As memórias ainda pingavam em seu travesseiro e o deixavam encharcado em algumas noites. Ai Ohto foi salva naquela época pela garota gentil e doce com seu cabelo em ondas e óculos de grau.
Ai devia muito a Koito Nagase, afinal, mesmo que tão drásticas, depressivas e horríveis foram as circunstâncias que a levou a quebrar o primeiro ovo até se tornar uma guerreia de Eros, o destino malvado pareceu tecer isso: o suicídio de Koito para que ela visse outro lado iluminado da vida, para que superasse seus medos. Extremamente injusto, sim, mas ainda havia algo bom a ser tirado daquela época. Da amizade tão linda e falha das duas.
Era como se Koito ainda estivesse ali, quer dizer, falando veridicamente, ela estava, havia retornado como o prometido, mas não era a idêntica Koito que Ai conheceu. Foram circunstâncias e tempo que fizeram tão única a sua primeira amiga e, então, em uma forma metafórica, era como se a outra Nagase que conheceu estivesse as sombras, ajudando-a não só a aprender a amar seus olhos brilhantes de cores diferentes, como também viver, realmente viver, de verdade e com felicidade.
A cada passo que deu no mundo dos sonhos, uma nova Ai surgia e evoluia junto da vontade de libertar a sua primeira melhor amiga, mas surgiram tantas coisas nesse caminho: os traumas, a mãe, a escola, as garotas dos ovos: Acca, Ura-Acca, Rika, Momoe e Neiru; tanto provindo de um fim triste do passado.
Ainda existem tantas perguntas não respondidas, e aquela pequena parte que se indguina com o suicídio repentino. Porém, Ai agora estava mais forte - muito mais - e dedicada a seu papel de guerreira, firme em aproveitar a chance que Koito havia lhe dado.
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