém hoje Yoongi não podia focar nisso, não podia focar em como seus lábios estavam clamando pelos seus, tão vermelhos e apetitosos; não poderia focar em como seus olhos constantemente mudavam de cor, em como seus toques estavam mais gentis, em como seu coração batia rápido.

Coração este que logo estaria em suas mãos, literalmente.

— Por favor, Yoongie… não demore — gemeu Jimin, manhoso. Arqueava as costas e roçava as ereções. — Eu sei que você ama meu pescoço, mas eu quero mais. — Riu baixinho, o tesão tomando conta do pequeno filho de Eros.

Acatou o que o menino debaixo de si implorava para fazer e começou a descer os beijos por toda a extensão de seu abdômen. Beijou cada cantinho da pele dourada, como se estivesse se desculpando.

Sem que Yoongi percebesse, lágrimas escuras começaram a sair de seus olhos, exatamente no mesmo momento em que Jimin levantou o tronco para tocar em sua nuca.

Assustado, Jimin forçou Yoongi a parar o que estava fazendo.

— O quê… mas o que aconteceu? Isso é… — Jimin estava confuso, não sabia que um semideus de Hades conseguia chorar, muito menos a cor que eram tais lágrimas.

— São… nada… Não é nada, Jimin. — Rapidamente secou as malditas lágrimas que corriam livres por seu rosto. Irritado, voltou a forçar Jimin a se deitar. — Não é nada.

— Hey… Olha pra mim. — Jimin forçou o outro menino a subir o rosto até ficar na mesma altura que o seu, procurando os olhos negros como a noite freneticamente, por mais que Yoongi lutasse para desviá-los. — Aconteceu alguma coisa?

— Não aconteceu nada, sério — disse Yoongi, tentando a todo custo não olhar nos belos olhos dourados de Jimin. Não conseguiria seguir com seu plano desse jeito.

— Eu ouvi dizer que seu pai aprontou de novo, tem alguma coisa a ver com isso? — perguntou Jimin, passando as pequenas mãos pelo rosto de Yoongi, sentindo a textura do líquido escuro que já não caía mais tão avidamente.

A vontade de chorar voltou com força quando viu a preocupação estampada nos olhos de Jimin.

Ele não conseguiria, ele não conseguiria seguir com o plano. Ele era fraco demais e não conseguiria.

— Ele aprontou sim, mas… Eu não quero falar sobre isso enquanto estamos aqui, por favor — pediu Yoongi, voltando a beijar o rosto do menino.

Pelo jeito que Jimin perguntou sobre seu pai, ele não fazia ideia de que Eros tinha falado sobre Hades.

Jimin não tinha ideia do que ele próprio estava prestes a fazer.

— Verdade, né? Seria um desperdício de Cronos gastar nosso precioso tempo falando do seu pai. — Riu mais uma vez. Jimin estava realmente diferente aquele dia.

— Exatamente! — Sugou os lábios do outro, forçando a passagem de sua língua.

— Então… — Cortou o beijo, tirando Yoongi de cima de si para que pudesse trocar de posição. Virou de barriga para baixo, deixando sua bela bunda a mostra, empinadinha e todinha de Min Yoongi. — O que está esperando?


A noite já se fazia presente e os dois ainda estavam metidos na floresta proibida, ambos perdendo as contas de quantas vezes gozaram só naquela noite, mas tudo parecia insaciável. A sede que Jimin estava de Yoongi era surreal, era algo que queimava por todo seu corpo. E Yoongi não estava diferente, o corpo ardendo em chamas.

Os corpos já estavam suados, as marcas vermelhas eram vistas em várias partes. Yoongi tinha as costas toda arranhada; Jimin sentia todo seu corpo arder em chamas, quase não havendo mais espaço para as marcas vermelhas que Yoongi deixava por todo seu corpo.

Eles se sentiam no próprio inferno. E, ah, como eles amavam.

— Yoongi-ah… Mais... forte... — Jimin estava de quatro, pela segunda vez naquela noite. As estocadas do filho de Hades indo mais fundas como nunca, sentia toda a extensão do pênis roçando as suas paredes, maltratando sua próstata toda vez que entrava.

Yoongi, sem parar os movimentos rápidos, abaixou-se um pouco para beijar a nuca de Jimin, sendo mais carinhoso dessa vez, lambendo as marcas que já tinha deixado mais cedo. Os dedos apertavam a cintura, ajudando-o a manter o ritmo que sabia ser o preferido do filho de Eros.

Abruptamente, parou com os movimentos, vendo o ânus de Jimin se contrair com a falta que sentia de seu pênis ali, um gemido sôfrego sendo ouvido logo em seguida.

— Levanta, eu quero que você cavalgue em mim — disse Yoongi, dando dois tapinhas na bunda de Jimin.

Hmmm… Com prazer — disse Jimin, tendo um pouco de dificuldade para levantar, seu corpo tremia inteiro de tesão, mas com a ajuda de Yoongi, em alguns minutos já estava com um joelho de cada lado do corpo do outro.

Os olhos de Yoongi demoravam em cada parte, literalmente decorando cada pedaço daquela pele dourada que ele tanto adorava. Jimin tinha o corpo em cima do seu, os joelhos um de cada lado de seu corpo. Yoongi estava sentado, as costas apoiadas em uma das árvores.

Calmamente, Jimin começou a descer o corpo, segurando o pênis de Yoongi com uma das mãos, a outra segurando na coxa alva do outro, para apoio. Fechou os olhos assim que sentiu a cabeça em sua entrada, mordendo os lábios com força. Enquanto descia o corpo, abriu os olhos apenas para encontrar Yoongi o encarando como se pudesse ler sua alma. Ele sorriu, e, ao invés de falar qualquer besteira que normalmente falaria, apenas manteve o sorriso ali, sentindo ser preenchido por Yoongi.

— Assim… Assim, Chim — sussurrou Yoongi, as mãos automaticamente indo para a cintura fininha do filho de Eros. — Pode… pode começar.

Jimin acenou com a cabeça, a mão que antes segurava o falo do outro indo em direção a sua mão. E calmamente ele começou com o movimento de subir e descer, lentamente. O menino de pele dourada não conseguia pensar em nada, apenas mordia os lábios e jogava a cabeça para trás em deleite, sem aumentar a velocidade do movimento.

Estava tudo perfeito e estranho ao mesmo tempo. Não era assim que o sexo com Yoongi funcionava. Era sempre mais forte e rápido e fundo.

O que estava acontecendo?

Yoongi gemia alto, apertava a cintura de Jimin, afundando-o em si. O ritmo lento era novidade, sabia que algo não estava certo, mas só iria aproveitar os últimos momentos com Jimin.

Porém, o tesão ia crescendo com o passar do tempo e inconscientemente o ritmo aumentou, Jimin abriu um pouco mais as pernas, as mãos apoiando em ambas as coxas de Yoongi para melhorar o ângulo das estocadas.

— Yoongi-ah… Hyung... Por favor… Eu… Hmmm! — As frases saíam todas desconexas, o calor no seu baixo ventre aumentando junto com as estocadas e o ritmo que ela seguia.

O barulho do sexo ficando ensurdecedor naquele silêncio que os rodeava.

— Eu tô quase… Jimin-ah… — gemeu Yoongi, que agora forçava o corpo do outro contra o seu.

Continuou com o movimento até que Jimin começasse a se masturbar, claramente perto de seu ápice. Aumentou o ritmo, que saía quase tão desconexo quanto seus pensamentos, para fazer Jimin gozar logo, maltratava a próstata do menino, indo forte e fundo.

— Eu vou… Ahmmm… Yoongi! — gemeu alto enquanto chegava perto de seu ápice.

Yoongi não conseguiu desgrudar os olhos de Jimin, seu abdômen tremendo de tanto tesão.

Ele inteiro tremia de tanto tesão.

As mãos de Jimin continuavam com o vai e vem em seu falo, fazendo com que em segundos o líquido dourado saísse de seu pênis.

Até isso no filho de Eros era lindo. E só isso já seria o suficiente para fazer Yoongi gozar.

Mesmo de mãos trêmulas, Yoongi ajudou Jimin a sair de si, este posicionando-se em seu colo logo em seguida. E, assim que Jimin levantou o rosto para o olhar, algo de muito estranho aconteceu.

— Jimin… seus olhos. — Foi a única coisa que Yoongi conseguiu dizer, espantado.

— O quê… o que tem meus olhos? — perguntou o outro, ainda sentado, nu em cima de Yoongi. Seu coração estava tão aquecido, Jimin estava tão feliz, não queria sair daquela floresta nunca mais.

— Eles estão… de uma cor diferente. — Yoongi não sabia o que fazia a cor dos olhos do semideus mudar, mas algo estava nitidamente diferente.

O sorriso que adornava os lábios cheinhos de Jimin sumira, os olhos se arregalando em terror. Levantou-se, correndo do colo de Yoongi e indo até o lago que tinha próximo deles, a luz da lua fazendo seu reflexo ser visto com clareza ali.

Seus olhos estavam rosas, um tom de rosa escuro que beirava o cobre.

Jimin, incrédulo, levou as mãos à boca, tapando um grito que estava prestes a sair.

— Não… Não pode ser — disse para si mesmo, negando com a cabeça.

Escutou as folhas das árvores se mexerem, anunciando que Yoongi estava próximo, provavelmente veio ver o que aconteceu.

— Jimin, está tudo bem? — perguntou o filho de Hades, já vestido com suas roupas pretas.

— S-sim… está. — respondeu Jimin, virando-se para Yoongi sem saber o que fazer. A única coisa certa eraque ele não poderia falar nada para o filho de Hades. — Está tudo bem.

— E o que aconteceu? Você viu a cor que está…

— Sim, mas não é nada — cortou a fala do outro, antes que as perguntas que não poderiam ser respondidas fossem feitas.

Jimin estava sem chão, estava aflito e sem saber o que fazer. Seus olhos rosados só indicavam uma coisa: amor.

E isso não estava certo.

— Tudo bem, então… Vamos… — tentou dizer Yoongi, mas foi cortado mais uma vez.

— Só… só me abraça, por favor?

Yoongi franziu o cenho, não entendendo de onde estava vindo aquele comportamento inesperado de Jimin.

Foi então que percebeu que aquela seria a oportunidade perfeita para colocar seu plano em prática.

Era perfeito, não era? Estavam sozinhos na floresta, seria a hora certa.

— Claro, vem aqui— disse Yoongi, sua voz soando bem melhor do que esperava, já que ele tremia por completo.

Era isso, essa seria a oportunidade de ouro.

Jimin findou o espaço entre os corpos, jogando-se nos braços de Yoongi, abraçando-o pelos ombros.

— Obrigado— agradeceu Jimin, mesmo sem ter motivos reais para agradecer ao filho de Hades.

Yoongi nada falou, não conseguiria. Suas mãos subiam e desciam pelas costas do outro, apenas esperando o momento certo. Segurou as lágrimas que voltavam a si com força total.

Min Yoongi não sabia mais o que era certo ou errado, não sabia se obedecer ao seu pai era sua sina, se amar Jimin era seu pecado. Alguma coisa no meio do caminho de sua vida não deu certo para que ele estivesse nessa situação.

Começou a chorar no momento em que sua mão direita foi para a frente do corpo de Jimin, parando exatamente onde seu coração palpitava rápido demais, a outra ainda o segurava pela cintura.

Yoongi não tinha escolha.

— Desculpa. Me desculpa, Chim — disse Yoongi, um brilho escuro saindo de sua mão. A pele antes dourada do menino em seus braços começou a ficar vermelha cor de sangue, enquanto a magia de Hades fazia o trabalho de arrancar o coração de Jimin.

O grito agudo e doloroso que saiu da garganta de Jimin, os olhos cor de rosa arregalados e sem vida. Yoongi nunca tiraria a cena de sua cabeça, ele nunca se perdoaria.

— Me desculpa — disse Yoongi, enquanto o coração, que antes palpitava, transformava-se em névoa bem diante de seus olhos.

Estava feito.

Yoongi chorava e tremia, o corpo desfalecido de Jimin em seus braços.

— Me desculpa…

Então isso era dor? Era assim que doía o coração, como se alguém estivesse te cortando ao meio?

— Eu… e-eu te amo tanto. M-me desculpe!

Foi a última coisa que conseguiu dizer antes de sentir seu próprio corpo perder as forças e cair desmaiado no chão, levando o garoto morto junto consigo.


-x-


As vozes ao fundo conversavam apressadamente, misturando-se com um barulho que lembrava muito um choro. Yoongi não conseguia abrir os olhos, mas tal choro estava claro em seus ouvidos. A dor tomava conta de seu corpo dos pés à cabeça, nunca sentira tanta dor na vida, parecia que tinha rolado do Monte Olimpo até o inferno.

O que estava acontecendo?

Sua cabeça doía tanto que não conseguia raciocinar, não sabia onde estava, não se lembrava de nada.

Ele precisava abrir os olhos, ele precisava.

Até que ouviu alguém dizer:

— Meu filho! É o meu filho! — disse a voz grossa de um homem, provavelmente de um dos Deuses. — Ele matou meu filho!

Ao ouvir tais palavras, Yoongi abriu os olhos, a memória de mais cedo invadindo-o com força.

A consciência ia voltando aos poucos, o coração acelerado, as memórias voltando uma a uma, cada vez mais dolorosas, cada vez mais imperdoáveis.

Ele havia matado Park Jimin, assim como seu pai o ordenou.

— Eu vou acabar com a raça desse Hades maldito! — berrava Eros.

Yoongi estava deitado no chão, largado no canto da grande sala onde os Deuses se reuniam. Ele conhecia aquela sala, já esteve ali antes; nesse momento, ele queria que nunca tivesse sequer pisado nela. Percebeu, então, que seus pulsos estavam amarrados com algum tipo de corda, na frente de seu corpo, e, ao olhar para elas, percebeu que sua mão direita tinha uma mancha escura que saía de seu pulso e irradiava para o resto das mãos, quase alcançando os dedos.

Era a prova do crime que havia cometido, ele carregaria aquilo consigo para sempre.

A dor era tanta que não conseguiu segurar o choro descomunal que o abateu. O choro saía em gritos de dor e desespero. A cada vez que se mexia a corda apertava ainda mais seu pulso.

Os Deuses que estavam na sala olharam-no, Eros sendo o primeiro a avançar.

— Seu infeliz! Você matou meu filho! — bradou Eros, avançando para cima do corpo largado no chão de Yoongi. — Você… você matou meu filho!

— Calma, Eros! — disse Afrodite, segurando o braço do filho. — Calma! Vamos tentar entender o que aconteceu.

Afrodite não era das mais compreensíveis, ela sempre ficava do lado da justiça, mas, assim como seu filho Jeongguk, ela conseguia sentir o amor, seja ele de qual tipo for. Ao olhar para Yoongi no chão, contorcendo-se em dor, e ao ver o corpo sem vida de Jimin, ela sabia que alguma coisa estava errada, que esse crime não fora cometido pelo filho de Hades sozinho.

— Calma nada! Eu quero acabar com essa raça dos infernos! — disse Eros, virando-se de costas para Yoongi e caindo de joelhos.

— Teremos que ter calma, precisamos saber o que aconteceu e, assim que Yoongi conseguir falar, ele terá de nos contar tudo — disse Zeus, levantando de sua cadeira e andando até os outros dois.

Eros se arrastou até o lado, abraçando o corpo sem vida do filho, que Yoongi não tinha percebido estar ali, bem ao seu lado.

A visão do pequeno filho de Hades estava turva de tantas lágrimas pretas que saíam de seus olhos, elas escorriam como as cachoeiras da floresta.

Ele não conseguiria explicar nada agora, os Deuses poderiam acabar com a vida dele que ele nem ligaria. Ele imploraria para morrer, na verdade. Não aguentaria viver carregando o fardo de matar alguém que tanto amava.

Pois é, ele amava Park Jimin, mas percebeu tarde demais.

— Ele não precisa explicar nada — disse Afrodite, andando até onde Yoongi estava e o ajudando a levantar, já que ele não teria forças de fazer isso sozinho. — Eu acho que já entendi tudo.

Afrodite retirou os nós da corda que o prendia, sentando-o na cadeira mais próxima. Um néctar dos deuses fora invocado por ela, que deu de beber para tentar acalmar o menino em prantos e fraco.

— Mas se você conseguir falar, Yoongi, seria bem melhor — disse ela, virando-se para Yoongi.

A Deusa do amor não ficaria tão calma se não tivesse certeza de que alguma coisa estava estranha em toda aquela situação. Ela sentia amor saindo de dentro de Yoongi, algo que jamais esperou sentir de um filho de Hades.

O líquido de cor azul que Yoongi tomou revitalizou suas forças pelo menos um pouco, agora ele conseguia manter-se sentado e as lágrimas cessaram a ponto de ele pelo menos conseguir falar.

— F-foi meu pai — disse Yoongi, segurando mais uma onda de choro. — Foi meu pai quem me mandou matar Jimin. E-eu… eu não… — Soluçou, cobrindo os olhos.

— Como assim? — perguntou Eros, um pouco mais calmo, chegando próximo ao menino.

Foi então que Yoongi contou tudo, desde o momento em que pressentiu que seu pai estava aprontando alguma, até a ida ao Olimpo e todas as vezes que escutou as conversas dos Deuses escondido, tudo a pedido de Hades.

— Ele me mandou matar seu filho por conta do que você disse na reunião e… Eu… eu não queria fazer isso, por favor, eu imploro que acreditem em mim.

Eros estava furioso, mas não mais com o menino. Eros queria acabar com a raça de Hades, nem que fosse a última coisa que faria em toda sua eternidade.

— Eu… eu não queria, eu amo Jimin — disse Yoongi, tomando coragem de segredar algo que nem ele mesmo conseguia admitir para si. Um peso saiu de seu corpo ao falar isso para os Deuses. — Eu o amo... Eu… não… — As palavras não conseguiam formar-se em meio ao choro, que voltara.

— Eu sei, meu querido, eu sei — disse Afrodite, passando as mãos pela bagunça de fios azuis que era o cabelo de Yoongi. — Eu consegui sentir isso no momento em que você foi trazido pelos guardas para essa sala.

— Sério?

— Sério. — Sorriu para Yoongi, sentindo a dor do menino frágil a sua frente.

Olhou determinada para Zeus, eles teriam que fazer alguma coisa

Até que Yoongi voltou a falar.

— Eu imploro, me matem — disse Yoongi, levantando-se da cadeira e andando até onde o corpo de Jimin estava estirado no chão. — Eu não quero mais viver sem ele, eu não quero! — gritou ele desesperado, agachando-se ao lado do corpo e o abraçando. — Por favor…

Os dois Deuses o olhavam com tanta pena, conseguiam imaginar como o menino estava sofrendo. Oras, todos eles já tiveram que fazer coisas que se arrependeram depois. O Olimpo era cheio de histórias trágicas, todos ali eram regidos pelas forças de suas famílias, por mais que Yoongi não quisesse nem de longe matar o filho de Eros, o sangue de Hades que corria em suas veias contava outra história.

— Vocês… vocês tinham algum relacionamento? — perguntou Afrodite, ela precisava saber de mais detalhes para tomar uma decisão. Zeus já tinha entendido o que ela pretendia fazer, mas era arriscado.

— S-sim… Nós… nós nos encontrávamos na floresta proibida — confessou Yoongi, não conseguindo largar o corpo de Jimin. Ele queria tanto que os Deuses o punissem, ele queria tanto ser levado no lugar de Jimin.

— Oh, a floresta e suas histórias de amor. — Sorriu Afrodite, sabendo muito bem de todos os contos que as dríades amavam contar. Todos eles eram verdade, afinal.

— Por favor, me levem no lugar dele. Tragam-no de volta e me levem no lugar dele — voltou a falar Yoongi, a dor corroendo-o.

— Eu tenho uma ideia melhor, porém ela é arriscada — disse Afrodite, tomando a atenção do menino para si novamente. Yoongi forçou-se a largar Jimin e prestar atenção no que a Deusa tinha a dizer; ele concordaria com qualquer coisa para trazer Jimin de volta, nem que isso custasse a própria vida.

— Qual é a ideia? Por favor, me conte, eu aceito qualquer coisa — perguntou Yoongi, um pequeno sorriso desesperado brotando em seus lábios.

— O que eu consigo fazer é o seguinte — disse a Deusa do amor. — Eu consigo trazer ele de volta com a ajuda de Zeus, mas vocês dois vão virar humanos e serão mandados para a Terra. Jimin não se lembrará de nada, muito menos de você. — Yoongi o olhou assustado, essa parte pegando-o de surpresa. — Mas, como castigo, você se lembrará todos os dias de tudo o que você fez e de tudo o que aconteceu, a marca em sua mão continuará com você pelo resto de seus dias.

— Eu aceito — disse Yoongi sem nem pensar duas vezes. — Eu aceito qualquer coisa, eu aceito!

— Vocês dois serão mortais, Yoongi. Vocês vão ser humanos e sem poderes algum, só que suas memórias ficarão vivas, como um lembrete do que fizera aqui — disse Afrodite, soando séria. — Já Jimin não vai saber de nada sobre a vida passada dele. E você não poderá contar para ele, isso é outra parte de seu castigo.

Yoongi adorava a vida que tinha, apesar de seu pai não ser dos melhores, ter uma vida de semideus era muito bom, adorava os poderes que tinha e o modo como viveria pela eternidade o agradava.

Mas, por Jimin, ele abriria mão de tudo, até mesmo da própria vida.

— Eu aceito.


-x-


O dia estava tão lindo na cidade de Seul que Jimin não conseguiu pensar em outra coisa a não ser andar de bicicleta na beira do seu rio favorito, o rio Han. Teria parte do dia de folga e agradeceu a qualquer entidade superior pelo dia lindo que estava fazendo.

Park Jimin, no alto de seus 25 anos, amava a vida. Ele era uma pessoa simples, porém sempre sorridente, conseguia conquistar a todos com sua lábia afiada de bom libriano que era e vivia sempre rodeado de amigos. Sua faculdade estava indo melhor do que esperava, sua família sempre o apoiando em todas as decisões que tomava, como, por exemplo, seguir a carreira de dançarino. Claro que isso não colocava comida na mesa e ser apenas professor de dança não o ajudava com o aluguel do seu pequeno apartamento no centro da cidade, então ele fazia seu segundo turno em uma cafeteria, que ficava bem perto de onde trabalhava ensinando crianças e de sua casa. Não era fácil essa vida de dupla jornada, mas a sorte sempre esteve ao seu lado e ele era muito grato por isso.

Assim que terminou seu passeio de bicicleta pelo rio, passou em casa para tomar banho e se arrumar, afinal tinha ainda um turno na cafeteria e hoje era um dia que provavelmente estaria bem cheia até o fim da noite. Era dia dos namorados e a clientela dobrava em datas comemorativas.

O cabelo dourado de Jimin balançava conforme o vento mandava; às vezes, ficava uma bagunça que só, mas sabia ser estiloso até de madeixas bagunçadas e cheia de nós. Subiu correndo as escadas, tomou um banho rápido e se trocou, colocando o uniforme de onde passaria o final do seu dia dos namorados.

Sim, Jimin era alguém que amava histórias de amor, ele amava ouvi-las, amava lê-las, amava quando seus amigos contavam sobre suas aventuras e tudo mais, mas ele mesmo nunca tinha vivido uma. Claro, ele era lindo e sabia disso, já tinha ficado com meninas e meninos, dormido com alguns tantos, mas nunca se apaixonou de verdade.

Porém, Jimin amava o clima do dia dos namorados, ele amava ver os casais e como se comportavam, amava ver os sorrisos estampados nas faces alegres.

Ele era um bobo apaixonado pelo simples fato do amor existir.

Chegou bem em cima da hora no serviço, recebendo um olhar um tanto feio de seu chefe. Logo se arrumou e foi para o balcão atender os clientes. Hoje ele estaria no caixa e prometeu a si mesmo que não deixaria um copo passar sem os devidos corações desenhados neles.

A cada pedido feito era um sorriso que ele deixava para seus clientes, seu humor hoje estava especialmente ótimo, melhor do que já era de costume. E as pessoas percebiam isso, o carinho que ele demonstrava era quase palpável.

O relógio marcava 9h da noite quando a clientela começou a abaixar, só alguns casais estavam sentados na mesa finalizando seus cafés e bolos.

Park Jimin estava exausto. Encostou-se no balcão, começando a fazer o fechamento do caixa para agilizar na hora de ir embora, quando, de repente, ouviu o sininho da porta tilintar, anunciando a entrada de mais um cliente. Parou de fazer o que estivesse fazendo para atender o mais novo cliente — que ele secretamente esperava que fosse o último da noite —, abrindo seu melhor sorriso, por mais que o sono já o tomasse por completo.

— Boa noite, senhor. Espero que tenha tido um ótimo dia. Qual bebida vai querer? — disse Jimin, soando o mais amigável que podia. Quando terminou a frase, encarou o menino que aparentava não ser tão mais velho que ele e sorriu ainda mais quando percebeu como o outro estava. O menino o olhava com os lábios entreabertos e olhos arregalados, como se estivesse espantado. O cabelo azul claro, quase branco pelo fato da cor já ter desbotado, caía levemente por um de seus olhos. — Senhor… no que posso te ajudar? — perguntou novamente.

— Finalmente! — Foi o que recebeu em resposta do menino que sorria largo, mostrando grande parte da gengiva.

— Hm… Finalmente? — perguntou confuso. Achou toda a situação fofa, porém não podia deixar de achar estranho. Era cada cliente que aparecia por ali.

— Er… Quer dizer… oi… — Percebendo o que tinha falado, o menino do outro lado do balcão apenas balançou a cabeça, como se estivesse tentando arrumar os pensamentos. — Desculpe, eu… eu vou querer um expresso com leite.

— Sem problemas. — Sorriu Jimin, anotando o pedido. — Qual tamanho?

— Pode ser pequeno.

— Okay. — Sorriu mais uma vez para o menino de cabelo azul. — Qual seu nome, por favor?

— Yoongi, Min Yoongi — disse o menino.

O coração de Yoongi estava acelerado. Ele finalmente o encontrou!

Ao ouvir o nome, um arrepio passou pela espinha de Jimin, fazendo seu coração acelerar sem motivo aparente.

— O-okay — gaguejou, anotando o nome do moço no copo. — Seu pedido ficará pronto em breve — disse, virando-se para entregar o copo ao seu colega de trabalho.

Voltou ao seu posto no caixa, tentando distrair-se com qualquer coisa que pudesse achar por perto. Às vezes, olhava de relance para o menino, que agora sabia chamar-se Yoongi, e este estava sempre o olhando. Sempre. Não teve um momento em que o outro desgrudou o olhar de si.

Quando o pedido ficou pronto, Jimin fez questão de ele mesmo entregar, chamando o nome de Yoongi, que prontamente aproximou-se do balcão.

— Muito obrigado… Park Jimin — disse Yoongi, pegando a bebida das mãos do outro, os dedos se esbarrando com o ato.

— C-como… como sabe meu nome? — O sentimento que o abateu assim que ouviu o nome de Yoongi ainda rondava sua mente, estava assustado demais com suas reações para perceber o óbvio.

— Bem… está escrito no seu crachá. — Riu abertamente, fazendo Jimin mais uma vez reparar em como o sorriso do menino era bonito.

— Ai, meu Deus, que vergonha! — Cobriu o rosto com as mãos, ficando vermelho pela bobeira que acabou de cometer. — Eu sou muito pateta mesmo. — Riu envergonhado.

— Não acho que seja, mas foi engraçado — comentou Yoongi, dando um gole no seu café, mas não se afastando como todos os clientes normalmente fazem. — Como você acha que eu saberia seu nome? — perguntou, adorando ver a reação do menino diante de si.

— Eu… não sei. — Era realmente um absurdo, não tinha como ele saber seu nome sem ser pelo crachá, bobinho. — Algum tipo de magia, talvez. — Já que tinha cometido tal gafe, melhor sair por cima, não é mesmo?

— Magia, é? — perguntou Yoongi, colocando os cotovelos no balcão. Ele não sairia dali tão cedo, não depois de finalmente o achar depois de tanto, tanto tempo.

— Sei lá, vai que você é um mago que adora encantar os menininhos por aí… Não sei.

— Eu te encantei, é? — Sorriu Yoongi, pegando Jimin desprevenido nessa.

— Ahm… Talvez… — disse Jimin, ficando automaticamente vermelho.

Mas o que estava acontecendo? Normalmente era Jimin quem jogava cantadas baratas, ele que seduzia as pessoas só com o olhar, ele que tinha esse poder. Agora era ele quem estava uma bagunça por dentro, todo envergonhado.

— Então, o que acha de sairmos algum dia desses? — perguntou Yoongi, sem nem pensar duas vezes.

— O quê? — disse Jimin, os olhos arregalados.

Por essa ele não esperava.

Park Jimin reparou no olhar felino que o outro tinha, nos lábios finos que se abriam num belo sorriso, nas mãos pequenas, onde uma delas tinha uma tatuagem que subia de seu pulso até seus dedos. Os cabelos azuis, a pele alva, tudo. Tudo nesse menino gritava “tipo exato de Park Jimin”.

Então, por que não tentar?

— Isso mesmo que escutou, vamos sair algum dia. Não precisa ser hoje, claro. Mas outro dia, que tal? — Sem delongas, Yoongi largou o copo de café em cima do balcão e pegou seu celular, entregando para Jimin colocar seu número de contato.

Jimin o olhou espantado; na verdade, ele estava, sim, encantado, como ele mesmo disse que o menino fez consigo. Ele estava encantado por esse estranho que entrou no café às 9h da noite em um dia dos namorados e o bagunçou todo por dentro.

— C-claro... Vamos marcar, sim — disse Jimin, anotando seu número no celular do outro.

— Ótimo — disse Yoongi, por fim, terminando seu café e lançando mais um de seus sorrisos lindos. Ele amava sorrir, ele sempre amou sorrir perto de Jimin. — Te mando uma mensagem então, para marcarmos algo.

— Ficarei no aguardo, então — disse Jimin, segurando o celular perto do peito.

— Até mais, Jimin-ssi.

— Até, Yoongi-ssi.


E naquela noite, quando voltou para casa, Yoongi chorou de felicidade, lágrimas cristalinas e puras. Ele finalmente achou aquele que fazia seu coração se aquecer, a razão que o fazia andar perdido de cidade em cidade atrás do menino de cabelos loiros que faria seu coração bater novamente.

Depois de anos, finalmente, ele achou Park Jimin, o amor de todas as suas vidas.

~~~~


Notas Finais: *se escondendo no matinho de Pã*

E aí, o que acharam? Será que ela vai ter uma continuação *riso maléfico*

Espero MUITO que tenham gostado, de verdade! Cada um que lê essa fanfic significa muito para mim! Obrigada todo mundo que tirou um tempinho do seu dia para ler essa neném!

Beijos, meus xuxus :3

Mari.

1 de Agosto de 2021 a las 20:16 0 Reporte Insertar Seguir historia
1
Fin

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