nanacastro Nana Castro

Multidões não deixavam Monique muito contente, mas ao saber que poderia ver o BTS na Times Square, decidiu que valia a pena o esforço. E não é que o ano novo traria ótimas surpresas?


Fanfiction Todo público.

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Moni Moni

- Pelo amor de Deus! Vocês não vão fazer isso comigo! - Reclamou Monique em alto e bom som para seus amigos - Está tudo muito bem aqui mesmo.

- Moni, pensa! É a Times Square! Ano Novo na Times Square! Quando você vai conseguir vir pra Nova Iorque de novo e participar disso tudo? - Argumentou Luísa, já vestida com o casaco grosso e tentando escolher qual gorro usaria. Os outros estavam todos já à porta, irritados com a demora e teimosia de Monique. A garota detestava multidões, mais do que detestava doce de abóbora. E estava frio também. Ela até gostava da temperatura, mas não ali. Na cidadezinha em que ela vivia, no interior de Indiana, tinha neve e sossego. Em Nova Iorque havia gente, muita gente, cheiro ruim e um frio esquisito, dolorido, que não era bonito. Apenas um fator fazia com que Monique pensasse em fazer o esforço de sair do hotel na noite de ano novo: BTS. O amor recém adquirido e saber que eles estavam tão perto, sentindo os mesmos aromas esquisitos que ela, fazia com que sua cabeça se enchesse de dúvidas:

- Anda, Monique! - Gritou Eddy - Meu amigo, o Connor, você já o encontrou, ele trabalha com produção de eventos e me falou que pode tentar arranjar um passe pros bastidores pra gente ou um convite pra after party. Vamos! Eu quero ver Post Malone!

Ao ouvir as palavras after party, Monique já estava sentada no banquinho próximo a porta calçando as botas pesadas e as luvas. Colocou tudo isso, mas estava saindo sem casaco, enquanto imaginava mil possibilidades. Lembrou-se das inúmeras fotos embaçadas e vídeos malfeitos do BTS em after parties. Luísa riu da amiga e pegou um casaco para ela. Ao abrir a porta que dava para a rua, Monique se deu conta:

- Ah man... Eu nem trouxe minha Army Bomb!


***


Era cedo. Era muito cedo. As apresentações de ano novo demorariam uma eternidade para começar:

- Temos que chegar cedo, porque senão não conseguimos encontrar o Connor. - Eddy havia explicado.

E ele tinha razão. Uma fila enorme de ARMYs já estava formada, além de todas as outras pessoas que buscavam um lugar especial perto da grade. Chegaram à um local que parecia uma entrada. Eddy perguntou por Connor para um dos seguranças mais próximos. O homem mediu o grupo de cima abaixo e chamou pelo rapaz no rádio. Connor apareceu depois de dez minutos, carregando as credenciais que precisavam. Naquele momento, aquilo valia mais que ouro. Foram conduzidos a uma sala ampla, com algumas comidinhas e várias bebidas diferentes. O grupo ficou alucinado. Havia outras pessoas ali, porém não eram conhecidos para eles. Depois de dar as instruções, que basicamente se resumiam a "não surte se ver alguém conhecido que vocês gostam" Connor ia saindo. Luísa o segurou pelo braço e perguntou, abrindo um sorriso:

- Podemos ver como a escadaria ficou? Estamos ansiosos.

O rapaz afirmou que sim e lá se foram as garotas, super empolgadas. Eddy permaneceu na sala, mordiscando as frutas da mesa, de olho em uma artista para a qual Monique e Luísa não davam a mínima. Ao sentir o ar gelado no rosto e ver as escadarias vermelhas, Monique nem parecia mais a mesma moça emburrada de algumas horas atrás. As amigas tiraram fotos, curtiram e ao se virarem para retornar à sala onde estavam, perceberam uma movimentação diferente. Deram um pulo para o lado, antes que fossem atropeladas pelos seguranças que vinham na direção contrária:

- São eles. - Monique sussurrou, quase em pânico.

Não conseguia levantar a cabeça. Sentia a oportunidade passar por ela, podia jurar ter sentido o aroma do amaciante de roupas de Jungkook, o mesmo que ela sempre comprava, como se isso a fizesse sentir-se mais próxima do garoto. O ar deslocado pela movimentação das pessoas balançava seu cabelo e ela simplesmentenão conseguia olhar. Foi só quando Luísa segurou seu braço, finalmente dando-se conta do que estava acontecendo, que Monique saiu do estado de choque. Bem a tempo de vê-lo passar. E ele também a viu. Nos segundos que pareceram durar muito mais, Monique ficou presa nos olhos castanhos de Namjoon. E ele nos dela. Até que ele tropeçou no pé de Jin, que reclamou alto. Monique curvou-se rapidamente, cumprimentando Namjoon. Ele fez o mesmo, como se pedisse desculpas por ser desastrado e continuou até a escadaria:

- Moniqueeeee! Meninaaa!!! - É o ensaio... você chegou a tempo de ver o ensaio! Você quase encostou em Kim Namjoon!!!

- Ahn? - Respondeu Monique, que ainda estava se recompondo.

- Será que a gente pode continuar aqui? - Perguntou Luísa e foi respondida logo em seguida, quando um dos seguranças veio em sua direção:

- Desculpe-me moças, mas por agora vocês tem que sair. O acesso será liberado novamente quando as apresentações começarem.

As moças agradeceram e se dirigiram a sala. Antes de entrar, Monique deu mais uma olhada para o grupo que agora se posicionava para o ensaio. E teve a impressão de que o líder do BTS ainda olhava para ela.


***


O casaco cinza fazia com que Namjoon se destacasse. Monique assistia boquiaberta. Nunca imaginou que estaria tão perto do grupo que amava, ainda mais em um evento como o ano novo na Times Square. Ela tinha imaginado um monte de gente amontoada e cansaço, mas agora nada disso importava. BTS estava ali, a alguns passos. E quando Namjoon começou sua parte em Boy with Luv, Monique sentiu-se arrepiar inteira. Ainda mais quando ele se aproximou da beirada do palco e seus olhos pareceram novamente encontrar os da garota. Ela tentou se manter ali naquele olhar o máximo que podia. Era o seu sonho. Mas como todo sonho, Monique acordou quando a parte de Namjoon acabou e ele seguiu para terminar a coreografia do refrão chiclete.

Quando o novo ano chegou, ela ainda estava ali e feliz de estar compartilhando aquilo com pessoas que amava tanto. Seus amigos, que eram sua família enquanto ela estava morando nos Estados Unidos e BTS, sua força para enfrentar o mundo a cada dia. Os olhos marejaram e estava prestes a gritar um obrigada em coreano, do jeito que achava que os ouvia dizer, quando Eddy puxou seu braço:

- Vamos! Vamos!

- Pra onde, inferno... me deixa aqui! - Disse Monique, agora chorando com vontade.

- Menina, vamos pra festa, deixa disso. Eles já até saíram do palco... nem precisou de Mikrokosmos pra te distrair dessa vez. - Luísa riu e deu um empurrãozinho na amiga.

Mais uma vez Monique se deixou levar, absorta nos próprios pensamentos e contente pelas bênçãos que havia conseguido.


***


A after party estava perfeita. Connor se juntou ao grupo e ia mostrando para eles quem era quem naquele ambiente. Mas quem realmente importava para Monique ainda não tinha aparecido. Ela começou a desconfiar que eles não iriam, afinal tinham tanta coisa pra fazer nesse começo de ano. Resolveu que pararia de esperar e aproveitaria todo aquele champagne caro que estava sendo servido:

- AHHHHH!! - Gritou Monique.

- O que foi? O que foi? - Perguntou Luísa, já olhando pra todo lado, achando que alguém importante tinha chegado.

- O Namjoon recomendou essa músicaaa!!! – Disse aos berros, quando You & Jennifer começou a tocar.

- Recomendei mesmo.

Monique parou. Os olhos arregalados. A taça na mão. Namjoon estava do seu lado. E sorria. Ela olhou pra ele e olhou para Luísa, que também estava paralisada. Parecia que Namjoon começaria mais uma frase quando alguém, que Monique não conhecia, o puxou. Ele se curvou, pediu licença e saiu:

- O que foi isso? O que está acontecendo hoje? - Monique falava, andando de um lado para o outro no pequeno espaço que tinha. Sentiu a face avermelhar e tudo ficou muito quente. - Eu vou ao banheiro, preciso jogar uma água no rosto.

Luísa se ofereceu para ir com a amiga, mas Monique negou. Connor já havia retomado a conversa com Luísa e parecia realmente interessado na moça. Não queria atrapalhar.

Entrou no banheiro e se olhou no espelho. Molhou o rosto e secou com cuidado pra não fazer uma meleca com o rímel, única maquiagem que usava. Respirou e respirou. Saiu:

- Te encontrei de novo. - Monique ergueu os olhos e se viu mais uma vez frente a frente com Namjoon. - Parece que esses primeiros momentos do novo ano foram feitos para nós.

Monique apenas concordou com a cabeça:

- Eu já tenho que ir. Vamos embora amanhã mesmo. Mas...

Ele hesitou um pouco. Monique continuou olhando para o rapaz com olhos esperançosos, aguardando as próximas palavras que sairiam daqueles lábios que ela tanto admirava. Namjoon deu um passo à frente, diminuindo significativamente a distância entre os dois. Monique abaixou a cabeça, agora um pouco envergonhada, sentindo o rosto esquentar novamente. Então a mão de Namjoon tocou seu rosto, fazendo com que levantasse os olhos. Por mais alguns segundos ela experimentou daquele sabor único que era trocar um olhar com quem ela considerava sua alma gêmea musical, ou talvez alma gêmea por completo. E em vez de palavras, os lábios que sabiam rimar tão bem trouxeram um beijo leve, doce e desejado. Monique então conseguiu ter forças para segurar o casaco de Namjoon, puxando-o para mais perto, fazendo com que ela desse um passo atrás, encostando na parede. Fechou os braços em volta dele:

- Hyung! - Uma voz chamou do fim do corredor. Monique não a reconheceu e não queria abrir os olhos. Mas Namjoon foi obrigado a desvencilhar-se do seu abraço. Desajeitadamente, afastou-se da garota, curvou-se e disse:

- Obrigada por compartilhar um pouco mais de sua cultura comigo... É...É... Como é seu nome mesmo?

- Monique... - A garota respondeu bem baixinho, completamente rendida.

- Moni? Haha... Moni, um feliz ano novo! Até! - Abriu um sorriso largo, e saiu apressado.

A garota, ainda encostada na parede, apenas se deixou escorregar e sentou no chão. Abraçou as pernas e enfiou o rosto entre os joelhos. Ficou assim até que alguém a cutucou. Havia dormido?

- Namjoon?

- Que Namjoon, sua louca? - Falou Luísa, Connor ao seu lado. Eddy não estava mais com eles, provavelmente envolto nos braços de alguma artista em ascenção.

- Eu acho que os caras já foram embora faz tempo, Monique.- Continuou Luísa - Sabia que aquele monte de champagne ia dar nisso. E você nem queria vir. Agora tá aí, bêbada e alucinando. Vamos! Dá pra levantar? Vem...

Não foi embora antes de tomar mais uma taça de champagne, apesar dos protestos de Luísa e de olhar por todo local, ainda em busca de Namjoon. Nada do que ela havia vivido parecia real. Talvez ela tivesse mesmo alucinado.


***


Pegou o celular. 7h da manhã.

Primeiro dia do semestre. A aula que daria começava em 1 hora. Checou as notificações.

"RM created a new post. 3 hours ago."

Sem pestanejar abriu o Weverse e se deparou com a seguinte publicação, apenas uma palavra, que já contava com mais de 20k curtidas:

"Moni."

23 de Junio de 2020 a las 19:58 0 Reporte Insertar Seguir historia
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Fin

Conoce al autor

Nana Castro Formada em Letras pela Universidade Federal de São Carlos e especialista em Tradução. Meu gênero favorito é o romance, então é praticamente isso que escrevo. Me encontrando esse mundo literário. :)

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