evil_ax Ivi Raise

Quem garante para Gawain, um dos melhores cavaleiros de Hekseskog, que a caçadora de bruxas não é a própria bruxa que tentou matá-lo na floresta? Ambas tem o mesmo rosto e a incrível capacidade de seduzi-lo em um piscar de olhos. Só pode ser bruxaria das bravas! Além de que Scarlett parece muito suspeita ao parecer não estar preocupada com uma bruxa-mata-gente em pleno final de ano. Como eles irão comemorar o Natal com um ser do mal à solta, caçadores de bruxas perambulando nas ruas e um Gawain com medo de uma mulher?


Fantasía Medieval No para niños menores de 13.

#Fantasia #medieval #amor
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Capítulo um: a bruxa está à solta

🎄


O cavalo relinchou assim que o jovem cavaleiro o guiou para dentro da floresta Hekseskog. As árvores robustas, altas e densas, davam um ar sombrio ao local, embora os camponeses — principalmente, os lenhadores e caçadores — não temessem adentrar pelas diversas trilhas existentes.

A trilha que o homem usava era vagamente camuflada pela falta de luminosidade que a manhã trazia. Gawain sabia que a melhor decisão seria esperar o dia amanhecer para poder voltar para o reino de Hekseskog, todavia, tinha pressa para sair da hospedagem em que estava logo após ter acabado seus afazeres reais.

Sua família mandou-lhe diversas cartas enquanto ele estava fora do reino, além das embaraçosas cartas de Maria. A filha de uma das cozinheiras do castelo.

Gawain achava a jovem de dezoito anos muito bonita, porém, sabia que não seriam compatíveis para um possível casamento. Ela sofreria muito querendo prender um espírito livre. Livre e guerreiro. Não daria falsas esperanças, com esse pensamento, sequer chegou a ler as cartas, simplesmente guardou no meio de suas coisas.

Ao seu redor, a floresta mantinha-se em silêncio, absorvendo os tons alaranjados do pôr do Sol. Vez ou outra, algum pássaro cantava ou levantava vôo. Talvez, a floresta se preparava para dormir.

O jovem cavaleiro estava ansioso para rever sua família e, não tendo coragem de admitir em voz alta, sentia saudade de Godwin, seu melhor amigo e seu irmão por consideração. Ele andava o evitando desde que descobriu não ser filho legítimo, porém, Gawain ainda o amava da mesma forma.

O cavalo relinchou novamente, parando de trotar, agitado. Ele tentava voltar, entretanto, Gawain o controlou usando as rédeas, tentando acalmá-lo.

— Calma, Tempestade — disse, mansamente. Fazia carinho no pescoço do animal, que ainda estava assustado. — O que você viu para te deixar com medo?

Sabendo que seu companheiro não o responderia, ergueu seu olhar para frente, achando que poderia encontrar uma cobra — ou outro animal — no caminho, contudo, surpreendeu-se ao ver uma mulher parada no meio da trilha, poucos metros de si, encarando-o.

Os últimos raios solares foram engolidos pela floresta e mesmo assim, aquela mulher parecia ser iluminada por algo, como se possuísse uma áurea.

Gawain não percebeu quando Tempestade se acalmou, porque sua atenção estava completamente voltada para a bela mulher.

A mais linda que já viu em sua vida. Poderia ser facilmente uma divindade, ou, a própria perfeição feita pelos deuses.

De cabelo ondulado, com os fios mais escuros e brilhantes que o céu noturno estrelado que já apreciou; o rosto era simétrico, as bochechas rosadas davam um ar de saúde e o vermelho dos lábios fartos em formato de coração era tentador. Seus olhos pareciam pretos, envolvendo-o cada vez mais, incentivando-o a se aproximar.

Sem nem pensar no que fazia, fez Tempestade prosseguir, tendo um pouco de dificuldade com a hesitação do animal no começo.

Quanto mais se aproximava dela, mais ele ficava hipnotizado com a sua beleza. Ao parar em sua frente, viu que os olhos dela, na verdade, eram azuis. O tom de azul mais escuro que julgou ser possível existir.

Achou melhor descer do cavalo. Ela acompanhou com o olhar enquanto ele ficava na sua frente, com as rédeas em uma das mãos para Tempestade não fugir.

— Boa noite, senhorita, precisa de ajuda? — conseguiu perguntar quando achou sua voz, essa engolida pela beleza quase irreal.

Agora, há poucos centímetros, Gawain analisava cada detalhe do belo rosto. Tudo perfeito: a pele lisa como pêssego, nenhuma pintinha ou sarda ousou colorir seu corpo — pelo que o vestido marrom e sem graça mostrava.

A mulher abriu um leve sorriso, revelando vislumbres de dentes brancos e alinhados.

O coração dele acelerou, tamborizando em seus ouvidos. Um simples sorriso havia sido a coisa mais sensual que viu em seus vinte e seis anos muito bem vividos.

— Boa noite, cavaleiro — respondeu ela, com a voz morna e inexplicavelmente atraente. — Nem todos são capazes de me ajudar. O que eu preciso pode ser bem difícil de fazê-lo.

Gawain engoliu em seco, encarando os lábios dela sem temer estar sendo desrespeitoso, o que pareceu não incomodar a mulher.

— Tenho certeza que serei capaz de ajudá-la no que for, senhorita. Sou um dos melhores cavaleiros do reino — falou, convicto, querendo impressioná-la. Fazendo um gracejo, apresentou-se formalmente: — Sou Sir. Gawain de Hekseskog e a senhorita? Não lembro-me de ter tido a honra de vê-la antes.

E ele conhecia todas as moças do reino, além de que se lembraria dessa moça em questão.

— Nem todos sabem minha existência — explicou ela, com um sorriso enigmático. — E eu tenho certeza que será capaz de me ajudar, cavaleiro.

Ele abriu um sorriso bobo, que morreu assim que as íris dos olhos dela banharam-se de vermelho sangue e no segundo seguinte, não tinha mais controle algum do seu corpo, que por alguma força exterior, petrificou-se.

Magia.

— Meu nome é Hera, a décima primeira bruxa na linha de sucessão real e por meio do meu nome, faço-te meu. — As palavras sussurradas dela inebriaram a mente do cavaleiro em um feitiço. — Siga-me.

Ela deu às costas, começando a adentrar na floresta. Imediatamente, Gawain começou a segui-la, não soltando as rédeas de Tempestade, que tentava impedir que seu dono continuasse caminhando para sua morte e ainda levando ele junto.

— Vocês homens se encantam por um rosto e corpo bonito e ignoram o resto — começou Hera. E riu em seguida, completando: — Aposto que não sentiu a magia que emana de mim. Seu cavalo é mais inteligente que você. Aliás, deixe-o ir, não irá ser necessário para mim e um animal tão inteligente não merece morrer por causa do seu dono idiota.

Sem controlar seus dedos, eles afrouxaram o aperto até as rédeas caírem no chão.

Tempestade não tardou em correr em disparada para fora daquela floresta, o que deixou Gawain levemente ofendido. Bem que diziam que o cachorro é o melhor amigo do homem. Agora, só restava Tempestade voltar e ajudar a bruxa a matá-lo. Seria um triste fim para um cavaleiro: morto pelo seu próprio cavalo. Desonra para todo mundo.

— Ele ainda o ama, mas sabe que não ia adiantar nada ficar com você — disse ela, olhando por sobre o ombro. — Acha que vale a pena morrer por um amigo? Provavelmente acha, não é? Vocês cavaleiros são tão nobres, ou pelo menos, eram antigamente.

Gawain tentou falar, porém, seus lábios pareciam estar colados um no outro. Apenas suas pernas se moviam mecanicamente.

A bruxa riu, o som mais sonoro que ele ouvira.

— Fale.

Ele sentiu seus lábios sendo libertos daquele feitiço.

— O que você quer comigo, ser maldito!? — vociferou, por dentro morrendo de medo.

— Ainda não sei bem o que irei fazer com… — Ela parou de falar e andar abruptamente. Olhou de um lado para o outro. — Interessante.

Ela continuou andando, dessa vez, indo para a esquerda.

— Mudança de planos, cavaleiro. Há uma clareira aqui perto e será perfeita para um feitiço de blod tårer.

— O que irá fazer comigo? — questionou, nervoso. Tentava levar sua mão até a sua espada guardada na bainha de couro, entretanto, nenhum músculo se movia.

— Você verá — disse, misteriosa.

Poucos minutos depois, eles chegaram na clareira que Hera falou. Dando uma conferida ao redor, apontou para a árvore mais alta e a com o tronco mais grosso e ordenou:

— Ali, cavaleiro.

As pernas dele o guiaram até a árvore.

— Não zombe do meu título ao qual é motivo de orgulho — reclamou Gawain, não gostando do tom de zombaria sempre que ela se referia a ele.

Hera abriu um sorriso de escárnio.

— Um cavaleiro sem seu cavalo e sem inteligência. É. Realmente deve ser o orgulho de Hekseskog.

Gawain quis bufar e xingar todos os palavrões possíveis, entretanto, preferiu ficar calado. Não porque seu cavalheirismo falou mais alto, mas porque toda essa vontade de explodir foi engolida quando o cabelo de Hera começou a levitar, mechas flutuando como serpentes marinhas.

Assustou-se quando sentiu algo se enroscar nos seus braços e pernas, prendendo-o no tronco da árvore.

— Estou ouvindo a cavalaria se aproximando. É uma pena para você, cavaleiro, que eles não chegarão a tempo. — Gawain sentiu um pouco de esperança ao ouvir que seus companheiros estavam procurando-o, todavia, não dava para sustentar tal sentimento ao ver Hera se aproximando de si. — Sou uma bruxa muito antiga e sou antiga porque sou cautelosa. Mulheres são muito mais inteligentes que os homens porque elas já aprenderam a pensar além do desejo carnal. Feitas para servirem os homens, mas nunca se rendendo completamente. Tem noção que ainda me deseja mesmo sabendo que essa não é minha aparência real e que irei matá-lo?

— Está enganada, não sinto nada além de nojo pela vossa pessoa — mentiu, querendo sair correndo quando ela parou em sua frente.

Ele era um idiota que estava pensando como um homem, também idiota. A beleza, mesmo sendo uma ilusão, ainda era avassaladora e não dava para ignorar.

— Mentir não é nada nobre, Sir Gawain, o cavaleiro capaz de ajudar todos — disse ela, encarando-o profundamente. Havia diversão em suas palavras. — Para a sorte do seu orgulho, não irei brincar com suas emoções. Seria fácil demais, porém, não temos tempo.

Hera ergueu sua mão direita. Gawain só conseguia acompanhar com os olhos. De repente, algo cintilou entre seus dedos. A princípio, pensou que ela lançaria mais um feitiço, no entanto, o que brilhava na mão da bruxa era um objeto: um recipiente de vidro no formato de prisma, parecido com uma licoreira francesa.

E estava vazio.

Hera levou sua mão esquerda para o rosto dele. A respiração de Gawain travou no meio do caminho.

— Está difícil lidar com minha beleza, não está? — perguntou retoricamente, fazendo carinho na face dele, que odiava estar sendo tão burro a ponto de gostar. — Permita-me lhe poupar deste sacrifício.

A expressão de Hera começou a se distorcer em uma carranca. A pele antes lisa e perfeita, murchou como uma uva passa, fendas e linhas de expressão apareceram. O corpo curvou levemente para frente, mostrando uma corcunda. Assim como no rosto, a pele do corpo todo ficou flácida, de aparência nada saudável.

— Sou bonita, não?

Gawain tinha seus olhos arregalados para ela, que naquele momento, sem sombra de dúvidas, era uma bruxa.

— A magia corrompe — devagou ela, com os olhos perdidos em algum lugar. Seus olhos vermelhos voltaram-se para os castanhos de Gawain. — Você até que é bonito, mas não vai servir para mim dessa forma.

Gawain sentiu as unhas da mão da bruxa, que ainda estava em contato com seu rosto, crescerem como garras afiadas.

— Não vai doer quase nada, querido.

Ele esperou as unhas perfurarem sua pele, porém, os lábios da bruxa se repuxaram para cima e novamente, a aparência de Hera mudou.

E desta vez, Gawain gritou.

⚔️


Tempestade corria pela trilha o mais rápido que conseguia. Atrás dele, vinham cinco cavaleiros, dentre eles, Godwin.

Recém aceito na cavalaria real, com apenas dezesseis anos, era o melhor amigo de Gawain e, pelo histórico de suas vidas, irmãos.

Então, por mais que seus companheiros estivessem preocupados com Gawain, ele estava muito mais; tanto, que liderava o pequeno grupo.

Em determinado momento, Tempestade parou, inquieto. Balançava a cabeça, batia as patas com força no chão e emitia sons, roncos e relinchos. Em sua frente, apenas árvores da densa floresta.

Conhecendo o cavalo tão bem quanto seu dono, Godwin desceu de Nevasca, e sem achar algo que pudesse usar para amarrar as rédeas do cavalo, virou para o restante e disse:

— Alguém vai ter que ficar para cuidar dos cavalos.

Não esperou qualquer resposta, pois, sabia que eles iam pedir para que ele ficasse, simplesmente correu em disparada por entre as árvores.

— Deixa que eu fico — disse Alexandrus, o mais velho deles. Estava cansado e achava que não era nada de mais o sumiço de Gawain no meio da floresta.

Os outros assentiram, descendo de seus cavalos treinados e partindo na mesma direção que Godwin tinha tomado.

Em certo ponto de sua corrida sem rumo, Godwin puxou sua espada da bainha, por precaução.

Sua mente pensava em várias rotas de fuga. Pensava também no que tinha acontecido com Gawain para ele ter deixado Tempestade solto.

Ladrões, talvez? Só não fazia sentido não terem levado Tempestade com eles.

Amis e Bogdan a essa hora, já estavam a poucos passos dele, quando todos ouviram o som de um grito de dor.

— Gawain!? — chamou Godwin, reconhecendo sua voz naquele som agonizante.

— Por ali! — disse Amis, apontando para o local onde julgou estar vindo o som.

Eles correram, o grito não cessou um só segundo, o que era bom e péssimo ao mesmo tempo.

Quando chegaram na clareira, Hera havia ido embora a muito tempo e Gawain continuava preso na árvore por raízes e galhos da própria.

Assim que Godwin viu ele, seus olhos se arregalaram em horror. O rosto de Gawain estava banhado de sangue. Seu próprio sangue.

Mais do que depressa, correu para socorrer seu amigo.

— O que aconteceu com você? — perguntou, tentando cortar as raízes com sua espada.

Gawain, no entanto, apenas gritava.

Bogdan e Amis começaram a ajudá-lo, surpresos pelo estado do amigo.

Sem as amarras, o corpo de Gawain pendeu para frente, as pernas cederam.

Godwin o segurou, deitando ele com cuidado e impedindo que as mãos dele fossem para seu rosto machucado.

Amis se agachou ao lado deles, pegando seu cantil de água e com o máximo de cuidado que conseguiu, deixou a água cair no rosto de Gawain, que gritou ainda mais alto.

— Para limpar o sangue — explicou diante do olhar de Godwin.

O jovem cavaleiro assentiu, segurando firmemente os pulos de seu amigo, que era bem mais forte que ele.

— Temos que levar Gawain para o curandeiro — falou Bogdan, olhando o estado do cavaleiro.

— Certo — disse Godwin, concordando. Não tinham outra alternativa. — Ajudem-me a carregá-lo.

Ambos assentiram, começando a ajudá-lo.

🎄


É meu primeiro contato com o app, então tentem relevar kkk Obgda a quem deu uma oportunidade para meu livro e é nois ❤️❤️ (o próximo cap é um bônus, terá alguns no decorrer do livro).

3 de Febrero de 2021 a las 01:23 0 Reporte Insertar Seguir historia
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