martin_nunes Martin Nunes

O ano é 2200; a sociedade está totalmente mudada! A criação destes seres foi um salto para a biogenética! Entretanto, o DNA de muitos fôra modificado até o limite do possível e centenas morreram por não aguentarem tais transformações... Mas nem tudo é catastrófico, a exemplo do amor, que sempre prevalecerá! E com seus instintos eles serão guiados àqueles a quem devem dar sua vida, amar e proteger acima de todos! Mesmo no começo sendo difícil que tal aconteça... Fazer o que? Não somos nós que escolhemos a quem amar, simplesmente acontece. Haha! {ABO!}


LGBT+ Sólo para mayores de 21 (adultos).

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No.1

--/--/2200


–Ahn… bem, eu fui o encarregado de lhes comunicar sobre nossos avanços, principalmente porque eu sou o responsável pela maioria dos testes e monitoramento… Sei que perceberam que essa nova divisão social começará a mexer com suas cabeças, a população mundial também está preocupada com o resultado de nossos experimentos.


"Mas precisávamos manter isso em segredo por um tempo, pois era e é complexo demais mexermos com a genética, com fitas de DNA, sem causar anomalias além das desejadas, então acompanhar o progresso de nossas cobaias era e é fundamental, e como muitos devem ter percebido, por meio de diversas notícias, são cobaias humanas. Essa é a verdade…"


O auditório caiu em cochichos e murmúrios, as faces espantadas dos diversos cientistas explicitavam o medo do que poderia sair daquele tipo de experimento. O palestrante ajeitou a gravata, sentia que aquele não era o momento certo para se revelar tal situação, mas haviam atingido o progresso que por anos estudaram e tentaram obter sucesso! Como poderiam adiar exibir ao mundo aquilo que salvaria toda a humanidade do caos?!


–Costumeiramente usaríamos cobaias que tenham uma fita genética aproximada da nossa, ratos, macacos, coelhos, entretanto, tal mudança não seria possí-


–Onde você quer chegar, doutor?!– Um cientista mais velho atropelou a fala do palestrante.


–B-bom, como sabem, nossas pesquisas começaram por volta dos anos mil novecentos e setenta, um século atrás, mas as idéias só foram trazidas à prática trinta anos depois, as vacinas, as mudanças físicas, as cobaias que foram sacrificadas por erros… Diversas pesquisas e testes foram realizados e destruídos, para que, o que irei lhes mostrar, fosse trazido até nós. Eu apresento a vocês a primeira geração de Lúpus. Eles terão esse nome, pois acabaram se assemelhando muito aos animais com os quais houve a miscigenação. Sua estrutura óssea é três vezes mais resistente a pancadas de todos os tipos, sua regeneração também está em um nível superior quando comparada com humanos sem modificações.


–Parecem humanos comuns!– Alguém grita após ver o que havia abaixo do grande pano que cobria uma caixa de vidro.


Dentro dela estavam duas pessoas, se apresentavam como um casal, vestiam as roupas do laboratórios e tinham monitores cardíacos espalhados pelo corpo.


A garota era jovem, a face não trazia mais que vinte anos, suas madeixas negras, curtas, se desenhavam bem cortadas já que a menina pediu por algo assim, porém, o espanto deixava-a com o rosto contorcido em um choro que não tardaria a descer-lhe pelas bochechas rosadas, ela sibilava alguma coisa para o outro que estava ao seu lado, encolhia-se contra o corpo avantajado do homem que a abraçava com zelo.


Um rapaz jovem também, ele, contudo, tinha um semblante mais violento, cobrindo a garota em um instinto de proteção, trazia os braços fortes envoltos nela, ele era alto e suas madeixas mais claras que as dela, visto de longe mostrava traços russos, seus lábios tremelicavam no que parecia ser um rosnado, aquilo não era normal de um ser humano, os olhos da cor do céu estavam atentos a qualquer movimento, a qualquer ação que se mostrasse com instinto violento, tal qual o dele, e era visível também que sua arcada dentária fôra modificada, com presas salientes tanto na superior quanto na mandíbula inferior.


–É neste ponto que quero chegar– O palestrante voltou a falar. –, não são humanos comuns, como estamos acostumados a conviver, ver na rua, conversar! Estes dois tiveram seu DNA modificado, tiveram-no fundido com o de lobos, caninos selvagens, nós conseguimos mesclar duas fitas genéticas de espécies distintas e gerar, além de uma vacina que os mantenha nessa mesclagem, descendentes normais física e mentalmente! Férteis! Eles podem gerar filhos, esse casal aqui dentro, pode gerar um filho!!– O entusiasmo do cientista se espalhou pelo seu corpo, ele tocava delicadamente o vidro da caixa, olhando de forma a convencer seus colegas de que aquele experimento poderia sim ser bem sucedido e que valera os bilhões investidos nas pesquisas! –Eles podem ser a salvação da nossa e das futuras gerações!!


–Isso é loucura!! O que virá a seguir?! Orelhas e uma cauda?!– Alguém grita incrédulo sobre aquilo.


Não podia ser verdade que realmente puseram em prática uma ideia estúpida como a mesclagem artificial de espécies e raças completamente distintas, era quase impossível uma mínima chance de sucesso nesse experimento.


–Não seja ridículo, Doutor Wilson! Este experimento requereu bilhões de dólares, não o desperdiçaríamos a menos que fosse pelo bem da humanidade!! Deixou nossas cobaias com o dobro de resistência a cansaço e doenças!! Acreditem!! Não estamos aqui apenas brincando! Isso pode salvar a vida de muitas pessoas!


–Isso é um absurdo!! Como você acha que a humanidade irá aceitar essa baboseira?!– Uma das várias cientistas se levanta.


–ISSO É UM AVANÇO PARA A CIÊN-


Quando a voz do cientista se elevou, o volume da pequena televisão foi abaixado e esta logo desligada.


O controle remoto logo abandonado displicentemente sobre o estofado do sofá demonstrava o quanto o rapaz que assistia ao documentário estava cansado com tudo aquilo, de verdade, queria poder escrever sobre aquele assunto, mas aquele vídeo não ajudava em nada! Era a única coisa que poderia usar como referência em sua reportagem, pois não conseguia encontrar mais nada!


–Como as pessoas eram ignorantes...– O jovem rapaz reclama, se levantando de seu sofá e seguindo até o quarto.


Se jogou sobre a cama de solteiro no canto do cômodo com um pesado suspiro, era uma terça-feira a tarde! Por que estava se estressando tanto com aquilo, que droga! Ainda tinha tempo, precisava esfriar a cabeça, por as ideias em ordem. Em seguida voltou a se sentar, havia escutado o som de uma notificação em seu celular e logo pegou o aparelho, abrindo suas redes sociais, ele percebeu ser uma mensagem pendente.


O rapaz moreno decidiu não sair de casa naquele dia, pelo menos não para ir à faculdade, já que sentia fortes dores abdominais, seu corpo inteiro latejava, sentia-se quente e às vezes tinha a sensação de que sua mente começava a rodar, seus supressores não lhe estavam ajudando, estava se enjoando com os próprios feromônios e não teria coragem de pedir ajuda a alguém, já que sempre passou por aquilo sozinho e também era uma vergonha para si mesmo entregar-se daquela forma só por alguns instantes para suprir aquela necessidade.


–Hum... Uma mensagem do Gabi.– O rapaz se animou um pouco. Gostava de ter aquele Alfa ao seu lado, ele era uma boa pessoa, mesmo tendo um pouco de medo pelo fato de que aquele jovem rapaz era o que a sociedade considerava como mais perigosos! O moreno, na verdade, não tinha medo dele, mesmo sabendo que já havia agredido diversas pessoas, incluído ômegas…


Ele não fazia de propósito! Tinha plena certeza disso. Mesmo assim não podia negar um certo receio daquela proximidade que tinha com o filho dos Moraes. Mas esquecendo um pouco o que estava sentindo por causa de seu cio, o moreno se abraçou em um travesseiro, segurando-o contra seu abdômen na intenção de diminuir um pouco a dor, abriu a mensagem e logo depois a foto que recebera.


–Hum… “Aulas de dança, de terça a sexta, das duas às cinco. Estúdio na Rua sete, andar treze.” Por que ele me mandaria isso…?


Se perguntou lembrando de seu tempo no colégio, quando seu corpo e mente se moviam de forma leve, leve ao ponto de quase sentir como se o vento, não, a música pudesse levá-lo! Sentia falta daquele tempo, como acabou se tornando jornalista? Haha! Que irônico… Mas ainda pensava que poderia voltar a fazer aquilo que gostava. Se dava bem com a dança, contemporâneo, balé, danças que pudessem mostrar a leveza.


💫 Gabriel 💫


[O que é isso, Gabi?]


{São aulas de dança 💃}

{Sei que você gosta de dançar, vi esse anúncio e lembrei de você. Você podia dar uma olhada, um Ômega dá aulas.}


–Um ômega…?


[Posso dar uma olhada, obrigado, Gabi ‘3’]


{Por nada, baby}


[Para de me chamar assim, sabe que não gosto!! ( ̄ヘ ̄;)]


O rapaz mordeu o canto do lábio inferior ao se lembrar da voz de seu amigo lhe chamando daquele apelido.


O outro, que lhe mandara mensagem, gostava de chamar-lhe assim, era um apelido fofo, que combinava com ele, disse o tal Gabriel, até porque, o moreno era pequeno, manhoso e adorava abraços, não poderia existir apelido melhor!


{Você vem pra faculdade hoje?}


<Digitando…>


< ~ 🍁☕🍁 ~ >


–Merda! Merda! Merda!! Vou chegar atrasado de novo!! Que porcaria…!– Um jovem adulto praguejava enquanto corria para chegar ao seu destino, havia perdido o horário do despertador por ter ido dormir tarde ao tentar, e conseguir concluir, as várias atividades de seu curso, segurava com a mão destra sua bolsa, que batia-lhe contra as pernas, dentro da pasta haviam suas atividades do semestre, deveria entregar todas naquela semana, se não acabaria se ferrando!! Na mão canhota segurava seu celular, esperava que sua amiga atendesse logo sua ligação.


Andava tão rápido que precisava desviar de forma bruta das pessoas que estavam na calçada, ouvindo um ou outro palavrão, mas pedindo desculpa de forma afobada, amaldiçoava-se por não ter seguido o conselho de seus avós e não morar perto da faculdade ou do trabalho.


–Anda… atende logo, sua tailandesa metida a corea-


Alô, Joseph?– Escutar a voz da amiga foi um alívio, significava que as aulas ainda não haviam começado, dava tempo de chegar à faculdade sem receber falta ou bronca dos professores.


–Finalmente!! Desculpa ligar assim tão de repente, você sabe qual é minha primeira aula, certo?!– Perguntou apressado se desviando de mais uma pessoa.


–CUIDADO POR ONDE ANDA!!– Recebeu outra bronca.


–Me desculpe!!– Respondeu apressado, mas continuou a correr.


Sim, sei. Por quê?


–Se eu não chegar em quinze minutos, você pode avisar meu professor?!


–Você está ofegante e alguém gritou contigo, está correndo para chegar aqui de novo, não é?– A menina supôs após escutar a respiração desregulada do colega e alguém lhe amaldiçoando por andar tão rápido. –Ha… Joseph, quando você vai aprender?


–Eu não faço de propósito! Hein?! Avisa meu professor, sim?


Aviso! Está bem, eu aviso! Seu chato!


–Eu também te amo, Jiyoo. Tchau.– O rapaz sorriu e afastou o celular da orelha, abaixou a cabeça por breves instantes para poder finalizar a ligação e guardar o aparelho no bolso, mas ainda andando com velocidade e sem olhar para frente.


Consequência: Ao levantar seu olhar para continuar a correr, o rapaz de cabelos castanhos tromba com uma outra pessoa, mas não um simples encosto, havia sido uma pancada que lhe fez cair de bunda no meio da esquina cheia de gente, e a pessoa em quem esbarrou ser jogada um pouco para frente. Algumas outras pessoas olharam para o chão vendo quem havia passado a vergonha de cair no meio de todos.


–Mas que-?!– A pessoa na qual o chamado Joseph esbarrou então recuperou o equilíbrio e se virou para trás, logo vendo um rapaz jogado no chão. –Você está bem?!– Estendeu a mão para ajudar a levantar o outro.


–Me desculpe, a culpa foi minha…!– Joseph aceita a mão que lhe fôra estendida e logo se levanta, arrumando e limpando suas roupas e cabelo. –Me desculpe!– Pediu novamente, se curvando para o outro repetidas vezes.


–Está tudo bem, você parecia estar com pressa. Não precisa se desculpar desse jeito.– O rapaz sorria constrangido ao ver o outro ser tão formal, mas o estudante pareceu não notar.


O semáforo de pedestres tomou a cor verde, permitindo a passagem das centenas de pessoas que esperavam para atravessar, estas que não tardaram a começar a andar ignorando completamente a existência dos dois mais jovens, estes últimos ainda ficaram ali, Joseph olhava suas coisas, para ter certeza que estava tudo okay e o outro o ajudando a conferir suas coisas.


–Você está bem mesmo? Você esbarrou com força em mim.– O mais alto sorri ainda constrangido, mas meio divertido pela icônica e comum situação. Nunca havia sentido uma pancada tão forte, o rapaz estava realmente distraído e com pressa.


–Eu que devo me preocupar, me perdoe por estar distraído!


–Hey! É normal, não se culpe por essa banalidade!– O mais alto consolava olhando o rosto avermelhado e as madeixas bagunçadas que caíam sobre o rosto do outro.


Aquele rosto… Por que parecia tão familiar?


E só então Joseph levantou seu olhar para ver quem era a figura que lhe ajudou naquela desgraçada situação; ao que fez aquilo um forte arrepio correu pelo seu corpo, sua boca secou e sentiu um bolo se formar em sua garganta. Que sensação era aquela? Quem era aquela pessoa? Por que lhe parecia tão familiar? Por que seus olhos ardiam daquela forma?!


O mesmo ocorreu com o outro rapaz, o sorriso se transformou em uma expressão surpresa, os olhinhos arregalados passavam por todo o rosto de Joseph. Mas algo a mais percorreu seu corpo, parecia uma sensação de ansiedade, o coração acelerou e uma leve ardência tomou suas orbes oculares. Tinha a sensação de que deveria dizer algo! Deveria perguntar algo!


–Seu nome… Qual seu nome?– O rapaz que ajudou Joseph pronunciou, sendo esta a primeira coisa que lhe veio à mente ao analisar o rosto do outro.


Joseph voltou a realidade e desviou seu olhar, percebendo que faltavam dez segundos para que o semáforo fechasse novamente, ele precisaria correr por pelo menos cinquenta metros de uma larga avenida no centro de Seul, sem ser atropelado, e chegar a tempo em sua faculdade!


–Eu preciso ir!! Me desculpe!! E obrigado de novo!!– Joseph gritou e correu para atravessar e finalmente chegar ao seu destino em tempo.


O outro rapaz ficou ali, abobado, sorrindo como um idiota com o que aconteceu, ele sabia o que significou aquele arrepio, aquele coração acelerado e aquela leve ardência em seus olhos…


Passava as mãos nas madeixas coloridas por um rosa desbotado, desacreditado que numa situação como aquela tal encontro aconteceria! Precisava saber quem era o rapaz! Precisava encontrá-lo de novo!! Na verdade, não acreditava que realmente o havia encontrado!


< ~ ✨🌙✨ ~ >


–Mais uma vez! Vamos lá pessoal, essa coreografia nem é difícil!– O professor de cabelos vermelhos diz ao parar novamente e pedir que sua ajudante e amiga parasse a música.


–Pega leve, professor! Estamos há duas horas nessa coreografia, vamos fazer uma pausa… Aigoo!! Minhas coxas estão queimando!– Um dos alunos mais experientes reclamou acariciando suas pernas, querendo fazer aquele incômodo parar. Estavam realmente cansados e as pernas doíam como se tivessem corrido uma maratona!


O de madeixas vermelhas sorriu, também sentia um leve desconforto em suas pernas, este que estranhou pois não costumava se cansar com uma única coreografia, mesmo quando passada mais de uma vez.


–Está bem, vamos parar por quinze minutos.– Finalmente se rendeu aos suspiros exaustos.


–Aah!! Finalmente!!– O mesmo aluno comemorou, fazendo o professor rir e os outros se levantaram seguindo até suas mochilas ou saindo da sala, caminhando até o corredor para encher as garrafinhas.


–Professor, pode me ensinar esse passo aqui de novo?– Uma jovem adolescente pergunta tentando mostrar os passos, eram da parte mais rápida da coreografia.


–Claro, fofinha.


–Mas… devagar… Por favor.– Ela pediu meio envergonhada por ser a única que não conseguia acompanhar direito aquela parte.


–Okay. Então começa depois desse– mostrando os passos–, não? Então, cinco, seis, sete, oito. Pa, paba, paba, pa, pa! Ah, já entendi! Você está trocando as pernas. Nessa hora é a esquerda, depois trocamos.


–Ah!! Era isso!! Obrigada, professor!


–Por nada, pequena!– A pequena garota abraçou o mais alto e correu para encher sua garrafinha no pouco tempo que ainda tinha.


–Você é um bom professor.– Sua colega elogiou e foi para perto dele, estendendo sua mão como se o convidasse para uma valsa. –Faz tempo desde nosso tempo de competições.


–Tem razão.– O professor segurou a mão da moça de maneira delicada e então começaram a dançar, em uma sincronia que poucos possuíam, acabando por se exibir para alguns outros alunos que assistiam ao voltarem para a sala. –Mas você continua com o mesmo ritmo.


Ditou ao puxá-la para perto de seu corpo, fazendo-a cruzar seus próprios braços à frente do corpo e levantar o olhar para o espelho.


–E você com as mãos leves.– Ela se desenroscou dos braços do mais velho, que logo a puxou, segurando a cintura e deixando-a cair sobre seus braços.


A morena estava nas pontas dos pés, como se usasse um de seus lindos saltos, para finalizar aquela improvisada apresentação, a Kim elevou sua perna canhota até a cintura do Bengtsson, que a segurou com uma falsa possessão!


–Não lembrava que você me segurava desse jeito, Adrian!– Ela ditou brincando.


–E você não colocava essa perna aí, não é, Sanghee!– Sorrisos nostálgicos moldaram os lábios de ambos e, ao desmontaram a pose, puderam ouvir aplausos de seus aprendizes os quais agradeceram se curvando.


< ~ 🌨🌌🌨 ~ >


Do lado de fora, pelas grandes janelas de falso espelho, um jovem rapaz observava o ensaio. Sorriu ao ver que aquela pequena menina rapidamente aprendeu os passos da coreografia e se encantou ao ver a grande sincronia entre os professores, será que eram Alfa e Ômega…?


–Ué? Por que não está lá dentro, Mochi; pensei que viria para o ensaio.– O que observava o ensaio se virou ao escutar a voz familiar daquele rapaz alto de cabelos brancos se aproximando de si, passando-lhe a mão pela cintura e deixando-lhe na lateral da cabeça um selar.


–Eu cheguei tarde, achei melhor ficar só olhando, quem sabe eu fale com aquele professor depois que acabar.– O mais baixo se escorou no corpo do outro, sentindo o calor confortável que emanava deste. –Ha… você está quente. Acho que estou adoecendo.


O mais alto se afastou um pouco, fez o moreno se virar para si e então tocaram as testas. Era assim que podia comparar a temperatura de seu amigo.


–Você parece quente.– Ditou finalmente e abriu os olhos, se deparando com um rosto constrangido. –Você não me disse porque não foi na faculdade hoje.– E então um olhar acolhedor recaiu sobre o moreno.


Mas este desviou o olhar novamente para a sala de ensaio, o rosto avermelhado logo entregou o que acontecia.


–Eu… não… estava me sentindo bem.– Sussurrou para si mesmo.


–Ah, entendi… Eu disse que quando precisasse você poderia me chamar, é difícil passar por isso sozinho.– Falava como que para convencer o outro a aceitar sua ajuda quando aquilo acontecia. –Sabe que posso te ajudar quando estiver-


–E você sabe que não quero fazer isso com qualquer um, quero que seja especial, com alguém especial!– O albino ficou sem o que dizer, aquelas palavras foram ditas de forma quase rude, mas aquele não era o momento para dizer o que pensava. –Desculpe, Gabi... Não era assim que eu queria ter dito. Você é sim especial para mim, mas sabe como quero que aconteça…– Sentiu-se arrependido de ter dito aquilo sem pensar, acabou ignorando completamente o fato de que o amigo estava ao seu lado e então desabafou sobre ele aquilo que lhe afligia. –Eu não tenho essa confiança pra simplesmente me jogar em algo, ou fazer isso com alguém…


–Eu sei, mas qualquer coisa é só me chamar, okay?– O de madeixas brancas sorri doce e passa seu braço canhoto em volta dos ombros do menor, abraçando-lhe e acariciando seu braço. –Sabe que quero te proteger.


–Sei… Obrigado por se preocupar.


Houve um pequeno momento de silêncio entre os dois e a única coisa que soava pelo corredor eram os solados dos tênis em fricção com o piso de madeira, a música era romântica e a forma como os corpos dos alunos se moviam também trazia um clima diferente daquele que se prendeu entre os dois amigos.


–Hey! Que tal irmos naquela cafeteira que você gosta?! Tem uma aqui perto, depois que acabar o ensaio você volta aqui! O que acha?– O mais alto convida voltando seu olhar para baixo novamente, buscando por alguma resposta positiva no rosto do outro.


–Pode ser.


Os dois se afastaram da janela, assim como um do outro, caminhando para sair dali e ao passar pela porta do estúdio, esbarram em um outro rapaz. Este era alto, de cabelos claros, de longe era um Alfa, seus feromônios eram fáceis de se identificar, ele vestia uma calça jeans clara e com os joelhos rasgados e uma camisa social branca, calçava também um tênis de cano médio preto, sua roupa combinava de cima a baixo, e além de exibir alguns brincos nas orelhas, o rapaz tinha um sorriso simpático no rosto, não se mostrava com um ar de superioridade.


–Ah! Me desculpem!– O rapaz de roupa social se desculpou sorrindo.


Pensaram ser da mesma classe do chamado Gabriel. O loiro também sendo um Alfa de uma divisão dominante, por isso o pequeno moreno se sentiu ameaçado.


–Está tudo bem. Vamos, Jiwon.


–Hum.– Houve apenas um murmúrio em resposta, o menor sentia-se amedrontado, até porque haviam dois Alfas dominantes à sua frente e ele mesmo estando em um período que nem se era recomendado sair de casa, isso o fazia agarrar a manga do casaco do mais alto e demonstrar seu medo, implorando para que saíssem dali.


Os dois então, e por fim, se retiraram da presença do outro Alfa e logo saíram daquele alto edifício, indo em direção à cafeteira que Gabriel havia recomendado.


Enquanto o outro de cabelos claros adentrava o estúdio de dança. Sorriu ao ver o Ômega de madeixas vermelhas dançando sem o som da música. O ruivo fazia alguns passos aleatórios e ao levantar seu olhar a quem havia entrado, deixou um sorriso desenhar seus lábios.


–Leo!– O ruivo se virou e correu animado até o de madeixas claras. –Estou todo suado, hun… É melhor não te abraçar.– O Ômega reclama puxando a barra de sua camisa e secando o rosto, que escorria em suor.


–Então, que tal um beijo?– O mais alto pede fazendo um bico, este que logo é tocado pelos lábios do ruivo. Algo apenas como um cumprimento, já que passaram o dia sem se verem.


–Pensei que estaria ocupado hoje.


–Ah, não. Está tendo um festival de artes na faculdade, só tenho uma aula à noite. Vou poder te levar pra casa e ficar um pouco com você, o que acha?– Um sorriso moldou os lábios do mais alto.


Estava com saudades do Ômega, já que este andava muito ocupado com a coreografia que estava montando para uma apresentação no feriado no próximo final de semana, mesmo estando em Heat. O que o ruivo fazia era se entupir de remédios e começar o dia!


–O seu “ficar um pouco”, quer dizer que você quer transar. Me poupe, Leo! Eu te conheço, pirralho!– Argumentou sorrindo e andando até sua mochila.


–Qual é, Adrian!


–Não é porque você quer que eu também vou querer!


–Não é questão só de eu querer, eu sei que você está precisando, e sei, que você tomou uns cinco remédios diferentes, só hoje! Inclusive aqueles supressores que a doutora proibiu você de usar.


Adrian rolou os olhos. Odiava o fato de que o mais novo lhe conhecia tão bem, mas aquilo era bom, principalmente por ele conhecer os medicamentos que o mais velho precisava quando estava doente, ou em período de Heat.


–Depois que você fez isso– puxando a gola da camiseta para exibir a marca de sangue em seu peito. –, eu consigo aguentar.


–Se enchendo de remédios, você sabe que só vai ficar pior, amor. Vem cá.– Leo puxou o ruivo para um abraço suado, mas amoroso. –Você é um Lúpus por causa de remédios, sabe melhor que qualquer um que esses remédios não te ajudam merda nenhuma, eu estou aqui pra você e por você, quero te proteger, sabe que posso te ajudar. E que a minha ajuda é melhor que qualquer remédio.– Cochichou a última parte do ouvido do parceiro, transmitindo um delicioso tom de malícia.


Adrian estava de costas para o parceiro, mas não negou o abraço, o mais alto estava com o corpo meio frio, mas mesmo assim não deixou de ser confortável. Era gostoso quando o Alfa lhe abraçava e o consolava daquela forma, Adrian tinha muitos problemas psicológicos, um deles era uma leve ansiedade, mas não queria demonstrar, esse era um dos motivos para tomar remédios calmantes…


–Me desculpe, Leo… Então me espere lá fora, daqui uma meia hora eu acabo aqui.


–Okay, beijo.– Novamente o mais novo pediu pelo agrado e então se retirou da sala, esta que logo já estava repleta de alunos que aguardavam as instruções do professor.


< ~ 🎧🌉🎧 ~ >


Um grupo de estudantes se encontrava em um parque, estavam em uma das atividades comuns que aquele professor passava, fotografar lugares e reparar neles coisas que pessoas "comuns" não viam, já que o professor acreditava que fotógrafos tinham uma visão muito mais ampliada de tudo!


Os alunos precisavam de fotos de locais da cidade e o professor resolveu levá-los até um parque próximo à faculdade, no caminho foi recomendado que também tirassem fotos, por isso foram caminhando, assim era possível que conseguissem mais posições ou inspirações, até porque alguns faziam os desenhos de Webtoons.


–Sato~!! Me diz o que você acha dessa foto!– Uma jovem moça de cabelos negros e compridos se aproxima do rapaz ao qual chamara.


–Não me chame assim… Sabe que não gosto.– O mais alto abaixa a cabeça meio emburrado, ele realmente não gostava quando a mais velha lhe chamava daquela forma, pois lhe fazia sentir-se como uma criança, mas se dispõe a ajudar a colega. –Está ficando bom, Soomin. Você tem talento.


Elogiou sendo correspondido com um sorriso orgulhoso.


–Mas eu não acho! Nossa, eu queria saber fotografar como você, veja isso, você tem um talento, Sato.


–Soomin!!


–Desculpe, é que você é tão fofo, não posso evitar. Haha.


–Muito bem, alunos!! Tirem mais algumas fotos e vamos voltar para as mesas, tenho um trabalho especial para vocês!!– O professor anuncia sorrindo.


–Ele vai pedir algo absurdo, vai ver só.– Soomin sussurra para Sato que cobre a boca ao soltar uma risadinha.


A turma de vinte alunos então se reuniu à volta do professor e de algumas mesas de piquenique, o mentor pegou de sua pasta algumas folhas e passou a entregar para cada um dos alunos.


–Bem, o que vocês terão que fazer é um trabalho para a conclusão do curso. É, infelizmente nosso curso está acabando. O que vocês farão é uma exposição fotográfica, a qual uma banca irá avaliar para que possam se formar! Vocês irão convidar alguém, desconhecido, não pode ser alguém de sua família ou que você tenha um laço romântico, e farão uma espécie de ensaio fotográfico, darão um nome para as obras e dirão o que mais chamou a atenção de vocês nessas fotos.


Eu não disse.– A colega de Sato sussurra. –Quero só ver onde vou achar um modelo.– Ela fez um bico e cruzou seus braços.


–Eu que o diga.


–Hey! O que acha de eu te fotografar, e você me fotografar?


–Não, senhorita Park!– O professor, andando próximo aos dois estudantes, repreendeu a ideia que havia explicado. –Não pode ser seu colega de classe! Pode ser algum amigo próximo a você, mas não seu colega de classe!


–Coquinhos…


–Haha, não se preocupe, Soomin– O Alfa lhe consolou. –, você vai achar alguém para fotografar. E suas fotos vão ficar ótimas!!


–Ah… assim espero.


–Por hoje é só alunos! Estão dispensados!! Os materiais que emprestei, por favor me devolvam, o que é de vocês, juntem e guardem! Bom trabalho hoje, pessoal!!


< ~ 🎧🌉🎧 ~ >


Ao fundo daquela sala vazia, o som de uma doce melodia ecoava, uma melodia sem letra, apenas aquelas calmas notas sendo reproduzidas por toda a sala. O som era de uma antiga criação, de um antigo e romântico filme.


Em um momento, o som para, o pianista, sentado ao piano, eleva seus dedos, como se involuntariamente seu corpo lhe dissesse para parar, ele apoia seus braços sobre o banco, a mente estava em branco…


–Angelo, querido? Ainda está aqui? Está escurecendo, é melhor que volte para casa, sabe como as ruas ficam perigosas.


–Hum? Ah… sim.– Ele então saiu de seus devaneios, olhando para a mulher já de idade na porta da sala. –Obrigado por avisar, professora Seok. Vou juntar minhas coisas e sair.


–Abaixe a tampa do piano e a proteção das teclas, sim?


–Sim, senhora.– O rapaz de madeixas coloridas se levantou, fez o que a mulher lhe pediu e voltou a se sentar, suspirando cansado.


–Parece chateado, o que houve?– A mulher mais velha chega perto de seu aluno, se sentando ao lado deste no pequeno banco.


–Não é nada.


–Ainda pensando sobre algum parceiro?– Ela sorria de forma reconfortante. –Querido, não se preocupe com isso, ele virá até você! Ele sabe que tem que te achar!– Ela segura a mão destra do rapaz, apoiando sua outra por cima, fazendo uma conchinha e acariciando-a. –Angelo, isso é algo que não deve se preocupar, não é algo planejado, pode acontecer de uma forma que nem mesmo você espere.


–Obrigado, senhora Seok; vou sair com alguns amigos hoje, preciso ir.– O rapaz de cabelos alaranjados se levanta e se curva respeitoso, pegou sua bolsa e saiu da casa da senhora.


Mentir é uma coisa tão feia, mas na vida daquele jovem pianista, era algo banal, afinal, sua vida foi moldada em volta da mentira, o que poderia fazer? Já estava na beira do abismo, agora era questão de tempo para que lhe empurrassem.


Ao sair da casa daquela velhinha, o ruivo puxou uma caixinha de cigarros de dentro de sua bola.


Por que você ainda espera…?– Puxou da caixinha um cigarro e o acendeu, enfiou as mãos nos bolsos e passou a andar por aquelas calmas ruas, em direção ao centro de Seul, seguindo seu costumeiro caminho até o lar. –Não é como se fosse me matar.


Ele parecia estressado, não prestava atenção em nada em volta, apenas havia decorado o percurso a seguir até chegar ao velho apartamento onde morava. E sem prestar atenção por onde passava, ia esbarrando nas pessoas, que lhe olhavam torto e às vezes lançavam palavras de repreensão e ódio.


O semblante fechado e vazio tinha o olhar alheio a tudo, nada lhe importava, era como se tivesse sido morto e percebesse, por fim, seu estado deplorável.


Seus passos eram lentos, mesmo que precisasse levantar cedo no outro dia, andar pelas ruas de Seul era convidativo, principal à noite. Todas as avenidas iluminadas com luzes azuladas, dando um ar mais sombrio para o lugar vazio que já tinha passado do horário de pico, mesmo que as pessoas digam que azul era a cor da felicidade, para o Petrini não tinha o mínimo significado, não lhe importava! Algumas pessoas ainda andavam por ali, um ou outro casal abraçados sob um guarda-chuva, que denunciava a presença daquilo do qual se protegiam e que não tardou a se fazer ver.


Os pingos eram despejados de maneira aleatória e logo a intensidade aumentou, fazendo nosso pianista parar de andar, olhar para cima e simplesmente se deixar molhar, sentindo a suavidade e frieza da natureza lhe tocar a pele desnuda. O cigarro que tinha entre os lábios se apagou o que lhe fez abrir os olhos e então abaixar o rosto, reparando em seu estado, faltavam duas quadras para chegar ao lar, fato que o fez não se dar ao trabalho de pegar um guarda-chuva e simplesmente caminhar os últimos passos até estar em casa.

1 de Septiembre de 2020 a las 11:16 1 Reporte Insertar Seguir historia
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Martin Nunes Martin Nunes
Olá! Aqui é a autora! Eu deveria ter publicado outra história, mas decidi começar com essa. O meu outro livro será publicado fisicamente, por isso optei por começar aqui com essa já conhecida no meu perfil... Espero que vocês gostem, se ficar alguma dúvida, já que é um universo alternativo e ficcional, podem me perguntar! Estou aqui pra vocês!
September 01, 2020, 11:20
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