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Toda aquela situação já estava me deixando aflita e sem perceber acabo desviando meu olhar para o rosto do homem, ele estava olhando fixamente no fundo dos meus olhos, de um jeito que me arrepiei dos pés a cabeça, nesse momento meu corpo já estava tomado pela a aflição, minhas pernas tremiam, meu coração batia aceleradamente e meu corpo suava a frio, não via a hora de sair daquele trem.


Short Story Not for children under 13.

#conto #terror #suspense #historias #medo
Short tale
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O início

“...Mais uma jovem está desaparecida, os investigadores não descartam a possibilidade de um serial killer pois já são cinco nos últimos seis meses e todas possuem uma idade entre 23 e 27 anos...”

[Laura Ei, ei, Joana? Nosso trem chegou!

Um estalo de dedos sendo friccionados uns aos outros me chama a atenção.

[Joana] Oi! Desculpa, estava distraída com a notícia.

[Joana] Dá para acreditar quem nem sair podemos sem ter aos menos o receio de que talvez possamos não voltar?

[Laura] Acho que em nenhum momento da história da sociedade as pessoas estavam ou estão totalmente seguras, sem que não estejam preocupadas com o que outras pessoas são capazes de fazer.

[Laura] Essa é minha estação! Até segunda e tenha cuidado.

Sigo o restante do caminho sem companhia, o estranho é que somente eu fiquei nesse vagão e tudo parece mais assustador quando estamos sozinhos, todos os sons parecem fora do comum ou mais altos do que normalmente seriam, as luzes do ambiente não clareiam como deveriam, nossos sentidos ficam mais aguçados, parecendo que estão preparados para qualquer inconveniente, você consegue ouvir um som a metros de distância porque no silêncio da imensidão do pequeno ambiente a propagação se torna muito maior, já não fosse o fato de todas essas garotas desaparecidas para deixar meu psicológico inquieto.

Tudo pareceu mais simples quando um homem alto com cabelos negros e olhos verdes claro entrou no vagão acompanhado de uma jovem garota que vestia um lindo vestido vermelho. Mas algo não parecia normal, ele à carregava de modo que ela havia tido um desmaio ou algo que a impossibilitasse de andar ou se manter em pé por conta própria, mesmo com aquela situação totalmente desconfortável por algum motivo eu me sentia um pouco mais segura, os sons não pareciam tão estranhos assim, a luz não parecia insuficiente e aos poucos meus sentidos foram relaxando e voltando para o que consideramos normais.

Com toda dificuldade possível ele a coloca sentada algumas cadeiras a minha direita do lado oposto de onde eu estava e senta-se ao lado dela, não percebo qualquer tipo de reação vindo da parte da garota, nenhuma fala, nenhum movimento, nenhum piscar de olhos, seus olhos estavam abertos de forma totalmente estranha, parecendo olhos de vidro de uma boneca e fixados em somente um ponto do vagão enquanto o homem lhe fazia carinho em sua perna, foi quando percebi que os dedos de sua mão estavam todos com uma espécie de curativo no lugar de suas unhas e a pele de seu rosto estava tão pálida que parecia aquelas bonecas de porcelana que por ventura encontramos em lojas de antiguidades, colocadas em destaque logo na entrada do estabelecimento. Realmente algo estava muito estranho!

Toda aquela situação já estava me deixando aflita e sem perceber acabo desviando meu olhar para o rosto do homem, ele estava olhando fixamente no fundo dos meus olhos, de um jeito que me arrepiei dos pés a cabeça, nesse momento meu corpo já estava tomado pela a aflição, minhas pernas tremiam, meu coração batia aceleradamente e meu corpo suava a frio, não via a hora de sair daquele trem.

O aviso de que minha estação estava chegando aliviou um pouco minha mente, mas mantinha meu olhar para ele e ele para mim, talvez fosse meu jeito de estar preparada para qualquer situação que viesse a ocorrer, um modo de me precaver caso precisasse. Logo que a porta se abre me levanto o mais rápido possível e vou em direção a ela, continuo seguindo em frente sem sequer olhar para trás, minha mente só consegue se relaxar um pouco quando escuto o trem seguindo seu caminho e percebo que ele está tomando distância de mim ,mas sabe aquela sensação de quando você se levanta a noite e quando está andando tem um sentimento de que tem algo atrás de você, sua nuca arrepia, sua respiração fica ofegante e você só tem duas opções, olha para trás ou continua como se nada tivesse acontecendo e volta para seu quarto o mais rapidamente? Eu escolhi olhar para trás e lá estava ele sem a garota sentado em um banco de espera torcendo o pescoço para me olhar.

O pouco de calma que me resta desaparece no mesmo instante que ele se levanta, sem ao menos pensar em qualquer outra coisa vou o mais rápido que posso em direção a saída. O terror toma conta de mim quando percebo que não há mais ninguém além de mim e desse homem que parece estar me perseguindo desde de sua entrada no trem. Não tenho mais forças para andar, minhas pernas parecem não responder aos meus pensamentos de “fuja o mais rapidamente possível” e tudo parece maior do que realmente é em um dia dito como comum, os corredores que levam a saída parecem intermináveis, mas sem olhar para trás continuo o mais rápido que posso seguindo em frente.

Finalmente ao longo do corredor consigo enxergar um ponto de luz entrando, parecia meu tão desejado caminho de saída daquele local. Me parecia estar chovendo, pois, conseguia sentir o cheiro de água conforme ia me aproximando, como também o som de relâmpagos, logo que me aproximo da escadaria que leva ao fim do confinamento subterrâneo que estava, percebo que está caindo uma tempestade muito forte, dificultado a visão do que estava acontecendo lá fora, não podia-se ver muito além de alguns borrões de luzes da cidade ao meio de tanta água que caia.

Espero alguns segundos para retomar meu fôlego, não posso esperar muito pois não me sentia confortável o suficiente para isso. Ainda me restavam alguns minutos de caminhada ao meio daquela tempestade, a cada passo que dava tentava me controlar para não olhar para trás e ver se ele ainda me perseguia, porém não me contive, e ao olhar mesmo com toda a dificuldade de visualização, não havia ninguém ali, estava somente eu e a água que caia. Por um momento minha mente relaxou um pouco, será que era tudo coisa da minha cabeça? Será que era tudo uma mera coincidência? Não tenho nenhuma dessas respostas, a única que tenho é que preciso chegar o quanto antes em casa.

Alguns minutos mais tarde estou muito próxima de meu destino final, aquilo me deixa muito mais tranquila, mas não menos receosa do que vinha acontecendo até o dado momento. Logo me aproximo da esquina que leva até minha casa, no meio de toda aquela tempestade havia uma única luz que se destacava entre todas as outras, pois ficava em um frenesi interminável de acender e apagar. Estranhamente era a única que estava nesse estado, e como mágica ao me aproximar mais dela consigo distinguir de todo o restante um silhueta de uma pessoa segurando um guarda-chuva sob sua cabeça, ela estava totalmente parada naquela posição de frente para minha direção, parecia que estava a minha espera.

Naquele momento o desespero tomou conta de mim. Será que é aquele homem novamente? Perdi todos meus sentidos por um instante, parecia estar em choque, quando retomei a consciência, percebi que aquela pessoa estava vindo em minha direção...

May 8, 2020, 5:59 p.m. 0 Report Embed Follow story
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The End

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