sabrina_ternura Sabrina Ternura

Mesmo que surpreso, curvo um pouco as costas para que ele tenha mais acesso aos meus lábios e nesse instante, o turbulento aeroporto se cala, os olhares alheios se cegam e os gritos eufóricos de nossos amigos são apenas ecos, pois tudo o que me rodeia, me consome e me transborda, é o contato de alma que está acontecendo entre eu e ele.


Fanfiction Anime/Manga Sólo para mayores de 18.

#kuroko-no-basket #romance #comédia #murahimu
Cuento corto
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Meus Passos Até Você

O inverno daquele ano estava mais severo que o habitual. Mesmo que todas as janelas do carro estivessem fechadas, o aquecedor ligado e quatro camadas de blusas estarem me protegendo, eu ainda sentia frio. Talvez esse frio seja saudade, penso, enquanto faço uma curva e recordo que fazia um mês desde Himuro tinha retornado à América com Alex e Kagami para participar de um campeonato de basquete. Fiquei feliz por ele ter ido e ainda mais por ter ganhado, mas depois do que houve entre nós na última noite que ele estivera aqui, tudo o que consigo sentir é um enorme aperto em meu coração por não tê-lo ao meu lado. Felizmente, esse tormento acabaria hoje.

Paro no sinal vermelho e noto que há um pequeno congestionamento a frente, o que não era nada estranho, principalmente porque aquela era a via principal que leva até o aeroporto de Tóquio. Aproveito o tempo para me perder nas lembranças daquela noite.

Recordo com clareza de que estava sendo feita uma festa de despedida na casa em que o trio americano morava e todos os nossos amigos estavam presentes. Por algum toque do destino e depois que todos já estavam bêbados o suficiente, eu e Himuro ficamos a sós em seu quarto, que ficava no andar de cima. O que começou com uma simples conversa e um inocente segurar de mãos, acabou terminando com uma intensa noite de amor. Nós já havíamos ficado algumas vezes no vestiário depois do treino de basquete na faculdade e tínhamos noção de nossos sentimentos, mas “dar o próximo passo” não tinha entrado em evidência, até aquela noite.

Fecho os olhos e dou um longo suspiro para tentar disfarçar minha impaciência com o trânsito e com o tormento excitante que se formava por baixo da minha calça, só por recordar dos gemidos baixos de Himuro, enquanto eu o penetrava. O rádio não ajudava com meu devaneio, pois começara a tocar Call Out My Name do The Weeknd, deixando todo o clima em minha mente ainda mais sensual e minhas bochechas levemente coradas. Tamanha era a perdição em meu pensar que por trás da música, eu conseguia ouvir alguém chamando meu nome. Himuro, é você?, questiono. Contudo, antes que a resposta venha, sinto um soco forte sendo dado em meu ombro.

— MAS QUE DIABOS? — Grito e observo que o farol está verde e os carros começam a andar.

— PRESTA ATENÇÃO, IDIOTA! — Kise grita do banco de trás — A gente pisca por um segundo e você dorme. Ainda não acredito que você tem habilitação, Murasakibara.

— Cala a boca — Digo e prossigo dirigindo em direção ao aeroporto — Quando a gente descer, vou devolver o soco.

— FOI ELE! — Kise exclama, apontando para Aomine, que está sentado na poltrona ao meu lado.

Daiki, que se encontra apoiado na janela e distraído, diz:

— Gostaria de ver você tentar acertar um soco em mim.

— Vocês poderiam parar de brigar, por favor? — Kuroko pede do banco de trás com uma calmaria imensa.

Infelizmente, a discussão prosseguiu por quarenta minutos, até chegarmos no aeroporto.

◈◈◈

Dizem que quando você ama alguém de todo seu coração, fazer algumas loucuras é algo comum. Essa ideologia fazia muito sentido agora, pois lá estava eu, correndo pelo aeroporto com o coração disparado, à procura de Himuro. Meus olhos corriam por todos os lados em uma vã tentativa de encontrá-lo. Subitamente, ouço a voz de Aomine:

— Cara, você pode não sair correndo assim? O Tetsu deve ter morrido no meio do caminho tentando te acompanhar.

— Eu estou bem aqui — Kuroko responde, assustando nós dois.

— Caraca, você precisava correr tanto, Murasakibara? — Pergunta Kise, chegando por último e super ofegante — Um cara do seu tamanho chama muita atenção.

Sinto minhas bochechas quentes e olho para o lado, para disfarçar um pouco meu constrangimento e digo:

— E-Eu… É que eu… O Himuro volta hoje, eu queria…

— Nós sabemos — Aomine me interrompe, colocando a mão no meu ombro e dando um sorriso sincero, assim como Kise e Kuroko — Murasakibara, olhe para trás.

Faço o que Daiki diz e quando olho para trás, tudo parece sumir, pois a presença de Himuro ofusca qualquer matéria que nos rodeia. Meus pés se movem sozinhos na direção dele e quando, finalmente, nenhuma distância nos separa, eu o abraço.

O frio que me incomodava some quando nossos corpos estranhamente se encaixam — pois a diferença de tamanho entre nós é um pouco grande — e tudo o que passo a sentir, é uma felicidade que aquece todos os cantos de minha alma. Encosto a ponta do nariz sobre seus cabelos negros e sinto o frescor de framboesa do shampoo que ele costuma usar; esse cheiro tão familiar me encheu de uma forte nostalgia e tudo o que eu quero a partir desse momento, é permanecer ao lado do homem que conquistou meu coração.

Himuro levanta a cabeça e sorrindo, diz:

— Oi, senti sua falta…

— Oi — Não consigo deixar de sorrir ao notar que ele corou ao confessar que estava com saudade — Também senti sua falta. Pensei que ia morrer, sinceramente.

— E eu pensando que você só morria quando ficava sem comida — Uma risada alta escapa de seus lábios.

Fico em silêncio admirando a expressão linda que se formava no rosto de Himuro, enquanto ele ria. Eu poderia ouvir sua risada todos os dias, penso e solto um suspiro apaixonado. Subitamente, Tatsuya fica quieto e passa a fitar minha jaqueta. Noto que uma agitação o está consumindo, pois ele passa a brincar com os cordões da minha blusa de moletom. Após respirar profundamente, ele diz, um pouco acanhado:

— Sabe, eu não respondi aquilo que você me disse quando fui embora…

— Não respondeu o qu…

Ele interrompe minha frase com um beijo intenso e cheio de amor. Mesmo que surpreso, curvo um pouco as costas para que ele tenha mais acesso aos meus lábios e nesse instante, o turbulento aeroporto se cala, os olhares alheios se cegam e os gritos eufóricos de nossos amigos são apenas ecos, pois tudo o que me rodeia, me consome e me transborda, é o contato de alma que está acontecendo entre eu e ele. O beijo tocou minha alma como se fosse a carícia mais gentil que poderia ser feita por dois apaixonados.

Quando o fôlego tornou-se insuficiente, nos separamos um pouco e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Himuro sussurra:

— Eu não respondi... que também te amo, Murasakibara.

16 de Mayo de 2021 a las 18:20 0 Reporte Insertar Seguir historia
3
Fin

Conoce al autor

Sabrina Ternura 🌼 "Siamo fatti di-versi, perché siamo poesia" // 24🌈 SP // 📚 Graduada em Letras PT-ITA pela USP, bruxa nas horas vagas, apaixonada por plantas e pelas palavras ☕🧁

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