chiisanahana Chiisana Hana

Quando soube que viajaria justamente com Aldebaran, Shina teve vontade de morrer. Ou de matar alguém. Tamanha proximidade com o cavaleiro definitivamente não era algo bom para quem há meses lutava para esconder seus sentimentos. E ela simplesmente não sabia se ia conseguir continuar fazendo isso depois dessa viagem...


Fanfiction Anime/Manga Sólo para mayores de 18.

#saintseiya #cavaleirosdozodiaco #aldebaran #shina #shaibaran #romance #família #adoção
0
2.9mil VISITAS
Completado
tiempo de lectura
AA Compartir

Capítulo I

Os personagens de Saint Seiya pertencem a Masami Kurumada, entretanto o enredo dessa história me pertence. Com minhas fics não ganho nada além de satisfação pessoal e novos amigos.


Notas Iniciais: A ideia de juntar esse casal foi do Megumu Okada, autor do Episode G Asssassin e eu amei tanto, mas tanto que precisei escrever essa fic. Estou totalmente obcecada por esse casal! *_*

A história acontece após a Saga de Hades, mais ou menos depois dos fatos de "Bem Leve", por isso a Shina vai mencionar o relacionamento de June com certo cavaleiro de ouro...

Desconsiderei o Soul of Gold. Desconsiderei também a idade oficial da Shina, portanto ela está com 26 anos. Aliás, hoje, 24 de março, é o dia do aniversário dela! Essa fic não podia começar em dia melhor!

A princípio serão três capítulos e pretendo postar um por semana. Mas é possível que eu faça mais...

A respeito do título, é sobre a lei, mas também é sobre ela, "lei" em italiano, a minha amazona preferida e seus sentimentos confusos, sempre no limite, 8 ou 80, como disse a minha beta-reader em uma de nossas conversas..

É isso!

Boa leitura!

Dedicada a MadWolf, que compartilha das mesmas opiniões sobre esse casal incrível que o Megumu Okada criou e me presenteou com as artes mais lindas dos meus personagens originais, além de ter sido minha beta-reader e conselheira nesta história.


A LEI

Chiisana Hana

Beta-reader especial: MadWolf


"É o amor outra vez
Veio sem me avisar
Foi abrindo o portão
Desse meu coração
Pra me visitar
Pôs a mala no chão
Acendeu meu olhar
Me beijou com paixão
Me trouxe um perdão
Que me fez chorar"(1)




Capítulo I


Estava feito. Ele viu o seu rosto. A lei das amazonas dizia para amar ou matar o homem que o visse, embora não tivesse acontecido nem uma coisa nem a outra na primeira vez que o rosto dela foi exposto a um homem. Seiya... Aquilo tinha sido um erro, uma loucura que ela ainda não entendia. E nem queria mais entender.

Agora começou tudo de novo, mas dessa vez era diferente. E ela ia adiante... Ia seguir a lei. Ia amar esse homem. Amá-lo para sempre, com tudo que tinha, amá-lo até fundir-se a ele, virarem uma coisa só. Já tinha mostrado o rosto, então que diferença fazia? Queria tanto, desejava tanto arder de paixão nos braços dele...

É isso. Estava feito.

-L-E-I-

Um mês atrás...

– Não sei por que raios me mandaram para essa missão – resmungou a amazona de Ofiúco. Usava roupas civis: calça jeans surrada e camiseta vermelha lisa. Pareceria uma mulher normal, não fosse a máscara de prata na face. Viajava em um avião de carga com Aldebaran a fim de cumprirem uma rápida missão no Brasil.

Quando soube que viajaria justamente com ele, Shina teve vontade de morrer. Ou de matar alguém. Tamanha proximidade com o cavaleiro definitivamente não era algo bom para quem há meses lutava para esconder seus sentimentos. Ela simplesmente não sabia se ia conseguir continuar fazendo isso depois dessa viagem.

Aldebaran também estava de roupas civis: calça cáqui, camisa de algodão branca. As urnas das armaduras deles estavam ao lado, bem presas ao avião por cintas de nylon, junto com as mochilas deles. Ele tinha sido o cavaleiro escolhido porque a missão era em seu país, aonde não voltava havia alguns anos.

– Porque a criança que vamos buscar ainda é muito pequena – ele disse sorrindo. – Acharam que uma mulher teria mais tato.

Ele achava que Shina não era exatamente essa mulher "com tato", mas as outras duas amazonas restantes não estavam disponíveis, então ela tinha sido designada. Justamente ela, a que ele não achava indicada, a que ele achava mais fascinante. Vibrou quando soube que iriam juntos, pois achou que seria uma ótima oportunidade de se aproximarem.

– Como é mesmo o nome da cidade aonde vamos? – Shina perguntou.

– Santarém, no Pará. A criança está no mesmo abrigo católico onde eu vivi. Vai ser bom rever as freiras. De vez em quando ligo para elas, faço doações regulares.

Ela repetiu o nome da cidade. Depois ficou em silêncio, pensando. Ela mesma não voltava à Itália há muitos anos, embora a distância do Santuário para lá fosse incrivelmente menor. Não era porque não desejava. Apenas não havia para o que voltar. Nem família, nem ninguém que se importasse, nem porcaria nenhuma. Não valia a pena. Já ele parecia se importar com o abrigo onde viveu. E não parecia carregar o peso de ser órfão. Falava com alegria do lugar, das freiras que cuidaram dele… Ele simplesmente parecia… grato… grato por tudo. E foi essa gratidão que a deixou encantada.

Aconteceu depois do fim da guerra contra Hades. Os cavaleiros de ouro estavam muito debilitados depois do esforço final e ela precisou ajudar a cuidar deles, junto com Marin e todos que estavam em boas condições. Aldebaran tinha se recuperado muito rápido e passou a ajudar a cuidar dos companheiros, por isso sempre se cruzavam pelas Doze Casas. Shina nunca o viu de mau humor ou reclamando. Ele estava sempre sorrindo, tinha sempre uma palavra amiga e uma solução pra tudo, enquanto ela estava sempre irritada, de péssimo humor. Quando percebeu não tirava mais os olhos dele e ansiava encontrá-lo ainda que fosse somente para trocarem algumas palavras. Até que todos os cavaleiros se recuperaram completamente e ela passou a vê-lo raramente, sempre em encontros muito rápidos. Por achar que não tinha nenhuma chance, decidiu esquecê-lo. Estava obstinada nessa tarefa quando surgiu essa missão inesperada.

O avião deu alguns solavancos, tirando Shina de seu devaneio e colocando-a em alerta.

– Pessoal, tivemos um problema… – avisou um membro da tripulação.

– Não me diga que esta merda vai cair… – resmungou Shina.

– Esperamos que não. Mas vamos ter de pousar no aeroporto mais próximo que é o de Aracaju. Apertem os cintos.

– Ah, que beleza… – ironizou a amazona.

Aldebaran sorriu, agradeceu a informação e fez o que ele recomendou.

– E você sorri? – Shina perguntou. – Vamos pousar em um lugar diferente!

– E o que posso fazer? – ele indagou, ainda rindo. – Se é inevitável, só resta esperar um pouso seguro. Ou você prefere que o avião caia?

– Claro que não!

– Então que bom que temos onde pousar, né?

– Tá, mas me responda, isso é longe do nosso destino final?

– Bastante!

– Que maravilha – ela disse, e apertou o cinto.

O pouso foi tranquilo, mas pouco depois o capitão informou que o problema era mais sério do que parecia e por isso não poderiam seguir viagem até que a manutenção fosse feita.

– Vocês podem esperar ou seguir em um vôo comercial… – sugeriu o capitão. – E duvido que a gente siga ainda hoje. Talvez amanhã de manhã.

– Tudo dando errado! – esbravejou Shina. – Mas que droga!

– Ou tudo dando certo… – corrigiu Aldebaran. – Podíamos ter sofrido um acidente. E aí, seguimos em um vôo comercial?

– Não, né? Eu com essa máscara?

– Vão achar que você é excêntrica – ele brincou. – Bom, então esperamos?

– Pois é, fazer o quê? Que raiva!

– Relaxa, Shina – ele riu, e pegou as duas urnas e as duas mochilas. – Encare como uma folga, pois é isso que vou fazer. Podíamos almoçar na praia, que tal?

Ela respondeu com um resmungo que Aldebaran entendeu como "tanto faz" e os dois pegaram um táxi. Na orla marítima, escolheram uma pousada simpática onde deixaram as armaduras e as mochilas. Depois saíram caminhando pelo calçadão e foram até um restaurante que possuía uma enorme varanda com vista para o mar. Escolheram uma mesa nessa varanda e Shina ficou observando o cavaleiro fazer o pedido e conversar com o garçom em português. Pareciam velhos amigos apesar de não se conhecerem. Ela não estava entendendo muita coisa, mas gostou do jeito melódico de falarem.

– Quer que eu peça alguma coisa pra você? – ele perguntou a ela, em grego.

Ela olhou o cardápio distraidamente. Embora o estômago estivesse roncando de fome, só pretendia comer quando estivesse no quarto do hotel por causa da máscara.

– Aldebaran, você sabe que eu não posso tirar essa máscara, não sabe?

– E você devia saber que para tudo nessa vida tem jeito – ele disse, e chamou o garçom. Falou alguma coisa com o rapaz e ele assentiu, apontando para o fundo do restaurante. – Vem, vamos para aquela mesa no fundo, quando a comida chegar, você fica bonitinha, sentadinha virada para a parede, eu viro para o outro lado, ninguém vai ver seu rosto.

– O que você disse a ele sobre isso? – ela falou, acompanhando-o até a mesa mais escondida do restaurante.

– Eu disse que você tem o rosto deformado por uma peste que deixou bolhas enormes.

– Ora, seu filho da mãe!

– É brincadeira! Disse a verdade: que você precisa usar a máscara por causa de uma lei do nosso trabalho. O que tem demais? Algumas mulheres islâmicas não usam burca?

Ela anuiu. Embaixo da máscara, estava sorrindo. Mais uma vez ele dava jeito em tudo...

– Então, quer alguma coisa?

– O que você pedir está bom. Estou morrendo de fome mesmo.

– Você come frutos do mar, não come?

Ela respondeu afirmativamente.

– Então vou pedir um peixe assado na chapa com frutos do mar. Parece ótimo! Vem com arroz, feijão tropeiro e farofa.

– Vem o quê?

– Um feijão temperado incrível e farofa, que é uma invenção dos deuses! Você vai amar.

– Quero só ver...

Quando o garçom trouxe os pratos, ela se serviu, virou a cadeira para a parede e tirou a máscara, colocando-a sobre a mesa. Aldebaran também se serviu e virou a cadeira para o lado oposto.

– Está incrível – ela falou depois da primeira garfada. – Muito gostoso mesmo!

– Gostou da farofa?

– Sim! Muito boa! Aldebaran, essa comida está divina!

– Não está? Não posso ver seu rosto, mas tenho certeza de que está sorrindo! Comida é assim, deixa as pessoas felizes.

Ela não disse nada, mas ele tinha razão. Estava de sorriso escancarado. Uma pena que não pudesse mostrá-lo ao cavaleiro.

Almoçaram calmamente e, duas horas depois, ainda estavam no restaurante, agora de volta àquela mesa na varanda, admirando a praia. Shina tinha recolocado a máscara, mas levantou-a um pouco para tomar de canudinho um drinque sem álcool. Aldebaran já ia pedir a segunda caipirinha apesar de ela protestar pois "estavam a trabalho".

– Folga forçada – ele lembrou, e chamou o garçom em português. – Paulo! Vem cá, meu chapa! Traz mais uma caipirinha e uma porção de mini acarajé.

– Já está chamando o garçom pelo nome? – ela perguntou, rindo ao reconhecer o nome próprio semelhante a sua versão italiana.

– Ele já é meu brother! – Aldebaran respondeu. – Você vai provar uma iguaria do Nordeste. Chama-se acarajé.

– Como é?

– Acarajé – ele repetiu pausadamente. – É um bolinho de feijão frito com recheio de vatapá, caruru, camarão e salada.

– Não faço a mínima ideia do que são essas coisas, mas se você está dizendo que são boas...

Quando a porção chegou, com os bolinhos e os recheios à parte, ela pegou um e examinou.

– A aparência lembra arancini – disse, referindo-se ao tradicional bolinho de arroz italiano. – Mas o cheiro é diferente e você disse que é de feijão...

– Sim. Agora você escolhe o que quer colocar. Tem caruru, que é feito com quiabo e amendoim, vatapá, que é feito com pão, camarão moído e outras coisinhas, salada de tomates e esses camarões.

– Quero um pouco de tudo.

Ele preparou um bolinho e entregou a ela, depois se virou de costas para que ela provasse. Shina levantou um pouco mais a máscara e deu uma mordida.

– Uau! É tão cheio de sabores! É muito bom!

Ainda de costas, Aldebaran sorriu, feliz por começar a derrubar as defesas da amazona. Depois dos acarajés, os dois resolveram dar uma volta pela praia. Caminharam longamente e sentaram-se na areia para apreciar o belo pôr-do-sol na praia de Atalaia.

– Eu podia ficar aqui – Shina confessou, mas se arrependeu logo em seguida. Aldebaran podia entender "aqui com você" e, embora fosse isso mesmo, ela ainda não queria escancarar seus sentimentos dessa forma. – É bonito.

– Eu também ficaria tranquilamente – ele disse. Estava amando a companhia dela, ainda mais por ter começado a vencer a barreira que ela levantou ao redor de si mesma. Até tinha arrancado sorrisos dela! Uma pena que ele, ainda, não pudesse vê-los. Tinha certeza de que ela era linda e possuía um sorriso igualmente belo. Daria tudo para vê-lo. Daria tudo para beijá-la sob aquele sol poente. Era isso. Estava completamente apaixonado por ela desde o fim da guerra, mas era incapaz de confessar. Mantinha esse sentimento como um doce segredo, mas a proximidade e as caipirinhas estavam fazendo tudo aflorar a ponto de quase vir à tona. E o que ela queria dizer com "ficar aqui"? Ficar com ele? Aldebaran lembrou-se de que não era para estarem ali. Se tudo tivesse corrido como o esperado, deviam ter pousado em Santarém, buscado a criança e estarem a caminho de Atenas. Talvez fosse o universo conspirando... Sim, com certeza era.

Continua...


(1) "É o amor outra vez", Maria Bethânia

19 de Marzo de 2021 a las 00:43 0 Reporte Insertar Seguir historia
1
Leer el siguiente capítulo Capítulo II

Comenta algo

Publica!
No hay comentarios aún. ¡Conviértete en el primero en decir algo!
~

¿Estás disfrutando la lectura?

¡Hey! Todavía hay 5 otros capítulos en esta historia.
Para seguir leyendo, por favor regístrate o inicia sesión. ¡Gratis!

Ingresa con Facebook Ingresa con Twitter

o usa la forma tradicional de iniciar sesión