helenasterling Helena Sterling

O quarto príncipe, Huang Zitao, é conhecido por ser tão belo quanto o desabrochar de um jardim de peônias, entretanto, também é famoso por sua habilidade de luta fraca e técnica de espada medíocre. Uma vergonha para a linhagem real Huang. Quando a tensão com um império vizinho se agrava, a ameaça de invasão se torna mais e mais real. Diante do medo de ter seu povo dominado ou escravizado e de ser morto, Zitao parte em uma missão diplomática para se encontrar com o imperador inimigo, Wu Yifan, e negociar. O objetivo sempre parece alto demais para ser alcançado, mas desistir não é uma opção. E, talvez, não valha a pena, mas está disposto a arriscar. Pelo menos desta vez, quer ser útil a seu povo e nação. "O povo em primeiro lugar. Todo resto é secundário."


Fanfiction Bandas/Cantantes Sólo para mayores de 18.

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1' O caçula amado por (quase) todos

— Vamos contatar o comprador só depois de sairmos do país...

Zitao abriu os olhos no meio de um falatório. Confuso, sem saber onde estava. Teria esfregado os olhos, mas suas mãos estavam fortemente atadas uma a outra.

Sentado de onde estava, tentou olhar em volta o máximo possível. O lugar era mal iluminado, havia pilhas de coisas aleatórias em cantos e não parecia ver limpeza há tempos. Devia estar num dos subúrbios mais afastados, isso se ainda estivesse em Hai.

Poucos passos a frente, uma mulher e um homem discutiam aos berros, alheios ao fato que já estava consciente.

Cheio de dúvidas, tentou colocar os pensamentos em ordem e lembrar como acabou naquela situação.




[...]




O dia começou como qualquer outro em Tiantang, um reino ao sul de um grande império.

Huang Zitao, o quarto príncipe, levantou-se junto com o Sol, vestia o habitual traje azul e branco, quatro finas cordas pendiam do cinto. Os longos cabelos foram semipresos com um conjunto de aro e grampo de prata. Os olhos foram delineados, apenas uma linha fina na parte inferior, marca da família real.

Logo estava a espalhar beleza pelos corredores do palácio. Gentil e sorridente, cumprimentou todos que encontrou pelo caminho até uma construção separada, onde sabia que encontraria Jiali, a Primeira Princesa. Bateu na porta e entrou quando recebeu permissão.

— Kai nos presenteou com uma linda manhã, querida irmã — disse enquanto fazia uma reverência.

Jiali, que estava ajoelhada e curvada sobre uma mesa, escrevendo com um fino pincel branco, apenas respondeu a reverência em silêncio.

O aro dourado no cabelo dela brilhava. Diferente do sem detalhes na cabeça de Tao, era encrustado de cristais brancos em forma de flores.

— Irá esperar o resto da vida para dizer a que veio? — Jiali disse. Pôs o pincel apoiado, de forma que a tinta nada sujasse, e levantou-se, segurando o pequeno pergaminho escrito. — Apesar de já saber o que veio me pedir...

Sob a postura elegante com que carregou o pergaminho aberto até o poleiro, onde Tamo, a ave mensageira dela, repousava, estava o olhar perspicaz de quem conhecia muito bem o irmãozinho.

— É para Guozhi?

— Se eu soubesse onde aquele preguiçoso está, já o teria arrastado até aqui.

Jiali amarrou o pergaminho no pé de Tamo e assoviou algumas notas. O pássaro rodopiou no ar e saiu pela janela.

— Irmã, me ajuda com o treinamento?

Sim, era exatamente o que Jiali esperava.

— Não posso, Taozi. As coisas estão piorando e há muito que preciso fazer.

— Napa outra vez?

— Melhor nem comentar. Por que não pede a Yuhei?

— Yuhei e Xihuai não estão. Está previsto de chegarem esta tarde da viagem.

— De fato, havia esquecido. Mas ainda há Zhi. Ele nunca lhe recusa e nunca está ocupado.

— Quer dizer: eu treino equanto Zhi cochila em algum canto do pátio aberto.

— Guozhi.

— Guozhi? Sem querer ser rude para com seu esposo, mas ele consegue ser pior que eu.

Ela não podia negar.

— Talvez seja bom. Ambos treinam e melhoram juntos, talvez possa até ensiná-lo!

Quando a conversa havia virado de ponta-cabeça desta forma? Zitao balançou a cabeça negativamente.

— Perdão o incômodo.

— Pensou no que eu te disse? — Jiali disse suavemente quando notou que o irmão sairia.

— Não acho que estou pronto e nosso pai concorda.

— Nosso pai é orgulhoso demais para perceber. Todos sabemos que não é capaz de fazer um grande espetáculo, mas é capaz de completar. E eu gostaria que o fizesse.

— Fazer só por fazer? Não, seria uma vergonha ainda maior.

— Prefere viver o resto da vida sem direitos? Ser ridicularizado por boatos de canto a canto? Prefere arriscar a nossa...

— Basta — disse, Zitao, em voz baixa, mas suficiente. — Estou ciente que deseja o meu bem, mas sei o que faço. Não tomarei mais do seu tempo. — Curvou-se para a irmã e deixou-a sozinha.

Jiali observou a porta por onde o irmão havia saído com uma expressão séria. Fechou os olhos e balançou a cabeça. Foi quando ouviu um roncar familiar. Virou-se abruptamente, procurando a origem do som. Vasculhou de canto a canto todo o local, que era usado como acervo e para estudos. Voltando ao centro da sala anterior, colocou as mãos na cintura. Se fechasse os olhos, ainda conseguia escutar o som baixo, então, onde ele poderia estar?

Foi para o lado de fora e, com um salto gracioso, estava de pé sobre as telhas do lugar. Olhou em volta. Pequenos jardins, pátios e vegetação verde bem cuidada povoavam as divisórias entre as construções que formavam o grande palácio da capital, era fácil se esconder. Fechou os olhos e concentrou-se no som. Ao voltar a abri-los, virou-se na direção de um galho em especial, onde podia avistar a figura de preto que dormia.

— Então é aí que você estava esse tempo todo.




[...]




Tao deixou o pátio do palácio que usava para treinar quando o Sol já estava alto, brilhante e quente como manda o figurino de uma tarde de Verão em Tiantang.

Cansado por ter se esforçado um pouco demais, mas não se arrependia. Um dia ainda conseguiria se tornar um príncipe de verdade e, quando quer que fosse, seria com todas as honras e não só para execercer seus direitos. Não. Se esforçou muito para chegar no nível que estava hoje, mais que triplo que cada um de seus irmãos talentosos. Parar agora seria como desvalorizar tudo que passou. Treinaria até que seus ossos quase se partissem se fosse preciso, mas não terminaria sua vida como a sombra da família real. Sobre isso, Jiali não precisava se preocupar.

Depois de tirar e guardar o equipamento de treino, saiu do palácio. Com os pensamentos que o depreciavam já longe, um sorriso voltou a enfeitar-lhe a face.

Passear pela capital movimentada do reino sempre fazia bem para a alma de Zitao. Sentir a vida da nação através dos mercadores ávidos, dos visitantes e dos habitantes. Alguns o reconheciam e cumprimentavam, outros só percebiam que era realeza devido a fina marca sob seus olhos. Diferente dos irmãos, cuja reputação precedia cada passo, o que fazia as pessoas o olharem por onde passava era a beleza. Aos 25 anos, não havia outro como ele naquele país. O boato que o Príncipe Misterioso possuia uma beleza encantadora corria junto com o que jamais conseguiria completar a cerimônia de maioridade.

Caminhou distraído pelas ruas movimentadas de Hai, que conhecia como a palma da mão. Afinal, sequer podia sair dela. Viu alguns artigos de mercadores sazonais, nada de interessante. Pensava em se afastar da zona comercial e ir mais ao sul, onde crescia uma variedade colorida de flores selvagens. Um lugar perfeito para descansar e relaxar depois de um longo treino.

Foi quando viu uma moça bonita ser carregada por dois homens de rosto tampado. As pessoas ao redor se alarmaram e correram, alguns para salvar a si mesmos, outros em busca de algum oficial ou guarda de patrulha. Todavia, não havia tempo, até a ajuda chegar, já teriam sumido do mapa.

Zitao correu atrás deles. Em que nível de inutilidade estaria se nem conseguisse defender os próprios súditos? Não perdoaria a si mesmo se aquela moça acabasse vendida como escrava a um bordel clandestino em Lay. Enquanto corria e desviava de obstáculos pelo caminho, também pensava nos boatos que ouvira recentemente sobre essa corja imunda de sequestradores. Sequer percebeu que havia chegado num canto afastado e vazio do centro da cidade.

Os viu entrar numa viela de canto e foi atrás, esperando emboscá-los, mas foi ele que foi acertado na cabeça por trás e tudo ficou escuro.




[...]




De volta ao momento presente, Zitao tentava pensar em um modo de escapar quando, finalmente, o grupo que discutia notou que estava acordado.

Os homens deixaram o cômodo após assentirem para a garota, que era a mesma que estava "em perigo" antes.

Zitao abaixou a cabeça ao constatar que era tudo um plano.

Ela usava uma roupa diferente agora, com protetores e armas, o que o fez se perguntar quanto tempo havia passado. Um rosto jovem, coberto de falsa gentileza o sorriu.

— É uma honra conhecê-lo, Alteza. — Curvou-se em uma reverência debochada. — É uma lástima que não poderei usufruir muito de sua companhia.

E ele acabou ali por não querer que ela fosse vendida, agora era ele que seria vendido. Que ironia.

— Não dará certo. Nunca conseguirão sair de Tiantang comigo. Está ciente da punição por rapto, atentado a família real e tráfico humano?

A garota riu.

— Fala bonito para alguém que está amarrado a uma cadeira. Os Huang têm uma fama tão poderosa, mas olhe só você. — Riu mais e se aproximou a passos lentos. Quando estava de frente para ele, segurou-lhe o queixo com os polegares. — Faz ideia de quantos milhões vale? Sorte a minha. Eu diria para tomar mais cuidado da próxima vez que sair sozinho pela cidade, mas não haverá próxima vez.

Riu enquanto afastava-se novamente. Zitao já odiava o som.

Um dos homens de antes entrou novamente no cômodo e disse:

— O transporte chegou.

— Ótimo. Vamos carregar e sair daqui o mais rápido possível com a carga.

O homem saiu pela mesma porta decadente por onde entrara.

A mulher pôs-se a examinar o conteúdo de um pequeno pacote de pano. Zitao percebeu com horror que se tratava das coisas dele. O aro e o grampo de prata, um anel, um colar e...

— Para um príncipe, anda sem quase nada de valor — reclamou. — E o que são esses...?

Na mão levantada dela, haviam quatro barbantes azuis e brancos. Em cada barbante estava pendurado um objeto não maior que um dedo indicador, parecido com uma mini flauta, com bocal, mas sem a saída para o ar. O primeiro era de bronze, a forma mais achatada que cilindríca era decorada por uma porção de padrões em linhas cruzadas. O segundo era de ouro, mais fino e curto, possuia padrões em ziguezague. O terceiro era de jade branca, também achatado, a forma de uma flor havia sido esculpida na parte mais larga. Já o último chamava atenção por ser apenas um cilindro de madeira sem detalhes, o patinho feio do grupo.

Zitao estreitou os olhos ao vê-la tocar neles.

— Este é de extremo mal gosto — disse por fim a mulher. Em seguida, jogou o de madeira no chão e guardou o resto. Zitao apertou os dentes.

A mente do príncipe trabalhava em dobro para descobrir uma forma de escapar, mas como? Olhou para o objeto no chão sujo, não queria usá-lo, mas era tudo que podia pensar. Engoliu o orgulho e fez o movimento.

Colocou o tronco o máximo para frente, depois usou os pés para se impulsionar pra cima. Os braços dele deslisaram pelo encosto da cadeira, se desprendendo dela, embora continuassem atados um ao outro.

A mulher estava em choque, ele aproveitou para avançar no instrumento de madeira e lançá-lo ao ar usando os pés, o pegando logo em seguida com a boca.

Soprou. Inundado por súbito alívio.

O silêncio tomou o lugar. A essa hora, alguns dos homens de fora já haviam entrado para descobrir o motivo da confusão. Todos prenderam a respiração quando Zitao soprou, mas não ouviram nenhum som, então riram.

A mulher deu um golpe com as pernas no príncipe, o fazendo voar até a pilha de porcarias próxima. O instrumento de sopro na boca dele voou de volta ao chão, o som ecoou alto na sala silenciosa.

— Belo show, mas era só isso? — Ela o chutou, tomando cuidado para não acertar-lhe o rosto.

Zitao não se importava, agora era só questão de tempo. De qualquer forma... Não esperaria parado.

Rolou para o lado e se pôs de pé num salto. Os homens atrás começaram a avançar, mas a mulher os parou com um gesto.

— Deixem tudo pronto, ele não vai escapar — disse, cada palavra transbordava confiança. Os homens obedeceram e voltaram para fora.

Ela o mantinha encurralado longe da porta, parecia brincar. Sem conhecer a velocidade real dela, Zitao não queria se arriscar. Devia se manter ali o máximo que conseguisse.

— Sabe — ele começou —, deve conhecer a história do instrumento musical que pertence a minha família.

A mulher parou, o olhar dela se desviou para o objeto rapidamente antes de voltar a encarar o príncipe.

— Não pode ser... — Ela avançou alguns passos em fúria.

— Hanumoya. — Zitao disse confiante.

A mulher estava incrédula. Hanumoya, o instrumento lendário capaz de enviar uma mensagem com sua localização sempre que tocado. Não poderia ser real, era impossível...

— Quem você chamou?

— Poderia sugerir que fuja agora, mas não fará diferença. — Zitao repetiu a frase dela, enquanto fazia força para se soltar das cordas disfarçadamente.

— É um blefe e, se for verdade, sei que só dá para chamar uma pessoa com aquilo. Não é como se apenas um pudesse acabar com todos nós — disse entredentes.

— Não contaria com isso se fosse você. — Uma terceira voz entrou em cena, Zitao a reconheceu imediatamente.

Todos os olhares, de repente, estavam na porta.

Um homem havia acabado de entrar empurrando outro com um chute, que caiu desacordado. Se vestia como um comum, mas a fina linha preta sob os olhos e o aro dourado em sua cabeça denunciavam sua posição real. A mulher também o reconheceu.

Aquele conhecido por seu poder e desleixo, o Terceiro Príncipe, Huang Zhi.

A mulher foi rápida em desviar o golpe certeiro da espada dele, que ninguém o vira desembainhar. Sem perspectiva de vitória justa, correu e se posicionou atrás do príncipe mais jovem. Apontou uma adaga pequena e simples para o pescoço do amarrado Zitao.

O olhar de Zhi ficou assustador e, em poucos segundos, a espada dele a atravessava em um local do tronco. O olhar dela congelou e a adaga caiu no chão com um tilintar.

— Escute bem e grave: ninguém ameaça meu irmão. — Então retirou a espada num movimento fluido. O som produzido foi nojento e metálico.

A mulher caiu, segurando a ferida que não sangrava tanto quanto deveria.

Depois do irmão cortar a corda que o prendia, Zitao correu até ela. Ainda estava viva, mas cuspia sangue e agonizava.

— O que fez, Zhi? Agora não saberemos quem os mandou.

Zhi deu de ombros, mais preocupado com sua lâmina manchada de sangue.

— Há os outros. — A mulher finalmente parou de agonizar e a luz deixou os olhos dela. O corpo jovem congelado naquela expressão horrível. — Precisamos voltar, a reunião começará em breve.

— Reunião? — Zhi assentiu. — Do conselho? — Assentiu de novo. — Por quê?

— Não prestei atenção nos detalhes, você sabe, essas coisas políticas são infinitamente entediantes, mas parecia urgente. Se nosso pai não ficar careca essa semana, não fica mais. — Zhi ofereceu seu sorriso eternamente despreocupado, que Zitao conhecia mais que bem.

Mesmo que Zhi fosse dois anos mais velho, a leveza e simplicidade de seu olhar emanava uma juventude que Zitao não tinha há muitos anos.

Zitao recuperou os pertences dele que estavam no saco e o hanumoya do chão, enquanto Zhi amarrava os capangas desacordados.

— E o que faremos com o corpo dela? — perguntou Zitao antes de partirem.

— Deixe aí. Este lugar é abandonado. Apodrecerá e sumirá com o tempo, já é mais do que merece.

— Voltamos para enterrá-la depois. — O tom de Zitao era firme e o irmão concordou apenas para agradá-lo. — Mais uma coisa, não conte ao nosso pai. — Zhi o encarou com as sobrancelhas arqueadas. — Estou ciente que foi sério o que ocorreu hoje, que poderia ter acabado como escravo, mas me faça esse favor, está bem?

— E o que vou dizer?

— Não sei, mas é bom em inventar desculpas convincentes, vai encontrar um jeito.

Zhi deu um salto poderoso. Com habilidade e rapidez, estava sobre o telhado mais próximo. Zitao o olhou sem curiosidade, conhecia o suficiente dele para saber o que viria a seguir.

— Se conseguir chegar no palácio antes de mim, Irmãozinho.

— Feito! — Zitao começou a correr imediatamente, deixando para trás os gritos de protesto do irmão.

Assim, os mais jovens príncipes de Tiantang retornaram ao palácio. Sem fazer ideia do que os aguardava.

Havia sido apenas o começo.

20 de Noviembre de 2022 a las 18:50 0 Reporte Insertar Seguir historia
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