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Min Yoongi é um ômega “fora dos padrões”, mas seu cheiro é atrativo demais e incita qualquer alfa dentro do Campus de sua Universidade. O ômega se vê em apuros quando seu odiado heat chega antes da data e ele precisa fugir dos alfas predadores que não o deixavam em paz. O rapaz busca refúgio na sala de fotografia, onde encontra seu colega de classe — o alfa mais fofo do mundo por quem tinha um crush secreto que nunca admitiria — Park Jimin, o único do alfa que aparentemente não era atraído por seu cheiro.


Fanfiction Bandas/Cantantes No para niños menores de 13.

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Capítulo único

Escrito por: @louiselobo_/@louiselobo_

Capa por: @busanjimin/@xbusanjimin


Notas Iniciais: Olá, meus anjinhos 💙

É a Loui aqui de novo!

Essa fic eu quero dedicar ao meu amorzinho @mahrya que fez aniversário esse mês. Parabéns, Mah, é um presentinho singelo, mas espero que goste. Você é um presente para mim e nem tenho como agradecer sua amizade. *-*

Eu pensei em algo para essa história e quando me dei conta, tinha ido pra outro lado kkkkkkkk

Quero agradecer minha beta, Anna, que me deu várias dicas, à Lu que suavemente me colocou de volta na rota e à Inna que fez essa capa a coisa mais linda desse mundo.

Sem mais enrolação, espero que vocês gostem!

Vejo vocês nas notas finais 💙


~~~~

Jeans rasgado, jaqueta de couro e cabelo colorido contrastavam totalmente com seu cheiro doce e mentolado, mas Yoongi não era nada doce. Ah, ele não era.

Desde que havia feito o teste que comprovava seu gene ômega como dominante, Yoongi se amaldiçoava mentalmente por não ter conseguido o título de alfa que o manteria seguro e tranquilo no mundo nojento em que vivia. Era um estresse diário ser um ômega e ele odiava cada momento.

— Hey, gatinho — chamou um rapaz alto de cabelo loiro.

— Cai fora! — respondeu antes que o outro se aproximasse.

— Qual é… toma um drink comigo, podemos nos conhecer melhor.

Yoongi girou nos calcanhares e encarou o cara estúpido que sequer havia visto na vida.

— São três da tarde e eu não quero te conhecer — disse ríspido, aproximando-se do outro. — Se você não me deixar em paz — falou entre dentes —, eu vou arrancar essa merda no meio das suas pernas com minhas próprias mãos!

O rapaz se afastou, o ômega conseguia ser assustador quando queria. A cara de nojo e o nariz franzido combinados com a voz rouca que o Min tinha destoavam entre os outros ômegas. Ele não era frágil, assim como não era facilmente levado por qualquer essência intimidadora vinda de alfas.

Retomou seu caminho furioso. Todos os dias eram assim, não havia um só dia em que Min Yoongi entrasse naquele campus e não fosse importunado por algum alfa idiota guiado por feromônios ou por pura falta de bom senso.

— Bom dia, Yoon!

— Cala a boca.

— Hmmm… Acordou de mau humor? — perguntou Seokjin, o ômega que conheceu em seu primeiro dia de aula.

— Eu nunca acordo de mau humor, as pessoas é que me irritam.

— O que foi, docinho?

— Dá pra parar de me chamar assim? — O outro apenas riu. — Eu nunca consigo andar dois metros em paz. Eu odeio isso!

Seokjin suspirou, ele entendia perfeitamente bem a irritação de Yoongi. Afinal, ele também era um ômega, acontece que, perante à sociedade em que viviam — classificada em alfa, beta e ômega — estar na base da pirâmide era horrível. Ainda que o avanço tivesse ocorrido, as coisas não mudavam de uma hora para a outra, a maioria dos alfas ainda tratavam as outras duas classes como realmente inferiores, os ômegas ainda eram vistos como objetos de desejo e satisfação sexual. Seu estômago embrulhava só de lembrar, mas era uma guerra que precisava ser lutada e Yoongi fazia questão de bater de frente.

Desde que conhecera o garoto pálido de cabelos verdes, ficou encantado. Yoongi não era delicado como os jovens de sua classe, ele não usava maquiagem e nem se preocupava em usar roupas de tecido fino e elegante. Ele vestia o que queria, andava com os cabelos bagunçados e não levava desaforo para casa.

Enquanto os outros ômegas apenas encolhiam-se e aceitavam grosserias e desaforos de alfas ignorantes, ele estava disposto a entrar em uma briga e só sairia quando ganhasse.

Yoongi poderia até levar uma vida tranquila apenas por ser “diferente” do restante dos ômegas, se não fosse pelo cheiro excessivamente notável e que durava o ano todo. Ainda que tentasse camuflar com outras essências, os alfas pareciam identificar o cheiro de hortelã que emanava por seus poros ao longe. Parecia uma maldição. Quanto mais odiava, mais atraía alfas.

— O seu cheiro é bom até pra mim, Yoongi. E olhe que eu sou muito cheiroso!

Seokjin não estava mentindo, seu cheiro floral de lírios era suave, mas muito bom.

— Sinceramente… às vezes, eu só queria não ter cheiro. — Suspirou. — Quem me dera ser um beta…

— Não temos como mudar isso, Yoon — disse o ômega mais velho.

— Isso é uma merda.

— É sim, mas você é diferente. Só continue sendo você. É tão ranzinza que eu nem sei como podem ficar loucos por você!

Yoongi revirou os olhos. Ele sabia que não era o ômega modelo ideal que todos os pais procuravam para seus filhotes alfas e, sinceramente, nunca quis ser. Via os outros ômegas vestidos com roupas que mostravam o quanto eles eram atraentes, ressaltavam suas essências com perfumes adocicados, tudo para conquistarem algum alfa — em sua grande parte — estúpido apenas para sentir-se bem ou saciado, principalmente em períodos de cio. Os ômegas mais bonitos conseguem os “melhores” alfas, aumentando assim a possibilidade de conseguirem um bom relacionamento, quem sabe até um casamento. Yoongi odiava aquilo tudo, não queria depender de ninguém, muito menos viver ao lado de uma pessoa por pura conveniência. Não que ele fosse do tipo romântico, era apenas verdadeiro; se fosse para se relacionar com alguém, ele esperava que fosse assim.



— Sua direita, às duas horas.

— O quê? — questionou confuso.

— Park Jimin, te olhando de novo — disse Seokjin e Yoongi virou abruptamente para a direção onde o alfa normalmente sentava. — Você é péssimo em disfarçar!

Yoongi observou o alfa baixinho que recolhia cuidadosamente seu material para sair da sala. As mechas de cabelo laranja caíram na testa e ele arrumou-as, assim como os óculos, era uma mania do mesmo.

O Min cursava gastronomia, assim como Seokjin, ambos adoravam a culinária desde crianças e era uma das únicas coisas “naturalmente” destinadas aos ômegas que Yoongi amava; entretanto, ele não fazia por ser algo que alguém espera de um ômega, mas sim porque realmente gostava de cozinhar. Estranho mesmo era Park Jimin, um alfa, ser tão talentoso na cozinha. Mesmo os poucos alfas que se arriscavam naquele curso não eram tão habilidosos ou delicados em montar pratos como o jovem de cabelo alaranjado. Seokjin teimava em dizer que ele sempre estava observando-o, mas sempre que Yoongi olhava, o outro estava fazendo qualquer outra coisa, menos olhando para ele.

Park Jimin era um alfa estranho, na opinião de Yoongi. Ele não ficava exibindo-se o tempo todo ou mostrando seus músculos a todo minuto; não corria atrás de ômegas, mas havia pencas de garotos e garotas interessados por ele.

Ele apenas ia para a aula e prestava muita atenção, vez ou outra mordendo os lábios carnudos insistentemente. Sempre quieto e calmo, sem mostrar-se demais e com um sorriso pequeno no rosto. Yoongi ficava intrigado, mas o que mais achava estranho era que, mesmo com o cheiro irritantemente notável de Yoongi, o garoto de lábios cheios parecia não ser afetado por ele. Não que o Min não gostasse disso, óbvio que gostava, era um alfa a menos perseguindo-o, mas não conseguia evitar que os pelos de sua nuca subissem involuntariamente quando encontrava com o mesmo pelos corredores da Universidade e aqueles olhos pequenos encontravam os seus. Principalmente porque Park Jimin pareciaevitá-lo tanto quanto podia. Sempre desviando seus olhos do outro, saindo de seu caminho e dando mais espaço do que o necessário para Yoongi passar. Não que isso o incomodasse, claro. O Min apenas tinha curiosidade, gostaria de saber qual o problema do alfa. Então lembrou-se de quando dividiram a bancada há uma semana.

— Ah! Me desculpe — disse depois de esbarrar a mão na de Yoongi durante uma aula prática enquanto pegava um tempero no balcão.

— Tudo bem… — respondeu, afinal, o outro não havia feito nada de mais. — Você quer esse? — Apontou para o tempero.

— Sim, por favor. — Sorriu e seus olhos fecharam.

Yoongi sentiu a típica reação de seus pelos da nuca, era um incômodo ter a biologia contra si. A cada palavra ou atitude daquele garoto sentia que seu corpo reverberava em resposta, e não era do jeito que ele esperava.

— Obrigado — disse simples o alfa.

E então, quando o mesmo passou a evitar Yoongi, o ômega não entendia o que havia acontecido ou se havia feito algo, mas também não iria perguntar. Tinha uma imagem a zelar e não correria atrás de alfa nenhum.

— Você não lembra? — falou Seokjin enquanto Yoongi comentavam sobre o alfa parecer sempre estar fugindo dele.

— Não. Se lembrasse não estaria te perguntando.

— Foi no dia do trabalho em grupo! — Seokjin esperou que Yoongi lembrasse do que havia acontecido e o garoto de cabelos verdes arregalou os olhos entendendo.

Meses atrás, a turma foi dividida em grupos para a realização de um trabalho que simularia uma experiência de cozinha real. Park caiu justamente no mesmo grupo que Yoongi, Seokjin e duas outras ômegas. O Min havia sido atormentado pelo caminho até o pavilhão de aulas, chegou pisando duro no refeitório — onde haviam marcado de reunir-se para falar sobre o trabalho — e, irritado, bateu as mãos sobre a mesa.

— Eu odeio alfas! Filhos da puta nojentos! — disse ríspido, assustando não só as duas ômegas como também Park Jimin, que estava sentado junto à elas.

— Com licença… — falou baixo, empurrou a cadeira onde estava sentado e levantou-se, carregando seu almoço para fora do local.

— E-eu não tinha visto que ele estava aqui.

No dia seguinte ao ocorrido, Yoongi pediu que Seokjin falasse com Jimin para esperar um pouco ao fim de uma reunião do dito trabalho, para esclarecer a situação.

— Eu não vi que você estava com Wheein e Solar.

— Então se eu não estivesse, não estaria se desculpando? — perguntou o outro com um leve bico.

Yoongi se surpreendeu ao ter a resposta do rapaz e se deu conta de que era a primeira vez que falava com o mesmo diretamente. Olhando-o assim, bem de perto, era bem mais bonito e cheirava muito bem.

— Não é o que eu quis dizer… é só que não era por sua causa, sabe? São os outros caras, eles não me deixam em paz um segundo sequer e...

— Está tudo bem, Yoongi. Eu entendo, não tem problema — falou com um pequeno sorriso. — Boa tarde.

Mesmo dizendo que entendia, desde então o rapaz sempre procurou manter certa distância do ômega irritado.

— Mas eu me desculpei, certo? — disse, já emburrado.

— Às vezes pedir desculpas não resolve tudo — pontuou Seokjin. — Jimin é legal e gentil, ele sabe que você não gosta de alfas, então…

— Bom… eu já pedi desculpas — falou —, se ele quer continuar me evitando, pois que fique! Pelo menos não vou ter que sentir cheiro de laranjas por onde eu passar.

Seokjin sorriu ao ver o amigo cruzando os braços e colocando os pés sobre a cadeira da frente.

— Ora, ora… Parece que alguém conseguiu chamar a atenção de Min Yoongi, finalmente!

— O quê? Isso não tem nada a ver!

— Ah, claro, então você andou focinhando o cheiro de Park Jimin por aí?

— É claro que não! Você está louco.

— Então por que você ficou vermelho de repente? — disse apertando a bochecha do rapaz.

— Porque está quente! — Deu um tapa na mão do outro, afastando-a. — Essa sala não é climatizada?! — Abanou-se com a mão.

— Eu já disse que seu cheiro está mais forte que o normal — falou sério.

— Ainda não é época. — Levantou e pegou a mochila. — Vamos embora, preciso revisar algumas coisas.

Chegou ao dormitório e se deitou para descansar um pouco antes de revisar a matéria.

Mais tarde, tentava estudar, porém fechou o caderno depois de um tempo, seu cérebro não conseguia focar em temperos quando a lembrança do rosto fofo e sorridente de Park Jimin rodava em sua mente.

Suspirou alto, quase gemendo, isso não deveria estar acontecendo.

No dia seguinte, chegou ao pátio da Universidade atrasado, havia dormido demais, e não era a primeira vez que acontecia. O local estava cheio e ele odiava aglomerados de pessoas, principalmente se elas ficavam encarando-o como estavam fazendo. Não sabia se era pelo excesso de roupas que vestia ou por estar praticamente correndo pelo campus, mas uma fina camada de suor começava a se acumular rente à sua pele.

Só se deu conta do que realmente estava acontecendo quando sentiu um pouco da lubrificação escorrer entre sua coxa e o tecido da calça que usava.

— Merda! — praguejou, correndo o mais rápido que conseguia para longe daqueles olhos predadores e narizes que fuçavam o ar em busca de sentir mais de seu cheiro mentolado.

Não era o dia certo de seu heat, então não estava preparado com nada que lhe ajudasse. Sequer uma muda de roupa, já que agora estava com as calças úmidas. Tirou o celular da mochila e discou o número de Seokjin, sem sucesso. Tentou mais algumas vezes e finalmente conseguiu que o outro atendesse.

— Que foi, Yoongi?! — sussurrou o outro ao atender.

— Onde você tá?! Preciso de ajuda — choramingou. — Meu cio…

— Merda, Yoon! Eu tinha avisado!

— Depois você briga comigo, mas por tudo que é mais sagrado, me ajuda! — pediu. Entrou em um laboratório vazio e se encolheu atrás de um balcão.

— Onde você tá?

— Laboratório de química básica, eu acho — disse baixo.

— Você acha?!

— Eu tô com dor, caralho! — gritou com o amigo. — Tem como você vir?

— Caso você tenha esquecido, hoje é dia de prova! — Ouviu o outro choramingar do outro lado da linha, Yoongi sempre esquecia datas importantes. — Fique aí até o horário do segundo tempo. Os corredores vão estar vazios, vá para a sala de fotografia e encontre Taehyung. Ele vai te ajudar.

— Ok, ok. Até depois.

Desligou o celular sentindo mais uma pontada de dor. Olhou no ecrã e ainda faltava cerca de uma hora até o segundo tempo, sessenta longos minutos que teria de ficar trancado e sentindo dor sozinho dentro do laboratório. Bufou e se encolheu mais no chão, abraçando as próprias pernas.

— Que merda de vida de ômega!


[...]


Não poderia explicar o alívio que sentiu ao soar do sinal que anunciava o segundo tempo. Os alunos atrasados entrariam em suas turmas e os corredores ficariam quase vazios, facilitando sua investida de correr até a sala de fotografia o mais rápido que pudesse.

Yoongi conhecia Taehyung, era um ômega muito bonito que sempre estava fotografando Seokjin, quando, na verdade, ele mesmo poderia ser modelo. Os cabelos acinzentados eram levemente ondulados e ele, apesar de sempre estar bem calado, parecia ser uma ótima pessoa, o sorriso quadrado era sua marca registrada e mesmo Yoongi sendo um ômega não poderia deixar de ficar admirado com a beleza do rapaz.

Ele sabia que Taehyung poderia ajudá-lo, o problema mesmo seria conseguir chegar até o outro lado do prédio a tempo, não esbarrar com ninguém e, ainda por cima, sentindo as dores no baixo ventre. Suspirou alto antes de correr em direção ao prédio branco, sentindo o líquido lubrificante escorrer desconfortavelmente entre suas pernas.

Mais fácil do que imaginava conseguir, chegou à sala de fotografia e forçou a maçaneta, mas é claro que tudo não poderia ser tão fácil, é óbvio que Taehyung não estava ali justamente no dia em que seu cio resolveu vir antes do tempo e é claro que a porta estaria trancada.

— Taehyung! — chamou enquanto batia o punho fechado contra a porta. — Kim Taehyung!

Gemeu ao sentir mais uma pontada de dor incomodar, a camisa que vestia já estava ensopada de suor e a jaqueta de couro o sufocava cada vez mais. Sentiu o arrepio costumeiro subir por sua nuca e olhou para os lados. Tinha certeza de não ter visto nenhum alfa enquanto corria até ali.

A porta abriu de repente e Yoongi quase caiu para dentro da sala, mas uma mão pequena apoiou seu ombro e ele pôde erguer-se corretamente — ou quase isso.

— Park?! — Sua voz saiu baixa e surpresa. — O-onde está Taehyung? O que faz aqui? — Soltou de uma vez.

— TaeTae foi resolver algo na sala do centro acadêmico e me pediu para ficar aqui… — disse o alfa retirando a mão do ombro alheio.

Park Jimin era realmente estranho. O tom de sua voz era doce e suave, quase musical; seus olhos pequenos quase nunca focavam diretamente nos do Min e suas bochechas fofas eram levemente avermelhadas. Mesmo sendo um alfa, suas roupas não marcavam os músculos que Yoongi sabia que Jimin possuía. Os óculos de grau o deixavam ainda mais fofo e o Min arfou enquanto corava. Malditos pensamentos. Maldito cio.

— O que você está fazendo aqui? Nunca vi você nessa área.

— Eu faria a mesma pergunta, mas preciso urgentemente encontrar o Taehyung — disse encostando-se no batente da porta, cansado e dolorido.

— Espera… você tá cheirando muito forte.

Franziu o cenho com a constatação óbvia do alfa à sua frente. Jimin ergueu a mão próxima ao rosto do Min.

— Ei! O que pensa que está fazendo?! Não me toque! — O outro recolheu a mão.

— Eu só ia verificar sua temperatura, que tipo de pessoa acha que eu sou?! — disse ofendido.

Viu o alfa baixinho se afastar para dentro da sala novamente. Ele não sabia se entrava e esperava Taehyung ou ficava em algum outro lugar até Seokjin ir a seu socorro. Mas a questão era: qual outro lugar? Estava sem opções. Ouviu um barulho perto das escadas e alguns rapazes perguntando sobre o cheiro mentolado no ar.

Entrou na sala e trancou a porta atrás de si, afinal, dos males, o menor — literalmente. Park Jimin não tinha fama de ser abusado, e mesmo se tentasse algo, os anos de aulas de defesa pessoal que Yoongi havia feito dariam um jeito no baixinho.

— Não deveria ter vindo pra cá no seu período — disse o alfa —, é perigoso.

— Não era meu período, meu ciclo endoidou, não sei por que veio hoje. — Escorou-se em uma mesa próxima, mais e mais dor.

— Você está pálido. Mais do que o normal.

Yoongi olhou para o alaranjado, sentado em uma das banquetas despreocupadamente, com seus óculos de grau, como se nada estivesse acontecendo, como se não estivesse com um ômega em pleno cio cheirando como uma fábrica de perfumes bem ali, a metros de si.

— Qual é o seu problema? — disse ríspido.

— O quê?!

— Você! Está agindo como se não ficasse afetado! Você não sente meu cheiro? — perguntou exasperado.

Jimin desviou o olhar do outro, pegando algumas das fotografias de Taehyung e organizando em pastas.

— É claro que eu sinto…

Yoongi esperou por mais alguma resposta e vendo que nada veio, continuou.

— E então?!

— E então o quê? — disse confuso.

— Deixa! Você está me confundindo e eu estou com dor!

— Acho que posso ajudar com isso…

— Nem pense, Park Jimin!

O alfa piscou algumas vezes, sem entender do que o outro estava falando.

— Haha — falou ironicamente. — Não banque o sonso! Não vai encostar um dedo em mim!

— Sinceramente, o jeito que você fala de mim e pensa coisas sobre mim me magoa… — Virou de costas e buscou mais algumas fotografias.

— Desculpa, é só…

— Eu já sei, são os outros alfas, você me disse.

Yoongi engoliu em seco ao perceber o tom de voz baixo e magoado do outro. Se fosse qualquer outro alfa ali, não faria a menor diferença. Entretanto, Park Jimin sempre foi alguém que Yoongi não conseguia entender, assim como não entendia por que era tão difícil manter suas defesas levantadas enquanto estava perto do rapaz. Era como se toda a armadura, que passou anos construindo, se despedaçasse aos bocados toda vez que estava diante do alfa e isso o confundia demais.

Encolheu-se ao sentir mais uma pontada de dor. Jimin percebeu e suspirou, ainda olhando para o ômega que arfava pesadamente; caminhou até o centro da sala e sentou de costas para o Min, enlaçando suas pernas com os próprios braços.

— Quando um ômega está sentindo dores, o calor de um alfa pode amenizar. — Olhou por cima do ombro. — Não vou fazer nada, Yoongi. Eu sei respeitar os outros.

O alfa continuou quieto no mesmo lugar. Yoongi engoliu em seco, um pouco corado pelo que o alfa havia acabado de dizer. Não queria dar o braço a torcer, mas não negaria que só de sentir o cheiro do alfa naquele lugar já estava deixando-o mais calmo.

Devagar, aproximou-se de Jimin e sentou-se perto dele, com as costas quase coladas e, finalmente, relaxou. Deixou escapar um suspiro aliviado. Jimin riu, aquela risada fofa que Yoongi já havia ouvido algumas vezes.

— O que foi? — disse rouco.

— Não entendo por que tem tanto medo de mim… — Ouviu Yoongi bufar.

— Eu não tenho medo de você, alfa — disse debochado. — Não sou eu que vivo correndo de você como o diabo corre da cruz.

Ouviu Jimin rir novamente.

— Não tenho medo de você… só sei que você não gosta de alfas. Então não abuso de ficar no seu espaço.

Yoongi ficou calado. Nunca havia trocado tantas palavras com Jimin como naquele curto período de tempo. Pôde constatar que o alfa era sim muito gentil como Seokjin havia dito, então não se sentiu tão incomodado ao lembrar das vezes em que se pegava observando o rapaz ao longe.

— Obrigado…

— Pelo quê?

— Por não ser um babaca.

— Disponha.

— E me desculpe… — continuou o ômega.

— Por?

— Por ter sido um babaca.

— Está desculpado — disse com um sorriso.

O Min sentiu o corpo mais relaxado e menos dolorido, deixando que suas costas encostassem suavemente nas do alfa que contraiu o corpo. Quando o silêncio pairou sobre eles, Yoongi resolveu quebrá-lo e tornar a situação menos constrangedora.

— Por que passa tanto tempo na biblioteca? — perguntou.

— Você… você anda me espionando?

— É claro que não! Eu só… só estava passando, é meu caminho… — Sentiu os ombros de Jimin balançarem enquanto ele ria.

— Meus amigos são muito barulhentos, é horrível ficar no dormitório, não consigo estudar.

— Você não gosta de ficar medindo seu pinto com os deles?

— O quê?! — Riu nervoso.

— Não é isso que alfas fazem? — brincou.

— Eu tenho modos.

Yoongi riu. O cheiro cítrico e levemente amadeirado do alfa era bom, assim como sua companhia.

— Como conheceu Taehyung?

— Nossas mães são amigas.

— E vocês tem algo? — perguntou antes que pudesse evitar.

— Isso importa? — disse arqueando a sobrancelha, olhando para o ômega por cima do ombro.

— Não, é apenas uma curiosidade. — Deu de ombros.

— Somos amigos desde pequenos, crescemos juntos, fazíamos tudo juntos. — Olhou para as fotografias penduradas pela sala escura, lembrando do amigo explicando coisas que ele não entendia, mas se esforçava para ajudar.

— Então é por isso que você não é como os outros?

— Não só por isso. — Deu de ombros. — Minha mãe me criou sozinha, então… eu aprendi a como respeitar ômegas.

— Acho que ela fez um bom trabalho.

Jimin riu.

— Por que você fica sempre assim na defensiva? — perguntou. — Por que sempre age dessa forma?

Yoongi suspirou e se remexeu contra as costas do outro.

— Se você fosse um ômega entenderia.

— Então me explica.

O ômega ficou em silêncio por algum tempo, pensando em tudo o que passou e em todo tempo que levou para se construir. Mais uma vez, não conseguia manter suas defesas.

— É o jeito que eu tenho pra não deixar que se aproximem… Quando você é um ômega e todos te veem como algo que pode ser usado e assediado o tempo todo, isso cansa.

O alfa apenas ouvia atentamente.

— Acabei me acostumando e confundindo as coisas, eu sei que não deveria ter agido dessa forma com você, mas… eu não consegui evitar.

— Porque eu sou um alfa.

— Sim… — disse sem graça.

— E você odeia alfas.

Os dois riram.

— Você deveria parar de julgar as pessoas pela classe. Afinal, você é um ômega e não é nada delicado. Eu posso ser um alfa sem precisar ser um brutamontes sem noção.

Yoongi ficou vermelho. Havia sido tão estúpido com alguém que não merecia e repetiu atitudes com as quais nunca concordou. Sentiu-se um idiota.

— Eu sei e sinto muito por isso.

Fechou os olhos e ficou apenas apreciando a presença e fragrância do alfa sentado ali.

— Você me assusta e confunde, porque não é igual a nada que eu já tenha visto. — Deitou a cabeça para trás, no ombro do alfa.

Jimin repetiu sua ação, virando para o lado, fazendo com que seus olhos ficassem na mesma direção dos olhos do ômega.

— Você me assusta e encanta, porque é diferente de tudo o que eu já vi.

Yoongi aproveitou que Jimin estava mais de lado e puxou o ombro do outro, para que pudesse virá-lo de frente para si e então aconchegar-se em seu abraço. Arrumando o ômega entre seus braços, Jimin repousou o queixo no ombro do outro, sobre a jaqueta de couro que cheirava a hortelã.

— Quem diria que as coisas aconteceriam dessa forma…

— Como assim? — Ouviu o alfa rir nervoso.

— Eu sempre te admirei de longe, sempre quis… conversar, mas você sempre foi tão fechado que eu sempre achei que algo do tipo fosse impossível.

— Tipo o quê?

— Eu já imaginei muitas vezes ter você nos meus braços, mas sempre pensei que eu chamaria você para sair antes. Te levaria a um lugar legal e depois te deixaria em casa. — Sorriu triste, sem que Yoongi pudesse ver. — A verdade é que eu sempre fui apaixonado por você.

Yoongi enrubesceu com a declaração repentina do alfa. Jamais havia passado por sua cabeça que um dia Jimin poderia falar tão claramente que era apaixonado por si, já que o mesmo nunca demonstrou interesse no ômega.

Desde que haviam começado na mesma turma, Jimin nunca se aproximava demais, não investia e, mesmo que Seokjin falasse que o garoto ficava olhando para Yoongi, pessoalmente o ômega nunca havia visto. Sentiu seu rosto esquentar tal como seu corpo, podia sentir o coração batendo na garganta de tão ansioso e nervoso estava.

— Só estou falando isso porque acho que é a única chance que vou ter. Você pode voltar a me odiar agora — disse enquanto se levantava, despertando Yoongi de seu surto silencioso.

Jimin destrancou a porta.

— Posso te cobrir com meu cheiro e te levar até seu dormitório. Acho que o Tae vai demorar a chegar.

Yoongi ainda não conseguia responder corretamente, então apenas balançou a cabeça e levantou do chão. Eram muitas informações para sua cabeça, queria conseguir responder algo, mas sua boca abria e fechava e nada saía. O braço de Jimin o rodeava pela cintura enquanto caminhavam e Yoongi sentiu segurança onde jamais pensou que encontraria, nos braços de um alfa. Enquanto seus dedos agarravam a camisa de lã do alfa para manter-se de pé, o ômega aproveitou para sentir um pouco mais da essência gostosa e do calor que emanava do corpo alheio.


[…]


Quatro dias depois, sentado na sala de aula, Yoongi ainda não tinha coragem de encarar o alaranjado do outro lado da classe.

Jimin havia deixado Yoongi no dormitório como prometeu e recomendou que o ômega se hidratasse e repousasse. Durante seu período de cio, o ômega havia ficado no quarto, longe de qualquer alfa descontrolado que pudesse atentar contra ele. Vez ou outra ia até a varanda para observar os outros estudantes e inconscientemente buscar por uma cabeleira alaranjada em meio a tantas.

— Por que você não cria colhões e vai falar com ele? — perguntou Seokjin no meio da aula.

— O quê?!

— Jimin. Você disse que ele te ajudou. Poderia ao menos tentar manter uma amizade saudável.

— Hm.

Seokjin só sabia de uma parte do que havia acontecido na sala de fotografia, Yoongi não contara a parte em que o alfa havia se confessado. Jimin continuava a agir como se nada tivesse acontecido e, por algum motivo que o ômega fingia desconhecer, Yoongi seguia o alfa com os olhos pelos lugares onde ia, o que não havia passado despercebido por Seokjin.

— Sinceramente, já tá mais do que na hora de você parar de julgar as pessoas assim, nem todo mundo é igual.

— Alfas são.

— Ah, qual é, Yoongi?! Admite que você fica todo bobo quando vê Jimin e você sabe, sim, que ele é diferente!

Yoongi sabia. Ele ainda não confiava em alfas, Jimin era uma exceção em um milhão. O que o Park havia falado ainda se repetia diversas vezes em sua cabeça, deixando-o constrangido vez ou outra ao lembrar de que o rapaz fora extremamente respeitoso e carinhoso ao se declarar enquanto tudo que o Min havia feito foi ficar calado como um idiota, mas não era apenas isso que lhe incomodava.

Depois do fatídico dia, Jimin não estava evitando-o, ele simplesmente estava ignorando a existência do mesmo — não que Yoongi estivesse tentando sempre ficar no caminho do alfa, mas parecia que Jimin sempre dava um jeito de não se esbarrarem mais. Mesmo não querendo admitir, Yoongi sentia falta da presença tranquila do alfa.

O que o estava matando por dentro é que o Min sabia muito bem que era ele quem precisava fazer algo, tomar uma atitude, já que Jimin já havia se declarado. O problema é que ele não fazia ideia de como fazer isso.



Depois de ter pensado por alguns dias, resolveu que precisava fazer algo a respeito, então esperou que a aula terminasse e seguiu Jimin pelos corredores enquanto criava coragem para chamá-lo.

— Com licença… — disse aproximando-se do alfa que lia algo debaixo de uma árvore, próxima ao pátio do Campus. — Oi.

— Oh! Oi, Yoongi — falou quando olhou para cima e viu o ômega.

— Posso sentar? Ao seu lado, quer dizer, com você.

— Claro…

Park ajeitou os óculos e fechou o livro, dando atenção ao rapaz de cabelos verdes. Yoongi sentou ao seu lado, mas um tanto afastado.

— Eu não sei por onde começar… então… é, obrigado pelo outro dia — disse rápido. — Por ter me ajudado e me levado em segurança até o dormitório.

— Eu já disse que tá tudo bem. — Sorriu, o sorriso que desarmava Yoongi. — Não precisa se preocupar com isso.

— Ok, então… eu vou indo... Hm… Tchau.

Não conseguiu fazer o que tinha planejado. O ômega levantou e varreu a sujeira da calça, afastando-se com as mãos enfiadas no bolso da jaqueta, tentaria outro dia. Deu alguns passos e virou novamente, vendo o alfa atento novamente ao seu livro. Bufou.

— Ei, Park Jimin! — chamou, fazendo o outro parar de ler novamente para dar atenção a ele.

— O quê? — perguntou o alaranjado.

Yoongi praguejou mentalmente. Como aquele alfa poderia ser tão fofo e indiferente depois de tudo? Como ele conseguia manter-se tão tranquilo enquanto só seu cheiro já fazia todos os pelos de seu corpo eriçarem e seu coração bater estupidamente rápido, mesmo não estando no cio.

Abaixou-se segurando as bochechas do alfa, os olhos pequenos fixos em si.

— Você é muito estranho. — Roçou o nariz no do outro enquanto sentia o cheiro cítrico se misturar ao seu. — Eu gosto muito disso. — E beijou o alfa nos lábios.

~~~~


Notas Finais: Obrigada se chegou até aqui!

E então? O que acharam???

Me deixem saber!

Até a próxima e…

Não esqueçam:

Tia Loui 💜 Vocês.

3 de Julio de 2021 a las 19:56 1 Reporte Insertar Seguir historia
6
Fin

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Verônica Miller Verônica Miller
✨PER-FEI-TO✨ Simplesmente incrível! A quantidade de sorrisos bobos que essa história me proporcionou não ser escrita por nenhum número sequer existente nesse planeta. Muito obrigadx por escrever tudo isso, de verdade!
August 30, 2021, 01:25
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