alexisrodrigues Alexis Rodrigues

Em uma noite insone, Sam decide caminhar pelas ruas de Lawrence para clarear os pensamentos. Para colocar suas emoções no lugar, ele decide que é hora de ele e Gabriel colocarem suas cartas na mesa e jogar limpo sobre sua relação e o futuro dela em meio ao Apocalipse.


Fanfiction Series/Doramas/Novelas Sólo para mayores de 18.

#supernatural #sobrenatural #yaoi #sam-winchester #gabriel #arcanjo #Terra-Winchester #pwp
Cuento corto
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Único

Avisos e disclaimer:

- one-shot se passa após o capítulo 32 de Winds of Fortune (que é a sequência de Wayward, onde esse ship nasceu, então se quiserem entender melhor o contexto, comecem por Wayward e depois Winds of Fortune);

- Sobrenatural não me pertence.

- manip usada na capa foi feita por mowanda no DeviantArt



Estava inquieto depois de toda aquela conversa maluca.

Deitado em sua cama, encarando o teto do quarto, pensando sobre todas as novas informações que tinham e sobre como deveriam proceder dali em diante. Era uma vitória a grande custo, mas de alguma forma parecia... Fácil demais.

Não havia sono para Sam naquela noite.

Irritado, se levantou e se vestiu, subindo as escadas para o andar de cima. Dean e Bella haviam movido o berço de Charlie para seu quarto para que não precisassem cambalear grogues no meio da madrugada para atender à recém-nascida. A julgar pelo silêncio, os três estavam dormindo.

– Tudo bem aí?

Ele levou um susto ao ouvir a voz de Anna. Ela estava sentada no sofá da sala, de frente para a lareira acesa, e parecia ler algum livro quando ele passou por ali.

– Tudo, sim – ele pigarreou. – Cadê o Castiel?

– Com a guarnição, caçando alguns demônios. Você não parece bem. Posso ajudar em algo?

– Não, Anna, valeu. Eu só preciso tomar um ar.

Ela pestanejou confusa algumas vezes, franzindo o cenho.

– Está nevando lá fora.

– É, eu sei – ele suspirou. – Mas eu só preciso dar uma volta.

– Quer companhia?

– Sendo bem sincero, eu queria ficar sozinho um pouco.

– Ah... Certo... – ela se voltou para o livro em mãos. – Se precisar de mim, me chame.

– Tá, claro – ele assentiu rapidamente antes de pegar seu casaco perto da porta e sair.

Pra ele pouco importava que fosse uma noite fria e que estivesse nevando. Ele precisava andar, precisava espairecer, precisava gastar energia enquanto colocava sua cabeça no lugar.

Porque, verdade fosse dita, sua cabeça estava longe de estar no lugar certo.

Ruby havia o enganado direitinho e não era como se Dean e Bella não tivessem o avisado milhares de vezes sobre aquilo.

Ele foi idiota e confiou cegamente em um demônio que o viciou em sangue demoníaco, e agora que ele sabia que era a casca de Lúcifer, ele começava a pensar que talvez, de alguma forma, o sangue de demônio tivesse alguma utilidade para seu corpo.

Talvez seu consumo servisse para fortalecê-lo para aguentar Lúcifer, mas era apenas uma teoria.

Naquele momento, enquanto caminhava sem rumo nas ruas de Lawrence madrugada adentro, o que realmente estava lhe incomodando era toda a situação com Gabriel.

A forma como as coisas entre eles haviam terminado, simplesmente porque Gabriel não conseguia lidar com o fato de que aquelas coisas precisavam acontecer e sabia o que Sam faria.

E simplesmente o abandonou. O abandonou porque seu destino precisava se cumprir e ele não podia interferir.

Isso tornava quase impossível confiar na estranha que pretendia matar Deus. O plano inteiro era absurdo, mas que escolha tinham, senão confiar nela? Bella confiava, ainda que com relutância. Eles não tinham pra onde correr, era a sua melhor chance.

Sam parou de caminhar na calçada, respirando fundo. Ele precisava tirar aquilo do peito, ele precisava de uma conversa sincera e sem enrolação.

– Gabriel? – olhou para o céu noturno. – Você teria um minuto?

Provavelmente, mesmo que tivesse, ele não apareceria. Afinal, por quê faria isso? Depois de tudo que tinha acontecido, não tinha motivos.

Sentindo sua derrota, Sam engoliu a seco e decidiu fazer o caminho de volta para casa. Ao se virar, deu de cara com Gabriel.

Sem sorrisinhos, sem piadinhas, nada do tipo. Apenas o arcanjo que um dia ele conhecera, claramente desconfortável em estar ali.

– O que quer?

– Podemos conversar? – Sam pigarreou.

– Sobre...?

– Eu tenho uma lista de coisas sobre as quais queria falar.

Gabriel se virou, suspirando, deixando Sam mais ansioso com seu silêncio.

Em um piscar de olhos, ambos estavam em um lugar completamente diferente. Um dos muitos apartamentos onde Gabriel havia o levado antes. Lá era mais quente e mais aconchegante, é claro, mas parecia mais... Vazio. Menos...

Menos feliz.

– Sobre o que quer falar? – Gabriel, em sua cozinha, encheu um copo com uísque em olhar para Sam em momento algum.

– Eu queria me desculpar.

Gabriel se engasgou com a bebida por um momento, alarmando Sam.

– Você o que? – perguntou descrente, franzindo o cenho para ele.

– Eu queria me desculpar com você pelas coisas que eu fiz.

– Exatamente de quais coisas você tá falando?

– Tô falando... De ter confiado em um demônio. E bebido sangue de demônio. E de ter me envolvido com um demônio.

– Não me interessa. Não quero saber – ele tentou desviar do assunto, lhe dando as costas para pegar gelo no congelador.

– Mas você sabia desde o início, não é?

Gabriel não respondeu, se atendo a adicionar gelo em seu copo e misturar com o uísque.

– É isso o que queria dizer naquela noite, quando me disse que sabia que eu partiria seu coração. Você disse que Deus te disse.

– Não foi o meu pai quem disse isso – o encarou por um momento. – Foi ela quem disse. Ela me mostrou tudo. Tudo, Sam. Mas quer saber? Mesmo se ela não tivesse feito isso, eu sabia que você faria essas escolhas. É o seu destino.

– Por que falam de destino como uma coisa imutável com a qual não podemos lutar? – franziu o cenho.

– Porque é exatamente assim que as coisas são. Acha que essa é a primeira tentativa de Apocalipse que eu testemunho? Eu vi essa mesma história se repetir desde o início dos tempos e alguma coisa sempre entra no caminho. Não dessa vez. Dessa vez meu pai irá morrer e eu estarei lá pra ver de camarote – respondeu em um tom mais sombrio. – Dessa vez Ele vai enfrentar as consequências de ter nos abandonado aqui.

– E pra isso vocês querem que a gente aceite os nossos papéis em um plano suicida? O que te faz pensar que isso vai dar certo?

– É mais complexo do que posso explicar. Ela não é Deus, mas ela pode mudar tudo, pelo menos aqui, pelo menos nessa realidade. A outra realidade, a original... Ela já era. Lá todos nós morremos, todos nós perdemos. Mas aqui? Aqui nós temos uma chance, uma chance dada por ela, e eu não sei você, mas eu não vou perder a oportunidade dessa vez.

– Por que confia tanto nela?

– Porque ela se importa e isso muda tudo. Deus acha que ajudar seus filhos significa deixá-los preguiçosos, exacerbar o problema em Sua criação, e se esquece que se eles são assim, é porque Ele quis que fossem. Ela não vê as coisas dessa maneira. Ela vem de um mundo onde não há Deus, anjos, demônios, deuses, nada disso. O mundo dela está às traças, enfrentando catástrofe atrás de catástrofe.

– E por que ela está aqui e não no mundo dela? – perguntou confuso.

– Porque ela não tem poder lá. Aqui, e em outros mundos, ela tem. Ela se importa com todos nós, e pode e quer nos ajudar. É por isso que confio nela.

– Se você sabia de tudo que ia acontecer... – ele suspirou. – Por que fugiu? Por que... Por que desistiu de mim?

Gabriel baixou os olhos para o chão, sentindo-se encurralado.

– Por favor, você me deve isso – Sam insistiu.

– Eu desisti por medo – Gabriel finalmente ergueu os olhos para fitá-lo. – Porque eu sei o que vem pela frente, e eu sei que eu não vou ter estômago pra ver o que meu irmão vai fazer com você. E eu não quero ver – voltou-se para seu copo de uísque, que logo tratou de encher de novo. – Não quero ver porque não quero me importar. Eu já me importei demais com os humanos. Eu tô cansado, Sam – o encarou. – Eu sou muito velho pra continuar me apegando à pessoas cujas vidas vão passar em um piscar de olhos. Tá na hora de ser menos humano e mais arcanjo, como deveria ser.

Era como se um grande buraco tivesse se aberto no peito de Sam de novo. A sensação de abandono, de vazio, de não ser querido.

A sensação de que ninguém lutaria por ele, como se ele não importasse.

– Então me responde uma coisa... – Sam se levantou, caminhando até Gabriel na cozinha. – Se você não queria se importar, se você não tinha intenção nenhuma de levar à sério, por que você fez tudo aquilo comigo? Por que flertou comigo descaradamente e me levou pra cama tantas vezes? Por que fez eu me apaixonar por você só pra me largar como se todo o lance de destino do qual vocês falam tanto fosse uma coisa com a qual eu pudesse lutar?! Por que brincou comigo como se eu fosse descartável, Gabriel?!

– Eu não brinquei com você! – ele se irritou. – Eu não brinquei, tá legal? – e após um longo suspiro, uma confissão: – Eu me joguei de cabeça nisso também.

– Por que? – Sam engoliu a seco, seus olhos começando a marejar.

– Porque a verdade é que eu sempre gostei de você – Gabriel deu de ombros. – Mesmo naquela outra realidade, e lá eu nunca tive chance. Pensei que... Pensei que ao menos nessa eu poderia me dar ao luxo de me arriscar... Ao menos uma vez poderia ficar com você. Eu vi a oportunidade e eu me joguei nela. Foi isso.

– Você sabia que era a primeira vez que eu me envolvia com alguém desde a Jessica – o encarou. – Sabia o que eu queria.

– É, eu sabia.

– E mesmo assim você me deixou.

– É, eu deixei.

– Já te ocorreu que eu nunca quis que terminasse? Que eu nunca desisti da gente, independente do que a gente tinha?

– Você tava com a Ruby – Gabriel franziu o cenho.

– Porque depois que o Dean morreu, ela era a única que tinha sobrado!

– Tá de sacanagem? – ele se indignou. – A Bella é o que pra você? Enfeite?! Você tem ideia do estado em que ela ficou quando você abandonou ela no meio da madrugada? Ela tava perdendo peso, ficando quase cadavérica de tão devastada que ela ficou por perder o Dean e perder você! Não aja como vítima, como se ninguém além do Dean tivesse se importado, porque a Bella tava disposta a ir pro Inferno por você! Ela tava disposta a morrer pra que vocês dois não se separassem, você tem noção disso?!

– Então por que isso não aconteceu?!

Gabriel desferiu um tapa no rosto de Sam, um forte o suficiente para deixar o rosto dele vermelho. Sam estava bem mais que furioso, mas apenas o encarou.

– Dean tinha um papel a cumprir, assim como Bella, assim como você. Se ela fosse pro Inferno, não teria se tornado a Santa que deveria ser, e você, goste ou não, precisa aceitar que cada um tem um destino. Bella foi esfolada viva, ela teve que morrer em nome da fé pra ser o que é hoje! Santos Guerreiros não beiraram à extinção sem motivos, então tenha mais consideração e pare de agir como um menino mimado! Você tem uma família que se importa com você e faria qualquer coisa por você, e isso é mais do que muitos têm!

– Eu não sou um ingrato!

– É o que tá parecendo, com essa atitude!

Sam lhe deu as costas, se afastando por um momento, tentando se acalmar para não dizer mais nenhuma besteira.

– O que vocês querem de mim, afinal?

– Essa pergunta já foi respondida, Sam.

– E o que querem que eu faça?!

– Além de seguir o plano? O que sempre fez: caçar coisas, salvar pessoas. Manter o negócio da família vivo. Andar na linha, pra variar, e parar de ser escroto com a Bella. Vocês eram melhores amigos, Sam. Olha só o que tão se tornando! Você sempre quis uma família e agora tem uma! Tenha pelo menos a consideração de ser um bom tio pra Charlie!

É, Sam não tinha como retrucar com aquilo. Gabriel estava certo, é claro. Pensar nos tempos em que ele e Bella caçavam sozinhos, que eram uma dupla incrível em campo, e no quanto haviam se divertido...

Isso o fez perceber o quão babaca estava sendo com ela. Devia a ela um pedido de desculpas e um processo de reparação, mas não sabia por onde começar. Não sabia mais como se aproximar. Eram como estranhos de novo.

E Gabriel, também, era um estranho para ele.

– Então... É isso? Não há volta? – se virou para encará-lo. – É o fim da linha pra gente, de vez?

– Sam...

– Eu só... – suspirou. – Eu preciso saber. Agora não há mais nenhum segredo, nenhum motivo obscuro que justifique nada. Eu só quero saber se não temos mais chance porque você não me quer ou se é porque tem medo do fim.

– Sam... – ele baixou a cabeça. – Não faça isso comigo, por favor.

– Não estou fazendo nada além de pedir uma resposta.

– Não é a verdadeira pergunta, e a verdadeira pergunta não tem uma resposta simples. Eu não vou conseguir... Não vou conseguir seguir o plano se... Se eu ver Lúcifer tomar você – engoliu a seco. – Não vou conseguir ficar olhando ele te destruindo por dentro. Não dá, Sam, eu não posso.

Sam se aproximou de Gabriel, tirando o copo de uísque de suas mãos e o largando no balcão da cozinha para segurar o rosto do arcanjo e fazer com que o olhasse nos olhos.

– Não pode ou não quer? Acha que eu não dou conta dele?

– Eu sei que vai dar conta. E eu também sei que quando vocês ficarem presos na mesma jaula que eles, tudo isso vai ser usado contra vocês. Lúcifer é criativo, Sam. Ele vai te torturar com isso.

– Eu não ligo.

– Não liga agora, mas depois será tarde demais.

– Já é tarde demais pra mim, Gabriel, porque eu me importo. Porque eu quero você e eu não ligo se eu vou ter que passar por cima do próprio Satã pra ficar com você. Eu só quero saber se eu ainda posso ter esperanças ou se devo desistir.

Gabriel ergueu as mãos para afagar o rosto de Sam e o puxar para um beijo. Um beijo que Sam havia desejado por muito, muito tempo, e que teria sido um alívio, se não fosse, também, um motivo de agonia.

– Isso é um ‘‘sim’’? – ele parou por um momento.

– Sim, cabeça de vento – Gabriel revirou os olhos.

A julgar pela irritação, devia ser, mesmo. Sam enfiou os dedos entre os cabelos do mais baixo, o puxando para si com mais força em um beijo sedento e desesperado, quase descontrolado, seu rosto se arranhando com a barba por fazer do arcanjo. Ele não se importava, até mesmo gostava. Gabriel tinha um nível de charme ainda maior quando deixava a barba crescer.

O arcanjo conduziu Sam para a sala de estar, fazendo com que se sentasse em um de seus grandes sofás caríssimos, e se sentou em seu colo, ajudando-o a se livrar de suas muitas camadas de roupas.

Sam se agarrava à ele como se sua vida dependesse daquilo. De alguma forma, dependia. Talvez sua dependência de Gabriel fosse maior que a de Ruby jamais seria. Ruby não chegava aos pés dele. Gabriel havia feito com ele coisas que ele nunca havia imaginado, e o tocado de formas que ele nunca havia sonhado.

Gabriel despertou em Sam coisas que nem mesmo Jessica despertara. Com ele estava se redescobrindo, e ter sido abandonado bem no meio daquele processo foi terrível, havia acabado com ele. A morte de Dean piorou tudo depois.

Mas mesmo que ele estivesse feliz que o irmão estava de volta, e que agora ele tinha uma sobrinha, finalmente, foi somente ali, naquele sofá, no meio daquela madrugada, que ele se sentiu feliz de novo.

Feliz enquanto Gabriel o deitava e avançava sobre si, arrancando gemidos e suspiros ao tocá-lo, ao beijá-lo, ao sorver seu membro daquele jeito especial que só ele sabia fazer.

Sam não sabia se isso tudo se devia ao fato de Gabriel ser um arcanjo. Fosse o que fosse, tudo era diferente enquanto estava em seus braços. Era como se estivesse completo, como se as coisas estivessem como deveriam estar.

– Não me deixe de novo – Sam implorou entre beijos.

– Não deixarei – Gabriel o encarou por um momento, se curvando para beijar seu pescoço enquanto o frenesi entre eles aumentava.

Sam segurou seu rosto, forçando-o a encará-lo.

– Me prometa.

– Eu prometo – Gabriel reforçou com um sorriso. – Eu prometo, Sam.


12 de Junio de 2021 a las 11:15 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Fin

Conoce al autor

Alexis Rodrigues no fim do dia, eu só tô tentando sobreviver. para os perdidos de plantão, a ordem de leitura das fanfics de universo interligado (Supernatural, Twilight, Sons of Anarchy, Sandman) é a seguinte: Wayward, Winds of Fortune, Don't Stop The Devil, Bad Company, Hell's Bells, Crucified, Bad Moon Rising. tem referências a uma personagem em Venom of Venus e futuramente talvez em Chosen.

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Terra Winchester 1: Crossover de Supernatural e Twilight
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Crossover: se passa no universo alternativo onde Bella Swan se torna caçadora ao lado dos irmãos Dean e Sam Winchester. Em ordem de leitura: Wayward, Winds of Fortune, Love Me Again (uma one-shot side story, focada no ship Sam e Gabriel), Don't Stop The Devil, Um Natal Nada Sobrenatural (especial de natal focado na família Winchester, ponto de vista do Dean), I'll Never Love Again (especial de natal, ponto de vista do Crowley, sequência de Don't Stop The Devil). Paralelamente: Bad Company, Hell's Bells, Crucified e Bad Moon Rising. Leer más sobre Terra Winchester 1: Crossover de Supernatural e Twilight.