felipedrummond Felipe Drummond

Quando o apocalipse zumbi assola o mundo e uma garota jovem, aparentemente inocente, precisa lidar com a morte das pessoas que mais ama, 2 vezes seguidas.


Cuento Todo público.

#morte #amor #praga #infecção #zumbi #236 #288 #295
Cuento corto
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Briga de Família

Faz mais ou menos seis longos meses. Caroline, um doce de menina com sua estatura baixa, personalidade independente e determinada, aparência bonita e recém saída de sua adolescência, que os vivos costumavam chamar de Carol, já percebeu que não adianta chorar, gritar e nem reclamar. A merda foi mesmo jogada ao ventilador. Sem salvação, provavelmente. Não há mais notícias dos seus amigos e a sua família está morta. Bom... não totalmente morta na verdade.

A rua por fora de sua casa, envolvendo o quarteirão, normalmente fica infestada de carnívoros escrotos prontos para degustá-la ao menor sinal de vacilo, razão pela qual Carol não acha inteligente sair de casa, a não ser que a comida se torne assustadoramente escassa.

Muita coisa aconteceu nos últimos dias e Carol parecia sentir que estava ficando louca. Ela podia jurar para si mesma que viu algumas vezes pessoas vivas andando ao horizonte através das janelas de sua casa. Outro dia desses teve até uma pequena impressão de ter ouvido som de rock perambulando pelos ares, bem ao estilo que ela gosta. O que por fim se concluiu ser algo de sua imaginação, causada possivelmente pela fome e desespero.

Carol não é do tipo “menina do papai”, patricinha, que vive às custas do cartão de crédito de seus genitores. É uma menina mulher independente. Não era a mais popular da escola devido ao seu estilo meio gótico que assusta os desavisados, mas no fundo a doce menina é só uma roqueirinha simpática do batom preto e olhos negros lindos e chamativos, que hipnotizam qualquer um.

Seus pais são adultos normais, ou melhor, eram. Trabalhavam demais para dar tudo do bom e do melhor para suas duas filhas. Sim, Carol tem uma irmã, infelizmente, devido às circunstâncias.

Sua família está morta e a verdade é clara.

Sua família precisa morrer de novo.

Sua família já era.

Na verdade o mundo todo já era. Só restou a Carol para assistir de camarote o espetáculo do apocalipse zumbi, tadinha.

Talvez ela merecesse isso, ou era uma injustiça divina com a pessoa dela. Gostar tanto assim de ser “dark” não podia ser motivo para ser castigada daquele jeito. Já bastava ter uma boa parte da sociedade olhando de cara feia para a bela roqueirinha, afinal, preconceitos vindos através de comentários de falsos amigos e desconhecidos era bem comum. O lado bom disso tudo é que os verdadeiros poucos amigos de Carol eram os melhores possíveis. Pena que esses bons amigos não devem existir mais. Enfim, a divindade realmente devia estar só a querer gozar da cara dela ao mantê-la viva.

A situação atual da roqueirinha é preocupante. Enfurnada no porão de sua casa de 3 andares, Carol só sai de lá para procurar comida, onde sempre deve desviar de investidas das pessoas que ela tanto ama, tomando cuidado para não machucar ninguém. O objetivo é sempre sair da casa para pegar suprimentos e se manter por mais 1 ou 2 semanas, até ter que cumprir o ritual de novo. Como ela podia estar viva nessa rotina de merda durante 6 meses não há como explicar. É milagre, ou seria maldição? As vezes morrer é mais fácil e menos preocupante, mas Carol não pensou em momento algum que deveria se matar, mesmo com a família morta andando por cima dela a todo instante. A habilidade que ela possuía para buscar suprimentos lidando com os vários zumbis das ruas era surpreendente. Um verdadeiro talento que a mantinha viva até então.

A vontade de viver dessa menina era assustadoramente determinada, pois imagine o que deve ser lidar com uma mãe e um pai tentando te devorar toda vez que você passa perto... Carol, em momento algum, se deixou abalar. Ou é forte o suficiente para não demonstrar. E é assim que aos poucos a roqueirinha doce parecia estar ficando sem essência, sem sentimento, sem culpa, sem sofrimento. Ao que tudo indica, ela, enfim, se acostumara à nova vida.

Um dia a situação mudou. Numa noite chuvosa e fedorenta, por falta de banho, além de o porão ser um lugar sujo, Carol acorda com uma enorme vontade de ir ao banheiro. Ela se levanta, ajeita seu vestidinho preto com aquela expressão preocupada, pois sabe que ir ao banheiro sempre é uma situação alarmante, não por conta de sua necessidade fisiológica, e sim pelo fato de que há parentes possuídos por verdadeiros demônios sem alma lá em cima só esperando. Carol sempre gostou do clima medonho, negro, misterioso, aquele mundo preto e branco, mas agora com os mortos que andam e mordem já estava sendo demais até para ela.

Uma vez ou outra era possível ouvir passos arrastados acompanhados de gemidos vindos do andar de cima. O mais fino de todos os grunhidos provavelmente era da sua irmãzinha de 11 anos, Sara. Dava uma dor enorme no peito da roqueirinha só de pensar naquele barulho que devia vir de sua irmã menor, tão queridinha. Era o seu bebê que se transformou num monstro ali em cima. A dor não é fácil de suportar, mas ela aparentemente tem força para aguentar.

Carol pega seu taco de golfe, objeto perdido nos escombros do porão que pertencia ao seu falecido avô, que teve a sorte de ir para o céu antes de o mundo virar toda essa orgia canibal.

Ao subir cada degrau da escada, com aquele barulho de madeira dobrando a cada pisada, seu coração acelera cada vez mais. Por algum motivo ela sentia que dessa vez não era uma boa ideia o que vinha a fazer, mas a doce menina simplesmente estava necessitando ir ao banheiro.

Hora de abrir a maldita porta para adentrar à cozinha, no andar que leva até a rua. Infelizmente a maldita porta costuma fazer um pequeno ruído irritante ao abrir, tudo o que ela não queria e precisava para o momento. O plano era simples. Abrir a porta que dava até a cozinha, ir até a sala para subir a escada até o último andar e usar o banheiro do quarto dos pais, pois os seus familiares estariam no andar de baixo. Os grunhidos que se seguiam todo dia indicavam isso, pelo menos.

Carol já via a situação como uma rotina. Uma bosta de rotina, mas é essa a sua nova vida. A roqueirinha abriu a porta com cuidado e o ruído respondeu à altura. Barulho fino e irritante que pode chamar a atenção dos mortos por perto, mas pelo menos ela sabe que será mais rápida.

Uma coisa curiosa é que dava a impressão que os mortos da sua família estavam ficando mais lerdos a cada tempo, como se sofressem uma decomposição constante e irreversível. Ela conclui que fatalmente essa merda de doença não tem cura. Há resquícios de ódio em seu interior ao ter o presente pensamento em mente. Um ódio com um direcionamento não muito claro, não se sabe se raiva de si mesma, ou dos pais, ou da situação, ou do mundo, mas é verdade que de fato subiu uma sensação de ira quase mortal ao perceber o que já sabia. Essa porra não tem cura.

Chegando à cozinha uma sorte inesperada pareceu sorrir ao seu favor. Nenhum sinal de vida, ou de morte, por perto. Nem barulho havia. Carol sente um alivio imediato, mas logo inicia uma respiração ofegante entregando uma enorme preocupação com a aparente sorte em excesso. Algo não parece estar correto por ali. Muito suspeito. Uma expressão preocupada vem acompanhada de uma taquicardia temporária, que vai durar, provavelmente, até a sua chegada ao banheiro no andar de cima.

Ela resolve olhar rapidamente para todos os lados, passando seus olhos negros lindos, porém arregalados, preocupados e assustados, pela sala e lavanderia sem acreditar no que está vendo, ou melhor, sem acreditar no que não está vendo e nem ouvindo. Nada. Absolutamente nada por perto. O alivio momentâneo retorna em seu interior chutando imediatamente para fora sua taquicardia.

A menina se prepara para subir a próxima e última escada quando ouve um barulho de gemido, finalmente, vindo de trás do sofá da sala. Era um deles, com certeza, mas pelo som não devia ser a sua irmãzinha. Eis que uma coisa usando um vestido verde e sujo que a roqueirinha chamava de mãe aparece diante dela. Babava um líquido, uma gosma verde, que percorre seu lábio invadindo uma parte do queixo. Aqueles olhos que parecem clara de ovo, brancos, brilhantes, enormes e mortos, porém bastante fixados na sua filha, com um interesse incomum e supremo de devorar o alvo avistado.

Ouve-se outro gemido. Um carnívoro cinzento que era chamado de pai aparece descendo a escada com uns passos tortuosos que seriam engraçados se não fossem trágicos. Passos para trás são dados pela Carol para o caso de seu finado e ativo pai cair da escada e parar de repente em cima de seu corpo.

Carol aperta com força seu taco de golfe, mas não pensa em usá-lo. É de dar dó a expressão que a menina gótica demonstra ao ver os pais naquele estado deplorável. Um conflito interno aparente alcança seus pensamentos. Paralisada como pedra, só pode observar sua mãe gemendo e andando até ela. Quem dera fosse para dar um abraço. Por sorte ela não é tão ingênua. Carol seria fã de zumbis se eles não fossem reais e nem alguém da sua família. O barulho do pai descendo as escadas é audível.

- Meu deus, são as pessoas que eu mais amo na vida querendo fazer mal à própria filha. – ela pensa sem querer acreditar na verdade.

Sozinha no mundo e tendo as pessoas mais queridas querendo machucá-la. Que triste destino. E logo, percebe-se, que triste fim também.

A solução é clara. Carol sabe. É ela ou eles. Seus amados familiares mortos precisam morrer uma segunda vez ou ela não continuará suportando a vida. Não tem mais como continuar naquela situação. Ela não aguenta. Isso precisa ter um fim.

Carol fecha os olhos por um segundo diante da situação para processar tudo, parecendo, para a mesma, que o simples fechamento de olhos durou mais de um século. Toda a sua vida passou diante da mente dela. O quanto seus pais lhe amavam, quando a mãe a levava para brincar no parque de diversões da cidade, quando o pai a deixava andar dentro do carrinho do supermercado durante as compras, tudo isso e muito mais se passou nos pensamentos dessa menina injustiçada pelo destino. E, agora, ao abrir os olhos, isso. Essa situação constrangedora em que ela e a família se meteram.

Não se sabe quem é mais miserável. Ela sendo a única sobrevivente do mundo pós-apocalíptico ou seus pais tendo o destino de serem mais um dentre os mortos.

Ok, ela sabe o que fazer. Prepara a sua arma improvisada que deveria servir para empurrar pequenas bolinhas brancas no buraco. Hora da ação. A coragem invade seu espírito como uma lavagem de alma. É a renascença. Mais uma vez precisa mudar a postura de vida. Se antes ela estava solitária agora realmente ficará sem ninguém, pois o destino a estava obrigando a isso.

O pai ou a mãe? Que triste escolher. Quem deve ir primeiro para o reino dos mortos sem direito à volta? Que vá quem está mais perto, ela pensa. PLOFT! A mãe cai para trás com o pescoço já quebrado da pancada. Carol chora. Porrada atrás de porrada, lágrima atrás de lágrima. Uma verdadeira tortura para a sua mãe se estivesse viva e para a roqueirinha que permanece com a chama da vida ativa. A essa altura o pai já havia caído da escada e lutava para se levantar. Uma das pernas não parecia estar funcionando bem, talvez fruto da decomposição, ou era a simples queda da escada mesmo que proporcionou isso. Carol aproveita para espancar a mãe morta com uma aparente falta de dó, embora esta tenha, na verdade, sido relevada pelas lágrimas que saem sem cerimônia de seu lindo rostinho gótico a cada tacada na cara.

Carol chora. Grita de tanta dor sentimental. Sofre de modo mais intenso do que quando a irmã mais nova proferia seus choros mais tensos. A mãe com o rosto destroçado ali na frente, caída, morta de novo. Morta pela própria filha. Essa vida definitivamente está mais fodida do que nunca. Carol não poderia mais ser a mesma. Não tem mais volta.

O mundo pode ter acabado para todas as pessoas há quase 6 meses, mas para a Carol tudo havia terminado ali agora. A mãe era uma pessoa que ela realmente amava. Ainda ama. Sempre amará. Não havia cura. Se a sociedade antes já era uma merda para ela que claramente não se encaixava nos moldes sociais, o mundo conseguiu, na própria opinião dela, ficar ainda pior. Não tem por que viver, mas Carol, apesar de sofrer mais do que tudo, é uma garota forte.

O pai continua deitado se contorcendo que nem peixe. Realmente está sendo quase cômico novamente, mas a vontade de rir não existe. Talvez daqui a 30 anos quando tudo estiver resolvido. O taco de golfe está a postos com o sangue podre da mãe pingando no chão de madeira. É hora de dar porrada novamente, mas dessa vez será o pai cinzento e babão que irá sofrer, ou, dependendo do ponto de vista, se libertar daquela maldição.

Nem é preciso dizer que Carol chora ainda mais, antes mesmo de proferir o primeiro golpe no homem ciumento que ensinou que garotos não prestam, a não ser que ele aprove. Um pai machista, é verdade, mas que não deixa de ser querido por ela e não merecia o que está acontecendo.

Ela sente que vai explodir. É demais para suportar, mas a roqueirinha precisa fazê-lo. Uma sensação de que está ficando sem forças assola a menina, mas não, isso não pode acontecer. Ela não pode se entregar. Não agora que já começou. Há uma certeza no interior dela de que ninguém por aí, se sobreviveu, está precisando passar por metade do que ela está passando no momento. E, agora que ela iniciou a bagunça, precisa terminar. Ignorar a sensação de fraqueza e dor é preciso. Portanto, a briga de família segue. Dessa vez é no pai, sem dó. PLAF PLOFT PLAFT. O pai geme, grita, se mexe com mais vontade enquanto as porradas são proferidas em sua face gosmenta e cinza. Aparentes miolos voando. Resquícios interiores do pai espalhados pelo chão sobrando um pouco espirrado nas pernas da filha, que sente vontade de vomitar, mas se segura. Aquele não pode ser o pai dela, não tem como ser. Essas coisas não são pessoas. Não mais. Não há motivo para ter dó. Nem doença isso é. Só pode ser maldição.

Carol, apesar de tudo, começa a sentir sua alma sendo lavada, renovada, renascida. Virando uma nova mulher. Sente que agora ela pode ser temida de verdade, pois se transformou num monstro pior do que as pessoas que sequer a conheciam já pensavam que ela era. A verdade é que há a sensação de que uma nova alma entrou naquele corpo de tanta mudança. Sim, ela enlouqueceu. Ficou insana e totalmente impura. Mãos sujas de assassina dos mortos. A doce roqueirinha agora era uma pecadora temível do reino dos mortos que dominava a Terra. Seu olhar assustava. Nada teme e com ela ninguém pode. Tudo é possível.

Caroline estava num estado mental perigoso até lembrar o que a motivou a fazer toda essa bagunça. Então ela resolve subir as escadas. Agora são passos confiantes, irritados e fortes, capazes de quebrar um degrau. Seus olhos arregalados não estão doces, e sim salgados. Ela pode matar. Ela quer matar. Sua mente ficou totalmente vazia enquanto se encaminhava ao quarto dos pais para entrar no banheiro. Não que ela quisesse evitar pensamentos, era puro estado de choque mesmo. Matar a mãe e o pai num espaço de 5 minutos não é para qualquer um. O pior de tudo é que não acaba aqui.

Ela havia esquecido de um detalhe que foi lembrado assim que entrou no quarto dos seus pais. Uma menina pequena está de pé olhando para Carol. Era a Sara, sua irmã pequena. Parecia uma princesinha com um vestidinho azul brilhante que a própria irmã mais velha havia comprado de aniversário. Um cabelo ao estilo maria chiquinha a acompanhava, fazendo a figura parecer mais angelical. Se não fosse pelo cheiro de morto ela seria uma bonequinha perfeita. Cadê a insanidade recém adquirida? Com a irmãzinha é mais complicado. É como se fosse uma verdadeira filha. Carol sempre a levou para passear e para a escola, contava histórias antes de dormir e cansou de trocar suas fraldas quando estava na época.

A irmã menor vem correndo desastradamente em direção à Carol com a boca aberta e babada, com aquele grunhido característico de um ser que foi possuído por algo sem alma, quando vem a tomar um certeiro soco na bochecha que a faz literalmente voar para trás batendo na cama e em seguida parando no chão. No entanto levanta-se imediatamente como se nada tivesse acontecido. Essas coisas horríveis nem sentem dor.

- Sara, lembra da história do lobo mau? – indaga a irmã mais velha após desferir friamente um soco ainda mais forte no rosto de Sara que cai novamente no chão. As lágrimas de Caroline não saem nesse momento apesar de estar sendo extremamente doloroso em especial fazer isso com a irmã. É como se não tivesse como chorar mais porque acabou sua reserva lacrimal, mas acredito que ela só deve ter se acostumado com a insanidade. Seu olhar estava arregalado, como se a loucura tivesse mesmo tomado conta, ou outra alma tomou o lugar.

- O lobo mau tinha a boca grande para poder comer a vítima. – Carol afirma olhando para a irmã com uma insana indiferença ao que Sara se tornou.

- Bom, eu não sou o lobo mau, mas os meus pés são grandes justamente para te pisar melhor. – Carol joga, imediatamente, depois de proferir a frase, Sara no chão e pisa no rosto da pequena menina com toda a força torcendo o pé, roçando-o com raiva e violência na cara dela. Depois mais um pisão e outro e outro e outro. Ela pisava seguidamente, mas sem desespero. Havia somente firmeza no olhar, ao visualizar os destroços que o rostinho de Sara estava se transformando.

Após aproximadamente 30 pisadas a irmãzinha morta morreu novamente, ou já tinha morrido bem antes. Carol chora, finalmente e novamente. Olha para o céu, apesar de ver somente o teto, como se estivesse conversando mentalmente com uma influência divina que a sacaneou e humilhou com sucesso. Ela sente que simplesmente forçá-la a fazer isso foi desumano.

Depois de usar o banheiro, Carol analisou a situação presente. Tudo estava morto de verdade dentro de casa agora, dando-lhe mais espaço e uma enorme e valorosa sensação de liberdade, de alguma forma. Mas ainda não era o ideal. Carol não poderia mais conseguir viver em sua casa. E, sinceramente, nada mais importava. Sua família, sua casa... Não tinha mais o que perder, só a vida, e essa nem importava muito depois de tudo.

Carol abriu a porta de saída da sua casa, ou ex casa. Encara com indiferença os mortos ao horizonte. Ela resolveu caminhar para frente, sair de casa sem nem olhar para trás e obter uma nova vida lá fora. Foi viver o seu novo “eu”. Foi esquecer exatamente tudo o que tinha passado, ou esquecer o que ela já foi um dia. Caroline sabe que é extremamente arriscado fazer isso, mas viver com aquele peso que a casa se transformou para ela era impossível.

Ela virou uma sobrevivente de verdade após o choque, uma heroína do próprio destino, uma salvadora da própria existência. E se ela encontrasse alguém de boas intenções por aí, provavelmente esta pessoa agora estaria em boas mãos, pois Caroline agora é uma sobrevivente experiente e que fará de tudo para que o destino continue a permitir que ela viva, nem que tenha que matar alguns vivos para isso, coisa que até 1 hora atrás nunca pensaria em fazer na vida.

O apocalipse zumbi muda completamente uma pessoa, principalmente se sua família tentar te devorar e você lutar contra isso para sobreviver. Se Carol soubesse de antemão a mudança que isso iria gerar em seu interior, provavelmente já teria se matado. Ela é ágil contra zumbis, forte mentalmente e agora também é capaz de fazer qualquer coisa que queira ou ache que precise, com ou sem os que estão vivos. Espero que se ela, por acaso, acabar virando um problema para alguns sobreviventes, que eventualmente possa encontrar na sua nova jornada fora de casa, alguém possa conseguir pará-la.

22 de Octubre de 2020 a las 21:18 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Fin

Conoce al autor

Felipe Drummond Um escritor amador. Algumas de minhas obras foram publicadas no formato de contos: - "Aquarela" com o conto "Supremacia dos Mortos" (Editora Andross) - "Amor nas Entrelinhas" com o conto "Mil e uma formas de se amar alguém" (Editora Andross) - "Horas Sombrias" com o conto "O Regurgitar das Almas" (Editora Andross) - "Legado de Sangue" com o conto "Mercado Humano" (Editora Andross) - "King Edgar Hotel" com o conto "Déjà vu Macabro" (Editora Andross)

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